Talking To The Moon escrita por Deboraan


Capítulo 10
O despertar


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores! Então, eu quero avisar que eu escrevi uma nova Fic, e pra quem alguém ainda não leu é só acessar ~>
http://www.fanfiction.com.br/historia/156170/The_Time_Of_My_Life
Enfim, boa leitura!



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A espera pela melhora lenta no estado da Nicole se tornava mais difícil de suportar a cada dia que se passava. Às vezes eu tinha a impressão de que o dia não tinha apenas vinte e quatro horas, e sim setenta e duas horas que se arrastavam lentamente no ponteiro do meu relógio. Minhas esperanças estavam ficando mais fracas – quase mortas, eu diria. Por mais que a Catherine – o pequeno anjinho – tivesse reacendido as pequenas faíscas de esperança que ainda restava em um pequeno pedaço do meu coração, eu não conseguia aguentar a dor de não poder tê-la em meus braços. E mesmo que eu tentasse suprir essa dor com outras coisas fúteis, no fim do dia meu pensamento sempre iria parar na mesma coisa, ou melhor, na mesma pessoa.

            Eu tentava me abrir com as pessoas, mas nem o Scooter, nem o Kenny e nem mesmo a mamãe conseguiam me entender completamente. E a única solução que me restava era falar com a lua – meu diário esquisitamente confortante. À noite, quando as estrelas iluminavam meu quarto, eu abria as janelas e falava com a lua, na esperança de que ela pudesse me ouvir de algum lugar. A loucura que muitos denominariam, pra mim nada mais era do que a única forma de preencher o vazio que aumentava a cada minuto no meu peito. O vazio que estava se transformando aos poucos num buraco frio, escuro e sem vida.

'Cause every night

I'm talking to the Moon

Still try to get to you

In hopes you're on the other side

Talking to me too

Or am I a fool who sits alone

Talking to the moon?

            Quando amanheceu o dia, eu já estava de pé, pronto para a mesma monotonia de sempre. Senti a esperança invadir minhas veias, me iludindo mais uma vez – como em todas as manhãs antes de ir para o hospital. Isso estava ficando cada vez pior. Assim que peguei as chaves e o casaco, me dirigi à saída do hotel indo até o meu carro que já estava estacionado em frente ao hotel como de costume. Escorreguei para o banco do motorista já ligando a chave na direção, e quando o carro ligou, dei partida seguindo o mesmo curso de sempre.

            Nos corredores do hospital nada havia mudado, a mesma calmaria pela manhã como nos dias anteriores. Assim que adentrei o quarto, o doutor, que estava a minha espera, disse algumas coisas que me alegraram instantaneamente de uma forma surpreendente.

- Eu andei observando o estado da Nicole por esses dias, e notei que a recuperação dela está em um nível bem alto. Ou seja, se ela continuar evoluindo nesse ritmo logo, logo vai acordar.

            Eu demorei alguns segundos até que eu assimilasse as informações. Meu cérebro demorou mais tempo do que eu esperava para digerir as palavras.

- Sério? – minha boca caiu se transformando em um “O”. – Isso... isso é ótimo!

- Bem, é o que os exames indicam. Porém, isso não é cem por cento certo.

- Tudo bem, – eu tentei esconder a alegria por trás do tom uniforme da minha voz – obrigado por avisar.

            Quando o doutor saiu, eu me sentei num pequeno sofá localizado de frente para a cama, num cantinho do quarto. Eu estava pensando na possibilidade da Nicole poder acordar em menos tempo do que meu cérebro dizia que ela poderia acordar. Isso fez o vazio dentro de mim se preencher de novas esperanças, amenizando, assim, a dor que eu sentia de não tê-la. Foi como se as beiradas das feridas do meu coração que nunca cicatrizavam, começassem a finalmente curar.

E, então, em meio a tanta alegria eu me dei conta de que mais uma vez estava caindo na mesma armadilha. Isso já havia acontecido uma vez, quando o doutor me encheu de falsas esperanças, dizendo que a Nicole poderia acordar em menos de uma semana há mias ou menos três semanas atrás. Eu caí numa profunda tristeza depois que eu comprovei que ela não tinha acordado e que ela não acordaria no prazo que o doutor havia me dado.

Contudo, eu sentia que dessa vez era diferente. Que não se tratava apenas de esperanças falsas que cada vez mais me levavam pra um poço escuro de depressão. Meu eu interior me dizia que dessa vez era verdade, que ela iria – enfim – acordar.

Eu queria acreditar, eu queria muito acreditar nisso. Mas sempre havia um pé atrás, sempre uma desconfiança.

- Huh! – eu ouvi um gemido baixo. Girei minha cabeça na direção da porta, mas não tinha ninguém lá. Eu achei que fosse alucinação da minha cabeça, então me concentrei novamente nos meus pensamentos.

            Meus olhos se fecharam, a exaustão do meu corpo me fez ficar leve. Eu estava inconsciente do mundo ao meu redor, mas ainda não estava dormindo. Eu levei algum tempo até que eu voltasse a me concentrar inteiramente nos meus pensamentos.

- Aah! – um sussurro. Eu abri os olhos assustado, olhei em volta passando meu olhar por cada centímetro do quarto, mas nada. Me levantei do sofá e andei calmamente até a cama.

            Meu corpo estremeceu, minhas pernas cambalearam me fazendo quase cair de joelhos no chão. Eu olhei para o rosto da Nicole, espantado.

- Oh meu Deus! – exclamei baixinho, pasmado.

            Em movimentos involuntários, minha mão subiu ansiosamente para a face de Nicole. Meu polegar acariciou as bochechas levemente rosadas, agora com mais cor do que antes. Meus dedos passearam cautelosamente sobre a pele macia de seu rosto angelical enquanto eu me deslumbrava mais e mais com sua extrema beleza.

            Foi, então, que eu me dei conta do que realmente havia acontecido. Aquilo que eu esperei por meses e meses, que eu desejei ardentemente. Ela havia acordado. Eu finalmente pude ver claramente seus olhos. Eles tinham o um brilho chamativo, de uma cor dourada suavemente puxada para o verde.

Um sorriso brotou em meus lábios. Agora sim, a vida estava valendo a pena.


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Notas finais do capítulo

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Beijos! ;*



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