Deitada na sua cama em seu quarto, Luka estava pensando no que deveria fazer em um momento como aquele, queria fugir daquilo tudo, não queria se casar com alguém que jamais poderia amar, uma pessoa tão mimada quanto ela mesma, um garoto fútil e cheio de frescuras. Luka admitia que era a princesa mais mal-educada do mundo, mas isso já era demais pra ela, viver com todos mandando ela fazer tais coisas. Antes da morte de sua mãe, ela era um pouco mais feliz, era com a mãe que ela podia contar sempre, uma ótima rainha, determinada a seguir seu destino. Enfim, uma pessoa que Luka sabia que jamais iria ser.

Luka olhou pela janela e viu seus primos, Len e Rin, brincando no jardim do castelo.

" Como era boa essa vida de criança, sem problema nenhum... " pensou consigo mesma.

A princesa foi até o seu armário e escolheu um vestido branco, longo, de alças finas, totalmente em camadas. Uma bela roupa para a ocasião mais esperada pelo rei: a apresentação dos pretendentes da princesa.

Cada um deles iria se apresentar aleatóriamente, dizendo coisas das quais fazia, não fazia, gostava, não gostava, enfim, tentar impressionar tanto à própria futura noiva quanto ao pai dela, o rei.

Luka achava isso muito chato, outra vez, um dos pretendentes era tão enrolado, mas tão enrolado, que ele até havia esquecido o quê ele estava fazendo ali.

A princesa deveria arranjar um marido até completar 18 anos.

Luka estava com 17, muito nervosa a respeito de tudo aquilo, nem mesmo ela sabia (e nem gostaria de imaginar) o que aconteceria se ela não arranjasse um marido até seus 18 anos.

" Eu quero morrer, não aguento mais esse sofrimento... Imagina quando eu me casar, que horror! " pensou.

- Princesa, está pronta? -perguntava alguém na porta.

- Sim. -ela afirmou, indo até a porta- Pai? O que está fazendo aqui?

- Só vim ver como você estava... Está nervosa?

- Um pouco... - ela admite.

- Olhe, seja qual lá for o pretendente de sua escolha, creio que será a melhor escolha de todas.

- Obrigada, pai.

- Aproveite e mostre um pouco desse seu sorriso que você tanto esconde - o rei ri.

- Pai... não exagere.

- Tudo bem, vamos logo, alguns dos pretendentes já chegaram.

- Ah, o inferno começou - Luka sussurrou para si mesma.

Enquanto isso, no jardim do palácio, brincavam Len e Rin.

- Ah, não consegui alcançar aquela borboleta! - Len reclamava.

- Len-Lerdo! Você tem que ser mais rápido, observe como eu faço pra capturar aquela borboleta ali. - Rin apontava para uma borboleta que voava em direção à vila do reino.

- Ei, você vai sair do castelo...

- E daí? Já vamos voltar mesmo!

- Rin... Será que é boa ideia? Não tem problema? E se você nos meter em confusão de novo...

- Vai dar tudo certo, é só pra mostrar pra você como se captura uma borboleta!

- Tá bom!

- Então vem logo Len, a borboleta vai escapar!

- Estou indo!

Os gêmeos corriam cada vez mais rápido, em direção à borboleta, se aproximando cada vez mais da vila e deixando o castelo para trás, pularam todos os muros de proteção máxima do castelo, subiram e desceram um morro ou outro.

- Estou quase lá! - gritava Rin, pulando sem parar para alcançar a borboleta.

- Você consegue! - apoiava Len.

Rin pulou mais alto ainda, mas a borboleta voou mais alto, a garota havia pulado tão alto que escorregou e rolou morro abaixo. Len gritou e correu atrás da irmã.

No castelo, Luka ouvia cada um dos pretendentes, um pior que o outro, ela até estava quase dormindo, sentada no trono.

- Falta mais um pretendente a se apresentar -anunciou um criado.

- Finalmente. - bufou a princesa.

Neste momento, entra um homem muito bonito, de cabelos curtos e azuis-escuros, realmente muito bonito, Luka ficou prestando bastante atenção em todos os detalhes dele, na hora de se apresentar, fez bem, a princesa impressionou-se tanto com o garoto, que ficou com vontade de conhecê-lo melhor, para ver que sujeito era aquele.

- Pronto, já foram todos. Algum deles impressionou-a, vossa majestade?

- Sim, e por acaso posso conhecê-lo melhor?

- Não vejo problema. Quem seria o rapaz sortudo? - o criado pergunta

- Aquele de cabelos azuis. Chame-o aqui, por favor.

Luka se tocou que estava tão admirada com o rapaz que nem prestara atenção no nome dele.

- Pois não, princesa?

- Qual seria o nome de meu príncipe?

- Meu nome é...

- Vossa alteza! Estamos atrasados! -gritou o criado, ajudante do tal príncipe.

- Desculpe-me princesa, mas tenho que ir agora - ele se aproximou mais dela e beijou sua mão.

- Espere, poderia me dizer ao menos seu nome?

- Kaito. Kaito Fountaine XI.

Luka ficou paralisada, até que se deu conta de que o rapaz já havia ido embora, deixando para trás, uma princesa ansiosa para reencontrá-lo a qualquer momento.

- Como se saiu, filha? -perguntou o rei, entrando no salão.

- Bom... tem um rapaz, chamado Kaito, gostaria de conhecê-lo melhor.

- Que bom que finalmente fez uma escolha, espero que ele a faça muito feliz.

- Obrigada, também espero isso... Mas, há algo me cheirando mal nessa história.

- Vossa Alteza!! - um dos vigias do castelo entrou correndo e berrando no salão.

- Mas o que diabos houve? Alguém morreu? -perguntou a princesa, sarcástica.

- Os gêmeos... eles sumiram! Não estão no castelo! Já procurei eles por toda a parte!