Talking To The Moon escrita por Deboraan


Capítulo 5
Chantagem




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O doutor me pediu que eu o acompanhasse até sua sala, pois eu precisaria ler algumas instruções antes de tomar qualquer providencia. Chegando lá, ele me entregou uma folha e disse pra que eu lesse com muita atenção.


Li atentamente cada palavra escrita. Naquela folha – um pouco amarelada, o que dava impressão de ser antiga – dizia que eu teria que assinar alguns documentos, me tornando responsável pelo paciente. Ou seja, eu estaria arcando com as despesas – incluindo a conta do hospital, compra de medicamentos que ela usaria depois da recuperação – entre outras coisas. Como eu não era maior de idade, precisaria de alguém pra me ajudar nessas coisas. Foi aí, então, que eu me lembrei de Kenny. Ele tinha vindo junto comigo pra me ajudar com os fãs.


Eu sabia que poderia contar com o Kenny pra o que precisasse, ele sempre me ajudou em tudo que podia. Mas havia uma coisa que me preocupava muito, e que poderia levar tudo de água pra baixo. Se eu o contasse tudo o que eu queria fazer, talvez ele falasse pra minha mãe ou pra o Scooter, e com certeza os dois seriam contra meus planos. Ou seja, eu teria que fazer tudo na base da chantagem.


[...]


Cheguei ao hotel quando já era noite. Kenny deveria estar no quarto dele como sempre, solitário, comendo tudo o que via pela frente. Desde que tínhamos chegado a Los Angeles, eu não tinha dado muito atenção a ele. E eu me senti mal por isso. Bati levemente na porta de seu quarto. Passou-se um tempo pra que finalmente abrisse a porta. Ele estava com um pote de sorvete na mão, enquanto tentava fazer o pacote de doritos que estava debaixo do braço não cair. Gargalhei vendo aquela situação.


– Kenny, Kenny... Já te disse pra não comer tanto. – falei entrando em seu quarto, enquanto ele fechava a porta com os pés. – Um dia você vai acabar virando um balão, escuta o que eu te digo.

– Cala a boca! – disse num tom bravo. Gargalhei mais uma vez. – Você não veio aqui só pra me dizer o que eu posso ou não comer, não é?

– Na verdade eu preciso de um favor seu.

– Lá vem bronca. – riu. Revirei os olhos. – Vai, fala.

– Bom... é que... Bem, lembra daquela menina que eu te falei que conheci no hospital?

– Sim, o que tem ela? – perguntou despreocupado, comendo mais alguns salgadinhos.

– Então... eu quero... ér... Ok, vou ser direto. Estão querendo desligar os aparelhos que a fazem respirar, e eu não quero deixar que isso aconteça, eu não vou deixar que a matem. Só que pra isso eu preciso de sua ajuda.

– O que você quer que eu faça?


Expliquei a ele todas as regras do hospital, e disse que eu não poderia arcar com todas as responsabilidades, pois eu era menor de idade. Ele me lançou um olhar de reprovação. Antes mesmo que ele pudesse me dizer um simples “não”, coloquei meu plano em ação.

– Eu estava pensando aqui comigo. – comecei – Por que você faria algo sem receber nada em troca, não é mesmo? E como eu sei que você ama aquelas comidas super gordurosa, estava pensando em te dar um dia inteirinho de folga só pra você poder deliciar essas comidas. O que você acha?

– Isso não é justo! Eu não posso fazer isso, porque primeiro eu teria que falar com o Scooter e sua...

– Coxinha – o interrompi –, batata frita, refrigerante, Cupcake... pensa bem.

– Tudo bem , você venceu. Eu te ajudo.

– Obrigado, Kenny, muito obrigado! – pulei dando um abraço de urso nele, que fez uma cara estranha.


[...]


Acordei cedo, na verdade cedo até demais. O céu ainda estava um pouco escuro, nem 6 horas da manhã devia ser. Tentei dormir novamente, mas foi em vão. Eu estava ansioso demais. E eu mal entendia por que de toda aquela ansiedade. Era só o Kenny assinar alguns papeis junto comigo e pronto.


Tentei me distrair mexendo no notebook. Já fazia algum tempo que eu não me comunicava com minhas fãs, eu estava sentindo falta daquilo. Respondi alguns tweets e postei uma foto minha que havia tirado no hospital alguns dias atrás. Por mais que eu estivesse ausente, minhas boas e fieis fãs, ou melhor, dizendo Beliebers, sempre me deixavam recados nas redes sociais. Era tão bom ver e sentir o carinho delas.


...


Olhei para o relógio no meu pulso, 08h00min. Abri a porta e me dirigi até o quarto do Kenny, que pelo o que eu conheço não deveria ter vestido ao menos a calça. Bati na porta, tentando me manter mais calmo, mas a ansiedade era maior e me dominava. O Kenny abriu a porta com uma cara de sono. Ele ainda estava de pijama. Eu não disse?!

– Kenny, qual a parte do esteja pronto às oito horas você não entendeu? – perguntei entrando em seu quarto, sem nem me importar se ele permitia ou não. Ele me olhou entediado e bufou indo se trancar no banheiro.

...

O Kenny resmungava no volante, enquanto eu não dava a mínima atenção ao que ele dizia. Só de imaginar que estaria ligado a ela pra sempre – ou quase sempre – em pouquíssimos minutos, minha mão ficava trêmula.


Mas e se ela um dia ela acordasse e não gostasse de mim o quanto eu gosto dela?


Eu estava envolvido demais. De alguma forma, ela me fazia feliz.

E é aí que você pergunta: Como isso é possível se você e ela nunca se falaram; você nunca a viu em outro lugar, a não ser no hospital?

E bom, minha resposta é simples, porém esclarecedora.

Ela me faz feliz somente por existir. Quem sabe um dia podemos viver, sei lá, um daqueles romances contados nas folhas dos livros?



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Notas finais do capítulo

Reviwes??? Gostaram? Não? Sim? Continuo mais rápido com reviwes Hahahah' Chantagem!