Talking To The Moon escrita por Deboraan


Capítulo 19
One Thing


Notas iniciais do capítulo

Okay, esse capitulo lembra um pouco o terceiro livro Jogos Vorazes, até porque eu me inspirei um pouco nele. Não está tão bom quanto o livro, mas posso dizer que está razoável.
Esse foi, provavelmente, o capítulo mais difícil de escrever, porque eu abria a página no word e ficava olhando, tentando pensar em algo legal, mas a criatividade me abandonava de vez. E a cada dia eu escrevia um pouco e modificava muitas coisas, até chegar onde chegou. Não posso dizer que está ótimo; eu nunca vou conseguir olhar pra alguma história minha e dizer isso, porque eu sou sempre tão perfeccionista que vou achar algum erro ou achar que está incompleta.
Mas enfim... Tenham uma boa leitura do capítulo final de Talking To The moon. Pois é, depois de um ano escrevendo essa fanfic, finalmente a história chega ao fim.



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Shot me out of the sky
You are my kryptonite
You keep making me weak, yeah
Frozen and can't breath

(...) O sinal estava vermelho para os carros, as pessoas andavam apressadamente sobre a faixa de pedestres num vai e vem frenético. Enquanto atravessava a rua, algo, ou melhor, alguém atraiu minha atenção. Um garoto aparentemente da mesma idade que eu – cabelos lisos, num tom castanho puxado para o loiro; olhos da cor de mel, que sob o sol adquiria o mais leve tom de verde; lábios rosados, carnudos e convidativos – estava dirigindo um carro a, aproximadamente, um três metros de distância de onde eu me localizava. E no momento em que me perdi em meus próprios pensamentos, vendo os cantos de seus lábios se contraíram num sorriso largo, algo me atingiu forte nas pernas e no quadril, arremessando-me alguns centímetros acima do chão e depois brutalmente para baixo. E ao passo que a dor corria por cada fibra do meu corpo, um único rosto perambulava entre as sanidades da minha mente.

O rosto dele. Suas feições tão tranquilas enquanto as minhas próprias feições deviam estar se contorcendo, inebriadas pela dor.

E antes mesmo que o escuro se alastrasse em minha vista, eu sabia que algo começara a crescer dentro de mim a partir do momento em que o vi.


[...]


Quando meus olhos abriram-se, tudo o que pude ver foi o branco doentio. Branco na minha camisola fina de seda, no lençol que me cobria, nas paredes, no teto. E logo essas imagens se assimilaram a uma única palavra: hospital. Perguntei-me se aquele lugar era realmente um hospital e o que eu estaria fazendo ali. Foi quando a enxurrada de imagens me atingiu: uma escada, um grito, a dor espalhando-se pelo meu corpo e em seguida a escuridão tomando minha mente.

Eu me forcei a ficar sentada, equilibrando-me sobre meus pulsos contra o colchão e erguendo a cabeça com dificuldade, contudo, algo prendia meu corpo à cama. Era clara a idéia de que queriam impedir-me de levantar. O que eu não compreendia era o porquê disso. Havia alguma razão pela qual eu faria algo imprudente?

Não.

Então, com a fúria me consumindo, eu lutei com o lençol, tirando-o de cima de mim para revelar o cinto que atravessava a cama e que envolvia a minha cintura. Levantei minha mão para o cinto, tentando achar a fecho onde eu poderia abri-lo. Mas assim que meus dedos roçaram a frieza do metal do fecho, senti uma fraqueza alastrar-se rapidamente sobre mim. Meus olhos ficaram pesados enquanto minha mente caminhava outra vez para a escuridão, sendo envenenada pelos remédios.


Ao abrir meus olhos, o que provavelmente eram horas depois, notei uma figura a me observar ao lado da cama, sua mão segurando gentilmente a minha num aperto afetuoso. Se eu não conhecesse tão bem aquela silhueta, não o reconheceria devido a minha visão embaçada. Mas ele estava ali, ao meu lado, como sempre esteve.


— Era você. – sussurrei, meus lábios tremendo com a lembrança ainda vívida em minha mente. – Sempre foi.


Derek acariciou minha mão com o polegar, não desviando um segundo sequer o olhar do meu rosto.

Como explicá-lo que desde o princípio, ao vê-lo uma única vez por obra do destino, era ele quem eu amava? Como explicar que todos os caminhos, não importa o quanto difícil e doloroso tenha sido essa caminhada, me levaram a ele? Como explicar em palavras que, apesar de todo o tempo em que tive dúvidas em relação aos meus sentimentos sobre ele, o meu coração sempre pertenceu e sempre pertencerá a uma única pessoa: ele mesmo?


— No momento em que fui atropelada – comecei com uma exagerada lentidão – meses atrás, eu me distraí observando você.

— O quê? Então… a culpa foi minha?

— Não, absolutamente não. A única culpada fui eu por ter me distraído ao atravessar um sinal movimentado. Mas tudo o que aconteceu levou à nossa aproximação. E apesar de todo o sofrimento que passei sobre essa cama de hospital, eu não me arrependo de nada, pois todos os meus atos me levaram a você.


Ele fechou os olhos e, suspirando profundamente, abraçou-me sem pronunciar uma única palavra. O contato entre nossos corpos me proporcionava um sentimento de ..., fazendo-me desejar que nos nunca fossemos separados desse toque.


E assim, abraçada ao Derek, eu adormeci novamente.



Some things gotta get loud
'Cause I'm dying just to make you see
That I need you here with me now
'Cause you've got that one thing


Quando tornei à consciência, vi um homem – quem deduzi ser o médico através das roupas brancas que vestia sob o jaleco também branco; segurava debaixo do braço uma prancheta e uma caneta; tinha os cabelos grisalhos que entravam em harmonia com os seus olhos cinza. Estava ao lado do Derek, e o mesmo me olhava de uma maneira estranha, como se houvesse algo a me dizer e não pudesse esperar por isso.


— Vejo que está melhor – disse o doutor. – E agora que está finalmente está acordada, preciso saber o que sentiu no momento do acidente da escada.

— Não recordo-me de muita coisa, apenas que senti uma forte dor na têmpora antes de cair sobre a escada, e então foi como se meu corpo estivesse sendo perfurado mil vez até que eu simplesmente apagasse.

— Bom, Derek me contou sobre o acidente que sofreu no passado, e através de seus relatos, descobri que ainda restam sequelas daquele mesmo acidente, e essas mesmas sequelas precisarão ser examinadas de forma minuciosa, para que então possamos descobrir o que quer que tenha acontecido. Mas não é preciso se preocupar, vou garantir que nada aconteça a você novamente.

— Obrigada, doutor.

— Não precisa agradecer. Bem, agora tenho que ir. – falou e em seguida se foi, deixando-me outra vez a sós com o Derek.


[...]


Passado algum tempo, Derek segurou minha mão e, olhando em meus olhos, pronunciou:


— Lembras que eu iria fazer uma surpresa a ti antes de tudo que acontecer?

— Sim. – respondi tentando procurar algo em suas palavras que entregasse onde ele queria chegar.

— Então já que houve este imprevisto, resolvi trazer a surpresa até aqui.

— O que quer dizer com “trazer a surpresa até aqui”?

— Veja por si mesma.


Meus olhos focaram-se nas figuras que adentravam o quarto, era um casal a cerca de seus quarenta anos. A mulher usava um vestido vinho, que descia acentuando o corpo, mas não de uma forma vulgar; seus cabelos estavam presos em um coque malfeito, ao passo que algumas mechas douradas ficavam soltas ao lado do rosto; segurava entre as mãos algumas rosas vermelhas, uma fita de seda rosa bebê circundando seus caules, mantendo-as unidas e organizadas em um buquê. O homem estava vestido em um terno cinza claro aparentemente novo, com uma delicada flor branca no bolso; tinha um ar sério e profissional, mas que também ostentava graciosidade em seus gestos. Ambos estampavam em seus rostos um sorriso contente e olhos marejados.


— Mãe? Pai? – minha voz trêmula e rouca saiu num sussurro tênue.

— Oh, querida! – disse mamãe, seus braços estendidos para um abraço. Envolvi-a com meus braços, e mesmo encontrando um pouco de dificuldade por estar sentada na cama, estar em seus braços era a sensação mais confortável do universo naquele momento. – Senti tanto a sua falta!

Nós sentimos a sua falta, minha princesa! – disse papai abraçando-me também, seus grandes e largos braços a minha volta como um escudo, protegendo-me de tudo e de todos.

— Sinto muito – disse eu já com olhos lacrimejados. – Sinto muito se eu os fiz sofrer por mim.

— Não precisa se desculpar, meu amor. Eu e seu pai... bem, nós concordamos que fomos um pouco ausentes durante algum tempo em sua vida, mas agora estamos aqui e não sairemos de perto de você. Você pode continuar vivendo com o Derek, pode continuar na sua vida atual, nós não interferiremos nisso, mas só peço que mantenhamos o contato, não quero perdê-la novamente.

— Não vou abandoná-los outra vez. – falei enquanto lágrimas desciam sobre minha face. – É claro que manteremos contato.


Ninguém poderia entender o que eu sentia ao estar ali abraçada aos meus pais, dos quais eu passei tanto tempo longe, milhas e milhas de saudade entre nós. Ninguém jamais poderia entender o quanto minha mente viajava revivendo o passado enquanto meu coração irrompia em felicidade por saber que muitas dessas coisas que ficaram no passado poderiam acontecer novamente.

Enfim, eu poderia dizer que meu coração estava inteiro novamente.


So, get out, get out, get out of my head
And fall into my arms instead
I don't, I don't, don't know what it is
But I need that one thing and
You've got that one thing

Na manhã seguinte, depois que recebi alta, todos nós estávamos de volta ao hotel. E mesmo com o fato de que eu teria que voltar ao hospital em breve para receber o resultado dos exames, nada era capaz de me entristecer, nem mesmo quando meus pais informaram-me de que voltariam à Atlanta em uma semana, afinal, nós nos veríamos com frequência dali em diante.


Ao chegar, finalmente, no quarto onde estava hospedada, Derek envolveu minha cintura com seus braços, puxando-me próximo ao seu corpo, ao passo que nossos corpos se colidiram, buscando entre si o calor um do outro. Estremeci quando Derek traçou uma linha de beijos da bochecha à mandíbula

—Eu te amo! – sussurrou ele, seus lábios roçando suavemente os meus, e quando os mesmos uniram-se em um beijo, meu corpo sucumbiu em seus braços. De repente o que me mantinha de pés no chão não era a força da gravidade, e sim aquele amor arrebatador que se alastrava em meu peito tão rápida e intensamente que me deixara atordoada.


E foi naquele momento em que não houve nenhum vestígio de dúvidas que eu pertencia inteiramente a ele, assim como a lua pertence ao céu.



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Notas finais do capítulo

Gostaram do último capítulo? Que tal deixarem reviews? Ou recomendações?
Aviso: Estou com uma nova fanfic no blog. Quem quiser ler é só acessar aqui ~> http://deboraan.blogspot.com.br/2012/07/immature-love.html
Vejo vocês no epílogo, o que, provavelmente, vai ser daqui a alguns dias. Isso ainda não é uma despedida. Até lá! ;*