Você me provoca.

Vi você aproximar sua boca de minha orelha, arrepiei-me com sua respiração quente em minha pele, mas me arrepiei ainda mais quando sua boca mordeu levemente meu lóbulo. Por que você gosta tanto de me provocar?

- A festa hoje vai ser boa! – Daniel comentou, e depois voltou até a roda de pessoas, onde estavam alguns amigos nossos jogando detetive.

- Claro que sim. – devolvi a provocação, mas você recuou. Por que recuastes? Quem começara a brincadeira fora você.

A noite caiu rápido, eu já estava com minha roupa impecável. Cheguei na festa juntamente com uma amiga. Depois de algumas bebidas eu já via as coisas rodarem um pouco, e algumas bocas femininas já foram beijadas.

Antony, um amigo que eu sabia que tinha uma queda por mim – e eu também tinha uma por ele – me chamou para ficarmos na única área onde não havia pessoas, a escadaria. A quantidade de álcool me fez ir sem hesitar, esquecendo quase completamente o fato de Antony ter namorada.

Depois de alguns minutos naquele beijo envolvente e engraçado, ele sussurrou em meu ouvido: “Chame o Danny”. Sorri, seria ótimo te ver ficando com um garoto, era sempre bom.

Antony também sabia de sua condição sexual.

- Venha cá. – puxei-o das mãos de Dougie até a escadaria. – Vem...

Três bocas e três línguas se encontraram ao mesmo tempo num beijo triplo, que não durou muito, pois Antony separou o mesmo. Você olhou em meus olhos e sua boca veio em direção à minha. Nunca pensei que um dia você tivesse a coragem de me beijar, mas agradeci mentalmente por ter tido a coragem, eu estava adorando o beijo.

Beijo que durou apenas alguns segundos, o garoto que estava conosco te puxou para um beijo. Eu senti raiva de Antony.

Saímos de lá primeiro, Antony atrás de nós.

Esse beijo nunca fora comentado, por mais que às vezes eu tenha vontade de falar, e dizer que quero novamente.

As aulas de terça-feira, com certeza eram as piores, tínhamos horário integral e almoçávamos num bom restaurante perto dali.

Já estava na fila pagando pelo meu almoço.

Eu te senti chegando perto, por trás de mim.

Eu te senti colar seu corpo ao meu.

Eu te senti subir com suas mãos pelas minhas pernas.

Eu te ouvi rir baixinho e te senti afastar.

Por mais que seja uma brincadeira, eu não gosto. Mas simplesmente não consigo te pedir para parar, contanto que você continue próximo e sorrindo perto de mim, eu quero que continue.

- Vem cá. – você disse me puxando pelas mãos, colidindo meu corpo ao seu. Segurou-me fortemente pela cintura e deixou sua testa cair no meu ombro.

Eu simplesmente adoro essa proximidade.

Você me provoca. E eu ainda não sei lidar com isso. Ainda não decidi se gosto ou não, mas a proximidade que ficamos quando você me provoca me tenta a gostar. Parece que você ainda me vê como um grande amigo.

Se for demonstrar sua amizade por meio de provocações, então eu peço: provoque.