POV ROSE

Passaram-se exatamente cinco anos desde o primeiro encontro entre eu e Scorpius Malfoy. E a partir daquele dia, por coincidência ou não, ambos não sonharam um com outro e o homem que sempre nos visitavam em sonhos, também não nos atormentaram mais.

Eu, a mais inteligente de Hogwarts que puxara isso de mamãe, martelou a cabeça por vários e seguidos dias desde que conhecerá o garoto, a pergunta era: Por que ambos sonhavam um com o outro? Ao perceber que não encotraria a resposta, deixei de pesquisar, pois afinal, eu não sonhava mais com o insuportável do Malfoy.

Era inverno, fazia bastante frio e nevava em Hogsmeade. Esse era o nosso ultimo passeio do ano no vilarejo bruxo já que dali duas semanas já é natal e eu estava com meu primo Albus e com o insuportável do seu melhor amigo, é ele mesmo, Scorpius Hyperion Malfoy.

Eu fui praticamente obrigada a andar com esses dois já que Nick estava na ala-hospitalar, Mel paquerava meu primo James no bar da dona Rosmerta, Roxanne estava com seu irmão Fred na loja de logros pesquisando os novos produtos para depois “personalizarem” eles em casa, mas eu sabia que hoje Roxy estava andando com seu irmão apenas pra ficar mais perto do Joe Thomas, o carinha que ela ta afim.

Minhas primas Lily, Dominique, Lucy e meu irmão Hugo, saíram pelo vilarejo me deixando para trás com Albus e em seguida Malfoy chegou. Também tem os pentenhos do Louis e da Molly, mas como segundistas, ainda não podiam visitar a vila.  Então o que me restou foi meus amados e queridos Potter e Malfoy.

- Já disse que você é um chato, Malfoy?

- E eu já disse que você é uma garotinha metida a inteligente, Weasley.

- E eu já disse que vocês dois estão parecendo duas crianças? – interrompeu Albus que vinha andando logo atrás da gente.

Al usava uma grande blusa de frio marrom com um grande “A” na frente que vovó Molly tinha lhe mandado no Natal passado e eu me perguntava como meu primo, todo lindo com sua pele clara e seus olhos verdes, tinha coragem de usar uma roupa daquela. Com certeza varias garotas estariam doidas para dar uns beijos nele, mas aquela roupa era uma espécie de “anti-garotas” ou coisa do tipo. E Malfoy...Ah o Malfoy...! Ele usava um lindo suéter preto por cima de uma blusa branca com o símbolo da banda trouxa AC/DC, ele usava o tradicional cachecol verde e prata da sonserina, que o combinava com seus olhos acinzentados e o deixava com um charme a mais. Ele sempre usava as mãos nos bolsos dos suéter. Ao contrário de Al, Malfoy estava arrasando hoje em Hogsmeade, todo lugar onde passávamos alguma garota falava “Oi, Scorp” e olhavam feio pra mim como se eu quisesse algo com aquele loirinho metido a besta.

- Por que você não vai procurar o Jenner? – me perguntou Malfoy com um sorriso um tanto irônico.

- Você tacou um balaço na cabeça dele, não se lembra Malfoy?

- Já disse que foi um acidente, ruivinha. – disse o loiro fingindo lamentação. Respirei fundo. Malfoy, como todo mundo, sabe que eu odeio quando me chamam de ruivinha. A única coisa que não entendia é porque Hogwarts e repleta de Weasley e quase todos eles tem os cabelos ruivos, e só me chamam de ruivinha.

- Acidente vai ser quando eu mandar minha mão em seu lindo rostinho, Malfoy.

- Da próxima vez, se quiser, eu lanço um balanço na cara de seu namoradinho por querer e não por acidente, Weasley.

- Vocês querem parar? – interrompeu Al que olhava de um para o outro.

Suspirei.

- Obrigada Al, porque se ele continuasse, eu seria obrigada a bater na cara dele. –disse não tirando os olhos da cara estúpida do Malfoy. Ele apenas ria com um sorriso torto. – Vou procurar Mel – disse por fim.

- Vai lá procurar a filhinha do diretor – disse Malfoy quando virei às costas. Rodei meu corpo em 180° e páaaaaa, bati na cara dele. Hoje até que não tinha motivo pra tanto, mas foi engraçada a cara que ele fez até Albus, que geralmente estava do lado dele, não conteve uma risada. Alguns alunos e moradores da vila pararam pra ver aquilo.

- O que foi isso Weasley?

- Um acidente – dei de ombros sorrindo ao ver a cara dele.

Virei-me para procurar minha amiga Melanie Logbottom, com certeza ela estava com James, mas seria super legal estragar o clima entre os dois.

- Até mais Weasley – Malfoy gritou logo atrás de mim.

O bar da dona Rosmerta estava lotado de alunos, como sempre ficava nos dias de visitas ao vilarejo. Procurei por entre a multidão que ali estavam por Mel e como o esperado, ela estava com James. Meu primo estava a menos de dois centímetros da garota de pele clara e cabelos longos, ondulados e negros.

- Que coisa mais feia James, isso é coisa que se faça com uma moça de família em uma bar? – disse rindo causando um grande susto no casal.

Mel revirou os olhos e murmurou:

- Valeu Rose. – aquela não era a primeira nem a ultima vez que eu interrompia o meu casal predileto e eu não conseguia esconder o sorriso do meu rosto ao ver as caras de Mel e James.

- Oi priminha, faz um favor pra mim? Me lembre de estragar o clima quando você e Nick estiverem beijando, ok?

James estava com o braço na cintura de Mel e sentava todo desengonçado na cadeira, mas continha um sorriso de orelha a orelha e os dentes dele chegam de me cegar de tão brilhantes que eram. Era esse sorriso que Mel se apaixonou e não me parava de falar quando entramos para escola.

- Posso ajudar em alguma coisa? – perguntou uma voz masculina logo atrás de mim. James levantou o olhar e logo tirou a mão da cintura da namorada e junto com a mão, tirou o seu sorriso também.

- Hum...Não, senhor...quer dizer...sim senhor...Hm, acho melhor eu ir – disse um James todo desajeitado, quase caindo da cadeira na hora de se levantar e trompando em um aluno da Corvinal.

- Fique loge dele, Mel – disse o diretor Neville Logbottom – já lhe disse que ele não é uma boa companhia pra você, imagina “namorado”. Tudo bem que sou amigo dos pais dele, mas querida, existe garotos bem melhores do que James, ok?

- Sim papai – disse Mel com a cabeça baixa e as buchechas vermelhas. Logo que o diretor saiu, Melanie começou seu discurso de amiga desesperada:

- Só por que Nick não está aqui você resolveu a me atrapalhar? Foi senhorita Weasley? Juro que você me paga, Rose. Por que não ficou andando com Albus e o Malfoy em vez de acabar com minha vida? E que diabos meu pai está fazendo aqui? Hoje ele deveria ficar em Hogwarts.

Eu ri.

- Nunca vi James daquele jeito – comentei – e olha que conheço ele a dezesseis anos

- Isso que dá ser filha do diretor – murmurou.

- Ah, Mel. Ser filha do diretor tem suas vantagens, tipo, ele nunca de deu uma detenção e olha que você apronta de vez enquanto com meu primo.

- Ele não me da detenção aqui na escola, por que lá em casa...

- Vocês não vão acreditar – chegou Roxanne, filha do meu tio George, uma linda garota de pele morena e olhos claros, o problema é que ela não cuida muito dos cabelos e da aparência fazendo-a parecer alguns anos mais velha. Hoje ela usava um blusão de frio igual o de Albus, só que amarelo e com uma grande “R” na frente que não combinava nada com ela. – Joe Dino Thomas me chamou pra sair! – disse ela dando pulinhos de alegria quase caindo da cadeira que tinha acabado de sentar.

Troquei olhares com Mel que pelo jeito pensou a mesma coisa que eu.

Como alguém chamaria Roxanne Weasley pra sair naquelas condições?