Cia - Hunting The Enemy escrita por JessicaC


Capítulo 3
Capítulo 2 – A proposta


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo para vocês :)
Falamos lá em baixo.
Boa leitura!



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O que mais se ouve dizer por aí é que a sua casa é onde quer que as pessoas que você ama estejam. No caso de Isabella Swan isso estava prestes a mudar. Ela teria que provar para todos que o seu lugar era onde ela queria, no local em que ela sempre sonhara e sozinha. Claro que nem sempre fora assim pois no começo os seus planos eram ligeiramente diferentes no que toca ao último item. Morar com o irmão no estado da Virgínia era o seu grande objectivo mas como a vida não é fácil isso nunca poderia se realizar.

A despedida era sempre o mais difícil, por mais que as pessoas se mentalizassem da partida de familiares e amigos, isso nunca os impedia de chorar e criar o caos no aeroporto. Para Esme Brandon era um verdadeiro suplicio ver a sua menina ir embora. Por mais complicado que fosse aceitar a independência da filha, o que machucava realmente o coração daquela mãe era a ideia de a perder para aquela cidade.

Desde a morte de Alec Swan que as coisas mudaram drasticamente. Esme já não conseguia controlar o seu instinto protector e andava sempre em cima da única filha que lhe restara. Guardava uma dor sem fim dentro do peito e a essa dor veio o acréscimo de ficar sem Bella junto a si. Não era segredo para ninguém que a senhora Brandon era contra a mudança de Isabella mas também todos sabiam que a mais jovem levaria a melhor. Primeiro porque era maior de idade e segundo porque a própria mãe, mesmo não compreendendo, aceitava que ela lutasse pelo seu futuro. Pena que não poderia fazê-lo em Nova Iorque.

Na noite anterior, os mais chegados a Bella, preparam uma pequena festa de despedida, nada muito exagerado pois já conheciam bem a peça. Jantaram o prato favorito da mesma, Fettuccine à Parisiense e degustaram um delicioso vinho verde. Acordaram que apenas Esme e Emmett a levariam ao aeroporto no dia seguinte.

Uma sensação de déjà-vu passou pela cabeça de Bella assim que colocou os pés no JFK. Seria de se esperar algo do género pois a última vez que ali estivera tinha sido completamente apagada da sua memória. As pessoas passavam por ela, umas apressadas, outras desgostosas, algumas até mesmo sem rumo certo. Ela suspirou profundamente e sentiu a sua coragem aumentar quando se ouviu a primeira chamada para o embarque com vista ao seu destino.

- Está na minha hora gente – falou colocando a mão por cima dos seus dois acompanhantes.

Ela sabia o que se passava no interior daqueles dois. Eram as duas pessoas mais importantes da sua vida e não negava ser difícil deixa-los para trás. As saudades seriam muitas mas as recompensas, tarde ou cedo, viriam.

Emmett observava o chão do aeroporto como se fosse algo extremamente normal de se fazer. Bella sorriu compreensível, o seu grande amigo, seu único irmão, agora, estava prestes a desabar. Quem olhasse para o grande porte de Emm não diria que era alguém sensível e muito menos uma pessoa fácil de se aproximar. Isabella conhecia o rapaz como a palma de sua mão, talvez melhor do que a ela própria e sentia tanto quanto ele a angústia da separação. Abraçou o amigo fortemente e percebeu a lágrima que o mesmo interceptara em questão de segundos. Faria muita falta a sua companhia diária, jamais teria alguém como ele do seu lado. Seu melhor amigo, seu irmão.

Por outro lado tinha a sua progenitora, essa não tentava esconder o seu desespero, as lágrimas caiam incessantemente pela cara de Esme e os soluços mal conseguiam ser parados. Bella segurou o rosto da mãe e limpou com as pontas dos dedos a sua face. Encarava a mulher à sua frente sem desviar o olhar, tentava guardar detalhadamente cada traço do seu bonito rosto. O sofrimento da mãe era visível e era isso que mais custava a Bella. Sabia que iria ser complicado sem ela mas também tinha a certeza que ambas superariam a distância e fortaleceriam ainda mais o laço que as unia. Abraçou também a sua mãe e acariciou-a suavemente, tentando acalma-la e dando-lhe algum conforto.

Separou-se aos poucos de Esme e olhou novamente para o amigo. Confiava-lhe a sua vida se fosse preciso e nesse momento confiava-lhe o seu bem mais precioso, a sua mãe. Forçou um grande sorriso, queria passar-lhes um pouco da sua coragem apesar da situação. Pegou na mão da mãe a apertou-a, fez o mesmo com a de Emmett e juntou as mãos dos dois. Unidos, era assim que eles tinham que se manter para suportar as saudades.

- Eu amo vocês, quando chegar eu ligo. – deu as suas últimas palavras.

- Faça boa viagem Bells, se cuide. Eu te amo – Emm disse por fim.

- Adeus minha filha – falou Esme entre soluços – Nunca se esqueça o quanto a amamos, estaremos aqui para o que precisar.

Isabella assentiu e virou as costas aos seus entes queridos, julgava não ter capacidade de raciocinar se olhasse novamente para trás por isso preferiu manter-se firme e recta. Andou alguns passos até chegar ao interior do avião e se acomodou da melhor maneira. Aguardou em silêncio a descolagem e assim que sentiu a pressão do seu corpo jogado para trás deixou cair uma única lágrima.

Deixou em terra as pessoas que mais amava e agora seguia em direcção a uma nova vida.

Aquele era o inicio de algo bastante importante, tão importante sem nem Bella o saber… Ainda.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

O apartamento não era luxuoso mas não poderia ser mal classificado quanto ao nível de elegância. Era bastante iluminado e amplo o suficiente para uma pessoa que viveria sozinha. Bella pousou sem grande dificuldade as suas malas assim que colocou os pés dentro do seu novo lar. Sorriu perante o cenário à sua frente e constatou que finalmente começaria uma nova etapa da sua vida.

Dirigiu-se até ao seu quarto, já decorado por ela assim como o resto da casa, e aproveitou para arrumar as suas roupas e objectos pessoais. Qualquer um que ali entrasse verificaria que cada coisa tinha o toque de Bella e era isso que faria do seu espaço algo tão pessoal.

O primeiro passo a dar era procurar um emprego. Seria de se esperar que a pequena mulher já tivesse trabalho antes da sua mudança mas para Bella o importante era instalar-se e depois sim pensar no resto.

Com o curso acabado ela sabia que queria exercer algo relacionado com a sua profissão. Policial? Bom, era algo que lhe passava pela cabeça mas apesar de ser o rumo mais óbvio e claramente o mais fácil, não era bem isso que ela queria. Se havia algo que Bella gostava era de acção, proteger algo que fosse importante e sem dúvida fazer justiça. Nos últimos dois anos aprendera ainda mais sobre técnicas de defesa e ataque e ela realmente gostaria de as por à prova. O problema é que ser uma mera agente da polícia não a faria aproveitar as suas melhores características e o seu interior sabia disso.

Depois de um banho relaxante e de longas horas de descanso, Bella saiu para conhecer mais da zona onde morava e para tratar de alguns assuntos relacionados com o aluguer do apartamento. Nada que uma passagem no banco não resolvesse.

No caminho pelas ruas da Winchester Bella ligou para a mãe, com o fim de deixa-la menos preocupada. Esme não seria a mesma se não choramingasse um pouco e pedisse para a filha voltar para casa. Embora soubesse o quanto a mãe queria que ela voltasse, tendo em conta que nem 24h se tinham passado desde que saíra debaixo das suas asas, isso não era algo que passasse na cabeça de Bella. Falou alguns minutos com a sua mãe e após receber imensos avisos tais como, “se alimente bem”, “não deixe de me ligar”, “volte para casa se algo der errado”, encerrou a chamada.

A primeira coisa com que Bella se deparou foi o enorme Apple Blossom Mall, o centro comercial mais visitado de Winchester. Quando Bella teve de escolher um local para viver ela decidiu que não poderia ser em Fairfax, lugar onde seu irmão morava, não que não gostasse da cidade mas pela sanidade mental da mãe preferiu colocar de lado essa opção. Apesar disso não quis se distanciar muito e acabou escolhendo a acolhedora cidade de Winchester que ficaria apenas a uma hora de Fairfax.

A curiosidade sobre a cidade onde seu irmão morava era realmente grande. Ela sempre fora fascinada por Fairfax e por algum motivo desconhecido preferia morar próximo. Várias vezes tinha brincado com Alec dizendo que ele seria pego pela CIA, acusado de algo extremamente tenebroso. Mal sabia a garota de que o seu irmão estava mais perto da agencia secreta do que alguma vez poderia imaginar.

Um pouco perdida em pensamentos sobre o seu passado, Bella seguiu até ao banco, onde havia feito conta para tratar do pagamento da sua nova casa, só para assinar um documento que falhara. A fila de pessoas que se encontravam à sua frente conseguiu deixar Bella irritada, odiava ter de esperar.

Estava quase chegando a vez da bela morena quando um barulho despertou a sua atenção. Olhou em volta e finalmente percebeu o que estava acontecendo quando ouviu uma voz dizendo:

- Quero tudo deitado no chão, agora!

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Algumas horas antes…

- Senhor preciso que assine esses papéis o mais rápido possível – a secretária falava com rapidez.

- Qual a urgência Senhorita Webber? – respondeu com prontidão.

- Houve um pequeno erro na conta onde os fundos para a unidade especial foram colocados e infelizmente terei que me deslocar ainda hoje até ao banco e entregar os documentos em mãos. – explicou aflita.

- Não se preocupe, terei que ir a Winchester ainda hoje e poderei passar pelo banco pessoalmente – o director sorriu tentando tranquilizar a funcionária – pode se retirar agora – indicou a porta de saída.

Nos últimos tempos os erros estavam presentes em todo o lado e Michael Newton estava cada vez mais inclinado a abandonar a agência. A sua idade já pesava e apesar de amar o seu trabalho sentia que já não conseguia acompanhar o ritmo.

Suspirou olhando para o amontoado de papéis que estava em sua mesa e resolveu tratar da papelada o mais rápido possível pois em menos de uma hora estaria indo até Winchester e a pequena viagem iria no mínimo relaxa-lo. Pelo menos era o que o pobre homem pensava.

~*~

Newton chegou ao banco num horário péssimo. Parecia que o mundo estava contra ele até na quantidade de gente que havia à sua frente. Determinado a não esperar seguiu até ao balcão mais próximo e apresentou a sua identificação que mostrava pertencer à CIA. Sem demoras foi acompanhado até um escritório interno, fora do alcance do resto dos clientes.  

- É um prazer tê-lo aqui Sr. Newton. – o gerente do banco falava com um sorriso falso na cara.

Michael não gostava desse tipo de bajulação, sabia perfeitamente o motivo que levava pessoas como o Sr. Martin a trata-lo daquele jeito. O que importava ali era a sua posição na agência de alto prestígio, não o seu eu verdadeiro. A única coisa que realmente lhe valia ali era a rapidez com que as coisas se tratariam.

- Aqui estão os papéis, espero que desta vez não ajam erros. – disse com alguma repreensão por trás da fala – Será a última vez que virei pessoalmente tratar das vossas falhas – concluiu com firmeza.

A conversa foi breve, o gerente fez o que tinha a fazer e tentou se despachar o máximo possível. Se havia coisa que não queria eram problemas com alguém tão importante.

Terminaram alguns minutos depois e quando Michael estava prestes a abandonar a sala onde estavam, ouviu um tiro.

O que diabos estava acontecendo ali?

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Bella nem queria acreditar no que os seus olhos viam. Três homens com a cara coberta tinham entrado no banco e sem dúvidas iriam assalta-lo. A não ser que ela os conseguisse impedir e isso era algo que ela estava desejosa de fazer.

Uma mulher idosa que se encontrava ao pé da porta tentou escapar, o medo fazia com que as pessoas sempre agissem nas piores horas. Um dos homens armados, que se encontrava perto dessa senhora, não perdeu tempo e assim que a viu mexer-se atirou para o ar. Aquele era só um aviso do que poderia acontecer se não fizessem exactamente o que eles queriam.

O mesmo bandido que disparou anteriormente andou até aos balcões da frente e se virou para falar.

- Não tentem se armar em espertinhos ou ninguém sai daqui vivo – gritou com raiva – Vocês – apontou para os funcionários do local – comecem a guardar todo o dinheiro em sacos e passem para cá.

Não houve uma única pessoa que se tentasse mover após o aviso. A mente de Bella estava planeando algo e na melhor altura resolveu agir.

- Desculpe, será que eu posso ir no banheiro? – sabia que a pergunta iria irritar o chefe e foi põe esse motivo que a fez.

Bella queria testa-los primeiro. Saber quem era o líder, embora o mais certo fosse ser o que tinha lidado com toda a situação inicial, e de alguma forma conseguir chegar à sua arma.

- Oh a menina está com vontade de fazer necessidades é? – um deles chegou ao pé de Bella e falava ironicamente. – Cala a boca sua inútil – deferiu um tapa na cara da mesma.

- Idiota, cachorro, você não perde pela demora. – pensou Bella, furiosa com aqueles ladrões de meia tigela.

- Se bem que você não seria tão inútil fazendo outras coisas com a boca – soltou uma gargalhada maliciosa. – Quem sabe não é moreninha? – as suas palavras tinham uma intenção nada boa como se era de esperar.

- CHEGA! – gritou novamente o homem do balcão, mais uma vez demonstrando ser o cabecilha do grupo.

Com longos passos chegou rapidamente ao pé de Bella e colocou-a de pé apenas com uma mão.

- Você é bem gostosinha mas isso não importa agora. Quero você calada, entendeu? – puxou os cabelos dela com alguma força.

Uma coisa era apanhar uma vez, por mais humilhante que fosse, outra coisa completamente diferente era continuar sendo uma vítima na mão daqueles palhaços. Bella não iria esperar mais, tinha-os no local onde queria e agora a brincadeira iria começar.

- Sabe uma coisa lindinho – chegou mais perto – O único que irá ficar calado aqui é você – e antes mesmo de concluir a sua frase chutou o homem à sua frente, fazendo-o ir de encontro a parede mais próxima e perder os sentidos, não sem antes, e com extrema facilidade, sacar a arma que estava em sua posse.

Por instantes os outros não tiveram reacção e isso foi tudo o que Bella precisou para entrar em acção.

- Agora você – apontou para o outro homem que estava por perto – vai conhecer os encantos da minha boca, apenas para comprovar a sua teoria – sorriu ao ver a cara de surpresa do inimigo.

Parou do lado do homem com capuz e mordeu, com toda a força que tinha, a sua mão, fazendo o mesmo soltar a arma que tinha. Ainda não satisfeita com o resultado resolveu mostrar para ele que nunca, jamais mesmo, se deveria tratar uma dama como ele a tratou. Bateu no cara sem dó nem piedade e ainda ria com as tentativas ridículas que o mesmo tinha de a tentar atacar. Por momentos se esqueceu do resto e quando o deixou inconsciente foi atacada por trás.

O primeiro assaltante estava de novo em contacto com Bella e ela percebeu que com esse não seria tão fácil uma luta, até porque agora não o apanharia de surpresa. Depois de alguns ataques de ambas as partes, Bella fingiu se render e quando o outro menos esperava, pegou na arma, que ainda estava no chão, e disparou bem certeira no seu coração.

Descansou por alguns instantes e se lembrou do último criminoso que deveria ali estar e que simplesmente havia sumido. A confusão instalou-se na sua face mas rapidamente foi desfeita pois do lado de fora do banco a polícia surgira e tinha capturado o último dos delinquentes.

As pessoas que estavam no banco, ainda deitadas por imposição dos ladrões, se levantaram aos poucos e surpreenderam Bella com uma enorme salva de palmas. Ela detestava ser o centro das atenções mas entendia que a sorte daquela gente foi tê-la por ali naquele momento. Um pouco acanhada pelo sucedido resolveu apenas acenar subtilmente e dirigir-se para a saída do estabelecimento.

Após o seu depoimento na esquadra mais próxima e de ser parabenizada pelos policiais não teve outro interesse a não ser chegar a casa. Aquele tinha sido o primeiro dia mais louco que ela poderia ter tido e não poderia de maneira nenhuma contar para a sua mãe. Era bem capaz de dona Esme largar tudo e vir buscar a filha por uma orelha.

Mesmo quando não queria, os perigos pareciam rondar Isabella e isso a deixava em alerta. Seria um sinal? Ela não acreditava muito no destino, não depois de tudo pelo qual passara. Naquele momento as palavras que tanto tentou esquecer rodavam novamente pela sua mente. O cartão que recebera no dia do seu aniversário, junto com a caixinha, não poderia ser ignorado para sempre.

Depois do dia em que recebeu o presente nada simpático, Bella tentou esquecer o maldito bilhete. Não queria acreditar que aquilo pudesse ter algum fundamento e não poderia magoar a mãe tentando contestar o motivo da morte de seu irmão. Provavelmente todos a achariam maluca e isso era a última coisa que ela precisava.

Tinha tomado essa decisão alguns dias atrás mas hoje não estava conseguindo lidar com ela. Imaginou por alguns segundos que o seu irmão teria sido morto por alguém, propositadamente. Talvez algum ladrão como aqueles que ela tinha enfrentado há poucas horas. Se isso fosse real qual seria a sua reacção? O que Bella faria num caso como esse? Ela sabia a resposta e era disso que tinha receio. Se ela tivesse a certeza de que a morte do seu irmão não teria sido um acidente, não iria descansar até achar os filhos da puta que teriam acabado com a sua vida.

Pensando em todas as possibilidades ela decidiu que iria investigar. Não adiantava adiar mais aquele assunto se ele a perseguia todas as noites em que ela repousava na cama. Se houvesse algo para descobrir em relação à morte do irmão, ela saberia mais cedo ou mais tarde.

Ela acharia a resposta, ela era capaz.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Quando Michael Newton se apercebeu do assalto ao banco onde se encontrava deu graças pela burrice dos ladrões, em não saberem dos escritórios que haviam por trás dos balcões. Ligou sem demora para a polícia local e sabia que em alguns minutos estariam acabando com aquela fantochada.

Um homem daquela idade, apesar do seu treinamento, já não conseguiria derrubar 3 homens armados. Manteve-se então junto à porta que o separava das restantes pessoas e fez um sinal de silêncio para o gerente que se mantinha assustado atrás dele.

- Não tentem se armar em espertinhos ou ninguém sai daqui vivo – Michael ouviu alguém gritar, provavelmente o líder dos assaltantes – Vocês, comecem a guardar todo o dinheiro em sacos e passem para cá.

O silêncio na sala ao lado era absoluto, o aviso do criminoso deveria ter tido efeito e as pessoas permaneciam sossegadas.

- Desculpe, será que eu posso ir no banheiro? – essa frase soou no ar subitamente.

Michael começou a suar, sabia que a pergunta ingénua da pessoa que a fez poderia trazer a sua morte precipitada.

- Oh a menina está com vontade de fazer necessidades é? – aquela voz sarcástica não enganava  – Cala a boca sua inútil – ouviu-se um sonoro tapa, provavelmente na cara da garota.

- Se bem que você não seria tão inútil fazendo outras coisas com a boca – Michael começou a enervar-se com a conversa, não poderia permitir que machucassem alguém – Quem sabe não é moreninha? – teve medo do que poderia acontecer e preparou a sua arma para o caso de ter que intervir.

- CHEGA! – ouviu novamente um grito.

- Você é bem gostosinha mas isso não importa agora. Quero você calada, entendeu? – o chefe dos assaltantes estava acabando com a diversão do companheiro e apesar da sua ameaça implícita, tinha sido melhor para a garota a sua intervenção, nunca se sabe o que o outro poderia fazer.

Quando Michael pensou que as coisas se acalmariam eis que a voz da mesma garota surge novamente.

- Ela seria louca? – pensou confuso perante tal disparate.

- Sabe uma coisa lindinho – ouviu-a dizer – O único que irá ficar calado aqui é você – com certeza essa garota estava pedindo a morte.

Estava frustrado com a situação mas sabia que agora teria de agir. Não poderia deixar que uma inocente morresse, mesmo que ela fosse uma inconsequente maluca. Deu um passo para fora da divisão onde se encontrava mas rapidamente recuou quando viu e ouviu o chute que a mesma maluca dera no bandido.

Ainda escondido mas agora observando os passos de cada um, conseguiu observar cada movimento da garota que há poucos minutos atrás considerava parecida com uma débil mental.

Depois que a tal morena dera um chute no primeiro criminoso e o pusera inconsciente tal fora a força usada no acto, seguiu para o segundo homem que se encontrava a pouca distância.

- Agora você vai conhecer os encantos da minha boca, apenas para comprovar a sua teoria – a sua voz continha uma fúria controlada e inesperadamente mordeu a mão do oponente.

Em outra ocasião Michael teria rido com o que via. Ali estava a prova de que não deveriam subestimar uma mulher, isso valia para si próprio também.

Instantes depois ouvia-se os socos e pontapés que eram diferidos no aspirante a ladrão e Michael não conseguia deixar de ficar admirado com a capacidade motora da mulher. Ela era bastante ágil, não deixava que o rival sequer a tocasse, lutava com perícia e isso não era difícil de verificar. Parou apenas quando o homem, agora caído a seus pés, perdeu os sentidos.

Michael viu que o primeiro homem com quem a morena se tinha confrontado voltara a ataca-la mas não teve com o que se preocupar pois já tinha entendido a mestria com que a pequena e aparente frágil mulher se defendia. Por alguns instantes parecia que a mesma pedia rendição mas logo percebeu tratar-se de uma jogada para se apoderar da arma que estava no chão e em seguida disparar contra o inimigo. Apesar da distância em que se encontrava, Michael poderia jurar que o tiro fora certeiro, bem no meio do coração do assaltante.

O terceiro homem do grupo estava sem reacção e talvez prezando a sua vida resolveu correr para fora do banco. Pena que não chegaria longe pois as sirenes da polícia já eram escutadas. A cara de confusa da misteriosa, antes louca, mulher era perceptível, estava analisando o local e tentando perceber onde diabos se metera o terceiro criminoso. Só depois de alguns segundos conseguiu distinguir os agentes policiais do lado de fora, e observou que os mesmos haviam capturado o tal homem.

Talvez essa fosse a altura certa para Michael sair de onde estava e se dirigir à heroína do dia, porém a estrondosa salva de palmas que ecoava pela sala o fez ficar no seu lugar. Mesmo sem conhecer aquela corajosa que salvara tantas vidas, ele soube após observar os traços da sua cara, que ela não era do tipo que gostava de chamar a atenção. Com esse pensamento decidiu que o melhor era não abordá-la naquele momento.

Ficou mais alguns segundos parado e viu quando ela saiu do local, já sendo encaminhada pela polícia, provavelmente para prestar o seu depoimento.

Desinstalada a confusão que estava no banco, Newton voltou a casa. Na sua cabeça ainda passava toda a cena do que decorrera naquela tarde. Tomado pelo seu instinto ligou para a sua secretária pessoal e mandou que pesquisassem tudo sobre a tal rapariga do banco.

Ela tinha algo de diferente. Era astuta, inteligente e sabia exactamente como proceder. Lutava incrivelmente e tinha a noção certa do que poderia fazer com uma arma.

Quem seria ela? Essa era a pergunta que não queria calar.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Era mais um dia na vida daqueles que tinham de suportar o insuportável Edward Cullen. A convivência com o mesmo piorava a cada dia e os seus elementos de equipe estavam desgastados tanto a nível físico como psicológico.

Não havia um único agente que conseguisse perfurar as barreiras de Edward. Todos o achavam um homem cruel, sem sentimentos. Talvez não estivessem longe da verdade, pelo menos era o que Edward queria que achassem. Não pretendia ser simpático e muito menos amigo de algum deles. No começo os outros compreendiam, pensavam que era uma maneira de lidar com a perda dos seus companheiros, mais tarde desistiram dessa ideia pois ninguém poderia viver nessa amargura a vida toda.

O único objectivo de Edward continuava a ser o mesmo. Encontrar os homens que levaram à morte do seu melhor amigo, assim como os seus companheiros de trabalho, e descobrir quem lançara o alerta dos inimigos há dois anos atrás. Depois de se recuperar, dentro do possível, e voltar para a agência, Edward descobriu que haviam brechas naquele caso. Uma suposta fonte fiável tinha liberado a informação sobre os terroristas e assim causado a morte de tanta gente. O maior problema de Edward é que ninguém sabia quem era a tal fonte, ou pelo menos era o que se dizia.

Michael Newton recebera ordens dos seus superiores para lidar com as informações recebidas, dois anos atrás. Nunca passou pela cabeça do director da unidade especial contestar as decisões dos patrões e foi por esse motivo que não teve a menor dúvida quando enviou a sua melhor equipe para o ataque.

Em dois anos Edward não conseguira praticamente nada que o levasse a prosseguir na sua vingança. Isso deixava o agente cada vez mais frustrado e por consequência, cada vez mais afastado das pessoas à sua volta. O seu tubo de escape era ser indiferente aos restantes, mesmo que isso incluísse a sua família.

Alice não conseguia entender o irmão. Sem saber o verdadeiro trabalho do mesmo, seria difícil perceber alguma coisa. Mesmo assim a jovem Cullen não desistia de Edward e andava sempre à sua volta, tentando aproximar-se dele. Tal coisa não acontecia com o matriarca da família que mantinha o filho afastado por ter as suas desconfianças.

Carlisle Cullen era um homem íntegro e um pai super orgulhoso. Gostava da vida que tinha e lamentava a sua relação com o filho mais velho. Amava Edward, assim como Alice, com todo o seu coração mas não conseguia confiar a 100% nas atitudes do mesmo. Desde que a sua esposa falecera, Edward não voltara a ser o mesmo e isso o preocupava constantemente, mesmo que tentasse não demonstra-lo. Elizabeth Masen fora uma mãe bastante presente e a sua morte não poderia ter abalado mais a família. Ao contrário dos filhos que sentiam saudades da mãe, Carlisle sentia remorsos. Remorsos por ter levado uma vida ao lado daquela mulher incrível e nunca a ter conseguido amá-la verdadeiramente. Remorsos por não poder afirmar que ela era a mulher da sua vida. Remorsos por depois de tanto tempo ainda pensar na outra.

Naquela tarde, a primeira coisa que Edward fez foi dirigir-se ao escritório do seu superior. Precisava de mais alguma informação sobre o incidente que vitimara Alec e não sairia de lá sem algum detalhe a mais. Ironicamente, Michael Newton não se encontrava na sede da agência.

- Como não está? – falou irritado para a secretária.

- Desculpe Sr. Cullen – apressou-se Ângela a dizer – O Sr. Newton teve que sair e não voltará mais hoje. – respondeu assustada perante a imponência daquele homem.

- Mas que merda – disse alterado – Será que ninguém trabalha nesta porcaria de agência? – gritou já alterado.

Sem dar satisfações a ninguém saiu do lugar onde estava e foi directo para a sala de estar da sua equipe. Teria que descarregar a sua fúria em alguém. Nada melhor do que aqueles paspalhos para levarem com ele.

Abriu a porta de rompante e saiu logo a “matar”.

- Quero todos preparados para um treino super intensivo – olhou ao seu redor – Têm 5 minutos para me encontrar no pavilhão de exercícios – continuou irritado.

Como se alguém não entendesse o que aquilo significava, Edward apressou-se em dizer uma última palavra.

- AGORA! – gritou batendo a porta com toda a sua força.

~*~

- Não estou ouvindo nada – Edward falava rudemente para um dos seus companheiros, que não deixava de ser mais um dos seus subordinados.

- Já disse que não estou ouvindo nada! – aumentou o volume da sua voz enquanto continuava aplicando o treino.

- Edward você vai acabar matando-o – uma voz feminina disse – Pare! – percebia-se a sua aflição.

- Mas que porra – gritou enervado e tirando a cabeça de Tyler de dentro de água – Quem você pensa que é para me dar ordens sua idiota? – dirigiu-se até à mulher à sua frente.

- Eu só.. – interrompeu-a encostando-a à parede.

- Quem te deu autorização para me chamar de Edward? – gritou novamente – Para vocês é CULLEN e olhe lá – apertou as suas mãos nos braços da mesma.

- Cansei de vocês, irão ser sempre os mesmos merdas. Nunca chegarão à altura de um verdadeiro agente. – cuspiu com desprezo – Limpem tudo que é só para isso que servem – falou virando as costas e deixando mais uma vez o seu grupo para trás.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

A campainha tocava insistentemente em casa de Bella. Ela estava capaz de matar quem quer que fosse a pessoa que a acordava tão stressadamente, depois de um dia como o que teve ontem.

- Quem é você e porque raios está me acordando tão cedo? – apontou sem demora para o homem à sua frente.

- Bom dia Senhorita Swan, sou Michael Newton e temos muito a conversar – falou já entrando no apartamento e deixando uma Bella semi-acordada na porta.

- Era só o que me faltava – pensou para si mesma.

~*~

Bella andava de um lado para o outro, tentando deixar de lado o seu nervoso miudinho. Naquela manhã não pensou em acordar da maneira que acordou e muito menos se deparar com uma proposta daquelas. Seria muita sorte para ser verdade. Era tudo o que no fundo sempre quis para a sua vida.

Quando Michael Newton apareceu à sua porta pensou que fosse algum idiota tentando alguma gracinha mas depois de o ouvir com atenção não poderia ter sido mais surpreendida. O homem contara-lhe que estava presente no dia anterior, durante o assalto ao banco, e falara da admiração que teve ao se deparar com a intervenção de Bella. Disse que tinha uma proposta a fazer-lhe e que gostava que ela aceitasse.

Flashback On

- Isso seria bom para ambos os lados por isso espero que pense bem antes de tomar uma decisão – o homem falava com calma – Queria muito que viesse trabalhar na minha unidade – disse com cuidado.

- Unidade? – Bella mostrou-se confusa.

- Sim Bella. – caminhou lentamente na sua direcção – Eu sou director da divisão de actividades especiais da CIA e adoraria recruta-la.

Flashback Off

Na altura ela ficara atordoada e sem saber o que dizer. Nunca em toda a sua vida imaginou-se a receber uma proposta dessas. O tal director explicou-lhe todos os detalhes que ela deveria saber, caso aceitasse, e lhe deu um dia para tomar essa decisão.

A única coisa que Bella precisava de fazer era passar numa prova física e Michael lhe garantira que ela seria aprovada. Depois de ver a sua performance no banco e após ter acesso aos dados sobre a vida daquela mulher, Michael não tinha dúvidas quanto ao seu sucesso. A única coisa que faltava era ela aceitar a proposta e depois estaria entregue em boas mãos. Newton sabia exactamente para que equipe enviaria Bella e esperava que por ela ser quem era, ele não fosse tão severo.

Bella ficou de dizer alguma coisa até ao final do dia seguinte mas ela sabia que não precisaria de tanto tempo. Aquilo era uma oportunidade única, jamais lhe aconteceria algo tão bom e por isso não hesitou quando pegou no telefone.

- Eu aceito – era tudo o que havia a dizer.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

- Você só pode estar brincando comigo Michael – falava irritado.

- Se acalme Edward, não é nada de outro mundo – ria interiormente, sabendo que não seria fácil mas que possivelmente seria divertido.

- Outra inútil na minha equipe? Eu não mereço – dizia mais para si próprio do que para o homem à sua frente.

- Eu acho que você vai gostar dela Edward – agora tentava amenizar os ânimos – Ela é muito competente e passou com excelência nas provas de acesso.

- Isso seria para me deixar feliz Michael? – perguntou sarcasticamente – Pois saiba que não deixa. Cada um dos idiotas que eu treino passou nas provas e o resultado está a vista – abriu a porta da sala e disse – Não prestam. – falou curto e grosso saindo em seguida.

- Isso vai ser interessante, ah se vai – murmurou Michael com um pequeno sorriso na cara.


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Notas finais do capítulo

Oi meus amores ^^
Trouxe outro capítulo para vocês. O que acharam? Espero que tenham gostado.
Esse capítulo está mais pequeno do que era suposto, resolvi encurta-lo pois faria mais sentido assim.
Fico à espera dos vossos reviews e claro, quem quiser recomendar está à vontade rsrs
Beijos para todos,
JessicaC



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