Capitulo 13- Confusões Entre Semideuses Num Hotel Lotado POV Roselie

- Fala o que é! – Falei apreensiva. Thalia olhava com seu jeito observador e preocupado e eu só ficava mais curiosa encarando Nico com um rosto fofo de um bebê confuso e atordoado.
- Bom... Venham ver vocês mesmas!
Ele nos levou até o quarto que tinha roubado de mim e, agora, deveria ser DELE e abriu a porta. Não sei qual sentimento me dominou naquela hora. Talvez raiva, por Nico estar vendo uma garota seminua em seu próprio quarto ou felicidade, por causa do lindo garoto ao lado da menina. A cena era incrível: Nico com cara de tacho olhando pra garota que estava enrolada numa toalha minúscula, a garota berrando com o irmão mais velho e o irmão mais velho olhando diretamente para Thalia, Nico e eu, com uma cara furiosa e nervosa.
- Foi ele, Sam! – Berrava a garota, apontando para o Nico. – Ele queria abusar de mim!- A garota chegou até a soltar um gemido e a saltitar assustada,
O garoto com certeza era irmão mais velho dela, já que não tinha idade pra ser pai. Na verdade ele devia ter uns dezesseis anos. Era musculoso, alto, cabelos loiros e curtos e olhos azuis claros sem brilho. A menina devia ter por volta de quatorze ou quinze anos: cabelos loiros, cacheados, olhos azuis claros e sem brilho como do irmão.
Ela não parava de gritar e apontar para o Nico dizendo que ele era um tarado e pervertido, o que me fez sentir ciúme e me sentir confusa com a situação. Quer dizer, só confusa, não teria ciúme se Nico tivesse na daquela menina, nem me importava se ele era um estuprador ou coisa qualquer. Porque o amor é uma droga! O irmão dela olhou para ela e depois para Nico com um olhar homicida. Ele chegava a bufar, raivoso, e seu rosto ficou vermelho.
- O que está acontecendo aqui? – Consegui perguntar. - Nico, chamou a gente aqui pra mostrar que viu uma garota de toalha que você supostamente... abusou?- Thali soltou um riso abafado para o lado, disfarçando com a mão.
– NÃO! É claro que não! – Negou- Você me conhece, eu nunca...
- Olha aqui, rapaz... – O garoto, Sam, chegou mais perto dele, emprensando-o na parede e levantando-o pela camisa. Nico ficou sufocado na ponta dos pés, mas eu tive um pouco de medo da força do cara, e afastei. - O que estava fazendo no quarto da minha irmã?
– A recepcionista me deu esse quarto. – explicou Nico, não conseguindo respirar.
Com certeza, ouvindo o barulho do quarto do lado, Klaus e Allysson foram verificar o que seria, tentando serem adultos responsáveis por criancinhas idiotas. Se juntaram a discussão. Klaus estava sem camisa e Ally com uma camiseta e um short curto.
– O que esta acontecendo? – Perguntou Klaus.
– Mais gente? – Perguntou a garota chata. – Sam! Acaba logo com esse garoto pervertido e tarado!
O Sam lançou a ela um olhar “cala a tua boca”, depois soltou Nico e se afastou, não perdendo a fixação em seu olhar. Ele deve ter meio que ficado com medo do Klaus. É claro que ele não sabia que meu primo era fraquinho...
– Eu já disse que foi erro da recepcionista! Vamos lá resolver isso que eu quero dormir, pois amanhã...– Repetiu Nico.
– Mentira. – Insistiu a garota- Você. Queria. Abusar De. Mim.
Cansei!
– Garotinha! Vê se te enxerga! A recepcionista nos deu esse quarto. Ponto final. E você nem é grande coisa pra ele ficar querendo te olhar.
Ah, que raiva que eu estava! Que merda eu tinha dito... A garota agora tinha uma tonalidade corada por todo o seu corpo. Ela parecia super- nervosa, que iria explodir.
– É! – Confirmou Klaus. – Vocês dois estão tentando arrumar briga com as pessoas erradas. Não temos culpa. Vocês têm que reclamar com a recepcionista, não conosco. Um idiota e uma garota enrolada numa toalha tentando arrumar briga com... – ele parou de falar. Achei até melhor ele não completar a frase com “semideuses”.
– Quem está arrumando briga com pessoas erradas são vocês. – Murmurou o garoto tirando uma espada de sei lá onde. Klaus e Nico se entreolharam assustados.
– Com certeza. – A garotinha disse tirando o pingente da pulseira que se transformou em faca. Ela prendeu a toalha melhor no corpo e veio me atacar.
POV Klaus
Aquilo estava estranho... Aquela garota tirou a faca e atacou Roselie com uma força! Ela quase foi atingida, mas, por ser minha parente, é claro, conseguiu desviar do golpe.
Rose meio que segurou as duas mãos da menina e olhou com desprezo pra ela. Em seguida girou os braços da garota, fazendo-a ficar de costas para si. Nessa hora Rose já estava com a faca da garota na mão, apontando para o pescoço da mesma. Foi um movimento muito bom da Roselie. Nico estava sorrindo sutilmente e Ally e Thalia comemorando, pulando. Peraí, Thalia comemorando pela vitória da Rose? Nossa...
– É isso aí, Rose! – Gritou Thalia.
– Semideuses. – Murmurei ignorando o fato de Thalia estar sorrindo para Rose. Um mistério de cada vez, não é? – Vocês são semideuses, certo? – Perguntei ao rapaz. – Sim... Também são? – Ele assentiu guardando a espada. Agora sua voz estava normalizada e seu rosto pálido. Foi bom ele nem ter atacado, pois não tinhamos espadas ali para contra-atacar. Mas deixa pra lá...
– Isso. Mas você já devia saber, não pode-se ferir mortais com armas de bronze celestial. Elas atravessam seus corpos. E o que fazem aqui? – Perguntou.
– Missão. Sou Klaus Nicholls.
– Sammuel Weyber e essa é minha irmã Stella.
Não fui muito com a cara dele. Afinal ele tinha apontado uma espada na minha cara. Rose ainda apontava a faca para o pescoço da menina enquanto a sufocava.
– Tá bom, Rose. Quer que ela morra? – perguntei irônico.
– Valeu pela permissão, mas não preciso dela...
– Roselie, larga ela. – Mandei.
Ela suspirou fundo, irritada. Largou a garota e a empurrou para longe quase fazendo ela cair de cara no chão.
– Pega aí, Garota Da Toalha. – Assim que a menina se virou Rose jogou a faca pra ela e quase que a garota fica sem um dedo.
– Roselie, chega, tá? Por favor...– Falou Ally, tentando apaziguar a situação e evitar mais um Sammuel raivoso – Agora deu pra querer matar os outros?
– Vocês são muito estraga prazeres. E eu só ia experimentar...
QUE ISSO? O QUE FIZERAM COM MINHA PRIMA?
– ROSELIE! – Gritamos Nico, Ally, e eu.
Rose virou as costas pra nós e bateu na mão de Thalia que sorria orgulhosa de vê-la como uma homicida assumida.
– Posso falar agora? – Perguntou Nico.
– Não tem ninguém te impedindo. – Resmungou Rose. Tinham feito alguma coisa com ela... Só pode ser! Dando patada em todo mundo, e, principalmente, no Nico!
– Eu vou trocar de roupa, Com licença. – Disse Stella se virando. Agora, ela meio que parecia envergonhada.
– Olha... Eu tô indo! – Disse Rose. – Estou cansada!
– Pára! – Gritou Nico. – Eu mando aqui a partir de agora! – Se virou para Sammuel e perguntou: - Você é filho de quem?
– Éris. A deusa da discórdia, das brigas, discussões e da raiva.
–Ah, então foi por isso que tava todo mundo descascando o pepino uns nos outros. O clima tá ruim aqui porque esses dois levam os ideias de sua mãe pra onde vão- concluiu Thalia, sentada no na beira da janela do fim do quarto. Agora me toquei que ela só estava observando a gente brigar e bater a cabeça, como se fosse diversão pra uma Caçadora experiente como ela.
– Viram? Era deles que a Profecia fala! Por isso chamei vocês aqui! – disse Nico exaltado, mas olhando para Rose.
– Profecia? – Perguntou Sammuel.
– Que profecia? – perguntou Stella, saindo do banheiro, já vestida
– Ah!, Não é possível. – Falou Rose. – Eles?
– É. – Respondeu Nico. – São parentes de Éris! Deusa da Discórdia! Cadê sua inteligência, Rose?
– Quer que eu responda? Ótimo... – Rose tomou fôlego pra revidar Nico, mas foi interrompida.
– Quero saber o que esta acontecendo! – Gritou Stella.
Essa garota queria que lhe cortassem o pescoço, porque Rose não gosta de ser interrompida. Também, patricinha, superficial e fresca do jeito que é.
– Será que nós podemos conversar civilizadamente? – Perguntou Nico na hora que Rose ia começar a xingar Stella.
– A Garota Da Toalha que começou. – Disse Rose.
– O que deu em você? – Nico chegou perto dela e Ally começou a ficar inquieta.
– Que foi? – Perguntei a Ally enquanto Nico e Rose discutiam.
– Eu disse que Rose tinha medo dele. – Respondeu.
De novo não entendi, mas deixei quieto.
– Os pombinhos podem parar de brigar? – Perguntou Sammuel. – Quero saber que história é essa de Profecia!
Nico e Rose olharam com raiva pra ele.
– Chega! – Berrou Thalia. – Eu digo que vocês são maluco e ninguém acredita em mim! Eu explico. E se alguém me interromper... Corto a cabeça fora! – Acrescentou olhando para Stella.
– Conta logo! – Implorou a garota.
Rose se sentou na cama e cruzou as pernas. Estava parecendo uma Top Model numa sessão de fotos para a Vogue. Enfim, Thalia começou a contar à eles sobre a Profecia e a Missão, o que levou quase uma hora porque aquela chatinha da Stella toda hora interrompia e sobrava pra eu e Nico segurar Thalia.
– Então, vamos com vocês. – Disse Sammuel quando Thalia acabou de falar.
– Eu sou contra levá-los. – Contrariou Rose. – Pensei que seriam mais legais. Não uma garota que anda por aí enrolada numa toalha e um irmão mais velho... – Ela parou e olhou para Sammuel, que sorriu.
– Não tenho muitos defeitos. – Ele lhe lançou uma piscadela e ela simplesmente sorriu.
A cara do Nico foi hilária, tava óbvio que ele tava a fim dela...
– Eles têm que ir, está na Profecia. Apesar de que se levarmos, temos que controlar demais nossa emoções, evitando nos matarmos ou machucarmos, incluindo decepar a cabeça-Thalia olhou para Stella, de novo, que tremeu e desviou o olhar- Porque, como disse, eles vão nos fazer brigar por instinto, são filhos de quem leva a discórdia a todas as regiões do mundo.
– Sem problemas. Fugimos de casa, devido a alguns problemas familiares- Sam olhou cúmplice para a irmã- Estávamos indo para o Acampamento, mas podemos acompanhá-los nessa missão numa boa. – Decidiu.
– Só não entendo porquê NÓS! – Resmungou Stella.
–É, eu também não entendo. Então vocês não precisam ir e...
– Roselie, por favor...- Revidou Nico.
– Então ótimo. – Rose se levantou e arrumou a roupa. – Estou indo para meu quarto.
– E eu fico onde? – Perguntou Nico.
– Pode ficar aqui mesmo. – Disse Stella. Tinha certeza que ela estava se segurando para não sorrir.
Rose cruzou os braços e olhou com raiva para Stella. Sinceramente, Rose não sabe o que quer, não é?
–De jeito nenhum- impôs-se o rapaz- Ele não é um pervertido e tarado, mas é um garoto. Você dorme comigo, maninha...
– Vamos, querido? – Ally me chamou. Ela estava realmente cansada, dava pra perceber.
– Vamos, meu amor.
Praticamente a carreguei de volta para o nosso quarto. Ela se jogou na cama e dormiu na mesma hora. Olhei para o relógio e vi que já eram quase duas horas da manhã. Me deitei ao lado de Ally e apaguei.