A ruiva concordou.

- Obrigada, Hermione.

- De nada, Gina.

Hermione Pov.

E mais uma vez um discurso sobre N.O.M.s.

Estava indo me encontrar com Ron e Harry, depois da aula de Aritmância, para nós irmos até as estufas, aula de Herbologia. Porém, antes que pudessemos chegar, a professora Sprout reuniu os alunos da Grifinória e da Lufa-Lufa e avisou que não iriamos ter aula prática, mas sim em teoria para os exames.

- Hoje nós vamos para uma sala de aula - avisou a professora. - Vamos ler o livro, temos que estar prontos para os N.O.M.s. Vocês já estudaram alguma coisa?

E assim nós seguimos até a sala de aula e ficamos escutando sobre mais coisas das provas e blá, blá, blá.

Duas horas depois escutei o sinal tocar e esperando que todos saíssem primeiro, me levantei e vi Harry e Ron encostados na parede me esperando.

- Que demora, Hermione - Ron protestou.

- Não posso fazer nada Ron, outra coisa que eu odeio é muita gente junta em um só lugar, não tem espaço nem para respirar quando algo assim acontece, principalmente em portas.

- Ok, mas agora vamos - falou Harry revirando os olhos.

- Ah, Potter, preciso mesmo falar com você - eu disse o puxando pelo braço. - Ronald, se nos der licença eu agradeço.

O ruivo começou a resmungar algo, mas marchou até a sala comunal.

- Harry, eu sou muito amiga de uma pessoa e odeio vê-la iludida, que dizer, eu não sei se tá tão iludida assim, mas eu preciso te perguntar para ter certeza, sabe? Que dizer, eu odiaria descobrir que estava sendo iludida e ainda mais, por um garoto.

- Certo, Hermione. Eu já entendi. Pode dizer logo o que aconteceu? - perguntou impaciente.

- Não é bem o que aconteceu, é uma dúvida.

- Fala.

- Você tá gostando de alguém? Que dizer, sei lá, afim, querendo namorar, achando atraente... Qualquer coisa no estilo? Ah, reparando em algo, eu acho que você tá adorando as refeições, né?

- Calma! - ele falou desesperado. - Hermione, você é a minha melhor amiga, então eu acho que deve saber se estou gostando de alguém, afim, querendo namorar ou achando atraente. Enfim, estou afim de alguém.

- Dá para ser mais claro, ou tá difícil?

- Bem, estouafimdaWeasley.

- O quê? - perguntei.

- Eu estou... Afim da Weasley.

- SABIA! - gritei. - Eu sabia, eu sabia. Por isso que você estava demorando tanto para acabar a comida e sempre fica parecendo um bobo quando ela aparece.

- Ai Merlin, eu fico parecendo um bobo? - fez cara de medo.

- Só para mim - respondi rindo. - E bem, para ela também, que já parcebeu.

- Tchau, Hermione, vou ali me matar e já volto - falou virando-se.

- Não. Você vai ali falar com ela e dizer que está afim dela e ponto.

- Eu vou dizer o que? Ah, não vou mesmo.

- Vai sim, ou então eu mesma digo.

O garoto fez cara de derrotado.

- Tudo bem, tudo bem, eu vou sim. Agora e...

De repente ele parou, olhando em um ponto fixo.

Olhei para o mesmo lugar e lá estava Gina com Luna, uma garota também quartanista.

- Apareceu uma oportunidade. Vou chamá-la - disse. - Respira 1, 2, 3 - falei para Harry. - Gina! - chamei.

A garota veio andando até nós.

- Oi Hermione, oi Harry.

- Gina, o Harry estava mesmo precisando falar com você.

- Estava? - Harry perguntou, finalmente percebendo que estava olhando para mim e para Gina com a boca meio aberta. - Ah, é, sim, estou. Gina você poderia me acompanhar?

Gina Pov.

Eu estava andando com Luna pelos corredores do castelo para chegar até o Salão Principal, em apenas uma hora seria o jantar, mas Luna gosta de chegar antes para ir "se acomodando". Viramos o corredor e escutei a voz de Hermione me chamando.

- Gina! - levantei os olhos do chão e vi ela e Harry. Me aproximei, Luna decidiu esperar alguns passos antes.

- Deve ser algo só entre vocês - argumentou.

- Oi Hermione, oi Harry - falei com um sorriso no rosto.

- Gina, o Harry estava mesmo precisando falar com você.

Harry parecia um bobo, olhando, com a boca um pouco aberta, como um retardado, para Hermione.

- Estava? - perguntou. - Ah, é, sim, estou. Gina você poderia me acompanhar?

- Claro - respondi.

Seguimos então até o corredor seguinte, que estava vazio.

- Bem, sabe, Gina. É que eu tenho que falar com você.

Silêncio.

- Fala - disse.

- Assim, a Hermione me conveceu a te falar a verdade, eu estou... Estou, afim de - ai Merlin - alguém.

Quando ele falou alguém a alegria sumiu do mesmo jeito que apareceu, em uma velocidade paranormal.

- Alguém que eu gosto muito, desde antes, mas agora como algo mais. Não sei se tem chances de durar alguma coisa, ou se é possível ter alguma coisa, e nem sei se esse alguém gosta de mim também. Mas eu, que dizer a Hermione, resolveu por mim que tenho que falar e o máximo que pode acontecer é um "não". Gina, eu estou afim de... De você.

Por fora  eu fiz uma cara de surpresa, mas por dentro eu estava pulando, fazendo uma festa, chorando, rindo.

- Harry... Sabe, eu, desde o primeiro dia que escutei falar da sua história, me encantei, eu nem sonhava que um dia iria te conhecer, mas quando eu te conheci percebi que você é muito mais que "O-menino-que-sobreviveu", aqui, agora você é apenas... O Harry, e eu gostei desse Harry. E o mínimo que você vai escutar agora é um "sim", pois eu também estou afim de você - respondi.

Um sorriso apareceu no rosto do garoto. Eu continuei.

- Mas sabe, eu não gosto de sair por ai beijando. Nós garotas, ou muitas delas, gostamos de um relacionamento e...

Mas o garoto se ajoelhou.

- Eu não tenho nenhum anel, flor, ou qualquer coisa agora, mas Gina, quer namorar comigo?

O puxei e ele ficou em pé de novo.

- É claro que eu quero - disse, sorrindo.

Harry se aproximou e me deu um beijo. Um beijo lento, apaixonado e ao mesmo tempo "selvagem". Depois me deu um abraço.

- Eu tenho que agradecer a Hermione - sussurrou, eu ri.

Hermione Pov.

Quando os dois saíram de vista, resolvi ir atrás do Ron. Andei até a Sala Comunal e o vi sentado em uma das cadeiras que rodeavam as mesas de formato redondo.

- Precisamos conversar - falei, também me sentando.

- O que foi? Eu fiz alguma coisa? Desculpa, tudo bem? Desculpa, não me diz que quer acabar ou...

- Calma, Ronald. Não é sobre nós é sobre Harry e... Gina - respondi.

- Harry e Gina? - perguntou, o rosto em uma careta de dúvida.

- Sim. Eles se gostam, Ron e eu acho que nesse exato momento já devem está namorando.

O ruivo ficou escarlate, de raiva.

- COMO É? - gritou se levantando.

O puxei para sentar de novo.

- Olha só: Harry é como um irmão para mim e eu quero o vê feliz, você deveria querer vê a Gina sorrindo e alegre também. Isso de não deixar ela ficar com ninguém é egoísmo e eu não gosto disso ok? Ela merece ser feliz e ela vai ser feliz, ao lado do Harry e você vai ficar aqui, sentadinho, bonitinho e fofinho, esperando os dois aparecerem e desejar um bom namoro.

- Mas Hermione...

- "Mas Hermione" nada Ron. Sabe, você vai acabar me fazendo agir como sua mãe e eu não quero agir assim, eu quero continuar sendo apenas sua namorada e você vai ter que aceitar o namoro dos dois, é simples.

- Tudo bem, tudo bem, mas se ele tiver uma mão boba com ela... Não vou precisar nem de uma varinha.

Revirei os olhos.

Mais alguns minutos passaram até que Harry e Gina apareceram de mãos dadas na Sala Comunal.

Eu me levantei e corri para abraçar os dois.

- Obrigada Hermione - falaram juntos. Eu ri.

- Eu não fiz nada - respondi, voltando a me sentar.

- Harry se você machucar a minha irmã, vai desejar nunca ter nascido - falou em tom bravo. - Felicidades - deu um leve sorriso.

O olhei e sorri.

- Eu quero saber tudo, como foi que vocês se declararam um para o outro.

Gina começou contando, falou cada detalhe, explicou tudo.

- Que lindo - suspirei. - Vocês nasceram para ficar juntos.

- Assim como você e certa pessoa - Gina murmurou.

Eu fingi está brava, mas sorri por dentro.

- Eu e o Invisível. Sim nós nascemos um para o outro, estámos namorando agora ok? Vamos até nos casar, querem ser os padrinhos? - disse irônica.

- Vai ser difícil aprender a vê Harry com a Gina - Ron falou.

Já havíamos jantado e estávamos embaixo de uma árvore nos jardins. O garoto estava encostado no troco e eu sentada em sua frente, meio deitada sobre seu corpo.

- Não vai não - falei brincando com seus dedos. - Vai ser totalmente fácil. É só você parar de ser cabeça-dura e começar a vê tudo como se você não fosse irmão da Gina, aí vai se acostumar.

- Tem algum outro jeito?

- Bem, se você deixar eles namorarem em paz, vai ter tempo em passar sobre nós não é?

- Sobre isso eu penso sempre - falou sorrindo.

Me virei para o garoto e vendo que não tinha ninguém em volta, o beijei. Nossas línguas fizeram a dança já muito conhecida e minha mão bagunçava os cabelos ruivos do garoto. Ron passeava a mão pelas minhas costas.

Apenas quando o ar faltou a cena se modificou.

Eu me deitei na grama, usando o braço de Ron como travasseiro, e o garoto ficou meio deitado, meio sentado, alisando minhas mãos.

- Eu não queria voltar a fingir que te odeio - ele murmurou. - Eu quero fazer igual ao Harry com a Gina: pegar em sua mão, te beijar na frente de todo mundo e ficar... Em paz, como estamos agora.

- E nós vamos fazer tudo isso, tá bom? Você poderia esperar? Só um pouco? Por mim - fiz cara de choro.

- Assim não vale - ele reclamou. - Golpe baixo.

- Por isso mesmo - respondi.

Nos beijamos mais uma vez, o momento estava demasiado nosso e eu não queria que aquilo acabasse, minha vontade era de ficar ali até depois do sinal tocar.

- Ah, Hermione, como você conseguiu a minha blusa em? - perguntou.

- Hoje depois da aula de Trato de Criaturas Mágicas, eu fui tomar banho no banheiro dos monitores e lá tem seu armário, como eu estava afim de achar que em todo momento você estava do meu lado, eu decidir a usar.

- Como assim "achar quem em todo momento você estava do meu lado"? - desenhou aspas no ar.

- Bem, ela tem seu cheiro - falei, sentindo ficar vermelha.

- Já falei que você fica linda quando tá com vergonha? - fiquei mais vermelha ainda e ele apenas riu, me dando um selinho.

- Ficou boa a blusa em mim? - perguntei mudando de assunto.

- Tirando o fato dos garotos ficarem olhando, extremamente sexy, como já falei, e você sabe, fica linda até transformada em gato, como no segundo ano.

Eu dei uma rápida gargalhada.

- Você lembra?

- Bem, eu acho que se transformar em um amiguinho do Malfoy e entrar na Sala Comunal da Sonserina, é uma memória única na vida. Não dá para esquecer.

- Pior fui eu. Me transformei em um gato e passei um tempo na ala hospitalar, ninguém merece. E as pessoas estavam achando que eu tinha sido petrificada por conta do basilisco.

Ron estremeceu.

- O que foi? - perguntei.

- Você pretificada - falou com o tom de medo na voz. - Eu queria ir lá todo dia, mas não deixavam. Fomos poucas vezes até nos proibirem. O Malfoy ficava falando que era para você ter morrido e o Harry sempre tinha que me segurar, a minha vontade era de arrebentar a cara daquela doninha.

Fiquei surpresa.

- Você me defendia? - perguntei.

- Tentava, Dino e Ha...

Mas eu dei um beijo nele, o impedindo de falar.

- Obrigada, super atrasado - falei com um sorriso no canto da boca.

- Não seja boba, Hermione - Ron respondeu. Eu ri alto.

- Acho melhor nós irmos. Daqui a pouco temos realmente algo a tratar da monitoria. Ronda noturna e hoje somos nós.

Nos levantamos, Ron resmungando algo.

- Para de ser chato, Ronald. Você devia está feliz com você mesmo por está sendo monitor. Agora vamos ou então chegaremos atrasados.

Nos beijamos pela última vez e saimos em direção a sala dos monitores.

Quando chegamos encontramos a professora McGonagall sentada em um pequeno sofá ao lado da porta. Junto com ela estavam Padma Patil e Antônio Goldstein.

- Oh, finalmente chegaram - disse a professora. - Bem, como vocês já sabem, os quatros farão as rondas de hoje. Lembrem-se, assim que o sinal tocar, no caso daqui a cinco minutos, vocês esperam mais cinco e vão olhar os corredores para vê se alguém ainda está fora da cama.

"Quando vocês olharem todos os corredores, fiquem de vigia em um ponto fixo. Após três horas de ronda, poderão voltar aos dormitórios.

"Nenhum aluno pode estar fora da Sala Comunal, por isso sejam rigidos até com os alunos de sua própria casa. Entenderam?"

- Sim - respondemos em coro.

- Então ao trabalho - falou a professora McGonagall, saindo da sala.