- Não tem olhos solares, o meu amor;
             Mais rubro que seus lábios, é o coral;
            Se neve é branca, é escura a sua cor;
            E a cabeleira ao arame é igual.

        Vermelha e branca é a rosa adamascada
        Mas tal rosa sua face não iguala;
       E não há fragrância bem mais delicada
       Do que a do ar que minha amante exala.

Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando
Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslizando,

Mas minha amada caminha no chão.

Mas juro que esse amor me é mais caro,
          Que qualquer outra à qual eu a comparo.

                William Shakespeare

  Edward Anthony Masen Cullen

 Pov. Edward Cullen

  - Sabe aqueles dias em que você acorda e sabe que algo vai acontecer? - E que vai mudar o rumo de sua vida?

 – Pois é! – Hoje quando acordei eu tive uma impressão tão estranha!

 É como se eu estivesse prestes á perder algo que me é muito valioso!

 Quando desci para a cozinha, ainda nem eram cinco horas da manha, e muito provavelmente Irma não tinha acordado ainda! – Eu fiz um café e tomei uma xícara, e enchi outra e subi para meu estúdio. Pois estava sentindo que precisava compor. – Compor uma nova musica!

 Foi na musica que me mantive lúcido nesses últimos anos! – Foi com minha musica que não enlouqueci nos momentos em que parava e me via sozinho: - sem ela ao meu lado! E nos momentos em que pensei que não agüentaria viver sem ela!

 Até hoje eu ainda não consegui esquecê-la, e talvez nunca á esqueça: - apesar de nem querer esquecê-la, pois é a lembrança dela, que me faz acordar todas as manhãs!

 – Sonho com ela todos os dias de minha vida! – E seus olhos me perseguem noite e dia onde quer que eu esteja. E eu consigo visualizar eles até de olhos fechados.

 Mas hoje; eu acordei me sentindo diferente, sinto que preciso compor; compor para um alguém especial, só não sei quem é?

 Me, sentei ao piano e peguei meu bloco de notas. - E quando a Irma bateu na porta me chamando para tomar café da manhã, eu já tinha uma musica com uma melodia tão melancólica que mais parecia um lamento. – Parei e desci, pois hoje era o dia do meu concerto.

 - Irma você sabe o que a Lizzie está programando para hoje á tarde?

 - ela esta pensando em ir ao museu senhor Cullen.

*

*

*

   Continuação do pov do Edward

   Quase dezesseis anos atrás

 Eu já estava quase um mês no Caribe, mais precisamente em um dos resorts de minha família. Meu avô gostava de nos ter próximo a ele, e todos nós trabalhando. Eu ficaria somente mais três dias e ai meu irmão mais velho viria e ficaria um mês também e depois minha irmã caçula, Alice viria trabalhar aqui pela primeira vez, pois todos nós vínhamos, ao resort ao completarmos quinze anos, e ficávamos por um mês.

 Eu não via á hora de voltar para casa e contar as novidades a minha mãe e dizer a ela as ondas que havia pegado, ela ficaria fascinada com as minhas façanhas.

 Não sei por quê? Mas eu e a mamãe éramos muitos unidos eu não fazia nada sem ela; e não fazia nada sem contar á ela também, pois tinhámos uma ligação mistica.

 Foi assim quando eu conheci a Marie. Eu estava indo para meu quarto quando literalmente ela caiu em meus braços e foi como se ela sempre tivesse pertencido á eles: - e eu nem acreditei quando ela me convidou para estar com ela na praia mais tarde!

 E eu mais do que depressa aceitei, antes que ela desistisse, e sai em direção ao meu quarto e fui logo ligando para minha mãe e falando para ela que eu havia acabado de conhecer a mulher da minha vida!

 E ela me perguntou como eu havia reconhecido que ela era a escolhida?   Eu falei a ela que quando ela tropeçou e foi parar em meus braços, eu senti que era em meus braços que era seu lugar e que quando ela saiu: eu me senti sozinho e vazio!

 Quando chegou a noite e nós, nos encontramos na praia eu me perdi de vez naquele mar de chocolate que eram seus olhos, quando nossos olhos se encontraram ela estendeu suas mãos em minha direção e eu as peguei e quando vimos já estávamos nos amando nas areias da praia.

 E nós nos completávamos de forma que nunca pensei ser possível.

 Nós nos amamos até o raiar do dia e voltamos ao resort e tomamos café da manhã juntos e logo já era hora de voltarmos aos nossos afazeres.

 Hoje era um dia desses em que eu não queria ter prometido a toda a minha família que iria me comportar como um funcionário qualquer, hoje eu queria dizer que me chamava Edward e não Anthony, apesar de me chamar Edward Anthony, eu havia prometido que jamais em hipótese nenhuma eu diria meu nome completo e como era conhecido, pois todos conheciam os cullen, mas ninguém conhecia os Masen.

 Fico me perguntando, se eu tivesse falando a Marie meu nome completo se ela teria me achado, pois sinto que ela me procurou e não me achou.

 Assim como eu a procurei incessantemente e nunca a encontrei.

 Todos os anos eu volto ao resort tanto no inverno como no verão e ela nunca mais apareceu! Minha família nunca ficou sabendo da existência da Marie! Só minha mãe: mais ela não teve tempo de contar a ninguém.

 Ela se foi antes mesmo de ver o brilho radiante que Marie havia colocado em meus olhos. Foi por causa da minha mãe que deixei a Marie sem nenhuma explicação!

 Eu havia combinado com a Marie que ficaria com ela ate acabar seu trabalho de verão e depois nós iríamos para a faculdade juntos. Mas, quando o sábado chegou e era por volta de nove horas da manhã eu estava com a Marie, quando recebi um telefonema de casa falando o que tinha acontecido á mamãe, pelo meu pai.

*

 E meu mundo acabou.

 Simplesmente acabou!

*

*

*

 - Eu não me lembro o que falei a Marie, só me lembro de seus olhos arregalados quando eu me virei e sai correndo á deixando sozinha.

 Até hoje me pergunto o que será que ela sentiu ou o que ela pensou ao meu respeito por tê-la; deixado sozinha!

 Mas eu sei se eu tivesse me encontrado com ela em algum momento; ela teria me entendido e teria me perdoado facilmente, quando eu contasse o porquê de tê-la deixado sem nenhuma explicação.

 - Eu voltei ao resort dez dias depois que havia saído e a Marie simplesmente havia evaporado e quem se lembrava dela havia me dito que ela havia ido embora três dias depois que eu tinha ido.

 E ate hoje eu relembro os momentos que passei ao seu lado! E ao mesmo tempo eu também relembro o que aconteceu para eu tê-la abandonado sem nenhuma explicação, mas eu era jovem e inexperiente, e nem percebi que talvez eu tenha magoado ela por deixá-la sem explicação pelo modo abrupto com que sai de lá!

-  Hoje reparo que fui um verdadeiro covarde, e que talvez para ela eu tenha sido um verdadeiro canalha, mais eu não era um canalha, eu só não tinha estrutura psicológica para assimilar o recado que recebi lá de casa por meu pai.

 Mais até hoje eu a procuro em todas as pessoas em que me encontro.

 Fico pensando o que teria sido da minha vida se nós dois tivéssemos ficado juntos.

 - Como seria a minha vida hoje?

 De uma coisa eu tenho certeza, á Lizzie estaria com a gente: e talvez ela até tivesse uma irmã ou um irmão, que é seu maior sonho, pois ela se sente sozinha.

 Mas quando ela me pergunta se eu penso em me casar; eu sempre respondo que se eu encontrasse a mulher de minha vida eu me casaria.

-  Eu só nunca lhe disse que essa mulher tem um nome e um rosto!

 Guardo a Marie como se ela fosse meu maior tesouro.

 Ninguém nunca soube sobre ela. E talvez nunca ninguém venha á saber!

 - O engraçado é que hoje eu acordei diferente e com uma sensação tão estranha! E quando fui ao shopping me encontrar com minha filha e meu irmão, outra vez os olhos da Marie me perseguiu.

- Eu os vi no garoto que é protegido por meu irmão.

- O olhar dele foi tão penetrante e tão impactante: que parei de raciocinar e só voltei a mim mesmo, quando vi a aflição de meu irmão!

 E quando ele se ajoelhou na frente do garoto. O garoto estava passando mal!

 O interessante ou incrível, pois não sei que palavra usar: é que o garoto antes de desmaiar me olhou de uma forma muito penetrante e foi para mim seu último olhar.

 - Eram os olhos dela! Disso eu tenho certeza!

 Depois meu irmão me pediu para ligar para a família do garoto. E quando liguei eu falei com uma mulher, e disse á ela o que tinha acontecido!

 E eu só disse á ela, que o garoto que o Emmett cuidava, tinha passado mal, e ele o estava levando ao hospital. E ela me falou em qual hospital meu irmão havia ido.

 - Me; dirigi para lá, pois tinha que entregar seu celular e pegar minha filha e levá-la para casa, antes de ir para o trabalho.

 Chegando lá minha maior surpresa foi saber pelo o Emmett que o pequeno garoto tinha o mesmo tipo sanguíneo de quase todos da minha família! Pois, minha irmã Alice, e meu pai, também tinham sangue AB-. E isso era raro!

- E minha filha me pediu para fazer uma doação de sangue para o garoto que é seu amigo.

 E não era somente que eu não quisesse fazer a doação de sangue, pois sou doador regular! Era somente por que faltava apenas quatro horas para minha apresentação, e sempre é bom ter um descanso logo após doar sangue!

 - Mais vi á tempo a idiotice que eu estava fazendo, me recusando a fazer a doação nesse exato momento, para o garoto, e resolvi fazer logo: pois a vida não espera.

 - E outra: o garoto tinha me cativado. E foi quando subimos para fazermos a coleta do sangue!