Sophia acordou na manhã seguinte, preparou o café, chamou a filha no quarto e as duas comeram juntas. Depois, Sophia deixou Anie na escola, e foi pro seu trabalho. Ela era jornalista do Canal 7. Chegou um pouco atrasada, mas nada muito significativo. Quando entrou na recepção, Felipe, o seu parceiro e câmera-man, foi até ela ofegante.

- Ainda bem que chegou, fiquei te esperando. Venha, temos que fazer uma reportágem. - disse ele puchando-a para a portaria.

- Acalme-se Felipe, me diga, que reportágem é?

Os dois entraram no furgão do Canal 7 e Felipe começou a dirigir.

- Uma família inteira foi morta ontem. Pai, mãe e filho. - disse Felipe. - A polícia está no local, mas até agora não tem pistas do ocorrido. Eles foram encontrados na cama do casal, com os ohlos arrancados, rosto desconfigurado e o pior de todos, o pai, que teve seu estômago exposto.

- Ai, chega. - reclamou Sophia com repulsa.

O furgão estacionou ao lado da casa. Havia três viaturas de polícia paradas ali, e uma ambulância do IML. Havia também alguns carros da mídia, mas o Canal 7 já era o exclusivo para aquela reportágem. Os outros teriam que acompanhar do outro lado da rua.

Sophia saiu do forgão, Felipe pegou a câmera e a seguiu. Sophia preparou seu microfone, olhou pra Felipe, e ele fez o gesto de Gravando.

- Aqui é Sophia Rousevel, falando direto da casa onde um ocorreu o assassinato de uma filha. Se sabe que foram encontrados mortos, a mãe, o pai e o filho na cama do casal. A polícia ainda não tem pistas, e alguns vizinhos deverão ser ouvidos. Vamos falar com o xerife Zac Timpton.

Sophia foi até um homem barbudo, alto, aparentava uns trinta e cinco anos.

- Xerife, o que pode nos dizer sobre o ocorrido?

- Bom dia Sophia, estamos recolhendo informações do local. Mas até agora só temos uma garota que passava pela rua pouco antes de ouvirem gritos. A informação dela foi meio confusa mas iremos analisar. Ela nos disse que viu o filho do casal abrir a porta para um palhaço, e isso era meia noite.

A sensação de medo voltou em Sophia. Ela ficou pensativa, e se esqueceu da gravação. Felipe a cutucou, e ela voltou a falar.

- Obrigada xerife. Aqui é Sophia Rousevel, para o Canal 7.

Felipe desligou a câmera.

- Vou mandar isso pra cede, você vem comigo? - perguntou ele.

- Espere, preciso pegar mais informações com o xerife, pode ir indo que te encontro no furgão.

Felipe foi pro veículo, e Sophia ao encontro do xerife.

- Zac. - chamou ela.

- Oi Sophia, desculpe mas não tenho mais informações.

- Zac, a garota testemunah disse que viu o menino abrir a porta para um palhaço. Por que ela iria mentir? Acha que tem ligação com... com...

- David Conor? - perguntou ele. Um calafrio arrepiou Sophia.

- Por favor não dia esse nome. - disse ela. - Mas acha que tem ligação?

- Sophia, Davi... - zac parou. - Esse cara morreu a vinte anos. Mas não descartamos a ideia de que um maluco esteja querendo se passar por ele.

- E o que irão fazer?

- No momento, investigar.

Zac saiu e foi ao interior da casa. Uma polícial passou por Sophia segurando uma caixa escrita: Objetos pessoais da família.

Quando ela passou, uma foto caiu com o vento. Sophia se abaixou e pegou. Olhou pra foto e levou um grande susto. Era o mesmo garoto que havia visto no parque no outro dia, dizendo para a mãe que que vira um palhaço.

Sophia se arrepiou novamente e correu para o furgão.

Mais tarde, Sophia sentou em sua cama, e ligou a televisão. Viu a reportágem que havia gravado cedo passando no jornal do Canal 7. Anie estava em seu quarto brincando. Sophia olhou pra sua cômoda e foi até ela. Abriu a segunda gaveta e encontrou uma agenda telefônica. Levou a agenda, e se sentou em sua cama. Procurou na lista os nomes que começavam com V. Logo encontrou quem procurava. Pegou o telefone e discou o número.

- Oi, é a Victória, no momento não posso falar, já sabe o que fazer.

Sophia ficou desapontada mas decidiu deixar um recado.

- Oi Victória, é a Sophia aqui de Bedland. Não sei onde você está. Mas peço que compre um jornal, leia a notícia referente a esta cidade e depois me retorne, preciso de você, estou confusa, e acho que o pesadelo está de volta. E minha filha corre perigo. Me liga por favor.

Sophia desligou o celular e se jogou na cama. O grito de Anie a fez levantar com um pulo. Correu desesperadamente pelo corredor, escorregando algumas vezes nos tapetes.

- Anie! - gritou!