Asas Dela escrita por Yuki Snow


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oii meus anjos! Como vai a vida? a minha ta mais ou menos, sacomoé né! Vida de autores é corrida... (abafa, preciso desabafar...)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/154111/chapter/19

Julho, 2011

Sophia

Depois de um tempo na casa do Mathew, vou para casa. Chego à sala e vejo Georgia lendo um livro.

- Ge por que você ainda está por aqui? – pergunto carinhosamente. Ela desvia seu olhar do meu e não responde. – Por favor Ge, você não pertence a esse lugar...!

Ela se levanta e para na minha frente. Ela tenta me tocar, mas eu recuo. Estou parecendo uma grosseira. Mas na ultima vez que eu encontrei com ela, na segunda guerra, e ela me tocou, sai muito ferida. Uma facada no estomago, quase o perfurando. Vejo que ela fica muito triste. Mas não me abala.

- Sophia, eu não posso voltar para aquele lugar! – suplica ela.

- Eu não acredito! – viro a cara e saio pela porta da cozinha, nos fundos.

Ela me segue. Paro em baixo de uma arvore e começo a adentrar nela. Georgia segura no meu braço e segue comigo para o inferno.

Mathew

Fico lembrando o seu sorriso. O brilho dos seus olhos. Suas expressões. Mas uma coisa era fato, eu nunca poderia ter ela só para mim.

Desço e vou para a sala. Lá eu me sento no sofá e olho para o local onde eu transei pela primeira vez. Só de pensar que foi com alguém que só queria meu mal, fico muito irritado. Levanto-me e pego uma garrafa de vodca no armário. Quase pego a garrafa, mas me esquivo. Fico com medo se ser pego pela minha mãe. A coragem toma conta do meu corpo e pego a garrafa. Abro e levo em direção a boca.

TRIIIIIIIIIIIIIIM

- Cagaço! – murmurei.

Vou até o telefone e atendo.

- Filho? – minha mãe fala.

- Sim?

- Está tudo bem? – eu assenti e ela prosseguiu – Olha só, hoje eu vou chegar mais tarde... Você se vira com o jantar?

- Sim mãe! – falo e olho para a garrafa na minha mão.

- Okay, beijos, mamãe te ama.

- Também te amo mãe. – coloco o telefone no gancho e me sento no sofá.

Dou outra olhada na garrafa. Devagar e começo a beber o liquido que rasga a minha garganta.

- Aaah! – murmuro depois de um longo gole de vodca.

Começo a beber cada vez mais. Era uma sensação maravilhosa que possuía meu corpo. Cada gota um novo sentimento. Respiro fundo, depois de quase meia garrafa ingerida, e meus olhos embaralham. Começo a rir. Eu vejo tudo em dobro. Olho para o teto e vejo-o se movendo. Começo a rir cada vez mais. Quando vejo uma garrafa já se foi. Jogo ela para o canto da sala e pego outra. Sophia nunca vai me querer... Só aquele puto do Jack! Acho que vou pegar umas vagabundas de esquina mesmo... Levanto-me e vou até a prateleira. Mas quem diz que eu cheguei bem? Demoro  uns 5 minutos para alcançar outra garrafa, só que essa era de Absinto. Ela estava escondida por de trás de umas garrafas de vinho, cachaça, tequila e rum. Pelo o que eu sabia, absinto era proibido. Por isso minha mãe escondia. Ela disse que um pouquinho não faz mal a ninguém. E como eu sou um ninguém da vida mesmo, vou beber toda!

Sophia

- Sophia não faz isso! – fala Georgia.

- Por que não? – falo no corredor que dava para os dormitórios do prédio principal do inferno.

Ela me para bruscamente.

- Me larga!

- Sophia me escuta! – fala ela irritada.

Ignoro-a e continuo andando. Ela não desiste e para na minha frente. Dou a volta e continuo. Que merda!

- Para Soph! – ela me chama carinhosamente como da ultima vez que ela me atingiu.

- O que você quer? – pergunto me virando.

- Que você me escute! – ela para na minha frente. Coloca a mão no meu ombro e olha no fundo dos meus olhos – Você não pode fazer nada!

- Você nem sabe o que eu vou fazer!

- Sei sim! – cruzo os braços no peito a espera de suas palavras – Papai não esta bem nesses últimos anos... – ela para e eu espero ela prosseguir – Ele... Como eu posso lhe dizer... – ela olha para os lados e depois se foca em mim – Anda irritado. – ela sussurra.

- Novidade! – murmuro e começo a andar.

- Não é esse tipo de irritação Sophia! – Georgia para na minha frente novamente. – Ele esta matando seus sucessores!

Franzi o cenho e cruzo o braço novamente. – Como assim?

- Ele acabou de matar Caim Soph, o Caim! – fala ela.

Caim, braço direito do meu pai. Gatinho, mas muito estressado com a vida. Irritante ao ponto de matar qualquer um que aparecesse na sua frente. Sorte minha que eu fui chamada para trabalhar como anjo da guarda. Aqui, pelo que Georgia me contou que, Caim ‘pegava’ todas as mulheres recém-mortas. Eu tinha nojo desse cara. Como qualquer um. Mas eu não sabia que papai estava tão irritado ao ponto de matar seu braço direito!

- Para ti ver como tudo mudou, quando você nunca mais compareceu aqui. – falou Georgia.

- Mas por que toda essa irritação? – perguntei.

Georgia olha para os lados e fica de cabeça baixa. Você não me engana!

- O que você fez? – pergunto, levantando a sobrancelha.

- Por que você acha que fui eu? – ela grita e arregala os olhos.

Não me enganou ainda!

- Eu sei... – sussurra ela.

- Georgia o que você fez? – insisto.

- Nada... – mudo o peso para a outra perna e continuo quieta a espera se sua resposta. – Ok, ok! Eu me rendo! – fala ela colocando as mãos para cima. – Eu fiz algo errado.

- Me conte alguma coisa que eu não saiba! – falei.

Ela bufou. – Eu... Meio que hum, dei uns amassos no Caim... – ela sussurrou tão baixo que eu quase não ouvi.

- Ãn?

- Pehduei o Causdiam – balbuciou ela novamente.

- O que?

- Dei uns pegas no Caiml! – gritou ela. Depois de segundos, ela percebeu que gritou no meio do corredor do prédio onde nosso papis mora, ela coloca a mão na boca.

- Uou! Agora você se superou! Isso sim é que é uma novas...! – comentei rindo.

- Cala a boca!

- Aaah tá! Agora sim que eu entendi... Papai matou Caim por que você deu uns pegas nele né?! – ela assentiu. – Mas ele acha que você é inocente? – ela assentiu novamente. – Por que então você está fugindo dele?

- Por que... – ela se aproxima mais de mim e sussurra – O espirito do Caim esta me assombrando.

- Só pode esta de brincadeira! O espirito assombrando uma matadora de espíritos... Só você mesmo em! – falo para mim mesma.

- Para Sophia! – fala ela olhando mais uma vez para os lados.

Isso sim já estava me irritando.

- Por que você olha tanto para os lados? – perguntei.

- Eu acho que estamos sendo vigiadas. – sussurrou ela.

Olho para os lados e sinto uma sensação entranha. Fecho os olhos e procuro pelo fuxiqueiro. Não demorou muito e eu o encontrei. Abri os olhos. Olho para a esquerda, depois para a direita. Tinha alguém para a direita.

- Vem comigo. – falei e Georgia começou a me seguir.

Paro na frente de uma porta. Georgia me olha confusa. Abro a porta e bato em alguém que esta atrás dela. A pessoa cai e sai do meu caminho. Entro no quarto e vejo uma pequena criança no chão. Uma menina muito linda. Cabelos pretos, com uma mecha rosa em um dos lados da cabeça. Olhos incrivelmente azuis. Roupas estranhamente preta. Muito preto para uma só pessoa. Muito preto! Blusa, calça, coturno, braceletes, maquiagem, unhas.

- Quem é você? – perguntei.

- Jullie. – responde Georgia.

- Oi Jullie. – falo estendendo minha mão.

Ela se assusta e se encosta na parede.

- Ah, me desculpe. Eu devo ter te machucado né?! – andei em direção a ela, mas Georgia me impediu.

- É melhor não encostar nela... – eu acho que tinha um ponto de interrogação na minha cara, por que Georgia rolou os olhos e continuou – Sophia apresento-lhe, nossa mais nova irmã Jullie, a pior sugadora de almas que o inferno já teve! – Georgia serra os olhos ao olha para a pequena em nossa frente.

- Mais uma irmã? – pergunto assustada.

Meu pai tá procriando cada vez mais rápido em! Meu Deus!

- Quer dizer, ela é só minha irmã, por parte de mãe...

- Ah tá...

Ufa!

- Eu sou seu pior pesadelo – falou Jullie se levantando e vindo em minha direção. Rapidamente Georgia me empurra e fica entre nós.

- Se você encostar nela, eu te mato, ouviu bem? – as narinas de Georgia tinha aumentado de tamanho. Sua respiração estava rápida e pesada.

Nunca vi Georgia me defendendo de nada. Fiquei muito surpresa com sua colocação. Se colocar entre suas irmãs... Que mancada. Mas a surpresa de verdade foi quando eu pisquei e as duas já estava se batendo que nem loucas! Não sabia o que fazer. Eu me metia no meio e saia ferida? Ou eu olhava elas se espancando até a morte? Fecho os olhos e desejo do fundo da minha alma que elas parem o que estão fazendo, não quero ver sangue espalhado. Nada de ruim para ninguém. Sou um anjo da guarda e só quero o bem de todos.

O clarão me obriga a abrir os olhos. Georgia em um lado do quarto enquanto Jullie na outra ponta. Deu certo! Elas me olharam confusa e eu só dei de ombros.

- Vamos Georgia. Temos muito o que fazer! – falei saindo do quarto.

Georgia me seguiu. Estava prestes a apertar o botão do elevador, quando Georgia me impedi.

- O que foi agora? – perguntei.

- Você quer a verdade, de eu não poder estar mais aqui e nem você né? – eu assenti calmamente. – Papai nos quer ver mortas!

O QUE? MORTAS? Isso não deve estar certo... Como assim? Eu? Sophia? A filhinha do papai? Ele não me quer ver morta...

- Você não pode esta falando a verdade... – falei me virando para o elevador.

Ela me vira para ela bruscamente.

- Alguma vez eu já menti para você? – perguntou ela.

Soltei uma risada irônica. – Eu acho que não... – falo ironicamente.

- Me escuta... Só desta vez Soph. – olho para ela e vejo que ela fala a verdade, mas ainda me escondi alguma coisa – Eu... – ela respira fundo e solta – Você volta para a terra, eu fico aqui. Nada de ruim pode acontecer com você! Isso eu não vou deixar... – ela solta uma risada abafada – Eu quase morri ali com a Jullie. Não parece né... Mas ela é a melhor matadora de almas do universo! Eu sou mais nova do que ela, por incrível que pareça!

Olho incrédula para ela. Mais nova? Onde? Só se for de cabeça né!

[Ela é mais velha do que você também!] pensa Georgia.

Agora você abusou!

[É sério! Ela nasceu, se eu não me engano, dois milênios antes do que você! Antes mesmo que o papai veio para esse lugar horrível!]

Uau!

Um barulho veio do fim do corredor. Olho assustada pra Georgia. Ela me puxa para a próxima porta, que era do seu lado, e lá entramos. Estava tudo escuro. Fui para um lado da porta e Georgia para o outro. Ficamos em silencio enquanto alguém falava.

- ... eu disse que elas não estão aqui... – falou uma mulher com a voz super aguda.

- ...estava a menos de um minuto... – fala uma voz conhecida.

[É a Jullie] pensa Georgia.

- Shhh! – Jullie e a outra mulher se calam.

Fico com medo e começo a respirar mais rapidamente. Meu coração começa a bater mais forte. Só o que me falta, é ser pega na própria ‘casa’!  Sinto uma mão no meu punho e na minha boca. Meu primeiro instinto é gritar.

- Shhh, calada. – fala um homem.

Ele me leva pra de baixo de alguma coisa. A porta se abre e Jullie entra. Consigo ver o homem na minha frente. Cabelos pretos e olhos azuis como o da Jullie. Ele coloca o dedo na boca, um sinal de fica calada, se não te mato! Fico para e em silencio. Ele se levanta e vai ao encontro da Jullie na porta.

- O que você quer? – fala ele rude.

- N-Nada... – gagueja Jullie. – Quer dizer... Eu estou à procura de duas garotas. Você as viu? – perguntou ela.

Não consigo vê-la. Mas o medo me bate a cada passo dado. Ela para na frente da escrivaninha. Mas rapidamente é tirada de lá. O belo homem a tira e empurra ela para fora da sala.

- Ei! – grita ela.

A porta se fecha e a luz é acesa. O homem começa a vir em direção à mesa. Minha respiração era irregular como meus batimentos cardíacos.

- Pode deixar comigo! – fala Georgia curte e grossa.

Ele murmurou um “ok” e se sentou em alguma coisa. Georgia aparece em meu campo de visão e me tira de debaixo da mesa.

- Obrigado! – fala Georgia.

- Você acha que vai sair assim? – pergunta ele sensualmente.

- Sim! – fala ela.

- Ah, mais não vai mesmo!

Ele se levanta e para na nossa frente. Fico com medo e vou para de trás dela.

- O que um anjo da guarda faz no inferno? – pergunta ele pegando uma mecha do meu cabelo e enroscando em seu dedo. Bato na mão dele e sinto um choque. – Vejo que ela é irritadinha como essa flor negra.

Ele acaricia o rosto da Georgia. Que fez o mesmo movimento que eu. Sinto que ela também recebeu um choque ao encostar nele. Ela começa a corar e vira o rosto.

- Vamos sair daqui! Você não pode mais ficar... – fala Georgia.

- Calma Gigi, eu ainda não conheci sua amiga... – ele se vira para mim. – Como você se chama flor do meu jardim?

Cantada barata! Me recomponho, estufo o peito, levanto o nariz e falo:

- Sophia Daemon, filha do Lúcifer! – falo sarcasticamente.

Ele se chocou com a minha atitude e com as minhas palavras.

- E você quem é? – pergunto.

- Você vai ter que descobrir... – fala ele no mesmo tom de voz que eu usei.

Grrrr. Garoto irritante!

- Vamos Soph. – fala Georgia – Tchau Juruna!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?? Esse Jaruna é um gatenho né =9
Mas esquece. O Mathew, o que sera que deu nele??
Espero pelo seu review!
Beijoooos, Yuki Snow.