Terno Negro escrita por Ana Carol M


Capítulo 6
Jude Jones




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Ele analisou a tranca da porta e sorriu graciosamente. Tirou o anel com a pedra azul e empurrou pelo buraco da fechadura. E a porta se abriu. Entao eles entraram e o anel saiu pelo outro lado.

- O que foi isso?

- Jude me deu esse anel quando estávamos na escola, a porta só abre....-

- Se alguém tiver algum objeto meu, ou seja, alguém realmente importante para mim – sorriu uma garota de cabelos loiros comprido. Vestia um corpete preto, calças jeans e um salto agulha. Do qual realmente lembrava uma agulha muito prateada. Era o perfeito par para Peter, a classe e de certa forma o modo de pensar e agir.

 Amber bufou baixinho. Não sabia porque já estava irritada.

- Jude, como é bom ver você – disse Peter abrindo um sorriso enorme.

A garota loira sorriu calorosamente e abraçou o garoto com força. Fazia um bom tempo em que não se encontravam e deixando de lado o velho romance ainda pairava uma forte amizade e um carinho extra entre eles.

Amber resolveu olhar para o outro e não pensar porque aqueles carinhos a afetava tanto.  Apenas deixou a mente vagar, da qual acabou em seus pais, como eles estariam? Uma forte dor atingiu seu peito, esperava com todas as suas forças que eles estivessem vivos. Afinal não tiveram culpa de adotar e criar a herdeira. Depois ela sorriu, em como era bobo ela se sentir mal pelo garoto de pele translúcida estar abraçado com uma garota loira quando seus pais poderiam estar sendo torturados. Mas no fundo aquilo ainda a afetava.

 Peter e Jude conversaram por um tempo até que ele bateu os olhos em Amber, ela parecia abatida, e ele foi obrigado a voltar para a realidade. Não podia perder tempo.

- Bem, vou direto ao ponto. Precisamos da sua ajuda – disse o garoto a amiga, e indicou Amber com a cabeça. Que ainda estava perdida em pensamentos.

- Sempre sonhei com o dia em que Amber Mackenzie viesse me pedir ajuda – Disse Jude, com ousadia na voz e um toque irônico. O que despertou Amber de seus devaneios.

- Vamos logo ao ponto Peter, meus pais estão correndo perigo – disse a garota cortando o assunto  ignorando as agressoes ocultas da gatota.

Jude riu sarcasticamente. E os conduziu para uma sala mais confortável. Estava suja, mas mais convidativa do que o corredor onde eles estavam anteriormente.

- Oliver nos contou que você viu um homem com um Ankh gravado na mão – disse o garoto.

- Sim. Semana passada, eu estava fazendo a guarda diária aqui na volta. E um homem encapuzado se atrapalhou com umas sacolas, a mão apareceu totalmente, e eu vi. Então acho que ele devia ter sentido que eu estava olhando e saiu quase correndo, mas eu o segui. Mas ele não me viu, entrou em uma casa a cinco quadras daqui tem um corredor escuro e tem apenas uma porta nele. È ali.  Ela apontou para a direção em que eles haviam andado.

- O que você sabe dos Mumianos? – perguntou Amber.

 Jude soltou um longo suspiro e evitou olhar para Peter. Sabia tudo aquilo graças a ele.

- São uma espécie de sociedade, que quer acabar com a nobreza e devastar o mundo humano. Alguns desprezam os idiotas lá de cima, acham eles inúteis. Outros sobrevivem comendo a carne humana. Normalmente são os que possuem a maior parte do corpo em forma de múmia. E nós providos de magia só conseguimos repelir eles. E...

- Como assim repelir? Não podemos matá-los? – Amber começava a ficar histérica. Peter apertava a cabeça como se estivesse com dor, ele sabiam aonde iam chegar. E não gostava nada disso. Tanto havia evitado de contar a garota e agora tudo iria por água abaixo.

- Nós apenas os afastamos. Os únicos que conseguem matá-los são os nobres. Mas acredito que apenas os Jhonson saibam o que acaba com eles realmente, mas infelizmente eles não possuem a....

- Já é o suficiente Jude, Obrigada. – Peter e Jude trocaram olhares acusando um ao outro. Mas ela não continuou. Ele não deixaria que ela soubesse, assim, de forma tão cruel. Ele encontraria um jeito, mas não naquele momento.

- Então porque antes eles não se livraram dessas pessoas que acham que são múmias?

- Porque faltava uma... Coisa crucial para o feitiço – disse Jude, avaliando suas palavras cuidadosamente. Enquanto encarava Peter.

- Já anoiteceu. Amber temos que subir. Muito Obrigada Jude, logo entrarei em contato com você – Peter abraçou a garota de novo e abriu a porta com o anel. Não sabia o motivo, mas novamente aquela voz gritava em sua cabeça que eles deveriam sair dali o mais rápido e voltar para os humanos onde era seguro. Talvez fosse excesso de proteção, ou o seu sentido de guardião lhe dando o sinal.

Amber tentou sorrir com gratidão, e Jude apenas riu da expressão dela.

- Obrigada. – falou a garota contragosto.

Jude acentiu. E eles deixaram casa correndo novamente.

- Rápido, temos que arrumar um jeito de subir – falou Peter desesperado – Devíamos ter saído há meia hora. Não acredito em como fui idiota em ter ficado sentado batendo papo, estamos correndo perigo. – seus nervos gritavam de pânico.

- Peter, acalme-se. Esta tudo bem. Vamos ficar bem – disse Amber tentando convencer mais ela à mesma do que ao garoto. E o puxou para que parassem de correr.

- Estamos longe do açougue – disse ele histérico. Começando a andar para um lado e para o outro.

- Vamos até a casa que Jude falou – Amber estremeceu ao dizer o nome da garota loira.

Peter a olhou em duvida. Não haviam outras opções, e se a garota queria se arriscar mais um pouco, então ele deixou que ela decidisse. Estava em pânico, não conseguia pensar, e acabou se deixando levar.

 Em seguida eles saíram caminhando rápido pelas pedras, que por varias vezes fez com que eles torcessem os pés. Realmente foi mais rápido achar a casa do que se eles tivessem voltado tudo o que haviam caminhado. Mas o incomum, era que não havia ninguém na rua. Apenas uma senhora carrancuda haviam passado por eles, e depois tudo ficou completamente deserto. Mesmo começando a pensar que talvez tivesse sido uma péssima idéia ir até a casa do tal membro da família Johnson, Peter recuperou a confiança. Tinha algo estranho no ar, mas ele não iria desistir tão fácil.

 Os dois ficaram olhando a porta de carvalho negro, com a fechadura pouco convincente. Realmente alguma coisa estava errada.

 O estampido dos soldados soou no ar, Amber não pensou duas vezes, meteu a mão na fechadura e bateu freneticamente na porta. Então ela se abriu e os dois entram eufóricos na casa. O lugar estava mais escuro do que qualquer outro que eles já tiveram. O que novamente passou pela cabeça de Peter que havia sido uma idéia idiota invadir a casa de um desconhecido.

Peter fechou a porta e tateou o pulso da garota, foi involuntário, mas nem um deles percebeu tal ato.

Eles estalaram os dedos e nada aconteceu. Os dois estavam apavorados com a situação, e cheios de adrenalina. Ouviram passos lentos de algum lugar naquele cômodo, eles foram por extinto andando para trás até baterem - de mochila – na parede. Ofegavam pelo o pavor e Amber tirou o pulso da mão do garoto e a agarrou com força.

O barulho estava cada vez mais próximo e então ela sentiu uma baforada no rosto, e fechou os olhos. Era o fim. Sem qualquer tipo de magia, na casa de um estranho, com os pais presos com múmias, pelo menos ela estava com Peter. E assim como esse pensamento veio rápido, ele foi. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam da Jude?



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