A Maldição do Deus Oculto escrita por Laís di Angelo


Capítulo 4
Agora somos “Filhotes de deuses”


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... Ta aí o Capitulo 3... Boa leitura e deixem REVIEWS!!!



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3º- Agora somos “Filhotes de deuses”

POV Roselie

Acordei mais cedo do que o necessário. Tomei um banho, vesti um vestido branco que ia até o meio da coxa e de alças finas. Calcei uma sapatilha rosa, coloquei meus brincos e as pulseiras e penteei meu cabelo rapidamente. Peguei minha bolsa de lado rosa claro e desci as escadas.

Confesso que estava morrendo de medo de voltar à escola. Mas mesmo assim reuni coragem para conseguir por meus pés naquele lugar novamente. Cheguei à sala de jantar e todos estavam sentados a mesa. Klaus usava uma calça jeans escura e uma camisa azul marinha apertada que definia ainda mais seus músculos. Seus cabelos estavam molhados e todos bagunçados.

Ninguém pronunciou uma palavra. Depois de um longo tempo com esse silencio desagradável, eu larguei minha colher na tigela em que saboreava um delicioso mingau sem nenhuma educação e todos olharam pra mim com as sobrancelhas arqueadas.

– Tio Rick... – Comecei. – Hoje é o “amanhã” de ontem.

Ele me olhou confuso e eu sustentei seu olhar até ele respirar profundamente largar seu jornal em cima da mesa.

– Conversaremos mais tarde. – Disse ele evasivo.

– Mais tarde estaremos na escola. – Revidou Klaus.

– Rick. – Tia Benedith o chamou. – Deixe-os ficar aqui em casa hoje. Vai ser bom para eles descansarem depois do ocorrido.

Tio Rick olhou nos olhos dela e confirmou com a cabeça.

– Tudo bem.

Depois do café eu me sentei no sofá e fiquei trocando de canal sem interesse algum no que passava na televisão. De dez em dez minutos eu me levantava e ia até o meu quarto. Olhava para a bagunça e depois retornava até a sala. Klaus ficou na frente de seu computador vendo The Vampire Diaries e comendo biscoito. Por volta das nove e meia, fui para a cozinha e preparei uma travessa de brigadeiro. Voltei novamente para a sala e fiquei assistindo desenho animado. Quer dizer, eu não assistia apenas olhava a imagem. Milhões de coisas passavam pela minha cabeça. O que era aquele monstro, o que ele queria de nós, que papo tinha sido aquele de filhote de filhote de deuses...

Meus pensamentos foram interrompidos pelo som da companhia. Tio Rick – que estava no seu escritório há duas horas saiu e atendeu a porta.

– Henrique Nicholls? – Ouvi a voz de uma garota perguntar.

– Sim. O que querem? – Perguntou meu tio;

– Viemos falar sobre seu filho. – A garota continuou. – Sou Annabeth Chase e esses são Grover Underwood e Percy Jackson.

Continuei de costas para a porta, mas ouvindo atentamente a conversa.

– O que tem meu filho? – Perguntou meu tio preocupado.

– Na verdade é mais o que tem a mãe dele... – A garota voltou a falar sem jeito.

– Ah! – Ouvi a voz de um garoto e ela era irritada e impaciente. – Sabemos quem a mãe dele é! Quer dizer... Sabemos que ela é uma deusa e viemos levá-lo para o Acampamento. – O garoto despejou.

– Ah meus deuses! – Tio Rick - exclamou. – Entrem.

– Obrigada. – Agradeceu a garota. – E tem uma garota também... Roselie Marie Nicholls.

Ta. Agora eu me virei para olhar os retardados. A garota era loira, esguia e de olhos cinza. Tinha um garoto com muletas, pele clara e cabelos avermelhados e outro garoto de olhos incrivelmente verdes e cabelos pretos. Este ultimo e a garota estavam de mãos dadas – Que pena. Klaus se levantou e ficou ao meu lado.

– Bem... Esta é Roselie e este é Klaus. – Falou tio Rick apontando para nós. – Estes são Annabeth, Grover – Ele apontou para o garoto de muletas - e Percy. – Ele apontou ara o rapaz bonito de olhos verdes.

– Prazer, - a garota veio até nós e estendeu a mão. Hesitei um pouco, mas a cumprimentei.

– O que querem? – Perguntei sem cerimônia alguma.

– Viemos para levá-los acampamento. – Respondeu o rapaz de muletas.

Eu sorri sem humor.

– Acampamento pra mim também? – Perguntei e em seguida me sentei no sofá. – O viciado que precisa de acampamento aqui é ele. – Apontei para Klaus.

– Roselie! – Klaus me gritou.

– Meu nome. – Revidei.

– Estamos falando do acampamento Meio- Sangue. – Falou Percy.

Eu o olhei descrente.

– Qual é a diferença? – Perguntei.

Os três se olharam depois se viraram para meu tio.

– Eles não sabem? – Perguntou a loira, Annabeth.

Tio Rick negou com a cabeça. Os três respiraram fundo e Percy chegou mais perto

– Quantos anos vocês tem? – Perguntou ele.

– Eu tenho 14 e Klaus 16. – Respondi antes de Klaus dar uma má resposta a ele.

Percy se virou para Annabeth e Grover.

– Já era para eles terem sido assumidos. – Comentou Grover me olhando.

– Ei! Posso saber o que está acontecendo? – Falei em voz alta.

Tio Rick se aproximou deles e falou lentamente:

– A deusa, mãe de Klaus, ainda não o assumiu.

– Deuses... Filhotes de Deuses... Monstro... – Comecei a falar.

A garota loira se virou para nós e respirou fundo.

– Conhecem mitologia grega?

– Claro! – Respondemos eu e Klaus.

– Pois então... Todos os seres são mitológicos são reais. Inclusive os deuses.

Eu e Klaus trocamos olhares confusos, aquilo havia sido bem direto e nos deixou mais impactados. Mas no momento em que ela disse aquilo eu sabia que era verdade. Aquele monstro que tinha nos atacado era real. Incrível... Mitologia Grega... Real?

– Isso é serio? – Perguntou Klaus para seu pai. - Quer dizer, não pode ser real. É alguma brincadeira, não é?

– Não tem brincadeira, é real. – Tio Rick falou.

– Quer dizer que minha mãe não morreu? – Perguntou Klaus. - Ela está viva, mora no Monte Olimpios...

–Olimpo - corrigi meu primo. Só ele me fazia passar vergonha...

– Sr. Nicholls. – Percy o interrompeu. – Por que não contou a ele?

– Na época morávamos no interior e o cheiro fica mais forte quando eles descobrem... Então resolvi não falar nada.

Um silêncio desconfortável pairou sobre nós, até Klaus desistir e perguntar:

– Quem é o pai de Roselie?

Todos olharam para meu tio. Na verdade era a primeira vez que eu também pensava nisso.

– Não sei. Ele não a assumiu. Quando Diana, minha irmã e mãe de Roselie, morreu, - ele ficou desconcertado. - Ficamos desesperados. A única coisa que ela falara para nós era que Roselie era filha de um deus. Mas não nos disse de quem. Minha mãe tentou descobrir, mas não achou nada. Sinto que nem mesmo o pai olimpiano dela sabe que é seu pai.

Annabeth apertou os olhos.

– Uhu! Não me querem como filha! – Eu debochei irônica. Eu fiquei triste e feliz com isso. Uma parte de mim queria saber, mas a outra ainda achava melhor ficar do jeito que estava. – Agora eu fico aqui... Klaus não vai mais me irritar... Vida perfeita! – Falei.

– E quem vai te levar pra escola, coisinha irritante? – Perguntou Klaus.

– Ah! Você é muito estraga prazeres! – Joguei uma almofada nele.

– Ela podia ser sua irmã Percy. – Falou Grover e os três sorriram.

– Vocês são filhos de quem? – Perguntei.

– Eu sou de Poseidon – Falou Percy – Annabeth de Atena e Grover é um sátiro.

– Deus dos mares, deusa da sabedoria e um cara metade bode e metade humano, certo? – Falei.

– Certo. – Respondeu Annabeth. – Talvez você seja filha de Hermes.

– Como vamos saber? – Perguntou Grover frustrado.

– Simples. – Afirmou Percy e depois se virou para mim. – Já roubou alguma coisa?

– O que? Não. – Neguei imediatamente.

– Tem certeza?- Ele insistiu.

– O Seu Pirralho! Vê se me trata com um pouquinho mais de respeito! – Falei. – Já disse que não!

–Poderia ser Dioniso. – Comentou Grover.

– Não gosto de vinho ou uva. Isso conta? – Perguntei.

Os três suspiraram e Annabeth se virou para meu tio.

– Sua mãe sabe dos deuses? – Ela perguntou desconfiada.

Antes de tio Rick responder eu me levantei.

– Vovó já não morreu? – Perguntei.

– Minha mãe é Nix. – Respondeu tio Rick.

– O QUE? – Com exceção de Klaus, todos gritaram surpresos.

– Não entendi a agitação, não é só mais uma deusa? - perguntou Klaus. Como sempre grosseiro e ignorante, direcionando-se aos semideuses e ao sátiro que estavam à nossa frente.

– Calma aí. – Pediu Percy. – Nix é a deusa da noite, patrona dos feiticeiros e das magias, super-ultra poderosa e primordial, filha direta de Caos, o primeiro Deus. - disse ele pedindo nossa confirmação com o olhar. É claro que todos concordaram com sua explicação. Mas que gatinho era ele, hein? Pena que me parecia que já tinha dona. Nem tudo é perfeito.

– Sim. – Respondeu tio Rick como se isso fosse muito comum. – E como eu e Diana éramos gêmeos, ela também é filha de Nix.

Um silêncio caiu sobre nós. Nix, uma das deusas mais poderosas, era nossa avó!

– Vocês, - Continuou tio Rick – Herdaram os poderes que eu e Diana tínhamos. Além de ter os poderes de seu pai e mãe olimpiano.

– Agora eu quero ir para esse acampamento. – Falou Klaus.

– Annabeth. – Meu tio a chamou– Os dois vão ficar em chalés separados, não é? Eles brigam muito!

– Claro. Podemos colocar Klaus no chalé de Nix e Rose no de Hermes até descobrimos quem são seus pais. - Respondeu Annabeth.

– Ah, não! – Percy exclamou. – Não vamos colocá-la no Chalé de Hermes, não. Ela vai sofrer demais.

AH! Que fofo ele era!

– Mas espera aí, eu preciso mesmo ir para o Acampamento? – Perguntei tímida.

– Sim. – Respondeu Grover, só agora se impondo e se animando com o que falava. Até aquele momento ele parecia só segurar vela para Percy e Annie (Nossa, nem conheço direito a menina e já dei apelido.) – Você vai aprender a lutar, a usar seus poderes e a sobreviver no mundo. Vocês dois parecem ser poderosos demais. Tem sorte estarem vivos até hoje.

Ficamos conversando um tempo. Eles nos contaram mais sobre o acampamento e sobre os deuses e falaram também sobre a Névoa. Deram-nos o resumo da guerra contra Cronos, e eu finalmente comecei a gostar da ideia de ir para o Acampamento. Em certo momento, Grover se levantou do sofá e começou a fungar, me fazendo ter vontade de rir do episodio. Mas tive de conter-me. Percy e Annabeth se levantaram tensos.

– Tem algum monstro por perto. – Falou Grover.

– Subam e arrumem suas coisas. – Mandou tio Rick. – Annabeth? Ajude a Rose. É bem capaz de ela arrumar uma mala enorme de rodinhas só com maquiagem dentro.

Lancei um olhar irritado a meu tio. Depois subi correndo até meu quarto. Quando Annabeth entrou arregalou os olhos.

– Que foi? - Perguntei

– É tudo rosa. – Ela respondeu como se fosse obvio.

Na verdade, era mesmo quase tudo rosa. As paredes, a colcha da cama, a porta do closet...

– É... Agora me ajuda!

– Pega uma mochila. – Pediu Annabeth.

Corri até o closet e Peguei a maior mochila que eu tinha. Coloquei calças, vestidos, camisas e blusas lá dentro. Peguei uma bolsa de plástico e coloquei tênis, sapatilhas e um tamanco.

– Fala sério! – Exclamou Annabeth.

– Vou ficar muito tempo lá! Preciso das minhas coisas. – Coloquei dentro do bolso menor da mochila minhas maquiagens e bijuterias. – Acabei.

Ela olhou o relógio.

– Não demorou mais que cinco minutos. Parabéns. - Annabeth era muito legal, mas bem irônica. Naquele momento pareceu ser típico de um filho de Atena.

Saí do meu quarto e fui direto para o quarto de Klaus. Ele jogava as roupas dentro da mochila sem cuidado algum.

– Não tem amor a suas roupas não? – Perguntei a ele.

– Quando tem um monstro vindo atrás de nós? Creio que não, e você? – mais sarcasmo.

Descemos as escadas e eu me despedi do meu tio.

– Te amo, tio. Obrigada por ter cuidado de mim todo esse tempo e me tratado como sua filha. E também por não ter me contado sobre essas coisas. – Acrescentei irônica.

– Evite fazer qualquer coisa sem pensar, Roselie. Por mim. – Replicou ele. – Estou falando isso só para ficar com a consciência limpa, porque você não vai me obedecer.

Simplesmente assenti, mas é claro que não iria.

– Acabem com esse grude, vocês dois. – Klaus começou, provocando riso de todos na sala, exceto o meu, é claro. Ele se aproximou de seu pai e o abraçou. – Tchau, pai, te amo muito, e me desculpe pelo que fiz de errado.

– Com certeza, filhão. Tome bastante cuidado.

Depois das despedidas fui até a porta. Mas quando estava a alguns passos de distancia, ela se abriu e uma Benedith meio descabelada e sem vida alguma entrou em casa. Quando ia inventar algo que pudesse justificar nossa saída com um monte de mochilas, ela, com uma voz fria e rouca, perguntou:

– A onde pensam que vão Semideuses?




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Se sim mandem reviews. Se não, mandem reviews também... Obrigadãããão!! *.*



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