Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 28
28 Pelo Poder Indestrutível do Amor


Notas iniciais do capítulo

Mais rápido, porém, menor que o anterior, mas completamente compacto daquilo que eu me esforcei para dizer. Ai meninas, é quase inexpressível tudo que tenho a dizer, mas nao vou tentar agora, espero que gostem! Por hora, só isso =)
Boa Leitura.



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Cap. 28

— Eu vou me render. Vou encontrá-lo na floresta agora mesmo. – Admitiu Harry.

— Não, Harry, você não pode! – Exclamou Rony.

— Vocês não entendem... Sou eu o problema. Mesmo se destruirmos a cobra, ainda vai sobrar mais uma horcrux, e é imprescindível que Voldemort mesmo a destrua... – Harry levou a mão à cicatriz.

Com horror, Hermione tapou a boca enquanto lágrimas escorreram pelo rosto. Rony parecia ter ficado verde, e Draco meio fora de órbita.

Sem aviso, Harry começou a caminhar para fora do castelo, mas antes, Hermione correu e o abraçou com toda força que possuía. Rony fez o mesmo. As portas do salão principal se abriram ruidosamente, e Gina desatou a correr para Harry também, já percebendo para onde ele ia. Rony teve que segurá-la para que ela não fosse atrás.

Então, Harry alcançou a margem da floresta no que pareceu horas de caminhada, pensando em Dumbledore, em Snape e, por fim, nos seus pais e em Sírius. Pessoas que tiveram suas vidas apontadas para mesmo propósito e foram vencidas, e agora parecia tudo tão mais simples...

Harry sentiu-se tonto como se a verdade fosse o envenenando, e até pensou que morreria de infelicidade antes mesmo de encontrar com Voldemort. Mas quando se lembrou, Harry puxou o pomo de ouro que herdara de Dumbledore como se finalmente entendesse o recado nele gravado. Então ele se abriu, e a Pedra da Ressurreição pairou no ar, girando três vezes.

O encontro com seus entes queridos já falecidos aconteceu. Harry viu sua mãe, seu pai, Sírius, Lupim... As palavras deles... Os olhares, todos voltados para Harry como se estivessem demasiado felizes e orgulhosos. Talvez Harry não conseguisse entender por que não se sentia assim em relação a si próprio, mas sentiu tanto orgulho por eles terem morrido de forma tão nobre, lutando mesmo quando as forças se extinguiam, lutando não por poder ou ganância, mas por amor ao outro... Queria ser metade do que eles foram. E então Harry entendeu: tudo valeu a pena, cada lágrima de dor, cada perda. Não era realmente perda. Cada um deles haviam ido, mas ido com a satisfação de ter cumprido com seu dever, deixando um legado maior do que qualquer poder do mundo, tornando Harry quem ele era. E aquilo o inflou de coragem, na certeza de que o amor é um laço que ultrapassa o limite da morte, e o que eles tinham garantia que Harry jamais estaria só.

“Por que nós morremos te amando, filho” – disse a voz longínqua e etérea de Lílian Potter. “Você é a criatura que mais amamos em toda Terra. E esse amor estava impregnado em nossas almas tão profundamente que o trouxemos conosco. Você continua sendo amado, meu querido, intensamente”.

“E esse amor, Harry, - prosseguiu Sírius Black, - é capaz de vencer o que quer que seja, por que, daqui de onde estamos, tivemos a certeza de que não pode existir nada mais puro. E lembre-se, estamos conservados aí dentro de você. E, ah, Harry... Você é o melhor afilhado que eu poderia ter tido! Você é a melhor coisa que nos aconteceu”.

— Acham que eu vou conseguir? – Perguntou Harry, os olhos cheios de água manchando o rosto por trás dos óculos.

“Só Deus sabe, filho” – soou a voz de James Potter. “Mas se você realmente acreditar, tudo você vai conseguir! Por que as coisas que nos atingem são aquelas em que depositamos nossa credibilidade, e se você realmente acredita num futuro melhor, nada será capaz de desfazer isso, Harry... Estaremos aqui, apreciando e te protegendo o quanto mais pudermos, filho”.

— Remo... – Harry se virou para a figura levemente fúlgida de seu amigo. — E Tonks... E seu filho...?

“Ele vai ter um ótimo padrinho, eu tenho certeza – Remo piscou um olho para Harry. – Assim como também sei que estará bem amparado, e que saberá pelo quê seus pais morreram, e irá entender no futuro”, disse Remo Lupim. “Estaremos todos torcendo por você, meu rapaz”.

Harry virou-se pela última vez para a fraca figura de sua mãe, que também parecia chorar. Ela deu um lindo e leve sorriso de apoio.

“Vamos estar com você agora Harry, e sempre! Nós vamos estar lá! Vamos sim, meu querido”.

Desse modo, Harry viu as figuras de seus entes queridos se dissiparem em luz e perpassarem seu peito. Então, Harry se encaminhou até mais dentro da Floresta. Quando encontrou uma clareira, avistou Voldemort nela. Atrás dele, alguns comensais, como Belatriz e Lúcio, acompanhado da esposa Narcisa, que parecia a representação do desespero. Amarrado a uma árvore e muito abatido estava Hagrid. Voldemort deixou se expandir em seu rosto o que deveria ser um sorriso, retorcido pela maldade.

— Finalmente, não Potter? – Comentou.

Harry fechou os olhos, se mantendo à parte de qualquer coisa que Voldemort dissesse, se vedando e protegendo da maldade dele, cego pelo próprio ódio e ganância. Harry deixou que ele fizesse o que queria. Quando o corpo de Harry caiu no chão, Hagrid deu um uivo de dor e tristeza profundo. Comensais festejaram enquanto Narcisa Malfoy cobria o rosto com as mãos se perguntando desesperadamente se o mesmo havia ou não acontecido ao seu filho. Provavelmente não, por que ninguém tinha realmente noção de onde a mente de Harry vagava naquele momento.

No encontro espiritual com Dumbledore, Harry teve a confirmação de que Voldemort era uma criatura doente, refém do vício por poder, e carente de fé. Harry quis que ele tivesse tido as melhores chances do mundo, que tivesse tido no mínimo um terço de todo o amor que ele próprio teve; o que sempre o ajudou nas horas mais difíceis, e o fez recuar perante os maus impulsos. Por que “todos temos luz e trevas dentro de nós”, mas as pessoas têm “o condão de escolherem exatamente aquilo que é pior para elas”, principalmente aquelas que foram privadas do amor, da piedade, de um carinho pacificador. Pessoas que cresceram na obscuridade da razão, distante dos bons sentimentos, porém, carentes e sedentas por compreensão, consideração e apresso. Por isso não cabia a Harry julgar, mas se compadecer pela humanidade assassinada de Tom Riddle; agradecendo incessantemente por ter tido todas as chances e todos os recursos que o pobre Tom não teve.

Aquilo tudo fez Harry se sentir finalmente ele mesmo, livre da ligação, puro e unificado. Era somente Harry Potter pela primeira vez desde seu um ano de idade. Libertou-se de Voldemort!

A sensação de ter perdido mais uma parte sua finalmente cessou para Voldemort, que então fez Hagrid carregar Harry até a frente da escola, como um sádico castigo ao guarda-caça, em vista que Hagrid não conseguia crer que realmente era o fim.

A visão que os sobreviventes à primeira parte da guerra tiveram deu a sensação de que o céu tinha decidido desabar sobre suas costas. O símbolo da esperança pela qual eles todos lutavam estava ali, exposto aos seus olhos, sem vida. A figura de Lorde Voldemort em frente a isto era como ter a confirmação de que ter fé poderia ser tolice. “Quem estavam querendo enganar?”; “como poderiam ter sido tão tolos?”; “o que restava de nós?”.

Ainda assim, mesmo que esse terrível e indescritível sentimento de fim recaísse sobre todos, pode-se dizer com total e trágica certeza de que era mil vezes pior àqueles que haviam sido amigos diretos de Harry Potter. A dor havia pegado e simplesmente rasgado em dois suas esperanças, como se o amor que sentissem pelo Menino que Sobreviveu, e toda fé que depositavam nele houvesse sido arrancada de seus peitos e dilacerada, agora sangrando, postas à mercê da fatalidade.

Hermione não conseguia crer como o amor poderia ser um sentimento tão terrível. Aprontava todos os tipos de situações e provocava todas as reações possíveis. Por amor, morriam, e pelo mesmo amor, matavam. Por amor, sacrifícios eram feitos tão bruscamente que provocava dor em ambos os lados. Amor que fazia milagres acontecerem e tragédias detonarem tudo de bom que poderia haver. Amor que te coloca em uma corda bamba sem pensar duas vezes, e assopra do lado oposto para fazer tudo balançar. Amor, um desafio, um oponente a ser controlado e amansado como um animal de instintos ferinos.

O mesmo amor que a fez querer salvar Draco, no instante em que viu Harry aparentemente morto no colo de Hagrid, a fez querer ainda ter poder suficiente para salvá-lo também, ainda que não tivesse certeza se iria funcionar.

Os gritos de tristeza, somados às lamúrias de dor e guinchos de pânico, encheram o ar no momento em que os sobreviventes de Hogwarts viram seu herói jazendo no colo de Hagrid, que agora colocava o garoto no chão. O mesmo sentimento de morte desceu no espírito cansado de cada um ali, mesmo que não estivessem sofrendo um ataque de Avada. Souberam o que era estar vazio. Enquanto Voldemort se vangloriava e convocava pessoas a se unirem a ele, Draco não conseguia desviar os olhos de Harry, tendo a impressão de que ele respirava.

Entretanto, como acontece aos mais puros e vigorosos corações, o vestígio de fé se renega a aceitar simplesmente o fim daquilo que por muito tempo foi sua fonte de esperança. Não existe o fim da bondade e da persistência àquele que tem o coração no rumo certo.

— Já chega! – Decretou Neville. Sua voz se sobressaindo às risadas malévolas dos seguidores de Voldemort, pegando a todos de surpresa.

— Como disse rapaz? – Questionou Voldemort, sua voz sibilando ácida. Olhou a figura acabada de Neville com desdém. — Quem é você, a propósito?

Neville se precipitou num impulso encorajador.

— Eu sou um daqueles que não vai desistir! Essa guerra ainda não está acabada! – Risos de deboche foram ouvidos. — É verdade! O que há com vocês? – Perguntou Neville olhando seus conhecidos por sobre o ombro. — Harry deu a vida por nós! “O coração dele batia por nós”. Não vamos deixar que isso tudo se resuma ao inútil! Ainda achamos que isso aqui está errado, e agora vamos querer fazer corpo mole e desistir? Não estamos mortos! E falo por mim e por alguns aqui presentes quando digo – virou-se para os bruxos das trevas: — prefiro a morte a ter que ceder àquilo que tanto lutamos para exterminar, assim validamos a razão de todas as perdas humanas que tivemos... POR HARRY! E a propósito, eu sou Neville Longbottom.

E então Neville empunhou a espada de Godric Gryffindor e se precipitou contra o Lorde das Trevas, atiçando dezenas de outros bruxos a erguerem suas varinhas, ao passo que os comensais faziam o mesmo. Harry, retornado à consciência, ao mesmo tempo, percebendo que ainda havia coragem em seus amigos, se levantou do chão. Sentindo como se um milagre iluminasse e quebrasse as trevas, os amigos de Harry deram gritos de feliz surpresa, nem querendo entender o que tinha acontecido, ou mesmo discernir até onde ia à verdade e onde pareciam estar sonhando.

— Vamos! – Gritava Minerva. — Lutem! Lutem por Hogwarts como foram treinados para fazer! Acabem com eles! Pela Razão da Magia, nossos Espíritos Bravos e as Varinhas de Fogo! Magia Real... POR HOGWARTS!

Voldemort, tão perplexo e desprevenido erguia o braço para aplacar o golpe tolo de espada de Neville quando viu Harry correndo pela borda da área em que estavam. Ainda tentou atacá-lo, mas Harry o atraía para longe de seus amigos inocentes.

Voldemort ameaçou atacá-lo pelas costas, mas Hermione se precipitou e, estendendo as mãos, bloqueou o feitiço devolvendo-o para Voldemort, que o desviou. Possesso, Voldemort se viu dividido entre o ódio pungente pela ousada e impertinente Hermione Granger, e a fugaz chance de acertar um feitiço de vez em Harry Potter.

Novamente a guerra irrompeu. No meio da confusão, era atacar ou morrer.

Jacques Malfoy apareceu meio atrasado, ladeado por Aberforth Dumbledore, mas bem a tempo de lutar contra o traidor Edward Scott e uma horda de dementadores, respectivamente. Jacques derrotou Edward Scott em três golpes. Molly Weasley defendia a filha dos ataques anti-traidores-do-sangue de Belatriz com audácia e vigor, enquanto Gina batalhava para se defender de outros comensais. Jorge e Percy Weasley lutavam contra o Comensal que matara Fred e mais dois estranhos. Hermione, lutando sem varinha, acertou um golpe feito em Lúcio Malfoy, inspirada pelas lembranças ruins de Draco que ela vira.

Belatriz foi feita em pedaços pela Srª. Weasley. Rony derrotava Yaxley e Neville acabava de cortar Nagini ao meio, salvando Hermione e Rony de um ataque covarde pelas costas. E no meio disso, Harry procurou por Draco, enquanto Voldemort procurava por ele. Mas Harry encontrou o rapaz Malfoy primeiro, acabando de derrotar um dementador, o que era surpreendente. Mas não tinha tempo para ficar surpreso demais, então Harry correu até as costas de Draco e puxou sua varinha de sua mão, sabendo que não podia agir de frente, senão o “roubo” não valeria. Draco ficou por um momento embasbacado e teve de refrear o primeiro impulso de lutar pela posse de sua varinha. Mas entendeu depressa a intenção de Harry. Praticamente ao mesmo tempo, a Varinha das Varinhas, na mão de Voldemort, dava defeito outra vez, o que o fez encontrar Harry imediatamente.

A guerra ficou estática por um momento, enquanto todos viam Harry e Voldemort se desafiando. Finalmente as coisas pareciam se encaixar. E aconteceu: as duas varinhas projetaram feitiços que colidiram entre si. Voldemort parecia regozijar antes do tempo, sabendo que seu Avada não poderia ser menos forte que o possível feitiçozinho (talvez estuporante) de Harry, que era bom demais para usar a principal Maldição. Mas Voldemort estava errado de novo.

O feitiço ricocheteou, e a Varinha das Varinhas voou para o real dono assim que Voldemort se desfazia em cinzas pela própria maldição.

Por que quando a ambição é tanta a ponto de cegar, o mais óbvio dos riscos é ignorado pela excitação e a consequência do impulso ecoa direto para seu precursor.

E então, todos os presentes assistiram abobalhado à cena mais forte de suas vidas. A fumaça negra se dissipava e virava cinza no chão, todos os malfeitos de Voldemort o consumiram, tornando-o o reflexo de seu espírito retalhado, desintegrado. A ideia de que tudo estava finalmente acabado demorou alguns segundos, que pareceram horas, para cair à mente dos presentes. Era maravilhoso demais para ser verdade depois de mais de dezessete anos sob ameaça das trevas. Muitos comensais morreram logo em seguida, outros se suicidaram.

Foi como se os raios de sol naquele amanhecer recaíssem sobre um novo mundo. O ar parecia mais limpo, o silêncio se fazia predominante em meio à perplexidade. No coração de Harry, a certeza de que seu feito não foi mais que resultado das forças de todos que amavam, pelos vivos e mortos que habitavam seu coração e mente. Para Hermione, Rony e os amigos mais chegados de Harry, tudo ainda parecia incrivelmente surreal, era um sonho. Mas de um modo geral, todos ali tinham os corações inchados por Harry, ainda que fosse de uma gratidão rancorosa, ou um amor incondicional. Para Harry significava finalmente ter as portas de um futuro cheio de possibilidades à frente. Finalmente a vida esperava!


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Notas finais do capítulo

Então!!!!!!!!!!!
Antes de mais nada vamos esclarecer que esse NÃO É o último capítulo e a história não acabou!!!!
Quero opinião de vocês! Por que eu tenho meus planos, mas gostaria de ler sobre suas perspectivas para seus personagens "principais", por que não quero desapontar ninguém (mas também não prometo que não vou dar susto em algumas...) rsrsrs
Por favorzinho a essa autora necessitada! kkk
Abraços querida!
Mila.