Bônus: Sonhos de uma Noite de Outono

POV Roselie            

Demorei a dormir. Não conseguia parar de pensar no que tinha visto no jardim de casa, naquele mesmo dia, e não havia contado a ninguém. Era impossível, talvez eu estivesse ficando louca, sei lá. Mas o pior de tudo, é que quando finalmente dormir, tive um daqueles sonhos de semideuses.
Estava em um lugar pouco iluminado, com coisas meio sinistras, estilo Magia Negra de filmes sobrenaturais, sabe? Tinha teia de aranha para todo lado e também muita poeira.
Uma sombra se formou na minha frente quase me matando de susto. Era uma mulher alta e de vestes cinza escuras. No mesmo minuto uma porta no fundo do aposento se abriu e uma mulher de vestes negras saiu de lá. Seu olhar estava carregado de raiva, mas aquilo parecia fazer parte dela. As duas se olharam por um longo tempo, até que a de veste preta perguntou.
- Já sabe qual deles?
- Ainda não. E também não tive nenhuma chance de poder mexer com eles e não terei tão cedo. Tenho que continuar com minha boa aparência. – Respondeu a outra.
Senti uma sensação ruim e fechei os olhos. Quando os abri vi uma mulher... Estranha, ao lado das outras duas. Metade de seu cabelo era branca e a outra era preta.
- Acho melhor ficarmos de olho neles. Já perdemos dois mais cedo. – Disse autoritária a mulher estranha. – Só temos mais um refém e não quero perde-lo.
- Como se ele conseguisse fazer alguma coisa depois de termos esgotado todo o poder dele e, ainda por cima, não conseguimos nada! – Resmungou a mulher de vestes negras. – Temos que usar aqueles semideuses agora, ou nunca iremos conseguir abrir.
Um silencio se instalou. A mulher que esqueceu de pintar a outra parte do cabelo, começou a ficar inquieta.
- Você precisa ir. Podem suspeitar. – Disse varrendo o Aposento com o olhar. Me encolhi diante daquilo.
- Tudo bem. O Olimpo tem que pensar que luto com eles a partir de agora. – Contou a mulher de cinza.
- Eles são tão burros. Como acham que você vai trabalhar com ela? – Perguntou a estranha.
- Pois é. Tenho que ir. E tomem conta de meu...
Acordei suando e ofegante. Meu corpo inteiro tremia. Minha cabeça girava e eu tentava entender aquele sonho, em vão. Mas eu tinha novidades para meus amigos.
POV Klaus
Naquela noite tive um daqueles sonhos idiotas de semideuses, sabe? Coisa mais sem noção!
Os quatorze Tronos principais estavam ocupados e no centro daquele ”U” ainda tinha mais um. E nele uma mulher esguia de cabelos negros assim como os olhos, estava sentada.
- O que vamos fazer? – Perguntou Zeus.
   Eu me lembrava de alguns deuses. Apolo, ele defendeu a Rose no dia que Poseidon ia nos matar, Poseidon, Zeus, Hades, Ártemis, Atena, Sr. D. e Afrodite. Tinha um feiosinho também que eu achava ser Hefesto e ao lado de Hades estava sua mulher, Perséfone, linda e delicada como uma flor (pelo menos parecia, pelo que Nico me contou). Além disso, era minha irmã mais velha. No trono cheio de raízes e com um ramo de trigo ao lado estava Deméter, minha mãe. Estava bem na cara que era ela. Enfim... Concentrei-me mais na mulher ao centro. Eu tinha certeza que era Nix, demonstrando a noite em seus olhos.
- Eu não quero nem saber! – Resmungos Poseidon. – Percy está a salvo e isso é o que importa.
- Quer dizer que o fim do mundo não importa mais, Meu Irmão? – Replicou Hades.
- Exatamente, Poseidon. – Concordou Atena. – Estou muito feliz por Annabeth estar bem, mas...
- Graças ao meu filho. – Cortou Poseidon, mas foi ignorado. Atena continuou.
-... Mas nós temos que pensar agora em como vamos enfrentar isso. A Profecia foi clara.
- Isso é raro. Duas Profecias com o mesmo final ligadas as mesmas pessoas. – Disse Apolo pensativo.
- Veja bem, Apolo esta pensando. – Riu um deus.
- Cale a boca, Ares. Isso aqui é sério.  E e profecias eu devo pensar, sou o deus delas– Repreendeu o Deus do Sol. -Ah, olha aqui, Solzinho...
-Sem infantilidade, os dois- interrompeu Ártemis, antes de ocorrer uma explosão a nível mundial.   
- Eu acho que devemos matar os dois por via das duvidas. – Opinou Dioniso.
- Ah! Nunca! Ninguém aqui vai encostar a mão na minha filha! – Apolo se levantou irritado e olhou para cada um de seus irmãos.
- Apoiado! – Disse minha mãe. – E ninguém encosta no Klaus.    - Klaus que se cuide, agora que é o filho preferido da mamãe, não vai parar de comer cereal. – Falou Perséfone segurando o riso. Ela parecia ser legal, apesar de Nico odiá-la e me tentar fazer o mesmo.
Enfim, eu era o filho preferido de Deméter! Que incrível! Euzinho aqui...
Afrodite continuava a se olhar no espelho e pentear o cabelo, pouco ligando pra situação.
- Vocês não confiam neles? – Perguntou ela sem tirar os olhos do espelho. – Não podem matá-lo porque um deles irá nos ajudar.
Todos olharam para ela. Talvez pensassem que ela não se preocupava com nada além de maquiagem.
- Eu acho que quem irá ajudar vai ser o garoto. – Falou Ares com frieza. -  A menina é igual a Afrodite: É de fácil manipulação. Todo mundo manipula e depois joga fora.
Foi a gota d’água.
- ARES! – Rugiram Apolo e Nix. Mas era Afrodite que já levantado e caminhado ao outro lado da sala, estava com a mão na cara dele.
- Se não calar a sua boca, faço engolir meu sapato. E a maioria das suas filhas tem inveja dela! – Disse Afrodite com a voz baixa. Parece que depois de Phobos, Deimos, Harmonia e mais inúmeras vezes pegos pelas armadilhas de Hefesto, eles passaram a se odiar.
- Já que é pra falar mal, vamos falar do alcoólatra! – Disse Hefesto. – O garoto é todo revoltado deve ser mais fácil pegar ele do que a patricinha- Que raiva que me deu do feiosinho... Eu já não bebia há... três dias?
- Falou o invejoso! Só porque o garoto é mais bonito do que ele. – Disse um outro Deus.
- Qualquer um é melhor que ele, Hermes. – Falou Ares. Quando Hefesto ia pra cima dele, minha avó o impediu com um daqueles gritos tipo o da Rose. - CHEGA! EU VIM PARA RESOLVERMOS ISSO! Se não conseguem nem fingir que são educados, sinto dizer, mas não terão minha ajuda. Muito menos a de meus Netos.
Ela saiu pisando fundo me fazendo lembrar novamente de Rose. Os deuses ficaram em silencio até a voz de Zeus ecoar pela sala.
- Declaro essa reunião encerrada.
A imagem tremeluziu e apagou-se lentamente, pude ver alguns deuses saindo. Acordei sobressaltado. Aquele com certeza foi um sonho e tanto. E eu tinha que contá-lo aos outros.