Talking To The Moon escrita por Deboraan


Capítulo 12
Recordações dolorosas


Notas iniciais do capítulo

Minhas fofas, me desculpem mais um vez pela demora. Eu vou me esforçar para que o próximo capítulo não demore tanto, okay?
Eu amei saber que minha história tem novas leitoras. *--* Muito obrigada! Não só as novas leitoras, mas também a todas que vem lendo desde o começo. Love ya!
Então é isso, espero que gostem. Boa leitura!



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Seus olhos brilharam ainda mais ansiosos pela minha resposta. Meu corpo estremeceu, fascinado com o poder que aquele garoto causara em mim. Ele pendeu sua cabeça pro lado e suspirou, um suspiro profundo, porém baixo. E então nos seus lábios brotaram um sorriso travesso que ele tanto lutara contra aparecer. Eu me perguntei se estaria sonhado ou se já tinha chegado ao céu...


– Oi! – foi tudo o que eu consegui dizer, abrindo um sorriso por finalmente ter conseguido falar algo que não fosse “Ah” ou “Huh”.

– Oh meu Deus! – seu sorriso cresceu – Desculpa se te assustei... mas é que...


Antes que ele continuasse, fomos interrompidos por um homem vestido num jaleco branco, um cabelo grisalho e que tinha um sorriso contagiante. Ele tinha em uma de suas mãos uma prancheta e uma caneta azul, e um estetoscópio pendurado em seu pescoço.


– Derek, eu quero que você... Oh, – ele olhou para mim surpreso – vejo que a dorminhoca finalmente acordou. – seu sorriso cresceu mais ainda.


Eu sorri sem jeito sentindo minhas bochechas arderem. O homem andou em minha direção. Ele tinha olhos castanhos escuro, sobrancelhas levemente grossas, um nariz arrebitado e uma barba cuidadosamente aparada. Resumindo: ele era muito bonito para a idade dele.


– Foi mais rápido do que eu previ. – ele murmurou pra si mesmo. – Como se sente, querida?

– Um pouco tonta. – respondi.

– Normal. – disse escrevendo em sua prancheta. – Você deve estar um pouco aturdida. Essa tontura vai passar em pouco tempo, você só precisa relaxar. – seus olhos ainda estavam muito concentrados em sua prancheta. – Daqui a pouco eu venho falar com você, tudo bem? Acho que você tem algumas perguntas a me fazer.


E realmente, eu tinha inúmeras perguntas. Que lugar é este? - Como eu vim parar aqui? - Quanto tempo eu fiquei nessa cama? - Onde estão os meus pais? - Quem é esse garoto chamado Derek? - Quanto tempo eu levarei pra poder ir embora? E muitas e muitas outras perguntas.


– Derek, – o homem disse – por que você não me acompanha? Eu preciso falar algumas coisas com você.


Antes de responder, Derek lançou um olhar pra mim como se quisesse dizer “Eu não demoro”, e enfim disse:


– Claro, doutor.


E assim lá se foram os dois me deixando confusa com minhas próprias perguntas.


Eu me sentei com muito esforço na cama, embora a tontura às vezes me deixasse cega e sem força. Lancei um olhar clínico a minha volta, observando com mais precisão os pequenos detalhes. No tapete bege em frente à porta tinha escrito “Good Samaritan Hospital”. As paredes eram de um branco neve, iluminadas pela luz amarelada de um grande abajur localizado num cantinho ao leste do quarto. Ao meu lado esquerdo havia alguns aparelhos com barulhinhos irritantes – eu só reconheci o Monitor Cardíaco. Ao meu lado esquerdo tinha uma cadeira com estofado marrom claro. De frente para a cama, tinha um pequeno sofá marfim de dois acentos; ao lado estava um jarro de rosas vermelhas bem cuidadas e um porta-retrato com uma foto minha sobre uma mesinha de madeira envernizada. Os dois quadros na parede leste eram – provavelmente – de um artista famoso, o qual eu não me lembrara do nome, mas já havia visto várias obras suas. Diante do que analisei, decidi que o quarto era um ambiente estranho e sem vida, mas ao mesmo tempo aconchegante e caloroso. As rosas vermelhas e os quadros eram, absolutamente, as coisas mais bonitas que existia ali naquele recinto sem cor.


Várias agulhas perfuravam o meu corpo. Minha pele estava seca e pálida – como se eu tivesse passado um bom tempo sem tratá-la. Fechei os olhos enquanto me vinha à memória todas as ardorosas lembranças...


(...) O impacto me lançou no chão. A dor pontiaguda penetrou o meu corpo de uma forma tão intensa e tão inesperada que eu fiquei momentaneamente desnorteada. Meu corpo formigava. Minhas pálpebras ficavam cada vez mais pesadas. Meus comandos não me respondiam. Senti-me como se tivesse sido submergida em ácido puro – doía, ardia, queimava. Uma descarga elétrica atravessou meu corpo inteiro depositando mais dores pontiagudas perfurando-me inquietamente, e, depois disso, a dor simplesmente desapareceu. A escuridão foi tomando minha vista, e quando me dei por si, já estava na inconsciência do crepúsculo.

“Senhores, senhores, se afastem, por favor.”

E, assim, mergulhei no meu interior frio, escuro e solitário. (...)

Limpei as lágrimas que escorriam pela minha face com as costas da minha mão. Levantei-me cuidadosamente e me arrastei vagarosamente a mesinha logo à minha frente. Minhas pernas estavam debilitadas, tão fracas que eu mal conseguia me manter em pé. Mas eu estava determinada a procurar por algo que esclarecesse porque eu estava lá. Atrás do vaso de flores, havia uma caixinha delicadamente pintada de lilás, com um laço roxo na parte de cima. Peguei-a em minhas mãos e me sentei no sofá. Respirei fundo antes de abrir a caixa. Dentro, enrolado num paninho branco, um colar banhado a ouro reluzia na caixa. O coloquei na palma da minha mão, estudando-o. Era o colar que minha mãe havia me dado quando eu tinha dez anos de idade. O colar era uma herança da família de minha mãe, passado por cinco gerações até, por fim, chegar a mim. Voltei meu olhar para dentro da caixa novamente. Restavam apenas alguns documentos, um batom e um celular quebrado.


“Nicole Elizabeth Mandson”. – assim dizia o nome no documento. “Filha de Lauren Mandson e Henry Mandson”.

Ao ler esses nomes, me veio a cabeça uma pergunta: Onde estariam os meus pais?



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Notas finais do capítulo

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