Kaito acabara de acordar pensando em que seu casamento aconteceria naquele mesmo dia. Logo notara que seus criados já providenciavam tudo para aquele dia tão especial.

- Bom dia meu príncipe! - disse Meiko, abraçando Kaito por trás.

- Ah, bom dia, minha princesa... - ele forçava um sorriso.

- O que houve? Parece tenso... - ela disse, começando a massagear seus ombros.

- Eu só estou um pouco sonolento ainda. Acabei de acordar.

- Quer que eu traga um copo d'água? Já volto em um instante! - ela parara de abraçá-lo e ia até a cozinha do castelo.

- Não precisa... - Kaito dissera, mas Meiko já havia ido pegar um copo cheinho de água para seu noivo.

" Ela é mesmo impossível... Como vou aguentá-la? " pensara o príncipe que se mostrava impaciente.

Alguém lhe dera um susto pelas costas, fazendo cócegas na lateral do corpo de Kaito.

- Ah! É você, Kasane, você me deu um susto!

- Olá! - ela riu.

- Me desculpe, mesmo.

- Não se preocupe com isso, só quero que essa guerra acabe logo, não quero ninguém ferido... - disse ela, desmanchando o sorriso de seu rosto.

- Agora pensando sobre a guerra... Não queria ter dito aquilo... Fui um tremendo idiota...

- Oi? Você é um tremendo idiota! - Kasane ri.

- Você ajuda muito também... - disse Kaito, impaciente e cruzando os braços.

- Mas, falando sério, por favor, Kaito, impeça essa guerra. Seria isso que você faria, se você fosse o Kaito que eu conheci há anos atrás, quando fui adotada por sua família quando não tinha mais ninguém para cuidar de mim. Sua mãe estaria orgulhosa se você impedisse essa guerra agora.

- Não mencione sobre ela! Você sabe que eu sempre fico triste ao lembrar dela!

- Só estou dizendo a verdade, você sabe que eu nunca menti para você. - Kasane o fuzilava com o olhar furiosamente.

Kaito ficava assustado com a atitude de Kasane, mas logo ficara sério novamente.

- Meu príncipe, eu voltei! - disse Meiko, voltando com um copo d'água - Desculpe a demora!

- Tudo bem, só estava conversando com a minha amiga...

- Olá Kasane! Sentimos muito por sua festa de aniversário ontem, tá?

- Tudo bem. - Kasane forçou um sorriso. - Bom, vou indo, preciso ajudar a Miku, ela está bem mal.

- O que houve com ela?? - Kaito perguntara.

Kasane ficara em silêncio.

- Ela só está triste por ontem e está um pouco resfriada, ela não quer de jeito nenhum sair da chuva!

- Aonde ela está? - perguntara Kaito.

- Não posso lhe dizer. - ao dizer isso, Kasane saía correndo.

Kaito e Meiko ficaram parados, sem entender o porquê de Kasane ter dito aquilo, logo eles voltaram "ao normal" e se entreolharam.

- Bom, príncipe, que tal irmos ter um café-da-manhã digno de antes de um casamento?

- Seria uma honra.

Enquanto isso, as coisas não iam nada bem no outro reino...

Luka se infiltrara na floresta, à procura de Gakupo.

Len e Rin fizeram o mesmo para procurar Luka.

E o pior de tudo: um guerreiro estava no comando do reino, mas mal sabera ele o que fazer para manter tudo em ordem.

Gakupo, caminhando cautelosamente no meio da floresta, olhava atento para todos os lados, ele não estava com medo de morrer, e sim de deixar Luka sofrendo por sua causa.

Ele ouvira ruídos atrás dele, seria o inimigo?

Rapidamente tirou sua espada e a apontou para onde vinha o ruído.

" Droga, o inimigo pode estar fazendo uma armadilha, fazendo-me ouvir ruídos de uma pessoa fazendo-os de propósito em um dos lados da floresta, assim, outra pessoa poderia me atacar por trás. " ele pensou consigo mesmo, trincando os dentes.

Gakupo olhara para trás ao ouvir outro ruído e para lá apontara sua espada.

Não demorara muito e uma flecha era lançada no tórax do guerreiro, ao sentir a forte e dolorosa pontada, ele cai de joelhos, deixando sua espada cair bem ao seu lado.

O sangue manchara suas roupas e armadura, Gakupo olhara para cima e via dois homens encapuzados.

- O que fazemos com ele? Deixamos ele aqui sofrendo? Ou matamos ele de uma vez?

- Eu acho melhor deixá-lo sofrer um pouco.

- É, atingimos ele em um ponto vital, né?

Ambos os homens riem, Gakupo cuspia sangue, ele tentara suportar a imensa dor que lhe consumia no tórax.

Os homens saíram andando, deixando o guerreiro ensanguentado para trás.

Gakupo se segurava para não soltar urros de dor, ele pressionava o local atingido com uma das mãos, enquanto com a outra mão, tirara a flecha.

" Que burro eu sou... Pensando que podia detê-los sozinhos... Será que a flecha realmente atingiu um ponto vital meu? Será que eu vou morrer aqui mesmo? Aquele Kaito, espero não encontrá-lo novamente. Com certeza foi ele que mandou esses homens para me matar. " Gakupo pensou, lentamente fechando os olhos. " Só me resta esperar pela minha morte ".

- Gakupo! - Luka chamava, olhando por todos os cantos daquela floresta. Luka repetia o nome de Gakupo, e nada encontrou, nem mesmo um fio de seu longo cabelo roxo ali.

Após sua esperança estar quase completamente acabada, ela viu um corpo estirado no chão.

- Gakupo! - Ela gritou.

A princesa correu até ele e se ajoelhou diante dele, sacudindo ele.

- Eu finalmente achei você! Onde você estava com a cabeça?? Está sangrando!

Ela vira que ele não acordara, então sacudiu ele mais uma vez e chamou por seu nome. Ela vira que ele não abrira o olho nenhuma sequer vez, derreteu-se em lágrimas olhando para o rosto do guerreiro, que teve uma vida na qual nela não conseguiu realizar seu sonho: viver em paz com a pessoa que ama.

- Gakupo!! - gritara Luka altamente, fazendo sua voz ecoar por todo o reino.

Luka ficou cabisbaixa, ali chorando por um bom tempo.

Ela olhou para a flexa ensanguentada em uma das mãos de Gakupo e a pegou em sua mão.

" Preciso ficar junto dele ".

Ela mirou a flexa em frente ao seu peito.

Do outro lado da floresta, Rin e Len escutaram o grito de Luka.

- Ouviu isso, Len? - perguntara Rin.

- Ouvi! É a Luka!

- Parados aí, pirralhos! - um homem encapuzado falou.

- Não irá me parar, idiota! - ameaçou Len.

- Len... - Rin sussurrou, assustada. Jamais vira o irmão fazer algo tão corajoso assim.

O homem somente empurrou Len para o lado e surrou Rin para que ela caísse no chão com tudo.

- Não... toque... na minha irmã!! - Len se enfureceu, pulando em cima do homem. Len havia despertado uma força que ainda não tinha despertado antes: força física.

- Saia de cima de mim! - gritara o homem.

- IIIÇA! - gritara Rin, que se levantara para ajudar o irmão a acabar com o homem.

Enquanto isso, Kaito vira que a chuva engrossava naquele dia, ao olhar para a entrada do castelo, vira seu criado Pietro chegando, todo ensopado e com a mão ensanguentada.

- Pietro, o que houve?? Aonde você estava e porquê está com a mão ensanguentada??

- Eu... Fiz uma coisa que você vai odiar... - ele riu sozinho.

- O que foi, Pietro?? Diga-me! - disse Kaito enfurecido, pegando o criado pela gola da roupa.

- Eu... - ele não conteu suas risadas. - Matei o pai da princesa Luka, o rei...

- Você o que??

- Sim, eu matei o pai de Luka...

- Por que você fez isso, seu bastardo??? Eles virão me matar!!

- Exatamente por isso que eu o fiz... Sem você para governar, eu irei suceder o cargo de rei. Príncipe tolo!

Kaito arregalava os olhos ao ouvir aquelas palavras vindas de seu criado mais confiável.