Ich Liebe Dich - One Song For You escrita por dastysama


Capítulo 23
Capítulo 23 - Jeanne


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo revelador, mas ainda tem muito o que descobrir!



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Ainda bem que eu tinha dinheiro no meu bolso, com isso eu pude pegar um táxi que me levaria até a casa do Bill, eu não conseguia parar de chorar por mais que eu tentasse, não queria preocupá-lo, mas era que tudo aquilo era tão injusto! Eu me dediquei para ganhar aquele concurso de piano e eu perdi, me dediquei nesse Colégio para mostrar que não escolheram uma má aluna e descubro que ainda estou em segundo plano.

E o pior era saber que talvez o que estava acontecendo de sobrenatural é por que Jeanne não quer ninguém substituindo ela, também, parece que sou ela. Agora eu estava me lembrando, aquela vez que Sylvia errou meu nome era por que eu parecia com a filha da diretora e talvez Senhora Ingrid só gostasse de mim por que ela conviveu com a garota também.

Quando avistei a casa dos Kaulitz, eu pedi para que o táxi parasse, eu paguei o motorista e saí apressada do carro, fui até a casa e toquei a campainha, tentei não chorar, mas quando o vi atender a porta eu só queria que ele me abraçasse e me consolasse.

- Dasty? – disse Bill – O que está acontecendo? Por que está chorando?

- Bill eu fui enganada o tempo todo, tudo era uma farsa!

- Vem comigo – disse ele me puxando.

Pelo visto não tinha ninguém em casa além dele, também era quase três horas da tarde, subimos as escadas e Bill me levou até o seu quarto, ele me fez sentar em sua cama enquanto sentou em uma cadeira na minha frente.

- Me conte o que aconteceu, calmamente – disse ele limpando minhas lágrimas.

- Sabe aquela história que eu te contei sobre o fantasma da filha da diretora do meu Colégio?

- Sim, lembro, você descobriu que isso é uma farsa? – disse ele tentando associar alguma coisa.

- Não, era verdade. Nós fizemos uma expedição pelo Colégio e durante a noite eu ouvi um piano tocar, ele tocava uma música que eu toquei uma vez em um concurso de piano. Mas depois o piano parou de tocar e um vento enorme quase nos fez ser levado para longe, com certeza isso não era uma coisa normal.

- O que?

- Sim, foi isso mesmo que aconteceu! Então eu comecei a tentar pesquisar sobre ela, descobrir por que de alguma forma nós estamos ligadas, mas não achei nada. Então ontem eu achei na biblioteca um pedaço de jornal onde finalmente descobri mais sobre ela. Ela se chama Jeanne e morreu atropelada.

Bill arregalou os olhos e ficou pálido de repente, percebi que ele ficou totalmente constrangido, desviou o olhar por um segundo de mim e depois voltou a me fitar.

- O que foi, Bill? – eu perguntei sem entender a expressão dele.

- Nada, continue, Dasty.

- Bem, logo depois percebi que junto ao jornal, havia outra notícia, dessa vez sobre mim, de como eu tinha passado para as finais do Concurso de Piano. Anne me ajudou nessa, há outra ligação entre Jeanne e eu, ela morreu em Magdeburgo e se eu tivesse ganhado o concurso eu teria ido para esse mesmo lugar.

Bill continuava em silêncio, me fitando um pouco ofegante, eu não entendia por que ele estava daquele jeito.

- Então hoje eu fui até a sala da diretora, achei mais notícias sobre mim, na época que eu participava do concurso e então achei uma notícia que me deixou mais abalada: quem ganhou o concurso foi Jeanne. Naquela sala também havia uma cortina roxa e eu a puxei... Bill Jeanne era idêntica a mim, não mudava quase nada, só o tipo de cabelo e a cor dos olhos.

- Mas por que isso te incomodou? – perguntou ele quando viu uma lágrima saindo de meus olhos.

- Por que eu só fui escolhida para ir nesse Colégio por pena e por ser parecida com Jeanne. Eu não fui escolhida por ser inteligente, dedicada, mas sim pela minha aparência. Mais uma vez fiquei em segundo lugar, mais uma vez não cheguei ao topo...

- Dasty – disse Bill me abraçando – Não se importe com isso, você é você, Jeanne é Jeanne, se você chegou até aqui foi por que mereceu e não a custa de outras pessoas.

Eu o abracei firmemente, eu não queria perdê-lo, deixei-me ficar naqueles braços que iam me acudir quando eu precisasse, então eu vi o anel no meu dedo e lembrei que Jeanne tinha um igual.

- Mais uma coisa – eu disse – Ela tinha um anel igual ao meu.

- O que? – disse Bill fitando meu anel, o nosso anel de namoro.

Ele perdeu a fala naquele momento, seus pulmões inflaram e percebi ele tremer, eu o olhei tentando entender o que estava acontecendo. Espera um pouco... Madgeburgo era o mesmo lugar que Bill morou na infância, onde a banda Tokio Hotel se formou...

- Você... Você a conheceu? – eu perguntei temerosa, mas ele não respondeu, ele apenas abaixou a cabeça – Meu Deus, Bill... Você a conheceu!

- Dasty... Eu tive um namoro muito breve antes de virar famoso – disse Bill mordendo os lábios antes de continuar – Mas você não vai encontrar sobre isso em revistas ou sites, por que poucas pessoas sabem sobre isso.

Eu senti um baque no meu estômago sobre isso, comecei a passar mal, mas continuei o encarando, até que eu recebesse tudo na minha cara.

- O Tokio Hotel começou a ficar famoso, eu tinha uns quinze anos nessa época e eu ouvia muito falar sobre um concurso de piano, apesar de eu não ligar muito eu soube da notícia que uma garota de Hamburgo havia ganhado o concurso. Ela iria tocar em um dos teatros da cidade e minha mãe que vinha acompanhando esse concurso desde sempre, quis assistir e nós fomos.

- Então você a viu – eu disse amargamente.

- Sim, ela tocava muito bem e me apaixonei por ela desde o primeiro instante, quando acabou o recital, eu tentei invadir os bastidores e procurar por ela, eu precisava vê-la. Então conheci Jeanne, eu fui atrás dela e falei que adorei as músicas que ela tocou, no começo ela não tinha ido muito com minha cara apesar de me agradecer sempre por ter gostado da música dela, mas logo...

- Ela se apaixonou por você – eu completei a frase, eu não sabia de onde eu tirava forças para falar alguma coisa.

- Sim, mas por causa de muitas críticas sobre esse concurso que diziam que quem devia ter ganhado é a segunda colocada que precisava mais da bolsa do que Jeanne, a mãe dela decidiu dar a bolsa para você e fazer Jeanne voltar para Hamburgo, já que ela tinha muito dinheiro, a garota poderia ter aulas de piano. Mas Jeanne queria ficar e implorou para a mãe dela para aceitar a bolsa e vir estudar naquela escola de música, então ela se mudou para o próprio Colégio que sua mãe era dona.

- Para o quarto 483, por isso que um dos seus CDs se chama assim não é? Por causa dela.

- Sim, o mesmo número do quarto que ela tinha em Hamburgo foi o de Magdeburgo.

Todas aquelas músicas que pertenciam ao Zimmer 483, que ele cantou para mim, que me fez se apaixonar mais e mais por ele, na verdade já pertencia a outra pessoa. A minha música, Nach dir Kommt Nichts, a que tentava dizer que odiava uma pessoa, mas amava, era para ela, mesmo na nova versão, aquela música já pertencia a Jeanne como tudo a minha volta.

- Logo começamos a namorar e tudo foi mil maravilhas até a ela contar a mãe dela tudo. Ela não gostou de mim, enchia a cabeça de Jeanne que eu não era para ela, que eu era um garoto estranho e agora famoso que logo eu ia a abandonar.

Agora eu compreendia o ataque da diretora, ela me havia visto no lugar de Jeanne, ela tentou tirar Bill da minha vida do mesmo jeito que tentou tirar ele da vida dela.

- Até que Jeanne não agüentou mais, e me abandonou – disse Bill percebi uma lágrima sair dos olhos dele – Ela achou que seria o melhor para nós, ela disse que não me amava mais, mas eu sabia que era tudo mentira. Ela jogou o anel que eu dera a ela em mim e foi embora, eu tentei correr atrás dela, pedir que ela voltasse, que ela pensasse sobre isso. Mas aquele dia nevou muito, era impossível ver por onde estava andando e ela não viu o caminhão que a atingiu.

Eu não consegui mais segurar minhas lágrimas, eu as deixei cair conforme algumas frases confusas vinham em minha mente, me despertando de algo que eu não lembrava.

“Como isso pode estar acontecendo novamente? Por quê? Duas vezes a mesma coisa!”

“Tom, ela parou de respirar em meus braços, você sabe como é acontecer isso duas vezes na sua vida?”.

“Dasty não é ela, Bill”

- Eu a vi morrer na minha frente, só vi sangue espalhado pela neve e ela já sem conseguir respirar, eu a peguei nos meus braços implorando que ela vivesse, eu disse que ela não podia me deixar por que eu a amava, mas ela apenas olhou para mim, deixou cair uma lágrima e morreu – Bill chorava tanto quanto eu, ele estava magoado – Minha vida tinha acabado, eu fui ao enterro dela em Hamburgo, a mãe dela jogou tudo na minha cara dizendo que eu era o culpado, mas eu estava acabado demais para revidar ou me importar com aquilo.

- Por isso você não teve mais relacionamentos, ficou traumatizado.

- Sim, foi por isso...

- E por isso que gostou de mim, por que era como se Jeanne tivesse ressuscitado, não é? – apesar de eu não querer falar isso, eu soltei o que estava me esfaqueando por dentro – Você não me ama, Bill.

- O que? Dasty não fale isso...

- O que você pensar amar é uma parte que corresponde a Jeanne, eu não sou ela, posso parecer, mas sou outra pessoa. E você está apaixonado por ela não por mim.

- Dasty, pare com isso! Isso não é verdade – disse ele tentando me abraçar, mas eu me soltei dos braços dele.

- Bill, se eu não fosse igual a Jeanne você nunca teria me dado atenção aquele dia na boate, nunca me convidaria para sair com você e nunca teria me procurado no dia seguinte. Eu seria apenas uma garota a mais na sua vida, só isso, você apenas iria me salvar e depois ir embora.

- Eu sei que você não é ela, e não fale assim, eu te amo de verdade e...

- Você nunca teria me procurado Bill, nunca. Isso é a verdade, novamente estou em segundo lugar, eu não seria capaz nem de conquistá-lo!

- Pare, isso não é verdade! E se eu não fosse famoso? Você daria a mesma atenção que me deu aquele dia na boate, ou só me acharia um estranho?

- Você está querendo dizer – disse eu me levantando – que só dei atenção para você por que você é famoso e rico? Bill enquanto muitas pessoas têm péssima impressão quando o vê pela primeira vez, eu não tive! Eu me apaixonei pelos seus olhos desde a primeira vez que te vi pela TV, sei que não se compara a te ver pessoalmente, mas para mim já bastou.

Eu caminhei até a porta cambaleando, me segurei na parede, eu estava totalmente ferida por dentro, tudo que eu havia criado durante esses meses, havia desmoronado em um só dia.

- Dasty, por favor, eu te amo! – disse ele suplicante – Precisamos conversar...

- Bill – eu disse me virando para ele – Eu te amo de verdade, mas o que você sente por mim não passa de algo criado por você, é uma continuação pelo amor de Jeanne. Como vou continuar a viver, sabendo que quando você me beijar e me tocar, na verdade pensa em outra?

Eu estava aos prantos, peguei o anel do meu dedo e não joguei nele, ele não tinha culpa de nada, era eu a perdedora, não ele, coloquei o anel cuidadosamente na mesinha e descia as escadas correndo.

- Dasty! Volte aqui, Dasty! – gritou ele tentando correr atrás de mim.

- Bill, me deixe em paz, por favor!

Na mesma hora que eu ia abrir a porta, a porta foi aberta por Senhora Kaulitz e Tom, eu passei por eles chorando e saí correndo sem olhar para trás, não queria colocar eles em algo que eles não tinham nada a ver. Ouvi os gritos de Bill atrás de mim, mas eu corri mais rápido, vi um táxi e entrei dentro dele, só vi Bill chegar perto do carro e pedir para que eu abrisse.

- Motorista, por favor, pisa no acelerador! – eu gritei e o carro foi embora.

Eu não tinha para onde ir, por onde eu passava tudo parecia estar escrito que pertencia a Jeanne, eu queria ir embora daquele lugar, mas não importava para onde eu fosse, a imagem de Bill chorando ficaria em mim para sempre. Meu coração estava dilacerado, morto, eu havia lutado para não me apaixonar, para eu nunca me ferir e agora eu havia morrido por completa, eu sabia dentro de mim que eu nunca iria voltar a amar novamente.

 

Eu pedi para o motorista me deixar nas proximidades do Colégio, era o único lugar que eu poderia ir até conseguir voltar para o Brasil, eu poderia ser idiota de abandonar aquela oportunidade, mas pelo menos no Brasil eu era a Dasty, eu não vivia a sombra de ninguém.

Fui até a praça que tinha perto dali, sentei em um dos bancos e fiquei a chorar. Por que aquilo tinha acontecido justo comigo? Eu amava Bill demais, mais do que antes, mais do que a época que não passava de um pôster sem vida no meu quarto, mais que minha própria vida. Ele era tudo que eu tinha e precisava e eu achava que ele pensava o mesmo de mim.

Mas a cada olhar, cada elogio, cada ato que ele fazia era marcado por aquele passado que o machucava e me atormentava igual a uma tatuagem de fogo. Ele podia me esquecer, sobreviver como sobreviveu quando perdeu Jeanne, mas eu nunca poderia, eu nunca tive um amor de verdade na minha vida, não importava em que caminho eu andasse eu sempre carregaria aquele fardo dizendo o quanto fui feliz e não aproveitei.

Eu podia voltar e pedir que ele me perdoasse, que foi coisa do momento, mas não era, ele não me amava, apesar de meu coração insistir que eu estava agindo como uma idiota, minha razão rebatia dizendo que eu fiz a coisa certa. A maioria das pessoas me diziam que Bill não era para mim, mas era o contrário, eu nunca fui para Bill, ele era uma pessoa carinhosa, carismática que sempre estava preocupado, ele era a minha dose diária de amor e felicidade, mas eu não era tudo isso para Bill, eu não passava de uma garota na vida dele.

Eu me levantei totalmente derrotada, mas eu não ia sair de cabeça baixa, eu tinha perdido tudo, mas não ia dar o gostinho da vitória para Jeanne, eu ia enfrentá-la agora mesmo.


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Notas finais do capítulo

Eu chorei nesse capítulo gente, mesmo, foi tão profundo ='[



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