Até que se Tornem Lembranças escrita por Aki Nara


Capítulo 20
Capítulo 20 - Liberado para a Próxima




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/15987/chapter/20

A campainha soou e o silêncio foi quebrado pelo burburinho de vozes alegres saindo das salas de aula. Enquanto os garotos saiam correndo desabalados, o grupo de Lúcia andava calmamente como se tivessem todo o tempo do mundo, aliás, algumas delas realmente tinham.

 

- Nossa! Eu não acredito em cinco aulas conseguimos uma pesquisa, dois deveres e um trabalho? Isso é um recorde, o que os professores estão pensando? Que a gente é um banco de dados? – Marta reclamava ajeitando seus óculos e a mochila nos ombros.

 

- Ah! Você reclama de barriga cheia... CDF do jeito que você é... Nem vai te custar nada, eu sei que vou levar à tarde toda, se conseguir terminar tudo vai ser um milagre e aposto que nem vai dar pra eu ver a novela – Agatha disse chorosa.

 

- O pior é essa pesquisa... Minha casa é longe! Uns quarenta minutos daqui. Acho que vou ficar, comer alguma coisa na cantina e entulhar minha cara nos livros da biblioteca – Sabrina parecia conformada com seus planos.

 

- E você Laura? O que pretende fazer? – Lúcia era a única que não estava preocupada com os deveres. – Gente! Sabrina me deu uma ótima idéia. Que tal se ficarmos todas? É mais fácil dar conta dos deveres.

 

- Ou não!! – Marta disse cética – A última vez que nos reunimos eu trabalhei e vocês ficaram o tempo todo conversando sobre o Luiz.

 

- Sinto em dizer meninas, a Marta agora tem uma ajudante e o tema “Luiz” fica proibido nas horas de estudo - Laura não conteve o riso e as outras riram também.

 

- O que tenho eu? – Luiz falou por trás delas, as meninas deram gritinhos assustados e quando elas se voltaram, ele estava com a cara mais cínica.

 

- Acho que vou ficar por aqui Luiz! Nós resolvemos estudar juntas... – disse corando.

 

- Ah! Que ótimo. Eu também vou ficar. Tenho aula de natação e acho que vocês vão poder comentar a cor da minha sunga de lá da janela da biblioteca... – todas as garotas coraram e ele começou a rir – vou avisar o Marco e ele decide o que vai fazer.

 

- Céus! Eu quero me enterrar no primeiro buraco que aparecer... – Agatha disse acalorada depois que Luiz se afastou.

 

- Quem não quer... – Marta foi curta, elas se entreolharam e deram um monte de pedala nela.

 

- E você que é a culpada!! – Sabrina fingia indignação e imitou a voz dela – quem mandou você abrir a boca: “... e vocês ficaram o tempo todo conversando sobre o Luiz” – riu-se antes de completar – dedo-duro.

 

- Okay, meninas! Acho bom corrermos se quisermos comer algo na cantina – Laura disse apaziguadora – Vamos?

 

Elas chegaram à cantina fazendo as solicitações que a barriga vazia pedia naquele momento quando Marco chegou: “Eu também quero um teco desse seu sanduíche”.

 

- Ow, Marco! Não vai voltar pra casa? – Lúcia disse para incluí-lo na conversa.

 

- Não! É mais prático para o Antônio vir nos pegar a todos e depois resolvi ficar com vocês na biblioteca, eu também tenho que passar uns apontamentos a limpo, sorte que não vamos ter aula hoje de tarde.

 

- Vocês têm aula à tarde também? – Laura espantou-se e se lamentou por não ter pensado no Marco – você não vai se cansar? É seu primeiro dia...

 

- Tudo bem... Descanso quando voltar, mas... – sorriu gentil. – Eu agradeceria se você comprasse um X-Tudo com refrigerante.

 

- Pode deixar... – Marta se levantou prestativa segurando o dinheiro que Marco retirou do bolso – eu vou!

 

- Eu faço isso! – Bárbara tomou o dinheiro das mãos de Marta e arrastou-o para uma outra mesa. – Eu te faço companhia, Marco.

 

- Essa sua irmã... – Marta bufou.

 

- Eu sei! Ela sempre monopolizou o Marco e acho que agora não vai ser diferente... – Lúcia disse com o cenho franzido.

 

Elas terminaram de comer, pegaram as sacolas e as mochilas indo à biblioteca.

 

- Laura! Espera! Bárbara não precisa empurrar... Eu me viro! Quer que eu leve a mochila pra você?

 

- Não está pesado, Marco! – sorriu feliz ao ver a cara de poucos amigos de Bárbara – o dever nós fazemos em casa e o trabalho de artes é fichinha, é melhor a gente se concentrar na pesquisa sobre a influência da matemática de Pitágoras na música.

 

- Quem vai pro Pc? – Lúcia perguntou enquanto andavam pelos corredores.

 

- Eu vou! Sou rápida pra digitar – Laura se apresentou.

 

- Sabrina você procura os assuntos nos livros, Lúcia pra copiadora, Agatha você rascunha por cinco, não podemos ser cópia e xérox do trabalho da outra e eu agrupo cada trabalho pra Laura digitar.

 

Eles entraram na biblioteca e cada uma assumiu seu posto, Laura procurava imprimir figuras que pudesse relacionar ao trabalho quando ouviu o apito do lado de fora, a janela estava aberta e a curiosidade foi maior, ela vislumbrou a piscina e os rapazes de sunga, Luiz pareceu notar e acenou, sorrindo de modo cínico antes de se jogar na água.

 

Laura ficou mortificada, era como se ele estivesse esperando por isso e não daria nova oportunidade para comentários e por mais que fosse tentador, ela resistiu olhar para fora da janela concentrando totalmente nos cálculos exatos de Pitágoras que definiam o ritmo da música daquela época.

 

As horas passaram voando enquanto estavam no colégio e as duas e meia da tarde, encontravam-se a caminho de casa com um dia repleto de novidades para a mãe a serem contados por Laura e Marco, fatos cotidianos que se repetiriam ainda por muito tempo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tá acabando gente! (snif snif)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Até que se Tornem Lembranças" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.