Capítulo 14- Era uma vez uma Linda Recepcionista

POV Thalia

Acordei antes das sete e vi minha companheira dormindo. Não era necessário acordar naquela hora, mas eu já tornei isso um hábito. Na verdade, até acordei um pouco mais tarde do que estou acostumada: nós caçadora, dormimos cedo e acordamos igualmente, tipo, lá pelas quatro horas. Enfim, havia dormido bem tarde ontem, então, me dei um desconto de ter acordado atrasada.
Fiquei tentada a acordar Roselie, deixando-a brava e irritada (como era bom), mas me contive, já que ela virou minha “amiguinha”. Não me levantei por causa do problema de que não tinha nenhum movimento naquela manhã naquele horário, então, instintivamente, lutando contra isso, fechei os olhos e adormeci novamente.
Acordei lá pelas oito horas (ainda bem que lady Ártemis não estava ali, ou teria me matado porque fazer aquela proeza de acordar tarde, ela já matou uma menina por isso) e me senti bem: havia tempos não descansava assim. Rose já não estava mais na cama dela, o que achei estranho já que ela nunca acordava nessa hora. Aprendi muitas coisas sobre ela, sabe? Ela é uma garota muito legal embora seja... Superficial e insegura. Mas isso o Nico muda com o tempo, se é que me entende. Voltando ao assunto, Rose devia estar na recepção junto com os outros.
Levantei, tomei um rápido banho e me troquei. Peguei minha mochila e desci até a recepção. Estava todo mundo lá... Menos a Rose.
- Oi, casalzinho apaixonado! Quer dizer, vocês deviam respeitar a figura casta de uma caçadora, mas Nãããããããão... Têm que ficar se pegando! – Me referi a Ally e Klaus que estavam abraçados e me olharam com cara de surpresa. Ri de lado e vi que Nico gargalhava. – Oi, priminho... Mas você não se safa, porque fica de peguete com a maluquinha de Apollo. – Ouvi Klaus rindo dele e Ally comentar algo sobre infantilidade. Adoro irritar pessoas expondo minha opinião, é tão... prazeroso!
Vi mais um casal chegando devagar, mas quando quase soltei mais alguma piada, me dei conta de que eram os filhos de Éris.
- Garota Da Toalha e Irmão Mais Velho Da Garota Da Toalha! Bom dia!
- Nos poupe, garotinha! – Falou a Garota Da Toalha. Quem é ela pra falar assim comigo?
- Tem certeza do “garotinha”- eu a fuzilei com o olhar e o irmão disse algo para ela sobre não mexer comigo, mas eu segurei seu ombro com força e virei-a para mim:- Porque eu posso aparentar ser mais nova que você, mas acredite, eu morri uma vez, fui pinheiro por seis anos, voltei com metade da minha idade, e, desde então, não envelheço mais porque sou uma serva divina imortal. Mas quando você ficar velha, estarei aqui novinha e lindona, mas já tenho força o suficiente para dar um jeito nessa sua carinha...
- Para, Thalia!- disse Nico, me puxando- E vai buscar a Roselie para podermos ir embora! - Ela não está no quarto. – Eu disse já ficando preocupada, soltando a tal de Stella e olhando fixamente para meu primo.
Nesse momento aquela recepcionista que o Klaus e o Nico ficaram de olho, desceu as escadas chacoalhando um bolo de chaves do Hotel. Sammuel se juntou aos dois pamonhas e ficou olhando pra ela. Ally fez cara de cachorro e fuzilou Klaus nos pensamentos.
- Olá, semideuses. Vejo que trocaram a garota por dois meio-sangues que só trarão discórdia entre vocês. – Ela disse sorrindo. De repente sua aparênci foi se destorcendo, os garotos ainda bobões lá e Ally gritando como uma maluca. A mulher tinha garras afiadas, era mistura de burro com mulher, tinha patas desproporcionais, as quais eram de bronze.
Ah, por Zeus!
- Empousa. – Eu disse aos outros, finalmente alertando os meninos que demoraram mais para sair do efeito da Névoa, diferente de Allysson e eu. Todos se levantaram e ficaram em alerta, me olhando e correndo até mim, por estar mais longe do balcão. Me virei para a Empousa e disse. – Nós nunca trocaríamos Roselie por esse dois aí.
- O que fez com ela? – Perguntou Nico, abafado, ao meu lado. Klaus suava frio e estava pálido. Ally permaneceu confiante, mas nervosa.
- Nada. Na verdade, eu não posso fazer nada. São ordens. Fora que ela é poderosa de mais para eu enfrentá-la sozinha. – A Empousa deu um sorriso e eu não sabia se ela estava falando no sentido figurado, ou não (devia ser, filhos de Apollo não são tão poderosos).
- Se acha a Rose poderosa, espera até servir de adubo para uma plantação de trigo. – Falou Klaus. Ele tinha muito senso de humor pra fazer uma piadinha dessas na hora do Rush.
- Não podemos matar você também, mas com certeza podemos acabar com o resto dos semideuses, a menos que... – A Empousa parou de falar de repente.
- Nos digam onde esta a outra garota! – Ouvimos uma voz atrás de nós e quando nos viramos vimos mais três Empousas. Do outro lado da sala haviam mais duas.
- Ninguém se machuca se os Netos de Nix se entregarem. – Completou uma outra. Aquilo tava ficando sinistro...
- O que você vocês querem de nós?- perguntou Sammuel, abraçando a irmã. Mas porque ele se colocou como neto de... Ah, meus deuses... Santo Papai Zeus e Lady Ártemis! Éris é filha de Nix, por isso eles também são netos de Nix e primos de terceiro grau do Klaus e da Rose... Nossa! Klasu fico confuso com a fala do cara, e me olhou, mas eu sorri bobamente.
- Talvez não sejam vocês que eles querem. Eu posso me entregar. – Ouvi uma risada de escárnio na direção da porta principal do Hotel. – Lutarei até o ultimo segundo de minha vida! Nossa! Como eu sou clichê.
Sério??? Como a Rose conseguia fazer aquele momento “seis empousas atrás de nós” virar o momento “Tô numa sessão de fotos para a Capricho, ninguém incomoda!”? Eu tive vontade de rir. Ela estava usando aquela capa de sombra sei lá o que, uma roupa comum por baixo e uma bota de salto! Ela chegou ali dentro como se fosse a heroína de uma história em quadrinhos.
- Onde você estava? – Perguntou Klaus.
- Vovó disse pra mim treinar. – Ela respondeu ainda olhando para aquelas duas empousas que barravam seu caminho até nós.
- Depois a gente conversa. – Disse Klaus a ela. Ele estava tentado bancar o papai dela, entende? Já que meu irmão solzinho cintilante não fazia esse trabalho.
– O que são vocês? – Rose perguntou com nojo.
- Quando tivermos o prazer de levá-la para nossa superior você desejará não ter perguntado. – Respondeu uma Empousa. Eu sinceramente não via diferença entre elas.
- Chega de blábláblá! Nico, você sabe o que fazer. – Eu disse tirando o pingente da minha pulseira e o transformando em arco. As flechas eu projetava com a mente, foi um presente de Hefesto depois que as caçadoras capturaram um de seus touros de metal perdidos. Lancei três de uma vez, mas não funcionou, pois as flechas rebateram seus corpos e caíram. Parecia algum tipo de magia que aumentava sua força e defesa. Só podia ser algo divino, tinha deus por trás disso.
Olhei para Nico e vi que ele procurava dava um bastão para Klaus, ou algo assim. Mas as outras ficaram em alertas e três delas partiram para cima da Rose. Mais três surgiram do restaurante e atacaram Ally. Nada funcionava: espadas, facas, flechas... Aquilo não ia prestar.
POV Klaus
Thalia disse algo para Nico sobre ele fazer o que sabia, ou sei lá. Cheguei mais perto dele, estava nervoso, não tinha armas comigo, estavam no carro. Que besteira minha, ser um semideus em missão e não levar uma arma. Nico tirou a espada de um pingente e disse:
-Cadê as Manoplas?
- Bom...
- Não me diga que não tem elas aí! Primeira dica: sempre carregue uma arma!
- Não imaginei que isso aconteceria- disse, olhando Thalia disparar flechas que não efetivavam nada e só deixavam as empousas mais irritadas. Ally fazia o mesmo, só que tinham mais três vindo somente atrás dela.
- Não é pra imaginar mesmo, é melhor prevenir que remediar. Enfim, toma esse galho, faz de bastão e dá umas cacetadas boas na cara das empousas que querem matar sua namorada, e também naquela bonitona do balcão- disse ele arrancando uma pedaço de um vaso de planta ali perto e correndo em direção ao corredor de quartos.- Vou salvar Rose, Thalia não tá dando conta e ela tá se machucando demais. - Mas isso é só uma galhinho, vai quebrar no primeiro golpe, não serve pra nada. - O importante não são as armas que se usa, só como manejá-las corretamente. Boa sorte- ele gritou de longe. Corri para Ally que estava perto, atirando nas Empousas com um arco que eu nem faço ideia de onde tenha vindo. Pensei: tenho um galho e poder sobre qualquer ser vegetal. Concentrei toda minha energia, nas mãos que seguravam o galho e tentei torná-lo rígido e forte o máximo possível. Não imaginei ter dado certo, mas as empousas de aproximavam de Ally, que estava sem forças.
Até que uma chegou perto o suficiente para que eu pudesse golpeá-la na cabeça. Prec... Ouvi algo se quebrando. Ai, meu bastão, pensei. Abri os olhos e vi o “galhinho” inteiriço em minhas mãos. Olhei para frente e vi um corpo desproporcional, gélido e duro na minha frente, mas sem cabeça. Mais adiante tinha uma cabeça com uma gosma verde saindo. Logo, tudo virou pó amarelo e saiu voando. Ally gritou e eu sorri, de orelha a orelha. Avancei contra mais duas e me tornei um decaptador triplo de empousas de Nova York.
Enfim, chegou a linda recepcionista, ou uma ex-linda. Bati com força, mas ela segurou, virou o bastão tentando torcer minha mão e me fazendo soltá-lo (como era forte). Ela arremessou-o para longe e atiçou um copo de vidro contra mim, cortando meu ombro, onde ela jogou e me fazendo cair. Ela pegou uma corda fina e começou a me amarrar, mas eu ó ouvi um “iáááááá” e sua cabeça girando no ar, com gosma de empousa sobre mim. Me desamarrei e vi Ally ao meu lado, sorrindo e com meu bastão em mãos, feliz. Nós havíamos conseguido juntos, como um casal. Abracei-a e nos deixamos envolver num beijo apaixonando e prazeroso, com gosto de vitória e pasta de dente. Mas logo olhei para frente e via que a coisa tava feia, e que precisavam de nós.
POV Thalia
Uma delas veio me atacar e eu comecei a lutar, corpo a corpo, no estilo kung fu. Enquanto isso Stella e Sammuel lutavam com outras duas, com facas e socos fortes, mas sem efeito, como eu. Nico tentava passar pelas lutas para ajudar Rose. O monstro que estava lutando comigo era muito boa, então, tive que parar de prestar atenção nas lutas dos outros e sobreviver.
A empousa me atacou com uma faca pelo lado direto, acima do ombro. Larguei meu arco no chão e segurei as mãos dela com a minha esquerda enquanto tirava da bainha minha faca. Tentei atacá-la por baixo, mas ela foi mais rápida e se afastou. Ela lançou a faca na minha direção, mas eu me abaixei e peguei meu arco. A empousa estava desarmada e eu fiz um movimento rápido e lancei uma flecha que estava no chão bem na barriga dela. Essa penetrou, talvez devido a pressão, por que estávamos mais próximas dessa vez. Só que ela arrancou da barriga, jogou no chão e veio para cima de mim, novamente. Como ela era determinada. Mas não podia esperar. Larguei tudo no chão, concentrei meu poder inetrior e criei uma esfera estática enorme, carregada de eletricidade pronta pra matar. Joguei nela, e pelo, menos dessa vez, apesar de ter quebrado duas paredes e ter feitoum barulhão que chamo atenção de toda a estrada, estilhaçou a pobre coitada.
Olhei em volta, onde poderia ajudar. Sammuel ajudava a irmã, mas só distraindo a mosntreca; Ally e Klaus detonaram quatro, eu me perguntava como, e agora estava se pegando. Eu me pergunto de onde sairam tantas empousas. Voltando ao assunto, Nico convocou alguns esqueletos para lutar com as Empousas que estavam entre ele e Rose, mas eu sabia que ele não aguentaria por muito tempo, aquilo lhe gastava muita energia. Bem, Rose era a que mais tinha bichinhos de estimação. Lutava com cinco e sozinha. Quer dizer, não lutava. Cinco empousas estavam envolvidas num manto negro que parecia até sólido. Corri para ajudá-la, mas fui interceptada por mais uma empousa, tendo que refazer meu caminho. Foi aí que vi Ally caída no chão e Klaus lutando com mais três monstrinhos chegados de algum lugar (Klaus usava um galho, coitado). Percebi que elas estavam mais focadas em Klaus e Rose. Mas foi nesse exato momento que eu vi que essa luta não ia acabar tão cedo.
Tentei correr para ajudar Rose, mas novamente foi interceptada...
POV Roselie
Klaus estava lutando com Ally contra um monte de monstros, Sammuel ajudava Stella e Nico convocou um monte de esqueletos pra nos ajudar, o que o deixou bem cansado. Thalia dava um passo e era interceptada e eu finalmente consegui usa os poderes de minha mãe.
Eu estava com a capa feita de Sombra... Eu tinha herdado os poderes de minha mãe... Era só me concentrar. Fechei os olhos fiz uma prece a minha avó. Concentrei-me bastante em levar toda aquela escuridão para as mulheres-monstros. Quando abri meus olhos, a minha capa estava meio que voando em volta de mim e duas empousas estavam envolvidas por um manto negro quase sólido!
“Que incrível”, pensei. Concentrei-me mais um pouco e logo as cinco empousas já estavam envolvidas. “Ótimo”.
Mas não era bom. Eu estava muito, muito cansada. Tinha que treinar mais. Olhei para a frente e vi as monstrengas se debatendo feito loucas envolta daqueles “muros” ou “mantos”, chame como quiser. Klaus estava lutando com mais três e tinha uma espécie de planta gigantesca na sua frente que prendeu a maioria dos monstrinhos, mas em matar. Nico estava controlando dois esqueletos que lutavam com mais cinco monstrinhos perto do restaurante. Ele não devia mais nem estar se agüentando em pé. De onde tinha saído tudo aquilo de monstro?
Eu estava quase desmaiando, já nem sentia mais meu corpo. Foi quando ouvi um grito.
- ROSELIE!

POV Allysson
Aquela vadia daquela filha de uma vaca da Empousa fez um corte na minha perna e eu caí no chão tentando estancar o sangramento. Klaus ficou morrendo de raiva, eu podia sentir. Ah, como ele era fofo! De repente começou a surgir de um vaso de flor ao meu lado, raízes enormes e fizeram meio que uma parede prendendo sete empousas. Mas era raiz de boa qualidade. Estavam todas bem unidas e as empousas socavam e esmurravam em vão. Fiquei tão orgulhosa do meu lindo, já controlava assim o poder, imagina com treino! Mas minha felicidade durou pouco. O machucado começou a doer mais. Olhei pra frente e vi um Klaus sem energia nenhuma. Perto de nós não havia mais empousa nenhuma.
- Allysson, está bem? – Perguntou Sammuel se abaixando ao meu lado. - Não. As empousas acabaram? - Perguntei.
- Felizmente. Nós somos incríveis!
- Cadê o Nico? – Perguntou Stella. - Ah, Minha nossa mãe do Olimpo! – Stella soltou baixinho com os olhos vidrados na porta do hotel.
Segui seu olhar e quase tive uma parada cardíaca. Mas meus olhos estavam já se fechando. Só ouvi o grito agoniado de Nico.
- ROSELIE!