Cia - Hunting The Enemy escrita por JessicaC


Capítulo 2
Capítulo 1 – O passado presente


Notas iniciais do capítulo

Cheguei :)
Leiam as notas finais.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/154406/chapter/2

Há 2 anos atrás…

A sede da Central Intelligence Agency (CIA) encontra-se no estado da Virgínia, EUA, 63 anos após a sua criação. A principal função desta agência governamental de inteligência é colectar informação sobre governos estrangeiros, corporações, indivíduos e ao mesmo tempo ter em atenção o aconselhamento de políticas públicas. No entanto, a parte mais perigosa da CIA destina-se à divisão de actividades especiais onde se realizam operações clandestinas, entre outros. Conhecida pelas missões de absoluto sigilo não era de admirar que tivesse os melhores dos melhores em campo.

Edward Masen Cullen era um dos agentes secretos de maior prestigio dentro da agência. As suas missões eram realizadas com sucesso e mesmo com as probabilidades jogando sempre a seu favor, não admitia nenhum tipo de falha. Liderava com satisfação e tinha pulso firme com o resto da sua equipe. Aparentemente demonstrava ser um homem duro, não gostava de envolvimentos no trabalho e tudo o que lhe interessava era cumprir as suas obrigações para com o governo e, consequentemente, o seu país.

Várias provas foram superadas por Edward para chegar aonde chegou. O nível de admissão para entrar na agência era muito alto mas para ele nada era impossível. Após 4 anos na faculdade, tirando engenharia aeroespacial, percebeu que o seu futuro não passava exactamente por aí. Desde pequeno se interessava pelas investigações, pelos mistérios da vida e o mais importante, lutar pelos seus ideais. Não suportava os ataques que invadiam gradualmente o seu país e o seu desejo era participar de algo que contribuísse para a paz. Com o tempo aprendeu os seus limites e, inconscientemente ou não, a CIA mudou a sua vida.

Era um homem de 28 anos e sentia-se bem com a profissão que seguira. Ser agente secreto não era só fingir que dava porrada nos mauzões e passear por vários países procurando informações. Ser agente secreto era um conjunto de coisas que, ao serem administradas com cuidado e ao ínfimo pormenor, se transformava na maior e letal arma para combater os inimigos.

A sua vida era preenchida, não havia espaço para distracções pois ele não deixava que tal acontecesse. Tinha as companhias necessárias e via em Alec Swan, seu melhor amigo, a presença masculina mais parecida com um irmão. A sua mãe morrera quando ele fizera 22 anos e apesar das suas tentativas de se afastar do resto da família, a sua irmã sempre arranjava maneira de o arrastar para jantares e afins. 

O lema da CIA traduzia-se por O Trabalho de uma Nação. O centro de Inteligência. Para Edward o fundamental era a sua própria inteligência e o seu perfeccionismo em todas as actividades executadas. Nunca falhara uma só missão, mesmo as mais arriscadas e isso só aumentava o seu ego. Não era uma pessoa convencida mas alguém que tinha consciência do seu valor e das capacidades que tinha para traçar estratégias e conseguir resultados até melhores que o esperado.

O dia-a-dia fazia parte de uma rotina previsível para alguém como Edward. As suas manhãs começavam apenas às 10.30h pois a delineação de esquemas e estratagemas para um próximo trabalho acabava sempre por ficar a cargo do mesmo e as tácticas sempre surgiam na sua mente durante a noite. De tarde aparecia na sede, a menos que estivesse fora em missão. Restava apenas uma pequena parte da manhã para descansar visto que era raro o dia em que chegava a casa antes das 5h. A outra parte disponível do seu tempo, após acordar, se destinava a treinos intensivos de vários tipos de luta, ginásio e por vezes corridas em diferentes lugares existentes na região. Era importante estar preparado para se adaptar a qualquer local, independente do clima, do país ou até mesmo do espaço disponível para se movimentar.

Claro que por vezes existem algumas excepções. Mesmo tendo uma determinada rotina isso não impede que o agente secreto não seja contactado pelos seus superiores e caso isso aconteça, independentemente do que Edward possa estar fazendo, a sua dedicação e responsabilidade pela sua profissão virá sempre em primeiro lugar.

Porém, por vezes nem tudo corre como o planeado e a vida prega as piores peças na vida de uma pessoa. Essa era realidade mais dura na vida de um homem, até mesmo de um agente.

~*~


[Na sede da agência …]

- Eu não sei se essa será a melhor resolução para os nossos problemas senhor – discutia Alec Swan com o seu superior.

- Não nos resta outra opção. Também gostava que fosse diferente mas não temos mais tempo, o mundo não para só porque nós precisamos que ele o faça. – murmurava Michael Newton, director responsável pela unidade especial,  irritado com a situação.

- Ainda assim, insisto para que esperemos Edward. Ele é o responsável pela nossa intervenção em todas as missões. – expressou a sua preocupação perante a possibilidade de agir sem o seu amigo e superior.

- Eu entendo a sua posição mas não o conseguimos encontrar, continua incomunicável. – o velhote de quase 65 anos andava nervoso de um lado para o outro – Os riscos tornam-se ainda maiores sem ele mas realmente teremos que seguir em frente. – parou ao lado de Alec e bateu no seu ombro com consideração – Sei que fará o melhor por todos nós, confio em você e sei que Edward também por isso vá em frente e parta imediatamente.

Sem nada a dizer perante tamanha carga de responsabilidade em cima, Alec saiu do escritório e se dirigiu rapidamente ao local onde a equipe se preparava. Para alem da tarefa difícil que tinha nas suas mãos, sabia que Edward não ficaria feliz quando soubesse do ocorrido.

Esquecendo um pouco a pressão a que fora colocado, tentou passar um plano rápido para o resto dos seus companheiros e sem demora partiram para o destino da sua missão.

~*~


Presente – 13 de Setembro de 2011

Desde aquele maldito dia a vida de Edward Cullen mudou drasticamente. Setembro passou a ser o mês mais odiado do ano e aquele dia, 13 para ser mais específico, era simplesmente abominável. Trazia todas as suas mágoas à tona e isso era impossível digerir facilmente.

Há dois anos atrás perdeu aquele em que mais confiava. A morte levou seu melhor amigo, seu irmão, Alec, e tudo isso tinha sido por sua culpa. Pelo menos era isso que ele pensava.

12/13 de Setembro de 2009

Tudo começou pelas 18h do dia 12 de Setembro de 2009. Edward encontrava-se na agência mas, ao contrário do que era costume, não tinha nada para fazer. Decidiu dar um pulo no ginásio que havia na própria sede e exercitar um pouco os seus músculos. Alguns funcionários da CIA partilhavam o gosto de malhar mas apenas Edward se perdia nas imensas máquinas de treino e nas práticas aulas de boxe e judo. Nessa tarde ficou 6 horas fazendo exercício e, é quase escusado dizer, que já mais ninguém partilhava a sala com ele.

Tomou banho, assim que se dirigiu aos balneários que ladeavam o local, e a sua cabeça estava sem nenhum pensamento, sentia-se relaxado o suficiente para dormir uma noite inteira, coisa que acontecia raramente pois sempre tinha trabalho ou não conseguia adormecer.

Subiu até à zona onde ficavam os escritórios mas não chegou a entrar pois recebeu uma mensagem no seu celular que o deixou apreensivo.

Irmão preciso de você, estou com muito medo. Vem ter comigo a casa do papai por favor. É urgente! Beijos A.


Não era costume de Alice enviar esse tipo de mensagens e se o fez deveria ser importante. Avisou o segurança que estava de plantão sobre a sua saída e pediu que o contactassem caso fosse necessário, o que ele duvidava tendo em conta o dia calmo que se manteve até então.

Em minutos entrou no seu carro, um volvo C70 cinza metalizado, e dirigiu em alta velocidade para a casa de sua família. Sabia que o pai estava no exterior tratando de negócios relativos à sua empresa de segurança. 30 minutos depois, ignorando os 50 minutos que demoraria a chegar, estacionou o carro perto da moradia. Olhou em volta atentamente e nada lhe pareceu suspeito.

Andou, atento, até ao portão que estava aberto e em segundos abriu a porta da frente com a chave extra que mantinha consigo. Estava tudo escuro e se não soubesse que Alice o tinha chamado, diria que a casa estava vazia. Os seus passos eram precisos e silenciosos e depois de vagar pelos corredores alcançou o quarto da irmã.

Abriu a porta discretamente e entrou lá para dentro deixando a entrada semi-aberta atrás de si. Observou o impenetrável ambiente ao seu redor, estranhou as luzes apagadas, a alegria tão convencional de Alice não pairava no ar e quase pode sentir o cheiro do medo existente naquele cómodo. Enxergou bem no fundo alguém tremendo e tentando se esconder por detrás da cortina, algo pouco notório para uma pessoa comum mas que para Edward chamaria logo à atenção.

Aproximou-se cuidadosamente da pequena figura que prendia a respiração ao captar o andamento do homem na sua direcção. A sua postura demonstrava precaução e sem pensar duas vezes colocou levemente a sua mão por cima da temerosa irmã.

- Não me mate – lamentava baixinho Alice – Por favor não me mate, leve o que quiser – repetia vezes sem conta entre sussurros incompreensíveis.

- Alice, sou eu. Edward – apertou confortavelmente os braços da garota – Está tudo bem, agora está tudo bem – passou a confiança necessária para que a irmã desabasse em seus braços.

Reparando agora minuciosamente o rosto da mais nova conseguiu ver as lágrimas caindo copiosamente pela sua cara e o tremor ainda mais assente enquanto se debatia para abraça-lo fortemente. Ele não sabia o que estava acontecendo mas algo grave se tinha passado para deixar Alice naquele estado.

Pegou-a no colo e deitou-a na cama sem nunca se afastar. Acalmou a irmã fazendo carinho no seu cabelo e perdeu a noção do tempo enquanto zelava pela sua segurança. Sentiu que a respiração de Alice se tornou leve e o afrouxar dos seus corpos ditou que ela havia adormecido. Separou-se gentilmente e levantou com o intuito de inspeccionar a casa. Acendeu uma luz de presença, daquelas com bateria, para o caso de Ali acordar e desceu as escadas começando a sua investigação por baixo.

O quadro geral havia sido desligado, por isso a falta de iluminação em todas as divisões. Se alguém estivesse entrado na casa com certeza já teria escapado. Decidiu ligar o gerador e assim clarear todos os lugares da residência. O foco de luz que veio após o accionar do interruptor fez alguma impressão aos olhos de Edward que aos poucos se habituou à nova situação.

O hall de entrada estava exactamente como se lembrava, nada estranho a apontar. Até arrancou um ligeiro sorriso do agente pois no espelho, situado ao lado da porta da rua, estava escrito a batom, provavelmente, um recado que Alice deveria ter deixado a seu pai de manhã.

Papai da minha vida faça boa viagem e não se preocupe que não detonarei a sua casa. Pelo menos prometo tentar rsrs Com amor da sua linda filha Alice.

P.S: Não reclame com esse recado, é show escrever aqui e sei que mesmo resmungando o senhor achou graça. Beijos e se cuide!


A adoração que a sua irmã tinha pelo pai ultrapassava todas as medidas. Apesar disso a energia inesgotável da garota de metro e meio não deixava de abalar as pessoas de quem gostava. O seu pai não seria tão bom pai se não tentasse colocar algum juízo na cabeça de Alice mesmo tentando suprimir a falta que a mãe lhe fazia e a mimando dentro do possível.

Por momentos, Edward quis voltar a ser o menino estimado do pai. A verdade é que ele lhe fazia muita falta mas tinha sido escolha de Edward se afastar dos que mais amava. Não conseguia suportar a ausência da mãe e acabou destruindo o que de melhor tinha com seu pai. O afecto e o respeito mútuo. Seria errado dizer que não se amavam mas tem vezes que o amor não é suficiente e esse era um dos casos mais reais que o demonstravam.

Edward balançou a cabeça e seguiu até à sala. Estancou com a visão que teve e percebeu que a sua raiva havia chegado. As gavetas de uma pequena cómoda jogadas pelo chão faziam companhia para os estilhaços de vidro partido, provavelmente da mesa de centro, que se encontravam por todo o lado. Os sofás rasgados sinalizavam o uso de uma faca ou algo pontiagudo que fizesse aquele estrago e os candeeiros derrubados. O plasma mergulhava dentro do enorme aquário que se mantinha intacto no canto da sala embora os peixes boiassem mortos à superfície.

Tentando se acalmar rumou até à cozinha onde mais destruição havia sido feita. Os armários abertos ou por e simplesmente deixados inutilizados, constatando que algumas portas estavam no chão, loiças em cacos, frigoríficos riscados e comida espalhada por todos os cantos.

Todos os cómodos do primeiro piso, sem excepção, foram brutalmente invadidos sem razão aparente. A única pista que Edward facilmente localizou foi a frase escrita na parede do escritório. A letra maiúscula com cor vermelha viva, que a outro passaria por sangue, tinha o sentido de amedrontar qualquer um que a observasse.

ISSO É APENAS O COMEÇO!


Subiu as escadas novamente e estranhou a perfeita arrumação das divisões superiores. Logo percebeu que quem cometeu o delito tinha, somente, como objectivo assustar. O pior é que conseguira e a prova era a frágil Alice que tão cedo não superaria o trauma.

Edward deveria relatar o caso à policia local mas algo dentro dele o fez agir por instinto e resolveu esperar. Juntou-se à irmã e em instantes adormecera profundamente a seu lado.

~*~


O sol nascia quente e brilhante numa manhã incrível de verão. Aos poucos a claridade matinal ia entrando pela janela do quarto de Alice Cullen.

Eram 10.30 quando o alarme de Edward tocou. A sua rotina mantinha-se praticamente intacta e mal abriu os olhos as imagens da noite anterior vinham à memória. À sua esquerda Alice despertava aos poucos e ao contrário do irmão não teve uma boa reacção na volta à realidade.

- Está tudo bem Alice. Estou aqui do seu lado e não tem mais ninguém em casa. – assegurou Edward.

- Tinha alguém Ed, alguém entrou aqui em casa. Eu ouvi os barulhos lá em baixo, coisas partindo.. – sentou se encostando – Tive tanto medo que a única coisa que consegui fazer foi mandar uma mensagem para você e me esconder.

- Você fez bem Alice, descer e procurar pelo intruso teria sido uma péssima decisão – afirmou com convicção.

- Desculpa te chamar, só não sabia a quem recorrer – falou acanhada.

- Nunca mais diga um disparate desses Ali. – segurou o queixo da irmã na sua direcção – A sua segurança vai ser sempre uma das minhas prioridades entendeu?

- Sim – assentiu também com a cabeça – Não sabia o que te dizer, não queria te assustar e por isso não expliquei a gravidade da situação. No fundo eu sabia que você viria logo – olhou de soslaio para Edward – E não me desiludi.

Edward não sentiu necessidade de prolongar a conversa naquela vertente e introduziu o assunto realmente importante.

- Me conta o que aconteceu exactamente antes de eu chegar – pediu calmamente.

Alice começou a narrar tudo o que ouvira desde que chegara da casa do namorado.

Faltavam vinte minutos para a meia-noite quando chegou. Sabia que não estaria ninguém em casa pois o seu pai viajara depois de almoço e as empregadas sempre eram dispensadas até à sua volta. Dirigiu-se à cozinha onde tomou um pequeno lanche e subiu até ao quarto. Resolveu tomar um banho rápido apenas para se refrescar. Vestiu uma camisola larga, pois odiava dormir apertada, e se preparou para deitar. De repente escutou uma porta batendo, pensou ter sido da sua imaginação e resolveu ignorar. Não muito depois começaram os barulhos de coisas arrastando, vidros partindo e o medo tomou conta do seu corpo. Ela mal conseguiu reagir porém o instinto de se salvar falou mais alto e conseguiu digitar uma mensagem para a única pessoa que conseguia lembrar. Seu irmão Edward. Depois de o fazer deslocou-se silenciosamente até ao canto do quarto e se escondeu por trás da cortina. Não soube distinguir quando os sons ruidosos cessaram e a última coisa que se lembra foi do pavor que sentiu quando alguém entrou em seu quarto, pensou que era o seu fim. Felizmente era seu irmão e aos poucos a inconsciência se apossou dela.

Edward prestara atenção a todos os detalhes que Alice contava. Para a maioria dos civis aquilo não aparentava importância mas para ele todos os pormenores interessavam. Sossegou como pode a irmã e levou-a consigo para casa, pelo menos até ter mais pistas do incidente e também até ao retorno do pai.

Almoçaram pacatamente no apartamento de Edward. Alice voltara em grande parte ao seu estado normal e Edward começava a arrepender-se de ter trazido a matraca da irmã consigo. Ele não conseguia mudar a sua atitude fria mesmo que quisesse e toda aquela agitação à sua volta colocava-o irritado. O pior foi aturar as opiniões de Alice quanto ao seu lar. Ela queria trazer cores vivas para dentro do apartamento, talvez até flores para animar o ambiente. Edward rolava os olhos demonstrando a sua insatisfação. A seu ver o apartamento era perfeito e as cores eram sólidas feito ele. Não havia nada a mudar por mais que alguém insistisse. Alice achava sofisticada toda a decoração mas gostava que tivesse um ar mais acolhedor, mais pessoal, porém sabia estar a lutar contra a maré e por isso deixou de lado esse assunto.

~*~


Estacionou o carro na sua vaga particular. Saiu elegante, no seu terno armani, e entrou na sede. Estranhou a correria dos funcionários e seguiu directamente para o escritório de Michael.

Bateu na porta e escutou um entre.

Michael era um homem bem apresentável, apesar da sua idade. A sua juventude permanecia intocada na sua alma e isso reflectia na sua maneira de ser descontraída. Ao olhar para o superior sentando na cadeira com a cabeça para baixo, Edward percebeu que algo estava errado e apressou-se em perguntar.

- O que está errado Michael? – eles não se tratavam com formalidade, a menos que fosse necessário em alguma ocasião.

- Tudo Cullen. Absolutamente tudo. – e suspirou resignado sem se mexer do lugar.

~*~


[Missão 13 de Setembro de 2009]

A situação não era favorável para a equipe de agentes secretos da CIA. Informações de fonte segura anunciaram o planeamento de ataque terrorista, com a morte do presidente dos EUA sob finalidade, por parte do inimigo. Sem hipótese de esperar o líder do grupo, Alec ficou responsável por tomar as decisões.

O galpão sujo e abandonado situado numa zona perto de Washington DC era o lugar ideal para esconderijo dos inimigos. Avisados com alguma antecedência, o pequeno mas melhor grupo de agentes deslocou-se até ao local com o objectivo de eliminar os adversários criminosos.

Tudo corria como o esperado até que de um momento para o outro foram expostos a uma cilada. Teria sido apenas uma armadilha para apanhar os agentes do governo e uma oportunidade única que os iraquianos tiveram para se fazer notar. Quando os enviados especiais da CIA se aperceberam era tarde demais pois já os inimigos os haviam encurralado e prendido dentro do tal galpão.

O que aconteceu em seguida não era difícil de prever, atearam fogo ao local e todos os americanos defensores da pátria morreram queimados. Alec Swan inclusivé, apesar dos esforços para que a operação fosse concluída com sucesso não conseguiu salvar-se nem a si, nem aos restantes elementos, deixando para trás amigos, família e principalmente um irmão, companheiro de longa data, Edward Cullen.

~*~


Presente – 13 de Setembro de 2011

Desde aquele dia que a vida de Edward não mais voltou ao que era. Superar a perda de uma das pessoas mais próximas era reabrir a ferida que ainda não tinha sarado no seu coração, aquela que ficou em sangue com a notícia da morte da mãe há uns anos atrás.

Quando voltou ao escritório naquele fatídico dia não podia acreditar no que Michael lhe contara. Achou inadmissível o grupo ter partido sem ele e tudo piorou quando soube que todos morreram num incêndio posto pelos inimigos. A revolta de Edward foi além do que se poderia imaginar. Se até então era uma pessoa fechada, com cara de poucos amigos e distante da sua família, o que era mau passou a ser pior e a única coisa que povoava a sua cabeça era vingança, vingança de quem havia morto o seu melhor amigo.

A culpa que sentiu também foi grande. Pensar que poderia ter sido diferente se o tivessem conseguido contactar, se a porra do seu celular não tivesse ficado sem bateria talvez evitasse o desfecho trágico da missão.

Talvez sim, talvez não. Ninguém nunca o saberia, até podia ter sido capturado como os restantes. Isso seria a eterna dúvida para o sofrido agente.

Por outro lado havia o estranho caso sobre o que acontecera naquela madrugada, em casa do seu pai. Nada fora descoberto, nem pela polícia avisada posteriormente, nem por ele próprio. Até à data nunca nenhuma tentativa perigosa fora feita contra alguém da sua família e ele considerava que isso era ainda mais preocupante, tendo em conta a ameaça bem explicita deixada na parede do escritório.

Alice e mais tarde Carlisle, seu pai, tentaram abstrai-lo desse incidente e viviam despreocupadamente, após terem se mudado de casa. Eles não viam qualquer tipo de risco e julgavam que aquilo teria sido engano ou uma brincadeira de mal gosto. Iludidos, era essa a palavra que Edward usava para os descrever. Ninguém se daria ao trabalho de invadir uma propriedade privada e deixar ameaças por cumprir. Ele sabia que haveria um retorno por parte de quem fez ou mandou fazer o serviço, só ainda não entendera o porquê da demora de um novo ataque. Em todo o caso estaria alerta, mesmo à distância sabia cada passo dado pelos seus familiares próximos e qualquer alarde seria verificado por Edward.

O seu emprego continuava o mesmo embora mais intenso e cada vez mais profissional. Teve um mês de licença depois de ter perdido todos os companheiros que liderava e ao voltar deparou-se com novos elementos, ainda pouco treinados em relação ao que estava habituado, e levou-os à exaustão com a sua forma rude de falar, as suas ordens que não deveriam ser discutidas e a indiferença com que os tratava e ignorava.

Esse era o novo Edward Cullen para qualquer pessoa do mundo. Frio, rude e com sede de vingança, uma vingança que cedo ou tarde chegaria.

~*~


Há 2 anos atrás…

Na cidade de Nova Iorque vivia a simpática Isabella Brandon Swan. Uma garota com garra e capaz de lutar pelos seus sonhos mas que, por respeito e amor à sua mãe, não provocava conflitos. Isabella era a mais nova de dois filhos, tinha 21 anos, tendo diferença de 6 anos em relação ao seu irmão mais velho, Alec Swan. O seu pai havia os abandonado após o seu nascimento e apesar de ter crescido com a esperança de um dia o conhecer, sabia que tal não aconteceria. Nunca entendeu ao certo o motivo que o levou a sair de casa mas também não gostava de perguntar a Esme Brandon, sua mãe, pois sabia o quanto a machucava falar no passado.

Bella, como gostava de ser chamada pelos mais próximos, seguia um estilo de vida muito próprio. Gostava de andar bem vestida mas odiava as futilidades das patricinhas que a rodeavam. Talvez por isso não tivesse grandes amigas e se refugiasse na companhia dos garotos que viviam na sua rua, aliás, apenas num em especial.

 Um dos seus melhores amigos de infância, não levando em conta o seu irmão, era Emmett McCarty. Com ele aprendeu a controlar as suas emoções e aos 16 anos já dominava vários tipos de artes marciais assim como um vasto conhecimento em armas de todo o tipo. Emm, como ela o tratava, era como um segundo irmão e tinha apenas dois anos a mais que ela. Passava grande parte do seu tempo com o amigo e isso amenizava a tristeza de viver longe do seu outro melhor amigo, Alec. O seu irmão mudara-se para Virgínia, quando fez 21 anos, alegando que precisava enfrentar o seu futuro sozinho. Pelo que ele lhe dissera, arranjara emprego numa empresa de segurança e fazia algo que gostava, proteger pessoas.

Alec Swan não contou a efectiva razão que o levou a mudar-se para outro estado. Assim como os outros funcionários da CIA, pelo menos os agentes especiais, não tinha permissão para contar a verdadeira natureza do seu trabalho. Por essa razão sua família vivia na ilusão de que o herdeiro Swan era um segurança particular.

Esme e Bella viviam sozinhas desde a mudança de Alec e mesmo com saudades do garoto tinham orgulho no rumo que a sua vida tinha tomado. A jovem Isabella sonhava com o dia em que poderia juntar-se ao irmão e fazer de Virgínia a sua nova casa. Obrigara Alec a prometer que a levaria para morar com ele assim que concluísse o seu curso de protecção civil. Faltava apenas um ano para o seu sonho tornar-se realidade.

Esperar não era a sua maior virtude mas logo a sua recompensa chegaria.

~*~


12/13 de Setembro de 2009

Isabella saiu para a faculdade cedíssimo, como sempre fazia, ignorando o pequeno aperto que se instalara no seu coração. Algumas vezes a garota pressentia coisas ruins mas pensou tratar-se de uma besteira, nada com o que se preocupar. Tomou nota de toda a matéria dada nas diferentes aulas e quando deu por si já se encontrava almoçando com Rosalie, a deslumbrante namorada de Emmett, que estudava na mesma faculdade.

Rose era o que ela tinha de mais parecido como uma amiga. Claro que se não fosse por Emm jamais teria ponderado uma aproximação. Com o passar dos anos aprendeu a lidar com a garota e mesmo que não o dissesse abertamente, sentia afecto pela loira que conversava à sua frente.

Tão rápido como a saída para o almoço, chegou a hora de retornar às aulas da tarde. A sensação de desconforto ainda permanecia mas Bella chegara a conclusão de que tudo se tratava de nervosismo pré-aniversário. O dia seguinte seria a comemoração dos seus 22 anos e por nunca ter grande vontade de festejar tornava-se praxe todo esse stress.

Emmett passou na faculdade das meninas e lhes deu carona até casa. Bella se despediu rapidamente pois não queria atrapalhar os pombinhos apaixonados. Em outra altura teria achado ridícula toda essa melação mas depois que percebeu os verdadeiros sentimentos do amigo nunca mais ligara para isso.

Entrou em casa e sentiu o cheiro de bolo acabado de sair do forno. Na cozinha encontrou a mãe desenformando o apetitoso portador de calorias e sem perder tempo sentou na cadeira e atacou-o sem dó nem piedade. Ser gulosa era mais uma das características principais de Bella, ela não passava sem um bom doce.

- Filha cuidado para não se queimar – Esme tentava em vão chamar a filha a atenção – Você não muda Isabella Swan, os seus 22 anos mais parecem 12 – brincava com os factos.

- Ei, eu só tenho 21, não fica acrescentando número na minha idade – respondeu fazendo um ligeiro bico.

- Oh sim minha criança – apertou o nariz da garota – Por falar em anos… Amanhã é o grande dia! – falou na expectativa.

- Eu sei mãe, vou logo avisando que não quero festa nem presentes, você sabe o quanto eu detesto isso – apressou-se a esclarecer.

- Jura? Poxa, vou ter que devolver a passagem que comprei com destino a Virgínia. Mas tudo bem, você visita seu irmão noutra altura, não tem problema – virou-se esperando a reacção de Bella.

- NÃO! – gritou pulando do lugar – Eu quero ir! Não acredito que você comprou – correu para abraçar Esme – Obrigada mãe, não poderia haver presente melhor – suspirou emocionada.

Esme sabia o quanto a presença de Alec era importante na vida da filha e foi essa a razão que a levou a comprar passagem para que Bella pudesse passar o fim-de-semana com o irmão. Tinha falado com ele e como sempre não obteve rejeição da sua parte. Ela sabia que o seu filho também tinha saudades. O que Esme não pensou é que Bella quisesse apanhar o voo ainda essa noite, porém, sabia que a teimosia da filha ia além da sua opinião contrária.

O JFK (Aeroporto Internacional John F. Kennedy) estava apinhado de gente. Será que as pessoas não cansavam de viajar? Bom, se todas fossem como Isabella a resposta era clara: Não! Bella adorava passear e nada melhor do que andar de avião para desanuviar a tenção acumulada.

Hora e meia depois o avião pousara na Virgínia. Já era quase de madrugada e ainda assim Bella quis esperar uns minutos, observar a cidade e absorver toda a animação que imanava. Apanhou um táxi e deu a morada do irmão. Alec tinha sido avisado, pela mãe, da chegada antecipada de Bella e, apesar de ter deixado claro a sua ausência nessa noite, avisou que o porteiro do prédio lhe daria a chave extra para que ela pudesse dormir no seu apartamento.

Ainda um pouco entorpecida com o desgaste da viagem, embora não fosse longa, Bella se aconchegou no sofá do irmão e até adormecera por alguns minutos. O seu sono fora interrompido subitamente quando uma mensagem anónima fora enviada para o seu celular. Curiosa em relação ao seu conteúdo não conseguiu ficar alheia ao que lhe disseram e sem pensar nas consequências resolveu vasculhar o escritório de Alec.

Atónita com o que achara não conseguiu segurar o choro. Isso tudo bastou para que a garota, após se recompor, saísse de casa louca da vida e se dirigisse para um local incógnito.

Presente – 13 de Setembro de 2011

As lembranças na vida de Bella passavam como flashes na sua cabeça. Hoje era uma mulher amargurada e sedenta de liberdade. Tudo mudara desde Setembro de 2009. Os acontecimentos foram trágicos e a incapacidade de não recordar um ano de sua vida era dolorosamente cruel, tendo em conta que era mais um ano com memórias relativas ao seu falecido irmão.

Para sermos mais específicos temos que começar de inicio. Isabella Swan viajara para Virgínia na noite de 12 para 13 de Setembro de 2009 com o propósito de visitar o irmão e, de certa maneira, comemorar o seu aniversário. O que se sabe depois disso são apenas detalhes concretos. O primeiro e o mais triste, a morte de Alec Swan foi confirmada pela manhã do dia 13 de Setembro de 2009. O segundo e ainda assim importante, a amnésia de Isabella em relação ao ano de 2009.

Esme Brandon estava em casa descansando quando o telefone tocou e anunciou as noticias mais dolorosas de sempre.

Flashback 13 de Setembro de 2009

- Gostaria de falar com a Senhora Brandon – informou a agente da policia local de Virgínia, após se apresentar formalmente.

- É a própria. Aconteceu alguma coisa com os meus filhos? – perguntou aflita

- Infelizmente sim, senhora. Lamento informar mas Alec Swan morreu numa explosão. – Esme sentiu as forças sumirem e desabou no chão – Tristemente ainda tem mais senhora, a sua filha Isabella foi encontrada em casa do irmão e aparentemente não se lembra de nada em relação a esse ano, por outras palavras, é como se esse último ano não tivesse existido para ela. – ouviu-se um suspiro da parte da oficial – As minhas sinceras condolências(…).

A entidade policial ainda deu mais algumas informações mas Esme já não ouvia nada. A única coisa que tinha captado era a morte do seu filho e a falta de memória da filha. Meu deus, como a sua vida mudara de um segundo para o outro. Nunca pensou ter tanta dor desde que o marido partira, pelos vistos estava enganada.

As providências foram tomadas, o que valeu a Esme fora a preciosa ajuda de Emmett e da respectiva família. Emm prontamente se ofereceu para trazer Bella a casa e, apesar de Esme querer cuidar disso pessoalmente, não se sentia em condições para tal.

Depois disso apenas se seguiu o esperado.

Bella – Velório – Enterro – Viver um dia de cada vez.

Fim do Flashback


Os médicos não descobriram o motivo que levou Isabella a ficar amnésica mas a sua única suspeita era que a garota tivesse passado por um trauma e que bloqueasse as imagens desse ano como se isso se tratasse de um escape, uma fuga da realidade. Para a família e os amigos isso não fazia sentido, Bella estava contente por passar uns dias com o irmão e nada de mau tinha acontecido até à data. Ninguém entendia mas o facto é que Bella, apesar de tentar, não conseguia que a sua memória voltasse e com o passar do tempo isso acabou ficando de lado.

~*~


Dois anos se passaram desde os incidentes. Bella conseguiu terminar a faculdade e o seu sonho de se mudar para Virgínia ainda continuava de pé. A mãe não conseguia aceitar a sua decisão, no fundo tinha medo de perder outro filho naquela cidade amaldiçoada. Mesmo sob os protestos e tentando de tudo para não magoar Esme, Isabella insistiu na sua mudança e em poucos dias estaria instalada em um novo apartamento.

A data não era a mais propícia, o aniversário de Bella, que nunca foi motivo de festejo por parte da mesma, apenas piorou com a coincidente morte do irmão no mesmo dia. As pessoas lhe davam os parabéns mas a única coisa que Bella sentia era dor, tristeza por ter perdido o seu melhor amigo.

Acabou saindo para espairecer e assistiu um filme que estreava no cinema. Não queria voltar cedo a casa, não naquele dia. Sabia que, mesmo tentando esconder, a sua mãe chorava o dia todo e sofria horrores pela morte de Alec. Sendo assim, preferia manter-se afastada e distrai-se com tudo o que a mantivesse fora por mais algum tempo.

Quando anoiteceu, Bella chegou em casa. A mãe provavelmente já estava dormindo e isso reconfortou-a de algum jeito. Ela não era indiferente à dor da mãe, muito pelo contrário, apenas não sabia o que dizer ou fazer para amenizá-la.

Subiu até ao quarto, fez a sua higiene, colocou o seu pijama e preparava-se para deitar quando encontrou um pequeno embrulho em cima da cama. Não podia acreditar que a sua mãe tivesse comprado um presente, não depois de todo o discurso que tivera o ano passado. Ignorou o pacote e colocou-o de lado.

Deitou na cama e fechou os olhos com intuito de dormir. Não soube por quanto tempo se manteve na mesma posição. Acabou por se virar e revirar, várias vezes por sinal. O sono não vinha e a sua paciência estava esgotando. Isso sempre acontecia mas era ainda pior no dia do seu aniversário.

Olhou para a direita e o seu olhar caiu directamente no presente. O papel de embrulho era bonito, simples mas sofisticado. Admirou-se por estar elogiando uma coisa que não queria. Sem mais por onde escapar decidiu sentar e abrir a prenda. Não que fizesse questão mas a curiosidade estava aguçada e se Esme lhe comprara algo seria uma desfeita não descobrir o que era.

Lentamente foi desembrulhando o pacote. Primeiro livrou-se do laço e depois do papel. Uma caixa apareceu na sua frente. Era extremamente perfeita. Era feita de cristal e o seu nome estava embutido na parte central. Apercebeu-se que um papel estava no interior e rapidamente abriu a tampa. Leu com atenção o que estava escrito e mal podia acreditar no que os seus olhos registaram. Aquilo só podia ser uma brincadeira de mau gosto e teve a certeza de que não fora a sua mãe a oferecer-lhe aquilo.

Pegou na caixa e jogou no lixo. Voltou para a cama e lançou uma última olhada no papel, que ficara em cima do seu lençol, antes de o amachucar e mandar para bem longe.

A única coisa que ficou presa na sua mente pelo resto da noite foi o texto do maldito cartão.

Tem certeza que a morte do seu irmão foi um acidente? Procure e ache a resposta se for capaz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Resolvi postar o 1º capítulo antes do esperado como forma de agradecimento às pessoas que deixaram reviews no prólogo. Muito obrigada a todos ^^
Quanto ao post de hoje só tenho a dizer que gostei do resultado final e fico à espera das vossas opiniões.
Próximo capítulo deverá sair em duas semanas pois essa fanfic toma muito do meu tempo e preciso de vários dias para fazer os capítulos de acordo com o meu gosto.
Para não falar que o tamanho dos capítulos não são pequenos e assim demora sempre mais.
Deixem reviews :)
Beijos,
JessicaC



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cia - Hunting The Enemy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.