Ich Liebe Dich - One Song For You escrita por dastysama


Capítulo 22
Capítulo 22 - O quadro


Notas iniciais do capítulo

Capítulo extremamente revelador! O_O



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Por mais que eu quisesse que eu me curasse, ao mesmo tempo eu adiava o momento que eu pudesse voltar novamente a ativa, mas depois de quase um mês eu já me sentia melhor, eu não tive mais falta de ar e só as vezes eu sentia pontadas do meu pulmão, mas tudo estava bem comigo.

Anne ficou esse mês todo comigo, me fazendo companhia e às vezes sumindo com Tom, eu não me importava de ela estar de caso com ele, na verdade eu só queria vê-la feliz.

Decidi finalmente sair da casa dos Kaulitz, por que eu estaria atrasada com a matéria do Colégio e com certeza eu estava atrapalhando a vida do Tokio Hotel, que tinham que viajar e fazer entrevistas. Naquela primeira semana de Março que finalmente eu voltei ao Colégio, eu nunca pensei que seria a mais corrida e confusa da minha vida, por que tudo foi jogado na minha cara como um balde de água fria e eu nem pude lutar contra aquilo.

O primeiro dia de aula foi só cumprimentos de meus amigos, dizendo que estavam feliz em me ver novamente, tive até uma festa na primeira aula, onde o bolo era em forma de um lago de neve e os bonequinhos em cima era nada mais e nada menos que Bill e eu. A melhor parte do dia foi ver Senhora Ingrid correndo até a mim e me abraçando.

- Dasty, graças a Deus! – disse ela com lágrimas nos olhos – Você está ótima, superou tudo aquilo.

- Sim, estou muito melhor! Senti sua falta Senhora Ingrid!

- Você não sabe como fez falta, eu não escolhi ninguém para te substituir, eu esperei o momento que fosse para te rever.

- Fico feliz Senhora Ingrid, pode ter certeza que ainda sou capaz de cuidar da biblioteca!

Eu adorava trabalhar na biblioteca e fiquei feliz em saber que ninguém havia tomado meu lugar ali, eu pensei que ia encontrar enormes pilhas de livros para eu colocar em seus devidos lugares, mas eram poucos, pelo visto Senhora Ingrid sabia se virar sem mim para ajudar. Consegui terminar o trabalho no mesmo horário de sempre, como sobrava ainda mais um tempinho eu fui para a minha salinha de livros velhos.

Comecei a folhear os livros em busca de um novo para eu ler, quando puxei um maior e vi algo cair no chão, uma folha de papel havia saído do livro, peguei para colocar no lugar que tinha saído, mas notei que não era uma folha do livro e sim um jornal, então eu li.

 

“Garota morre por atropelamento: Jeanne Rosental, filha de uma das diretoras mais famosas da Alemanha, Helene Rosental (com Colégios em Hamburgo, Leipzig e Madgeburgo), nessa noite foi atropelada durante uma tempestade de neve em Madgeburgo. A garota foi ferida gravemente e morreu no mesmo instante, o corpo será levado para Hamburgo onde será enterrado em uma grande cerimônia”.

 

Eu tremi e deixei cair a folha no chão, eu havia encontrado a prova sobre a filha da diretora e ela se chamava Jeanne! Mas onde eu havia ouvido sobre esse nome antes? Ah, sim! Jeanne é o nome de Joana d’Arc em francês, por isso que A donzela de Orléans também era um dos livros favoritos daquela garota. Peguei a folha novamente, só havia aquela notícia sobre ela, mais nada, nem um retrato, enquanto eu tentava procurar mais coisas sobre Jeanne, a Senhora Ingrid me chamou.

- Dasty? Você está aí? – perguntou ela.

- Sim, estou.

- Já está na hora de fechar a biblioteca.

- Estou indo, senhora Ingrid – eu disse enfiando o papel no bolso e saindo da salinha.

- Dasty, hoje a diretora está numa reunião, mas amanhã ela quer vê-la, dar as boas-vindas – disse ela enquanto eu fiquei um pouco tremula ao ouvir o nome da diretora.

- Obrigada por me avisar, vou vê-la sim.

A noite inteira eu fiquei fazendo lições e pegando as matérias que eu tinha perdido, fiquei sem sono ao saber finalmente da história de Jeanne e pelo visto a Diretora não tem muito a ver com a história, já que a garota foi atropelada, a não ser que foi a própria mãe que a atropelou, mas duvido. Talvez a minha participação nessa história toda era descobrir o mistério que tinha por trás disso e finalmente fazer com que o fantasma de Jeanne Rosental descansasse em paz.

Não ia ser fácil decididamente, mas eu tinha que descobrir mais sobre esse caso, amanhã eu vou falar com a diretora e tentar tirar algum proveito dessa conversa, ela vai me dar alguma pista do ocorrido.

***********************************

Era o último dia de Anne na Alemanha, por isso antes de começar a aula ela veio me ver para se despedir, é claro que enquanto eu me arrumava eu ia contar tudo o que eu sabia.

- Anne – eu disse pegando o jornal do bolso do meu casaco – Olhe isso!

- Meu Deus! É a garota, não é? Então o nome dela é Jeanne?

- Sim, eu achei isso na biblioteca. Anne isso este me deixando maluca, enquanto eu não descobrir o por que de tudo que está acontecendo, eu não vou ficar em paz.

- Tem duas folhas coladas... Você percebeu? – disse Anne tentando descolar outro pedaço de jornal que estava grudado.

Eu fui até ela e peguei o pedaço de jornal, com cuidado eu desgrudei os dois e vi a outra notícia que estampava o jornal, esse segundo era mais velho que o outro. Só que esse era sobre mim: “A candidata brasileira passa para as finais”. Era sobre o concurso de piano que eu participara, que eu havia tocado Tristesse, mas por que aquele jornal estava com o outro?

- É sobre mim, Anne – eu disse mostrando para ela.

- É sobre aquele concurso que você participou! – disse Anne – O que iria acontecer se você ganhasse?

- Não lembro, eu ia para uma escola de música eu acho...

- E onde ficava?

- Eu não lembro... – então algo veio na minha cabeça – Madgeburgo, a Escola ficava lá...

- Justo onde Jeanne Rosental morreu. Dasty, você tem que descobrir o que está acontecendo, as coincidências estão ficando maiores a cada instante.

- Eu sei, Anne, vou tentar descobrir tudo isso, dessa noite essa história não escapa!

Durante a Educação Física, eu decidi ir falar com a diretora, eu estava me matando de curiosidade, eu precisava saber sobre essa história, cada vez mais Jeanne tinha algo a ver comigo. E eu precisava saber disso o mais rápido possível, eu não conseguia mais prestar atenção às aulas.

Atravessei o corredor que tinha os quadros dos diretores passados, eles davam medo mesmo, mas todos não passavam de pinturas, enquanto Jeanne era muito mais real. Dessa vez eu parei no armário de prêmios do Colégio e vi o prêmio que Jeanne havia ganhado, ela tinha ajudado na reconstrução de um Hospital falido, pelo visto ela era uma boa pessoa.

Sylvia não estava em sua mesa, então decidi bater na porta da diretora, mas ninguém veio atender, então olhei para os lados e decidi entrar. A sala dela estava sobre uma escuridão enorme, procurei pelo interruptor, então finalmente consegui acender a luz.

A sala estava vazia, não havia ninguém ali, então tive uma idéia que poderia me causar problemas, mas eu decidi efetuá-la, eu iria procurar vestígios e provas naquela sala sobre Jeanne. Fui até a mesa da diretora e vagarosamente fui abrindo as gavetas que tinham ali, só havia papéis e mais papéis, até que bem embaixo eu achei jornais e revistas.

Eram todos sobre mim, eram notícias antigas de como eu tocava bem, de como com certeza eu iria ganhar aquele concurso, existiam muitas folhas de revista de críticas sobre mim, todas boas. Por que ela tinha aquilo guardado? Os jornais diziam a mesma coisa, sobre como fui a ganhadora do Brasil, como eu estava nas oitavas de finais até a grande final, e o último sobre como eu havia perdido, que acharam uma injustiça.

Então achei algo que me deixou boba, havia uma notícia não sobre mim, mas sobre Jeanne: “A grande ganhadora do concurso Anjos tocadores de teclas foi Jeanne Rosental, com seu jeito gentil e carismático ela conquistou os juízes e ganhou o primeiro lugar. Mas achei injustiça de certa parte, Jeanne já é uma garota rica, deveriam ter dado a bolsa para a segunda candidata que em minha opinião tocou bem melhor...”.

Ela que havia ganhado o concurso, eu tinha perdido para ela, eu lembro que nem quis saber o nome da ganhadora, eu estava tão crente que iria ganhar que quando soube que perdi fiquei decepcionada. Todos disseram que segundo lugar já era ótimo, mas era meu grande sonho ser pianista, eu havia perdido uma grande chance.

Sentei na cadeira, e guardei os recortes de revistas e jornais, será que a Diretora Rosental me deu a bolsa nesse Colégio por que se sentiu culpada de a filha rica dela ter ganhado e eu ter perdido uma ótima oportunidade? Eu não sabia responder, mas faltava algo que eu tinha que fazer.

Eu encarei as cortinas roxas, aquelas que ficavam sobre alguma coisa que ninguém sabia, não importava a conseqüência, eu queria saber o que havia ali, o que a Diretora tentava esconder e que faziam todos daquele Colégio morrerem de curiosidade.

Então eu puxei as cortinas e encarei um quadro, meu pulmão sentiu uma fisgada forte e eu caí com tudo no chão, eu não acreditava no que eu estava vendo. A pessoa que estava no quadro decididamente era Jeanne, seu rosto era oval e fino, os olhos de um azul claro iguais ao da mãe, os cabelos negros e encaracolados sobre os ombros e um sorriso gentil enorme no rosto, ela era linda, mas não era isso que me assustava. Ela era igualzinha a mim, as únicas coisas que nos diferenciava era que eu tinha olhos castanhos e meu cabelo era liso, o resto, podíamos nos passar por irmãs.

Mas de toda essa semelhança entre nós, a que mais me deixou totalmente pasmada foi notar que a mão direita que pousava no seu ombro, havia um anel no seu dedo anelar, o mesmo que o meu.

- Como... Como pode ser? – eu disse pasmada.

Ouvi a porta abrir e olhei assustada para trás, quem acabara de entrar era a própria diretora, ela olhou procurando quem estava na sua sala e de repente seus olhos passaram por mim e pelo quadro.

- Dasty! O que você está fazendo aqui?

- O que está havendo aqui? – eu perguntei tentando me levantar – Por que ela é igual a mim?

- Dasty, ela é minha filha, eu não sei por que...

- É por isso que fui escolhida, não foi? Para vir até esse Colégio? Por que eu parecia com sua filha! Não foi por que eu era uma ótima aluna e sim por que você acha que sou ela!

- Eu não acho que você é ela, Dasty, por favor, entenda...

- Sim, você acha! Por que ela morreu, não é? Eu já sei de tudo! – então eu percebi algo – É por isso... Por isso que ela está me perseguindo, ela não me quer no lugar dela...

- O que você disse? – ela perguntou, mas eu a cortei.

- Qual era o seu propósito me trazendo para esse lugar? Substituir Jeanne?

- Não é isso Dasty, quando descobri onde você estava e que você era uma ótima aluna eu quis trazê-la para esse país, desde a perda de Jeanne eu virei uma pessoa muito triste, com sua vinda eu pensei que talvez eu pudesse melhorar.

- Isso ou você se sente culpada por eu ter perdido a chance de ir para uma Escola de Música de Madgeburgo. Estou certa? – eu falei e ela ficou pasmada, eu sabia muito mais do que ela pensava.

- Também, Dasty, você ficou em segundo lugar e eu percebi que você precisava disso mais que minha filha.

- Quer dizer que se eu cheguei até aqui foi só através de perdas? Eu não fiz por merecer, só foi por dó?

- Não, não é...

- Como você pode me dizer que não é? Por um momento eu acreditei que o por que de eu estar nesse lugar era que finalmente alguém reconhecera algo especial em mim, mas pelo visto não foi isso. Cheguei até aqui por que as pessoas não me acham capaz e doaram um lugarzinho para eu poder fazer algo diferente, se eu fizer. Então eu só mereço o segundo lugar, não é mesmo?

Eu comecei a chorar, isso doía muito, eu não passava de uma sombra comparado a Jeanne, mais uma vez eu estava no segundo lugar, eu não era nem capaz de fazer algo para mostrar que eu era melhor que aquela garota morta, até morta ela conseguia me vencer! A diretora também chorava, eu a olhei nos olhos e saí daquela sala correndo, eu queria ir embora daquele lugar, não ficar naquele Colégio onde eu era apenas acolhida por que era uma perdedora, uma cópia, um reflexo de algo.

Atravessei o campus de neve, deixando muitas pessoas atônitas ao me verem chorando, eu fugi daquele lugar, eu queria deixar tudo aquilo para trás, só havia uma pessoa que eu queria ver e essa pessoa era Bill Kaulitz.

 


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