Talking To The Moon escrita por Deboraan


Capítulo 11
Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Hey, meus amores! Como vocês estão?
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~ Nicole P.O.V ~



Para os estudiosos, a escuridão significa a ausência da luz.


Mas pra mim a escuridão nada mais é do que um lugar onde não se pode sentir dor e tristeza, onde não se pode desfrutar de sentimento algum. Um vazio. Onde não se pode enxergar o fiozinho da luz à distância, o fiozinho do fim do túnel. Parece que você está morto, mesmo que seu coração ainda bata. Seus pensamentos ficam escuros, vagos, distantes. Tudo que se sente é um nada. Nem dor, nem alegria, nem tristeza. Nada. Só apenas o vazio. O vazio que te faz pensar que você não passa de apenas mais uma alma vaga nesse mundo vasto de tantas emoções. A ausência de ar, de luz, de calor. A ausência da vida.


Imagine-se viver assim por quatro longos meses. Imagine-se tendo que conviver com a ausência de tudo o que você pensou um dia não conseguir viver sem. Não poder olhar para as cores vivas das ruas, os carros se movimentando rapidamente no tráfego exorbitante, as pessoas andando em ziguezagues apressados; não poder sorrir abobalhadamente para as coisas tolas da vida, uma piada sem graça, uma lembrança desastrosa de um passado vergonhoso; não poder sentir o cheiro da sua comida favorita, pizza ao molho bolonhesa e coca-cola; não poder cair acidentalmente ou por querer mesmo; não poder sonhar com aquelas fantasias fora da realidade.


Mas o que é a vida sem um pouco de nada?



[...]



Inalei o ar profundamente, puro como um refresco num dia de sol. Apertei meus pulsos contra meus olhos com uma leve força, esperando pacientemente que minha vista desembaraçasse enquanto eu me dava conta de que havia mais alguém além da minha presença num ambiente até então desconhecido. A vertigem me deixou cega novamente quando eu tentei sem sucesso me sentar. Uma mão veio delicadamente parar nas minhas costas, me ajudando a sentar-me. Fechei meus olhos por alguns segundos e inalei o ar frio com cheiro de soro e ferrugem. Minha cabeça se curvou pra baixo de fraqueza. E então, abruptamente, senti meu corpo mole despencar pro lado, contudo, antes que eu caísse no chão, dois braços fortes me seguraram firmemente e me deitou novamente na superfície fofinha abaixo de mim – que denominei ser um colchão.


Os grandes olhos que me observavam com uma ponta de ansiedade, esperavam apreensivos alguma outra reação da minha parte. Eu tentei dizer-lhe algo, mas havia alguma coisa que arranhava minha garganta me impedindo de falar. Um sorriso brincou em meus lábios como uma forma de resposta – ou talvez até mesmo de desistência. Ele sorriu de volta, ainda mais deslumbrante. Meu mundo girou. Tão rápido que eu senti minha cabeça doer. Meu coração quase parou outra vez.


Minha vista começou a desembaraçar – apenas algumas leves tonturas me atormentavam de vez em quando. Eu me forcei para lançar um olhar em volta, para observar os detalhes do lugar à minha volta. Só agora que fui notar que estava em um lugar muito claro, com paredes brancas, dois quadros na parede leste, um sofá de frente para a cama, uma pequena mesa cor marfim próxima ao sofá, uma maquininha com barulho irritante – que logo reconheci ser o monitor cardíaco (máquina que mede os batimentos cardíacos), um tapete bege claro em frente a porta cor de gelo. Um ambiente tranquilizador, transportador de paz, mas ao mesmo tempo assustador. Pelo menos pra mim.


O garoto à minha frente pigarreou fraco uma vez na tentativa de chamar minha atenção novamente. Automaticamente virei minha cabeça em sua direção, foi então que eu o observei com um olhar diferente. Um garoto de cabelos lisos, num tom castanho puxado para um loiro dourado, que entrava em contraste com sua pele clara; olhos castanhos claro que variavam inacreditavelmente de cor com a claridade; lábios carnudos levemente rosados. Vestido numa calça jeans azul escuro com alguns rasgados, um casaco preto por cima de uma blusa branca de mangas cumpridas simples e um supra vermelho. Uma beleza de tirar o fôlego.


Eu senti a necessidade de olhar pra mim mesma, para ver se eu estava à altura dele. Contudo, tudo o que eu vi foi uma simples camisola rosa claro bordada com umas florzinhas em tom de rubi. Eu senti minhas bochechas ficarem quente enquanto minha cabeça se curvava pra baixo, envergonhada. Eu nunca fui muito vaidosa, mas diante daquele garoto extremamente lindo eu quis que minhas roupas fossem adequadas como as dele.


Ergui minha cabeça, meu olhar encontrando com o olhar dele novamente, minhas bochechas corando instantaneamente outra vez. Ele sorriu ao perceber minha timidez. Isso fez com que eu corasse mais ainda. Nunca tinha acontecido algo assim comigo antes. Eu mal sabia o que fazer.


Ele me encarava com um brilho nos olhos, um brilho diferente, contido de admiração, surpresa, esperança. Só depois de alguns segundos que eu me dei conta que ele me olhava com ternura.


– Huh! – o som emitido por mim soou um pouco estranho quando eu tentei novamente sem sucesso falar. Eu fiz uma careta raivosa pela falha.


O garoto inclinou seu corpo quarenta graus em minha direção, a ansiedade queimando em seus olhos. Meu coração disparou com a aproximação, meus olhos se prendendo em seus olhos. Minha mente vagou, fascinada com sua beleza, ainda mais surpreendente agora se olhando de perto. Eu me deixei levar, totalmente perdida em meus pensamentos.



O que será que ele está pensando?


Há algo de errado comigo?


Com certeza ele deve estar pensando o quão eu sou desajeitada e tão... sem graça.



Suspirei baixinho enquanto me livrava daqueles pensamentos e voltava a minha sã consciência. O garoto inalou profundamente hesitante e então disse:


– Eu esperei muito por isso. Estou muito feliz que você tenha acordado. – ele pausou pra checar minha reação e então continuou calmamente. – Meu nome é Derek. – os cantos de seus lábios lutaram contra um sorriso. – Você consegue falar?



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Notas finais do capítulo

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