Ich Liebe Dich - One Song For You escrita por dastysama


Capítulo 24
Capítulo 24 - A verdade


Notas iniciais do capítulo

Todo o mistério é resolvido no penultimo capítulo dessa fic!
E avisando, sou esotérica gente, então não liguem xD



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Eram nove horas da noite quando eu cheguei ao Colégio, percebi que havia várias pessoas na entrada, vi que eram alguns dos meus amigos, com certeza a notícia sobre meu sumiço havia sido espalhada e eles estavam me procurando. Dei a volta no Colégio e consegui abrir a porta dos fundos, com um dos meus grampos de cabelo.

Consegui andar pelo Colégio sem chamar muita atenção, mas tive que tomar cuidado por que tinhas vários monitores, pelo visto eles pensavam que eu havia me escondido pelo Colégio. Depois de muito cuidado, finalmente consegui chegar ao corredor da Sala de Música, fui até a última sala, a sala do piano e abri a porta. Não tinha nada ali, eu fechei a porta e entrei.

- Jeanne! – eu gritei – Você está por ai? Com certeza deve estar, ainda rindo da minha cara! Está satisfeita? Não vou mais roubar sua vida, vou sair do seu quarto, vou sair desse Colégio e já deixei Bill para trás! Agora você pode assombrar esse lugar normalmente sem ter ninguém para te encher!

- Você está muito enganada sobre isso - disse uma voz surgindo do nada fazendo meu coração pular. Quando olhei para trás, lá estava Jeanne, um pouco transparente e com uma aparência triste e fantasmagórica.

- Enganada? – disse eu cuidadosamente, mas depois perdi o medo – Você acabou com minha vida!

- Eu sei – disse ela – Fiz uma coisa muito errada e pelo visto quando eu tento concertar sai mais errado ainda.

- Concertar? – eu perguntei – Minha vida estava ótima até você aparecer.

- Dasty – disse ela – Hoje você ouviu versões que a deixaram confusa, mas a versão que vou te contar é a verdade. Lembra quando você participou do Concurso de piano? Eu não tinha a mínima chance contra você, a garotinha de dez anos que tocava Tristesse de Chopin com tanta emoção que fazia multidões chorarem juntos.

- Mas mesmo assim você ganhou de mim.

- Eu não ligava para a bolsa, eu só queria ser a melhor pianista e tocar para várias pessoas. Saber que eu ganhei um grande concurso, que fui a melhor. Mas quando vi você tocando perdi todas as esperanças, por mais que eu soubesse tocar Tristesse, não se comparava ao seu jeito de tocar.

- Então como que você ganhou de mim?

- Eu não ganhei, eu queria tanto ganhar que minha mãe comprou os juízes, eu roubei. Parecia pouco, mas isso foi gravíssimo.

- Sim, foi – eu disse pasmada – Você me fez desistir do meu sonho de ser pianista, eu parei de tocar depois daquela derrota!

- Não foi a pior parte essa, vou explicar aos poucos isso. Tudo deu certo, logo depois de tocarmos foi anunciado quem havia ganhado, e essa pessoa fui eu. Nós não éramos muito parecidas naquela época por que você tinha o cabelo curto e o meu era comprido, além de você ser três anos mais nova que eu. Eu lembro que vi você ficar desolada, você tinha feito sua apresentação de forma espetacular e perdeu de uma forma tão cruel, eu fui muito malvada ao fazer isso. Muitas pessoas ficaram totalmente contra aos juízes, a maioria queria que você ganhasse, todos sabiam quem era a melhor.

- E depois?

- Eu conheci Bill – disse ela, mais uma vez me senti tensa – A primeira impressão que tive dele foi que ele era muito estranho, ele era dois anos mais velho que eu e veio até a mim dizendo que amou minha música. No começo não dei muita bola para ele, mas logo comecei a me apaixonar por aquele garoto estranho.

- Mas sua mãe não aceitou isso.

- Não, ela achava que a pessoa certa para mim era um homem de negócios, rico, com uma família prestigiada e não o vocalista de uma banda de Rock no início da carreira. Eu tentei contornar a situação, dizendo a ela que isso ia durar pouco tempo, apesar de eu querer que continuasse a vida inteira, até que ela disse que se eu não parasse com aquela “brincadeira” ela iria arrumar um jeito de acabar com aquela banda. Eu escolhi o melhor para ele e o abandonei.

- Então ouve o acidente.

- Sim, eu não vi o caminhão vindo, eu só queria despistar Bill, quando dei conta só vi luzes e tudo aconteceu muito rápido, senti uma dor enorme e de repente só vi Bill pedindo para eu viver e de repente tudo ficou escuro. Então acordei naquele penhasco, você se lembra dele?

- Penhasco... Oh Meu Deus! O penhasco dos meus sonhos! Aquela voz... Era sua!

- Sim, eu não podia deixá-la morrer, Dasty. Por isso fui até lá tentar te salvar. Eu tentei também te salvar do tiro com aquele vento e de certa forma consegui, por que o tiro iria diretamente para seu coração, mas consegui mandá-lo para um lugar menos mortal. Fui eu também que impedi Bill de viajar e fiz ele ir assistir o seu show.

- Mas por quê? Por que me ajudou?

- Você não vê? Não era para eu ter encontrado Bill e sim você, você deveria ter ganhado o concurso, feito a apresentação e ele iria se apaixonar pelo seu jeito de tocar. Você iria ganhar a bolsa e estudar em Magdeburgo, vocês iam ficar juntos e felizes, eu atrapalhei tudo isso e paguei meu preço.

- Não, não é verdade! Era você que ele tinha que se apaixonar, não eu!

- Dasty você não vê as coisas como eu, sua aura fica mais viva quando está perto da dele, vocês tem uma ligação muito forte. Eu tentei arrumar a confusão que eu fiz, fiz minha mãe se lembrar de você e ver como você se parecia comigo. Ela conseguiu descobrir seu paradeiro e te trazer para Hamburgo, fiz também a revista sobre a boate chegar as mão de seu amigo Daniel e nas mãos de Tom. Depois não precisei fazer mais nada, por que o destino fez as coincidências acontecerem.

- O meu propósito é voltar para Bill, é isso que você planejava?

- Sim, eu queria que você continuasse o que eu não pude fazer, você salvou Bill da depressão, você o fez reviver, você fez minha mãe voltar a sorrir e fez desse Colégio um lugar mais feliz. O que eu peço para você Dasty é que você torne Bill muito feliz, por que eu o amo demais e quero que faça minha mãe perder o rancor que sente por ele. Ela o culpa pela minha morte, mas ele não teve nada a ver com isso.

- Mas Jeanne, Bill não me ama, ele ama você, sou apenas uma sombra comparada a realidade.

- Uma sombra? Ele se apaixonou pela sombra antes de conhecer a garota de verdade da vida dele, ele te ama Dasty, e sinto ciúmes ao te dizer que ama mais do que me amou. Enquanto eu era séria e esperava que ele corresse atrás de mim, você o ama mutuamente, seu jeito desastrado e de sempre saber o que dizer na hora certa o cativou de tal maneira que eu nunca pude fazer. No dia que ele te viu pela primeira vez, ele pode ter se lembrado de mim, mas depois de poucos minutos ele viu que você tinha alma própria.

- Você está falando a verdade, não é?

- Por que eu mentiria para você? Já causei muita confusão, agora quero que você viva.

- Então causei um erro gravíssimo – eu disse – Eu julguei Bill, foi errado, foi cruel! Eu disse que ele não me amava, quando na verdade ele tentava expressar seus sentimentos. Tenho que vê-lo e pedir desculpas por tudo!

- Dasty, você tem que correr até o aeroporto de Hamburgo.

- Por quê?

- Hoje ele vai viajar, você tem que contar tudo para ele antes que ele vá embora, faça isso rápido!

- Tudo bem! – eu disse preparando para sair correndo, mas antes olhei para ela – Jeanne desculpe por ter te julgado também, obrigada por tudo, eu queria ter te conhecido e tornado sua amiga, talvez nós duas pudéssemos ter ganhado o primeiro lugar.

Só vi ela sorrindo para mim e desaparecer, eu saí correndo pelo corredor em direção a saída, fui pelos fundos e corri em direção aos dormitórios, só havia uma pessoa que podia me ajudar naquele momento. A maioria das pessoas deviam já estar no seu dormitório, então entrei no dormitório dos garotos alemães ou que dominavam o alemão.

- Danny! – eu disse batendo na porta dele – Por favor, abra isso!

- Dasty? – disse ele abrindo a porta – Onde você estava? Nós procuramos você em todo o lugar!

- Preciso da sua ajuda, por favor, me leve até o aeroporto de Hamburgo!

- Mas o que aconteceu?

- Eu te explico no caminho, mas me ajude!

Danny pegou as chaves do carro e seu casaco e corremos para o estacionamento do Colégio, fomos procurando pela BMW dele que reluzia no meio de todos aqueles carros, nós entramos e Danny começou a dirigir o carro.

- O que aconteceu? – perguntou ele para mim.

- Danny eu descobri tudo sobre a história da filha da diretora e por que ela me persegue de certa forma.

- Sério? E o que é?

- Participei de um concurso há alguns anos e fiquei em segundo lugar, ela havia ganhado o concurso, mas na verdade ela havia roubado, ela me impediu de conhecer Bill antes, ela já o havia namorado.

- O que?

- Sim, quando descobri isso rompi com Bill por que ela é igualzinha a mim, e pensei que ele não me amava, agora ele vai viajar e preciso voltar com ele antes de ele ir embora.

- Mas por quê?

- Por que... Você não vai acreditar, mas ela falou comigo, a fantasma.

- Você bebeu? Fumou? Cheirou? Injetou? – disse ele sarcasticamente.

- Estou falando a verdade! Ela que me contou toda a verdade, agora tenho que ir atrás dele e concertar a burrada que eu fiz.

- E você me chama para isso? Pensei que estivesse passando mal ou algo do tipo, não é tão importante.

- Não é tão importante? E se fosse a Megan que você tinha que ajudar? Com certeza não pensaria duas vezes antes de agir - eu falei o deixando calado.

Agora eu havia percebido algo que Jeanne tinha razão, eu tinha o dom de falar as coisas na hora certa, fazer com que as pessoas reflitam. Então ao escuro daquela noite eu comecei a ver as luzes emanadas pelo aeroporto refletindo no vidro blindando do carro.

Meu coração deu saltos e novas fisgadas o fizeram doer, era agora, e se ele não me perdoasse? E se ele preferisse seguir em frente e me esquecer? Eu acho que merecia isso, depois do que eu fiz. Eu abri a porta do carro e a brisa fria da noite passou por mim, não era qualquer brisa, era o vento dela, dizendo para eu seguir em frente.

Fechei a porta do carro e saí correndo pelo aeroporto, procurando algum vestígio dele, eu nem sabia para onde ele estava indo, qual era o seu destino, olhei para os lados vendo se eu encontrava algo para me dizer que caminho seguir.

- Por favor, dirijam-se para o portão D quem vai ao vôo 483, para a Itália.

Era o vôo dele, quer mais coincidência que essa? Saí correndo em direção a parte que todos ficam esperando pelos familiares que vem e que vão para outro lugar, mas não era só ali que eu deveria ficar, eu tinha que sair na pista de avião, mas isso seria a parte mais difícil. Eu tinha que mostrar para a mulher meus documentos e minha passagem antes de passar para a outra parte, mas eu não poderia perder tempo.

Fiz aquilo que sempre sonhei fazer como nos filmes, tentar passar pelo aeroporto sem ter passagem, mas não havia catracas para eu passar e sim apenas o check-in. E havia muitos seguranças, claro, Tokio Hotel estava lá, seria impossível passar por aquele lugar, mas eu iria tentar com todas as minhas forças.

- Sua mala, senhorita – pediu uma mulher.

Então peguei minha mochila do Colégio e joguei nela, antes que ela pudesse fazer algo, eu passei pelos seguranças e saí correndo, mas pelo visto eles foram mais rápidos e me agarraram, pela parede de vidro eu pude ver o avião que os levaria até a Itália, mas eu tinha falhado, eu não conseguira passar por todos aqueles seguranças. Quando percebi uma das paredes de vidro não existia mais, ela se quebrou em vários cacos de vidro fazendo várias pessoas gritarem e saírem correndo, era uma distração. Era ela.

Os seguranças afrouxaram o aperto e eu consegui me soltar, saí correndo em direção a parede de vidro quebrada, nesse momento senti alguns cacos me cortarem, mas eu não liguei, eu tinha que correr. O vento estava tão frio quanto antes, mas eu podia ver ao longe o avião e ouvir os seguranças correrem atrás de mim.

Então eu o vi subir a escada para o avião, eu não tinha mais fôlego para correr, desde o acidente do tiro, meu pulmão não era o mesmo, mas eu não me importava se eu ia passar mal depois, eu tinha que falar com ele.

Cheguei à escada e a subi depressa, eu escorreguei nos degraus que estavam com um pouco de neve, e meus joelhos se machucaram, eu estava pagando pelo o que eu fizera, eu o havia ferido. Ao entrar no avião, ele estava no meio do corredor, preparando para se sentar em seu lugar, eu atravessei o corredor enquanto todos olharam para mim.

- Bill! – eu disse passando meus braços em volta dele, tentando mandar a dor e o frio embora – Por favor, me perdoe...

- Dasty? – disse ele se virando.

- Eu cometi um erro terrível, eu o julguei antes de saber toda a verdade – eu disse tentando tomar fôlego.

- Que verdade?

- Que você me ama, que sou Dasty para você. Eu sei que não mereço o seu perdão...

- Perdão? Sou eu que devo ser perdoado, eu devia ter contado a você sobre Jeanne, logo alguma coisa sobre isso ia chegar até você. Mas fico feliz que você saiba o quanto eu te amo, Jeanne foi um grande amor, mas nada comparado o que sinto por você nesse momento.

Então ele beijou minha testa, e depois meus lábios, enquanto nós nos entregávamos um para o outro, ouvimos uma salva de palmas vindo das pessoas que estavam vendo aquela situação, senti um pouco de vergonha, mas continuei a beijá-lo, por que finalmente eu sabia que da mesma forma que ele foi feito para mim, eu fui feita para ele.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, emb reve o último capítulo xD



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