Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 27
O Real Sentido da Magia


Notas iniciais do capítulo

Meninas, eu sei que me atrasei, mas foi por que faltei no estágio para terminar o cap. e acabei chegando em casa e não tinha internet, então hoje vim para o estágio postar o cap. para vocês! (mila.danada)
Espero que me entendam.
Aproveitem o capítulo!
NO FINAL DO CAPÍTULO ENDEREÇO PARA O VÍDEO DA FIC! DÊEM UMA OLHADINHA E DIGA O QUE ACHOU!!!



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Cap.27

Hermione não podia mensurar quão mal Draco estaria, e nem imaginar que tipo de feitiços o tinham atingido. Mas não havia tempo a perder. Usou a força da sua magia para fazer um tronco de árvore tapar a fenda no muro, o que não adiantaria de muita coisa por mais algum tempo. Então, Hermione, mesmo sabendo dos riscos, segurou Draco com força nos braços e aparatou. Quando aterrissou, estava na Rua de Hogsmead, a mesma onde Harry e Rony haviam ido a comando de Jacques. Estava tudo completamente escuro, quieto, fúnebre, como se houvessem esquecido daquele lugar, abandonado.

A viagem por aparatação deixou a aparência de Draco pior, a pele do rosto acinzentada e a respiração quase inexistente. Hermione não sabia para onde ir por não reconhecer direito o local, em meio a grande escuridão e abandono. Só sabia que era Hogsmead pelo nome da rua, mas estava irreconhecível. Não tinha como sair dali e procurar ajuda, por que não podia deixar Draco e tampouco carregá-lo consigo. Desesperada, nem estranhou o fato de nenhum dementador ou Comensal ter aparecido ali. Draco estremeceu como se sofresse com muita dor internamente. Hermione caiu aos prantos, suas lágrimas gotejando no rosto do garoto.

— D-r-a-c-o? – Hermione soluçou. Tentou apoiá-lo, colocando a cabeça dele no seu colo, mas não parecia amenizar o que quer que estivesse sentindo naquela hora.

Hermione tentou uns feitiços de cura, mas não tinha certeza se era forte o suficiente para o tipo de agressão que Draco sofrera. Estava entrando em pânico.

— Jacques... – Chamou. — JACQUES! Por favor, alguém! SOCORRO!

Era loucura, no momento em que viviam, sair gritando para quem quer que fosse, mas pior dificilmente ficaria. Por sorte, a porta do casebre à esquerda de Hermione se abriu. Ela pensou que nunca fosse se sentir tão feliz na vida por ver o rosto de Jacques.

Jacques ficou branco como papel. Não conseguiu falar nada com o choque. Saiu à rua e puxou Draco para o colo, apressando Hermione a entrar na casa logo. Novamente as trancas se fecharam ruidosamente sozinhas. O dono da casa, Aberforth, desceu por uma escadinha de madeira para ver quem tinha aparecido, e com uma espécie de tédio na voz, parou no fim da descida e falou:

— Mais fugitivos! É... Vida agitada esta...

Hermione não deu muito ouvido a ele, apesar de não ter gostado do comentário. Supôs quem era Aberforth de primeira, mas não tinha cérebro para pensar nisso.

Jacques depositou Draco numa larga cadeira, e ele pendeu amolecido para o lado.

— O que houve? Que feitiço foi esse? – Perguntou Jacques.

— Eu não sei. Foi mais de um! Todos ao mesmo tempo. Eu não tive escolha, tive que aparatar, senão... – Choramingou Hermione.

Aberforth olhou Draco por cima do ombro de Hermione e deu um muxoxo. Hermione se virou para ele, um pouco incomodada.

— Tenho umas soluções lá em cima, uns Acorda Defuntos... – Disse Aberforth com displicência, mas Jacques conjurava alguns feitiços curativos no peito de Draco e não ouviu bem.

— Você poderia ajudar? – Perguntou Hermione, lutando para tentar manter a educação.

— Vou ver o que tenho – disse ele, tornando a subir as escadas.

— Jacques, ele...? Ele vai...?

— Não vai ficar bem, se você quer saber! Já vi alguns desses feitiços antes, ele está com hemorragias... – Jacques teve a intuição de que, atrás dele, Hermione tapava a boca com as mãos.

— Precisamos fazer alguma coisa! Precisamos de uma solução! – Ela esganiçou.

— Sei de tudo isso Hermione, mas o que você sugere heim? Draco está debilitado! Os órgãos estão! Foram feitiços demais e muito fortes. Magias negras!

Jacques ouviu um soluço de Hermione, que começou a caminhar pra lá e pra cá na sala, fuçando em cada mínimo espaço de seu cérebro atrás de algum conhecimento que lhe desse uma solução. Draco estava cada vez pior, e agora seu rosto apresentava um branco arroxeado, e os leves tremores em seu corpo tinham espaços de tempo cada vez menores. Até Jacques parecia a ponto de lágrimas. Draco estava morrendo... Morrendo...

Aberforth retornou com os braços carregados de frascos, mas parou abruptamente ao fixar os olhos na piora brusca e nítida de Draco.

— Suspeito que uma poção não vá resolver... – Cogitou colocando os frascos sobre o balcão.

— Por Merlin! O senhor tem mais de cem anos! – Esganiçou Hermione. — Deve conhecer algum feitiço ou qualquer coisa que ajude!

— Ah sim, tem, minha querida! – Retrucou Aberforth com impaciência. — Um para cada feitiço! Mas o que esse menino precisa é de um para todos esses estragos juntos! Tem ideia dos efeitos colaterais que uma poção pode causar? Um contra-efeito? Esse Malfoy está morrendo! Ele precisa é de uma fonte de vida nova, você a tem?

Hermione mordeu o lábio. Viu Jacques olhar sobre o ombro para ela, como se ambos estivessem chegando à mesma conclusão juntos.

— Dá para fazer? – Perguntou a ele.

— Você quer? Quer realmente?

Hermione concordou com a cabeça com veemência.

— Do que você está falando, Jac... – Mas Aberforth virou os olhos claros para Hermione, caindo em entendimento. Com certo espanto, elucidou-se. — Você é a menina da Magia Real?

— É! Prazer em conhecer! – Ironizou Hermione.

Hermione foi até o lado de Jacques, ignorando os comentários de Aberforth sobre no que sua casa havia se tornado! Que estava perdido! Que tudo era culpa de Dumbledore, “ficar incutindo mentalidades heróicas impossíveis nos seus alunos!”.

— Como fazemos isso? – Quis saber Hermione.

— Eu não sei se posso permitir...

— Permitir? – A garota esganiçou. — Não há o que aprovar ou desaprovar! Você mesmo repetiu tantas vezes que essa Magia Real é um fardo! Um poder demais até para mim mesma! Eu corro risco de se uma arma das trevas, e tenho a chance de usar esse poder para o bem! Não há escolha, Jacques, e eu quero que você me ajude a trazer Draco de volta!

— Só há uma chance Hermione... – Preveniu Jacques. — Para você e para ele! Vai requerer muito esforço de sua parte. Muito mesmo! Mais do que precisou para retornar à praia no nosso último treinamento. Você vai ter que mentalizar e infiltrar todo o poder de que for capaz para dentro de Draco, do contrário, os dois definharão.

— Estou disposta a tentar. – Confirmou.

— Sério?

— Nunca tão sério na vida, entendeu?

Jacques suspirou, apoiando a mão no ombro de Hermione.

— E deve haver um canal de passagem para esse poder, algo que deve haver entre você e ele... – Ensinou.

— Que canal?

— Um sentimento. Pena, compaixão, ou mesmo... Amor! – Disse ele vendo Hermione morder o lábio. — Existe um canal que você possa utilizar Hermione?

Hermione olhou para Draco, outro tremor percorrendo o corpo do rapaz. A ideia de que poderia oferecer a ele uma nova chance para própria vida, depois de tudo que conheceu e entendeu dele, justo agora que estavam tão próximos da chance de Voldemort ser destruído... Aquilo preencheu o coração de Hermione com uma espécie de calor diferente, que a fazia querer vê-lo sorrir, curado não só no corpo, mas na alma, e suprir todas as tristezas que já sofreu antes.

— É... Eu acho que há! – Concluiu Jacques olhando a expressão terna no rosto da garota. — Você pode tentar quando quiser...

— C-como?

— Só... Faça.

Essa foi boa! Quando realmente esperou orientação ou ordens de Jacques ele vem com “só faça”! Mas Hermione não tinha tempo a perder. Aproximou-se de Draco tentando encontrar a coluna que sustentava seu poder internamente, seu controle. Deixou aquela espécie de magia tomar conta dela por inteiro, tão completamente que estava começando a transbordar. A energia de Hermione fez alguns objetos começarem a levitar em diferentes pontos do cômodo, e então, se encaminhou ainda mais para perto de Draco.

Às vistas de Jacques e Aberforth, logo não deu mais para discernir o que estava acontecendo. Hermione começou a refulgir, sendo ofuscada pelo poder, como se a magia se expusesse em luz em torno dela, e ela segurou as duas mãos de Draco, entrelaçando seus dedos e ficando abaixada de joelhos à frente da cadeira. Não soube mais o que estava fazendo, a magia crescia sozinha. A luz logo se espalhou para Draco também, e não se via mais os dois na sala, só o brilho ofuscante. Mais objetos começaram a flutuar ao redor. Cadeiras e mesas ficaram alguns centímetros fora do chão, e Jacques e Aberforth correram para a escada.

Hermione e Draco foram envoltos por uma sensação fresca e quente, e aquilo penetrou por Draco, o inflando como se a cura fosse sendo derramada por dentro dele. E então se ouviu um grito. O grito de Draco, quando o poder tocou a Marca Negra sob a pele. O verme da morte correu pelo corpo do garoto procurando se refugiar em outra parte, como um inseto que foge do veneno. Mas ele foi atingido, o que causou uma última e lacerante dor.

Segundos depois, Hermione caiu ali mesmo no chão, sua luz se apagando junto com sua consciência. Draco chegou a abrir os olhos como se desse sinal de que tinha dado certo, mas não durou e logo desmaiou também. Seu rosto com uma cor muito mais saudável que antes, e a respiração muito mais satisfatória.

Jacques correu para Hermione e a pôs no colo. Aberforth parecia abobalhado.

— Bem... Ela está...

— Está viva! – Disse Jacques orgulhoso. — Ela conseguiu!

— Certo! Precisamos acordá-la. Acho que tenho poção para isso! – E Aberforth pegou um dos vidrinhos sobre o balcão.

Jacques ministrou a poção e aos poucos Hermione recuperou a força. Sentou-se ao balcão e Jacques a fez comer alguma coisa doce.

— Ande, beba Uísque de Fogo, vai ficar bem num piscar de olhos! – Aconselhou Aberforth virando a bebida num copo e dando para Hermione segurar.

Hermione, as mãos tremendo, levou a bebida à boca, ainda que não gostasse tanto daquilo, o fez sem tirar os olhos de Draco um minuto. Aberforth teve razão: depois de beber se sentiu um pouco mais acordada. Acabou bebendo três cálices pequenos.

— Agora está tudo certo? – Jacques perguntou.

— Está sim. Tem certeza de que deu certo com ele? – Hermione perguntou tensa.

Jacques puxou a manga do antebraço de Draco, a Marca Negra sumira. Hermione deu um sorriso muito aliviado, mas que logo se anuviou em nova preocupação.

— E HARRY E RONY? – Perguntou.

— Hm... Foram para Hogwarts...

Hermione passou pela passagem secreta atrás do retrato de Ariana e seguiu pelo túnel até chegar à saída. Desembocou numa sala que pareceu ter servido de refúgio para muitos e por muito tempo. Vestígios de comida, roupas, acessórios de dormir, etc. se espalhavam por toda parte. No outro lado da sala, uma porta se materializou na parede. Hermione saiu por ela. O susto foi irreparável. Era o corredor de Hogwarts, apesar de não parecer.

Estátuas quebradas, paredes e pilares lascados e rachados, estilhaços diversos espalhados aos montes, pessoas debaixo de destroços, mortas, alunos e comensais derrotados, caídos e feridos aqui e ali. A cena era tão horrível e dolorosa que Hermione disparou correndo pelo trajeto que sabia dar no salão principal. A guerra deixara marcas em cada pedaço do castelo, mas Hermione definitivamente não estava preparada para aquilo que estava por vir.

Adentrando no salão principal, as longas mesas onde passara grandes e felizes momentos tinham dado lugar a grupos de pessoas, falecidos, amigos e parentes. O desespero, o desamparo, a tristeza e o cansaço profundos pairavam sobre todos e cada um por ali espalhados. Logo, um grupo de cabelos de fogo se destacou às vistas de Hermione, e uma dor incontida assombrou-a ao ver a fila de amigos e conhecidos mortos depositada ali. Um dos integrantes daquela roda de pesar ergueu os olhos para a entrada do salão, e embora algum alívio tenha retornado ao seu coração, Ronald Weasley foi incapaz de demonstrar qualquer sentimento além de profunda dor.

Hermione caminhou sem chamar atenção até eles, e os Weasley abriram espaço, solidários, (subtraindo-se daí Fred Weasley, que jazia morto no chão, ao lado de Ninfadora e Lupim), e Hermione alcançou Rony, oferecendo um abraço e o deixando se confortar ao seu ombro.

Os dois choraram ruidosamente por algum tempo, até que a inoportuna e grotesca voz de Voldemort invadiu o salão, gelando a alma dos vivos como se sussurrasse morte.

Harry Potter... Venha a mim em uma hora, se não quiser que tomemos o castelo de vez! Vidas e sangues bruxo poderiam ser poupados se você se entregasse... Seria muito egoísmo seu sacrificar mais dezenas de pessoas para se salvar... À uma hora... Uma hora!

Hermione afastou-se de Rony e a pergunta, mesmo ainda estampada em seu rosto, foi feita:

— Cadê o Harry?

Rony olhou em volta, parecendo atordoado.

— Estava aqui! Ele estava bem aqui! – Apontou para trás deles.

— Precisamos achá-lo.

Então, deixando a família Weasley a velar os falecidos, Rony e Hermione se encaminharam para fora do salão principal. Rony contando o que houvera. O ataque precoce, a busca pelo diadema e a destruição da Taça. A trégua da batalha e então, isso!

— Íamos esperar uma hora até você aparecer, íamos sim – dizia Rony, — mas Harry teve uma visão, descobrindo onde estava o diadema, e sabia que Voldemort logo o veria encontrando a horcrux... Então saímos de Hogsmead e entramos em Hogwarts! Além do mais, pensamos: se você ainda estava na mansão e Voldemort estava indo para lá, o melhor a fazer seria atraí-lo para fora de lá, e com certeza ter Harry destruindo uma horcrux era justamente o que precisávamos para deixar o caminho livre para você fugir. Você fugiu bem?

Hermione avistou a cabeça de Harry no pátio da escola, e achou que poderia minimizar problemas se não contasse tudo.

— Draco me tirou por uma passagem secreta na casa, depois fomos parar no Cabeça de Javali, e como estava ferido, Draco ficou por lá e eu vim. Olha; Harry!

O garoto virou a cabeça para olhá-los, e deu um abraço emocionado em Hermione.

— Como você está? – Perguntou ela.

— Não poderia estar bem eu acho. Eu acho que – Harry baixou a cabeça — acho que vou até ele...

NÃO! – Disseram Rony e Hermione num uníssono.

— Harry, por favor... Você não pode se entregar... – Choramingou Hermione. — Assim que ele matar você, você não acha que isso aqui vai virar um inferno maior que já está?

— É Harry! – Concordou Rony. — Você vivo é a garantia de que ainda temos alguma chance...

Harry olhou para longe, além dos arcos que levavam ao jardim. Sua vida era muito insignificante perto das dezenas de outras que seriam interrompidas por sua causa. Por sua causa, sua mãe, seu pai, Dumbledore, Fred estavam todos mortos... O que era tudo isso? Não valia realmente a pena continuar vivo e perder tudo...

— Vocês não entendem... – Disse Harry cabisbaixo.

— Ah, Harry... – Hermione se precipitou e sentou num banquinho, trazendo Harry e Rony para ficar dos lados dela.

Eles, Hermione e Rony, sabiam que no fundo ninguém impediria ou mudaria a opinião de Harry. Era a cartada final. Eles teriam de se enfrentar, como a profecia previa, mas não precisava ser tão desigual – Voldemort à frente, Harry abatido e destroçado por dentro.

De repente, sob o braço de Hermione, Harry se contorceu, as mãos na cabeça quase entre os joelhos. Rony tentou segurá-lo para não cair. Estava cada vez mais difícil tanto ter quando assistir Harry tendo essas visões.

Lá, dentro da mente de Harry, Voldemort andava de um lado para o outro à orla da Floresta Proibida, não muito distante, e parecia indignado por não estar conseguindo o efeito que queria com um castigo, que aplicava contra um comensal qualquer. Não era culpa dele, era a Varinha das Varinhas, parecia não responder direito. Foi quando um dos homens dele se adiantou, tirando o capuz. Para surpresa de Harry, era Edward Scott.

— Mestre... Se me permite comentar, eu acho que tem algo acontecendo com essa varinha. Algo mal explicado...

— Se me permite comentar? – Repetiu Voldemort possesso. — Você não sabe fazer nada direito! Quase um ano dentro dessa escola com o focinho colado no Potter e não conseguiu nada do que te pedi! Só sabia me dizer que Harry não estava tendo contatos com Dumbledore, mas também não cumpriu nenhum plano com exatidão! Nem sabotar aulas você soube, então não venha opinar sobre a minha varinha!

— M-m-milorde... – Hesitou Lúcio Malfoy.

Voldemort se virou para ele com tédio.

— Tem algo a dizer, Lúcio?

— Sim, mestre... Hm... Dissestes que a varinha só responderá a outro dono se ela lhe for roubada à força ou se o senhor vencesse o antigo portador da Varinha, não?

— E aí Lúcio? Roubei a varinha do túmulo daquele verme, aposto que foi contra sua vontade! – Riu-se Voldemort, fazendo outros comensais darem risadinhas.

— Pense mestre – insistiu Lúcio. — Quem de fato matou Dumbledore antes de o senhor possuir a varinha é a quem realmente ela pertence, pois foi quem derrotou o antigo portador...

Voldemort pareceu captar a informação como se de repente percebesse que tinha uma estaca cruzando o peito, e não estivesse sentindo até ouvir isso. Encolerizado, ele deu as costas a Lúcio chamando furiosamente por Severo, que se apresentou desaparatando bem à sua frente.

— Precisamos conversar... – Disse Voldemort segurando no ombro de Snape e sumindo, reaparecendo novamente num lugar que, com horror, Harry reconheceu como sendo a orla do lago, onde costumavam desembarcar o pessoal do primeiro ano que vinha nos barquinhos.

Voldemort agarrou Snape pela garganta das vestes como se quisesse decapitá-lo, mas antes, precisava trocar algumas palavras.

— Diga-me Severo... – Iniciou. — Por que será que a Varinha das Varinhas não responde a mim como deveria?

— Eu não sei senhor. O que há de errado com ela?

Não minta Severo! A varinha não responde a mim por que você é o dono dela, você matou Dumbledore, não eu!

Snape olhou para Voldemort com uma estranha expressão de alívio, talvez por que sabia que Voldemort, mesmo dentro de seu brilhante egocentrismo, ainda tinha chegado à conclusão errada.

E então a visão de Harry se apagou, e como se soprassem uma vela, a queimação na sua cicatriz sumiu.

— O que foi que você viu? – Perguntou Hermione.

— Algo urgente! Parece que a Varinha das Varinhas não responde ao comando de Voldemort direto! E Edward Scott é um comensal!

— Que canalha! – Exclamou Rony.

— Mas o pior é que Voldemort está achando que Snape é o dono da Varinha, por que a final foi ele quem matou Dumbledore antes de Voldemort roubar a varinha.

— Faz sentido. – Disse Hermione.

— É. Para quem não viu a cena! Snape não pode ser o dono da Varinha, por que foi Draco quem desarmou Dumbledore antes dele ser morto! Agora Voldemort quer matar Snape por que ele também não sabe disso!

Harry saiu correndo com Hermione e Rony ao seu encalço. Só deu tempo de Harry chegar perto do saguão que daria para a orla e então cobrir os três com sua capa da invisibilidade. O que na verdade Harry foi obrigado a fazer, por que Hermione e Rony não desistiram de ir junto.

Quando alcançaram o lugar onde Harry viu Snape e Voldemort pela última vez, Voldemort se afastava ao longe, e logo sumiu como uma névoa escura. Largado no chão, tremendo com eventuais convulsões, Snape os olhou de canto de olho como se pressentisse a presença invisível dos meninos.

— Fiquem na capa! – Mandou Harry, descobrindo-se e indo até Severo.

— P-P-Potter... – Arfou Snape. — P-Potter...

E Harry viu que sua garganta estava ferida, assim como outras partes de seu corpo. Mordidas de cobra. Harry então fez pressão contra a abertura na garganta de Snape e lhe deu a chance de dar algumas palavras.

— Você p-p-precisa sa-ber...  – Disse Snape entrecortando, como se o ar não corresse mais para o lugar certo. Seus olhos, Harry reparou, pela primeira vez não pareciam vazios, pareciam urgentes e calorosos. — P-p-pegue a lágrima.

Snape tirou uma ampola de dentro da capa e deu a Harry, suas mãos tremendo mal conseguiam segurar o leve frasquinho direito. Harry apressou-se a apanhar uma lágrima que brotou e escorreu pelo rosto de Severo, e com um olhar suplicante, o antigo professor agarrou-se às vestes de Harry como se agonizasse, e então, desabou no chão completamente inerte.

Harry, com os joelhos tremendo como nunca, correu para debaixo da capa com os amigos e os três voltaram para dentro da escola.

— Fiquem com os outros, eu vou ver isso! E se Draco aparecer – disse Harry quase especificamente para Hermione — não o deixem chegar perto de Voldemort se puderem impedir.

Assim, Harry subiu correndo para a sala que por anos fora de Dumbledore, e por algum tempo fora de Snape. Com as pernas bambas e as mãos tremendo mais que nunca, ele derramou o conteúdo de Snape na penseira, tendo acesso a diversas memórias. O passado de Snape, e como parecia que ele gostava de sua mãe, Lílian; como ele ficou possesso quando foi salvo por James de ser morto por um lobisomem (não por acaso, Lupim); e quando descobriu que Lílian e James tinham algo entre si, marcando o fim da amizade que tinha com sua mãe.

Harry ainda viu Snape e Dumbledore conversando várias vezes sobre o que Voldemort estava planejando, e como Dumbledore jurou nunca contar sobre que tipo de sentimentos que Severo nutria por Lílian, mesmo depois de casada e ser mãe de Harry, o que, automaticamente, desenvolvia certo sentimento afetivo de Severo para com o menino. Viu Snape jurar que mataria Dumbledore, no lugar de Draco, o que a final era até mesmo um corajoso ato de piedade, em vista que Dumbledore havia sido há muito envenenado por uma horcrux e estava definhando aos poucos. Mas o que realmente vez Harry sentir uma mão fria de ferro apertando-lhe o coração sem piedade foi à confirmação de que Snape o amava, não pelo que ele era realmente, mas pelo fato de ser filho de Lílian. E que foi Severo quem mandou a espada de Grifinória para ele quando mais precisou, e que Severo sempre se sacrificou, sacrificou a própria felicidade para, a vida toda, tentar protegê-lo; vigiando sempre Voldemort de perto, arriscando a vida, e se impedindo de viver algo seu.

As lembranças terminaram quando Harry descobriu o que Snape e Dumbledore assimilaram a respeito da noite em que Harry derrotou Voldemort: Harry era, na verdade, uma horcrux.

Enquanto isso, Hermione e Rony esperavam sentados na escadaria que dava para o salão principal. A voz de Voldemort irrompendo o silêncio hora sim, hora não, apressando Harry a se apresentar para ele na Floresta Proibida. Foi quando eles ouviram passos vindo do corredor e, para surpresa de Hermione, Draco apareceu correndo e parando ao vê-la, como se encontrasse o que procurava.

Hermione levantou-se num salto e correu para Draco. Rony teve que virar o rosto para outra direção, só imaginando o que talvez acontecesse assim que eles se aproximassem.

— Draco o que você...? – Mas Hermione perdeu a fala.

— Eu me lembrei de uma coisa! – Disse ele inquieto — A Varinha das Varinhas está com ele, mas me pertence, só que... Não posso matá-lo!

— Harry deve matá-lo, eu sei... – Calhou Hermione.

— Mas ele precisava... Precisava me derrotar antes.

E como se fosse chamado, Harry apareceu na outra ponta do corredor, parecendo um fantasma de tão consumido.

— Harry! – Disse Rony.

— Draco? – Harry estranhou. — Você já sabe... – Não soou uma pergunta.

— É. Eu sei. Pronto? – Draco o desafiou erguendo uma varinha.

— Não vou querer te derrotar! – Anunciou Harry pegando os outros desprevenidos.

— COMO É? – Hermione e Rony perguntaram juntos.

CONTINUA


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Notas finais do capítulo

Meninas o que acharam?
Bem, estou digitando o próximo,logo vocês o terão!
ASSISTAM O VÍDEO DE AMOR. UM SENTIMENTO TERRÍVEL
http://lorenalimafanfics.blogspot.com/2011/11/trailer-amor-um-sentimento-terrivel.html
Blog de Lorena Lima
http://lorenalimafanfics.blogspot.com/
Beijos
Mila.