Pov scorpius

– Querido, acorde. – Escutei minha mãe me chamando. Eu queria dormir mais, sonhar mais com aquela garota ruiva dos olhos castanhos que eu nunca havia visto na minha vida. Eu sabia, tinha certeza que a conhecia de algum lugar, mas de onde?

– Me deixe mamãe. – respondi.

Não sei como funcionou, mas minha mãe me deixou dormindo por mais alguns minutos.

Virei-me para o lado querendo sonhar mais um pouco com aquela garota ruiva, mas dessa vez os sonhos foram mais estranhos, não era a garota que estava nos sonhos, mas sim um homem, um homem alto, loiro, com expressão de maldade no rosto, também sabia que o conhecia de algum lugar, como a menina. Porque eu sempre tinha a impressão que conhecia as pessoas dos meus sonhos?

Minha prima Annabelly me dizia que eu devia falar com meus pais ou com minha avó por que podia ser alguma coisa que ela não quis me dizer. Isso me deixava com raiva, eu não era mais criança e exigia saber o que estava acontecendo comigo.

Quando eu sonhava com a garota, eu até gostava dos sonhos. Às vezes eram estranhos, mas era só às vezes. E esse homem? Quem era ele? Porque eu sonhava com ele? Eu ein, sonhar com homem...

No porão. Ele disse.

Porão? Repeti. Eu não!

Meu pai guarda coisas estranhas lá dentro que ele me dizia que era do meu avô, e ele sempre falava pra minha mãe que iria desfazer daquilo tudo, mas achava que minha avó não iria gostar.

Narcisa? Perguntou o homem. Ele podia ler meus pensamentos? Ele devia ser um bom leglimente. Me fale garoto.-ordenou- Narcisa não gostaria de...

– Filho, vamos logo. Levante. – ouvi minha mãe falar.

–Ufa, mamãe. Ainda bem que você me acordou. – disse me pondo logo para fora da cama. – O que tem para o café da manhã?

– Eu não te entendo filho. Você queria dormir mais e agora...

– To com fome. – murmurei dando um sorriso que minha mãe conhecia bem. Era aquele que dizia “Não quero mais falar sobre isso”.

–Tudo bem. – disse ela passando a mão pelos meus cabelos e me dando um beijo na testa. – Eu te amo.

–Eu sei – respondi. Sabia mesmo. Tinha perdido as contas de quantas vezes meus pais, minha avó e Belly diziam isso pra mim em um só dia. Mas eu ficava feliz por isso, pelo menos eu sabia que havia quatro pessoas que eu poderia dizer “Eu te amo também”

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HAGWARTS

Diretor: Neville Logbottom

Prezado Sr. Malfoy

Temos o prazer de informar que V.Sa tem uma vaga na

escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando

uma lista de livros e equipamentos necessários .

O ano letivo começa no dia primeiro de setembro,

estamos aguardando sua coruja até dia 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente

Neville Logbottom

Diretor

Annabelly estava em casa naquele dia, ela é sobrinha da minha avó e foi criada como se você uma filha para ela ou para papai. Ela é minha prima, mas eu gosto tanto dela que a considero minha irmã. Ela leu a minha carta para Hogwarts em voz alta. Os olhos dela brilhavam parecendo que ela que estava indo pra escola a primeira vez.

– Empolgando para Hogwarts, Scor?

– Demais – respondi com um sorriso no rosto. Belly me olhava como se nunca tivesse me visto na vida. – O que foi? – perguntei franzindo o cenho.

– E que você cresceu tanto... – Belly às vezes era assim, toda hora falando como eu tinha crescido, que se lembra do dia em que eu nasci e blá blá blá. – Me lembro do meu primeiro dia na escola como se fosse hoje, Scor...

– Eu sei, eu sei – interrompi – foi o dia em que você conheceu o Ted, no expresso. – Ela riu passando as mãos em meus cabelos, eu estava deitada em seu colo, e ela despenteava e penteava meu cabelo toda hora.

– Foi sim.

– Falando no filhote de lobo...

– Não chame ele assim. – disse Belly brava. Ela nunca gostava quando eu chamar o namorado dela por esse nome, mas eu não tinha nada contra ele, ele é legal e sempre que vinha aqui em casa me trazia feijõezinhos de todos os sabores ou varinha de alcaçuz, minhas guloseimas preferidas.

– Você sabe que estou brincando Belly – fiz como se eu fosse chorar.

– Tenho minhas dúvidas – riu ela.

– Então, cadê o Lupim?

– Com a família dele. Como você, tem alguns primos dele que também vai para Hogwarts e Ted tirou o dia pra passar com eles.

– Ah! – respondi fechando meus olhos. Belly continuava a despentear meu cabelo. – Belly... – chamei.

– Fala Scor.

– Sabe os sonhos?

– Scor, sonhos são coisas normais da vida. Todo mundo sonha. E sonhos são apenas sonhos, eles não querem dizer nada.

– Mas sonhos têm significados, não tem?

– Tem sim, Scor, mas não precisa se preocupar com nada disso, ok?

Assenti.

– E que agora, além da garota ruiva, tem um homem muito estranho. Ele fica falando pra eu ir ao porão, mas... – me interrompi – Belly, eu to com medo.

Olhei para ela, mas Belly olhava fixamente a parede a sua frente, parecia que nem estava mais ali.

– Belly – chamei. E ela saiu de seu transe – Você me escutou.

– Mas não se preocupe está bem? Vamos comprar seus materiais hoje. Está empolgado.

Revirei os olhos.

– Já disse que sim Annabelly Lupim. – ri fazendo-a rir também

POV Rose

Venha – me chamou aquele garoto que eu nunca tinha visto na vida, mas tinha a impressão que o conhecia. - Que tal uma flor para uma flor? – me perguntou ele pegando uma margarida próxima aos pés dele. – Não fique vermelha assim.

Desculpe-me, mas é que...

Shh – ele me silenciou colocando o seu dedo indicador em minha boca colocando a flor por de trás de minha orelha– Pronto. Ficou mais linda do que já é.

– Pai, ele não acorda pro nada. – ouvi o chato do meu irmão dizer.

– Vai ver ela comeu uma maça envenenada que nem na aquela história trouxa. – riu meu primo Albus. Eu sinceramente não sei qual dos dois é mais chato. Continuei com meus olhos fechados esperando o sonho voltar.

– Não seja bobo. – ouvi papai falar. – Deixe ela descansar mais um pouco.

– Isso não é justo! Ela pode dormir até tarde e eu... – começou Hugo a reclamar.

– Me deixe, por favor. – reclamei por debaixo dos cobertores.

– Viu? Eu disse que ela não tava dormindo.

– Vamos descer pra tomar café vocês dois. Filha não demore muito, ok? – disse papai. Assenti com cabeça por debaixo do cobertor e voltei a sonhar. Um sonho estranho. Não era daqueles pesadelos sem nexo algum, parecia muito real. Aquele garoto do sonho anterior estava nele, conversando com um homem que me deu calafrios só de olhar. Ele falava algo sobre um porão.

Um fitava o outro que parecia que iam se cortarem com apenas um olhar. Fiquei com medo do modo como olhavam.

Narcisa? Perguntou o homem. Me fale garoto.-ordenou- Narcisa não gostaria de...- o garoto sumiu. Olhei para os lados, mas ele não estava em lugar algum.

Por Merlin! O que tinha acontecido com ele? E quem era essa tal Narcisa?

Quem é você? – escutei o homem falar. Ele dirigia sua palavra a mim. Senti os pelos da minha nuca arrepiarei.

Eu sou...

Não é preciso falar- me interrompeu o homem- Eu sei quem você é. É a garota que meu neto sonha toda noite. Filha daquela sangue ruim e daquele traidor de sangue.

Enrijeci. Mamãe sangue ruim? Papai traidor de sangue? Eu não estava entendendo mais nada do que aquele homem estava falando. O que é um sangue ruim?

Tão boba – falou ele me fitando. – Vejo que muitas coisas mudaram nesse mundo depois que me fui.

O senhor já se foi? – perguntei inocente. Logo que acabei de falar desejei ter ficado calada pra sempre.

Havia varias incógnitas em minha cabeça. Quem era o garoto, quem era o homem e quem era Narcisa?

– Rose. Rose acorda. Sua carta de Hogwarts chegou – disse Hugo com um largo sorriso pulando em cima de minha cama.

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HAGWARTS

Diretor: Neville Logbottom

Prezada Sra. Weasley

Temos o prazer de informar que V.Sa tem uma vaga na

escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando

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O ano letivo começa no dia primeiro de setembro,

estamos aguardando sua coruja até dia 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente

Neville Logbottom

Diretor

– Uau – disse Hugo ao meu lado – isso é incrível.

– Muito incrível – disse.

– Vamos crianças – chamou papai – Harry e Gina estão nos esperando no Beco diagonal.

Eu e Hugo rimos. Hugo é o melhor amigo de Lily, filha do tio Harry e tia Gina, e eu sou melhor amiga do Albus, irmão de Lily. Bem, como eu ia dizendo, quando todos nós juntamos é uma bagunça danada. Vovó Weasley dizia que nossa geração tava pior do que a geração de nossos pais. Tudo bem, a gente gostava disso.

Como o combinado, encontramos toda a família Potter no Beco Diagonal. Albus discutia com James, mas isso é normal entre eles. Lily tava toda chorosa perto da mãe dela, mas logo se alegrou quando viu Hugo chegando perto dela.

Fomos para a Gemilidades Weasley, uma loja de logos do tio George. Ele abrirá a loja quando saiu de Hogwarts junto com seu irmão gêmeo Fred, mas tio Fred morreu no mesmo dia em que tio Harry matou aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Mas, mesmo depois do ocorrido, a loja fazia, e faz muito sucesso.

– Tio George – gritou eu Hugo e os irmãos Potter em coro.

– Crianças – gritou ele em resposta fazendo o seu “crianças” sai no mesmo tom que o nosso “tio George”. Ele abraçou nós cinco de uma só vez – Fred e Roxanne estão lá no fundo, vão lá.

– Juízo crianças – disse papai entrando na loja.

– Até parece que você tinha juízo a primeira vez que veio aqui, Rony – falou tio George dando uns tapinhas no ombro do irmão.

Fred e Roxanne, ao contrário de mim e Hugo, James, Al e Lily, nunca brigavam um com o outro. Eles eram cúmplices, apesar da diferença de idade, não escondiam nada um do outro e tentavam fazer logos com o pai e tia Angelina vivia brigando com eles.

– Olá pessoal – disse Fred não tirando os olhos de sua nova invenção – como vão?

– Recebi minha carta de Hogwarts hoje. – disse com um sorriso de orelha a orelha.

– E eu também – disse Albus – e você Roxanne?

– Recebi a minha também – respondeu ela, igual ao irmão, não tirando os olhos da invenção – Cuidado Fred, você colocou demais.

– Desculpe Ro.

– Bom, a conversa ta muito boa, mas vou ver se acho meus amigos por ai – disse James saindo logo.

– Ele é doido – disse Albus fazendo círculos com dedo perto da cabeça mostrando que o irmão é Lé-lé da cuca.

Ficamos ali por vários minutos vendo o que os irmãos estavam aprontando. A invenção explodiu duas vezes porque Fred colocava uma substância a mais no líquido. Na terceira vez, que ocorreu uma explosão, eu e Albus saímos dali, já não agüentava mais aquele cheiro de enxofre misturado com açúcar. E eu não tive a curiosidade de perguntar o que eles estavam querendo fazer.

– Eles são malucos. – disse Albus.

– Me diz que foi só agora que você viu isso?

Albus revirou os olhos.

– É claro que não. – disse rindo

– Albus – disse depois de alguns minutos de silêncio – Continuo tendo aqueles sonhos.

– Isso é normal – respondeu ele não prestando atenção no que eu tinha dito.

Peguei o braço dele fazendo-o parar.

– Desde quando sonhar com uma garoto que nunca vi é normal? E ainda mais tendo um cara muito sinistro no sonho.

– Quem é esse cara? – perguntou ele.

– Eu vou saber Al?

– Sei lá – deu de ombros – você é que sonha.

– Impossível conversar com você.

– Meu Merlin, Rose, são apenas sonhos.

– Não são apenas sonhos – respondi soltando-o – é muito real.

– Você deveria falar com seus pais então.

Respirei fundo e fui pra loja de varinhas deixando Al para trás. Ele é meu melhor amigo, o que custa me ajudar um pouco?

Mas isso não foi a pior coisa do dia.

Quando estávamos na Loja do Sr. Olivaras comprando nossas varinhas, olhei para rua lá fora. Através da vitrine da loja de livros, vi um garoto, muito branco e com uma cabeleira loira, não vi o seu rosto, mas tive certeza de que, aquele garoto é o garoto dos meus sonhos.