Sirius, o Sedutor escrita por N_blackie


Capítulo 5
Capítulo 5




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A Garota do Bar!

Como em todas as festas "beneficentes" (em que os "beneficiados" não participam, claro) coloquei o smoking e desci com cara de lixo para o salão, e dei de cara com o grupo mais opressor e irritante do mundo: os amigos da minha família. Eles têm o poder de acabar com a autoestima de qualquer um com o olhar, e se você olhar diretamente no olho deles pode até desidratar.

- Sirius! – a mãe de James me chamou, e sorri enquanto ia na direção dela. As famílias de James e Remus são as únicas que se salvam desse ninho de cobras, e eu tenho um amor incondicional pela Sra. Potter, como se ela fosse a minha mãe. – Meu menino, como está em New York? Tudo bem, não precisa de nada?

- Não, Dona Jeannie, está tudo bem. – sorri e deu um beijo estalado na bochecha dela. O pai de James, Sr. Potter, tem uns contatos legais na Scotland Yard, e é bem legal quando ele conta as histórias de casos estranhos que já aconteceram por lá.

Quando eles foram cumprimentar o prefeito de Londres, eu decidi que estava na hora de me camuflar, e me aproximei sutilmente do bar. Que saudade de New York, sabe. Ficar atrás do bar vestindo uma roupa confortável, sem ter o olhar dos outros na sua nuca, só esperando pelo primeiro deslize...

- Sirius, mamãe a papai estão chamando. – Regulus apareceu carregando um Martini como se fosse um troféu, e me arrastei atrás dele até os meus pais, que estavam conversando com um casal com cara de entediante.

- Aqui. – meu pai me trouxe para perto e sorriu como se me amasse e estivesse orgulhoso de mim. – Aqui, Jefferson, esse é meu filho americano.

Olhei chocado para os dois, sem acreditar no cúmulo que tinha acabado de chegar. Nunca importou se eles achavam ou deixavam de achar alguma coisa boa ou ruim, desde que parecesse e fosse bonito aos olhos da sociedade. E a bola da vez era a minha mudança para os Estados Unidos.

- Onde está morando, garoto? – o homem perguntou, e revirei os olhos na cara dele.

- Manhattan.

- Oh, mas é um lugar muito ruim, Manhattan! – a mulher reclamou. – Sujo, cheio de marginais! Aqueles bares e baladas que se multiplicam como larvas. Você com certeza não deve estar gostando.

- Na verdade é bem legal. – disse em tom de desafio, completamente consciente de que estava prestes a envergonhar a família toda. – Eu trabalho numa dessas baladas.

- O que? – os dois exclamaram, e no minuto em que meu pai começou a falar muito rápido e dizer que era brincadeira minha, imagina filho meu gostar dessa turba nojenta, que isso Sra. Jefferson, tudo brincadeira, de jeito nenhum, Sirius é assim mesmo, adora brincar, sempre foi assim, bláblábla, eu escutei alguém anunciar uma família nova, que eu não conhecia.

- Os Mckinnon!

Estiquei o pescoço por cima daquela confusão que tinha acabado de instaurar, e assim que vi os Mckinnon meu queixo caiu. A GAROTA DO BAR. Ali, entrando de vestido chique e cabelo preso no salão de braços dados com um cara que, pela cara, devia ser irmão dela.

- Aqui, venha. – minha mãe me arrastou para longe dos Jefferson, mas ao invés de brigar comigo me empurrou na direção daquela família, sorrindo de um jeito maníaco.

- Lorraine! Mark! Sejam Bem- Vindos, todos vocês.

- Walburga. – o homem, com os mesmos cabelos pretos e olhos claros dos filhos, beijou as costas da mão da minha mãe. Deve ter estômago, eu teria vomitado de tanto veneno que corre nas veias dela.

- Marlene, Michael. – ela sorriu e apontou para mim. – Este é meu filho, Sirius.

As sobrancelhas dela ergueram, mas tirando isso não parecia ter me visto na vida dela. Mas eu sabia, lembrava bem daqueles olhos, daquele cabelo... Daquelas pernas. Uau. Apertei a mão do irmão dela e sorri enquanto dava dois beijos comportados em cada bochecha dela.

- Você é o filho de Walburga que mora em New York? – a Sra. Mckinnon perguntou, e acenei com a cabeça enquanto olhava diretamente para Marlene, esperando que ela dissesse pelo menos que já tinha me visto.

- Sou sim.

- Marlene esteve por lá esses tempos, não é, filha? – o Sr. Mckinnon sorriu para Marlene e ela sorriu de volta.

- É, papai, mas eu estava na University of New York, esqueceu?

CÍNICA! Ela quer brincar, então vamos brincar.

- Nossa, que coincidência! – exclamei com o tom mais amistoso que achei, e ela riu daquele jeito sutil e sexy que me encantaram naquela noite.

- Pois é, que mundo pequeno.

- Bom, então acho que os dois têm bastante pra conversar, não? – Sra. Mckinnon sorriu, e pegando no braço do marido, desapareceu levando o filho.

- Quer um drink? Ouvi dizer que tem um Black Velvet fantástico aqui. – apontei para o bar, e ela sorriu.

- É meu favorito, vamos lá.

Sentamos, e realmente confirmei minhas suspeitas. Era ela mesma. Cruzou das pernas do mesmo jeito, pegou no copo do mesmo jeito, e bebeu do mesmo jeito.

- Marlene Mckinnon, hein. – bebi um gole do meu Bloody Mary, olhando com surpresa para ela, sem acreditar na minha sorte.

- Sirius Black.

- Você é uma mentirosa.

- Eu? Olha quem fala.

- Seu pai pensa que estava na Universidade! – revirei os olhos, e ela me olhou indignada.

- E eu estava. Fiquei lá dois dias visitando uma amiga e depois me hospedei em Manhattan pra passar um tempo legal. E você, o que está fazendo aqui? Achei que fosse só um barman.

- Eu sou. Essa é minha vida secreta.

- Filho da alta sociedade londrina? Que vida secreta, hein.

- Cada um tem a sua.

- Mundo pequeno...

- Porque me deixou sozinho? – perguntei antes que pudesse pensar no que falar.

- Porque é isso que eu faço. Achei que fosse igual a mim.

- E sou. – estreitei os olhos, me lembrando da frustração de acordar sozinho no dia seguinte. – Mas você é boa demais para uma vez só.

- Vou levar como elogio.

- Não costumo elogiar as performances, então pode considerar um dos elogios mais sinceros da sua vida.

- Disse que tinha cansado da Inglaterra.

- Estou aqui para fazer um favor a um amigo.

- Vai ao casamento de James e Lily?

- Você vai?

- Sou a madrinha da noiva. – ela sorriu por cima do copo, e sorri mais largamente.

- Sério? Isso que é coincidência.

- Pois é. Achei que fosse a luz, mas você é mesmo um gato. – ela olhou diretamente para mim, e sorri malicioso.

- Você também. Quer dançar?

- Também sabe valsar? – ela gargalhou, e olhei desafiador para aquele par de olhos fantásticos que ela tinha.

- Duvida? Vamos.

Ainda rindo debochada, ela aceitou a mão que eu oferecia e a levei até a pista, girando-a no ar e encaixando-a nos meus braços. Enquanto nos movíamos pelo chão de mármore senti que ela estava cada vez mais relaxada comigo, o suficiente para começarmos a conversar.

- Nunca vi você nas festas dos meus pais.

- É porque você não vai a uma em uns cincos anos, né?

- Ah, isso também.

- Eu vim da Irlanda, cheguei pouco depois de você se mudar. Fiquei amiga de Lily, e cá estamos.

- E fica enfeitando festas? – perguntei com ironia, mas ela lançou a cabeça para trás enquanto ria.

- Achei que soubesse que somos parecidos. Eu fiz faculdade de jornalismo, trabalho no the Guardian.

E dito isso ficamos em silêncio. Ela é tão igual a mim que dá medo, e ao mesmo tempo sinto que estou começando a gostar dela. Isso está ficando perigoso.

- Bom, vou falar com meu irmão. – ela se soltou de mim quando a dança acabou, e senti que não queria ficar sem vê-la.

- Hey. Podemos sair um dia desses, fico em Londres até o casamento.

- Quem sabe. – ela sorriu e virou-se para ir embora. Corri até James assim que não conseguia mais vê-la, e ele revirou os olhos para mim enquanto eu contava tudo o que tinha acontecido.

- Tá bom. A garota que você conheceu a levou pra cama em New York é a Lene.

- Estou falando sério!

Mas ele não acreditou em mim, e ao invés de me apoiar resolveu marcar um almoço com Lily pra me distrair. Amigão.


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