Harry entrou na sala segurando um buque de rosas vermelhas, ao lado dele estava Richard com um buque idêntico, mas com rosas cor de rosa, minhas preferidas eram tulipas imperiais, as mais belas. Suspirei atordoada, eles gostavam de mim, mas... Não sabia qual gostava mais, meu único amor fora e sempre será John.

-        Para você. – disseram os dois com os buques estendidos.

-        Ô merda! – sussurrei – Obrigada!

-        Queria saber se você gostaria de sair hoje à noite comigo? – perguntaram de novo juntos.

-        Chega! Estou cheia de vocês me enchendo. – reclamei me levantando – Agora vou dizer o que gostaria, gostaria de ver os dois pararem de correr atrás de mim, queria que apenas agissem normais, não sou uma dama da sociedade para vocês me tratarem como uma.

-        Então quer que seja eu mesmo? – disse Richard sorrindo – Vou ser natural.

Ele me puxou para si colando nossos lábios, um beijo ardente e cheio de... Naturalidade. Deus! Como ele beijava bem, bem até demais! Os lábios quentes e úmidos abrindo espaço pela minha boca, nossas línguas brigando por espaço, o calor de seu corpo junto ao meu... A razão se esvaindo. Não! Isso não podia acontecer! Afastei-me tentando respirar, minha cabeça dando voltas. Tentei clarear minha vista e mente, mas quando dei por mim estava nos braços de Harry com seus lábios nos meus também. Esse beijo foi diferente, cheio de carinho... Afeto. Lábios macios delineando os meus, deixando o ar se perder em instantes de... Amor?

-        Deus! – disse me afastando – Estão querendo me matar?

-        Gostou de qual beijo? – perguntou Richard sorrindo sedutor.

-        Aposto que gostou mais do meu. – disse Harry rindo – Você não tem chance.

-        Chega! Que merda! – disse sentando com as mãos na cabeça.

-        O que é isso em sua mão? – perguntou Harry encarando-me.

-        Isso é um anel de noivado? – completou Rich.

-        De quem está noiva? De mim que não é?

-        Nem de mim! Quem é o cara?

-        Ó Deus! – disse levantando novamente – Não devo explicações para nenhum de vocês, agora me dêem licença que preciso de ar.

-        Abra uma janela. – implicou Rich entrando na minha frente.

-        Quero espaço. – reclamei cruzando os braços.

-        Quer uma gaveta? – sorriu Harry friamente.

-        Dá para os dois pararem de me perturbar. – chiei brava – Não estou noiva, queria estar, mas não o tenho mais comigo.

-        Quem é o desgraçado que fez isso com você? – ameaçou Richard.

-        Vou matá-lo por deixar você. – rugiu Harry.

-        Vocês não podem fazer nada, ninguém pode. – disse segurando as lagrimas – Nem eu.

Sai às pressas praticamente correndo, não queria ser vista chorando, sendo frágil, John não voltaria e mesmo que quisesse estar noiva e me casar com ele, isso nunca aconteceria. Tranquei-me no quarto segurando uma foto de John junto a mim, ele fora minha vida, meu passado, meu presente, meu futuro.

Escutei algum tempo depois batidas na porta e quando minha avó entrou me sentei corretamente, ela trazia nas mãos alguns papeis aos quais não sabiam do que se tratavam, sentando-se ao meu lado na cama, pegou a foto olhando e começou a sorrir.

-        Este deve ser John? – perguntou a rainha.

-        Sim, meu querido e amado John. – sorri ainda chorando.

-        O que aconteceu com os príncipes?

-        Não estou preparada para me envolver com ninguém agora. – disse abaixando a cabeça.

-        Eles entenderam quando sua mãe conversou com eles. – disse curiosa – Eles fizeram essas cartas para você, do que se trata?

Peguei os papeis abrindo um depois o outro, as cartas estavam destinadas a mim, cada uma com caligrafia diferente, mas assim mesmo era cheias de carinho e desculpas. A primeira era de Harry dizendo:

Eva.

Peço-lhe desculpas por ser insistente no assunto de hoje cedo,

Sua mãe muito gentil nos contou sobre o ocorrido,

Sinto por ter sido inconveniente por fazê-la pensar no assunto.

Quero que saiba que tenho sentimentos honrados para ti.

Atenciosamente Harry.

A carta tinha carinho e afeto, era exatamente como Harry, um homem gentil e carinhoso, que enchia de afeto e atenção a pessoa de seu interesse, ele era romântico. Diferente de Richard, sua carta demonstrava isso.

Eva.

Quero lhe pedir desculpas, sei que fui um besta por tentar forçar a barra com você,

Gosto verdadeiramente de ti, e quero seu melhor.

Sinto muito por mexer no assunto que a deixa mal,

Sabe que sou um cara que não entendo nada de relacionamentos,

Muito menos de perdas, acho melhor não continuar nesse assunto.

Ainda está de pé à saída á noite? Prometo que isso te fará melhor.

Rich.

Sua carta me fazia rir, era extremamente constrangedor para um cara que se dizia o grande machão, Richard era diferente, o cara que sempre me atraia, mas agora era estranho sentir alguma coisa por alguém, John fora o único que abalou meu coração.

-        O que escreveram? – perguntou Charlotte.

-        Este na foto era John, meu John. – sorri pegando a foto de sua mão – Sua irmã Nina venho me visitar ontem, ela trouxe uma caixa, nela tinha todos os pertences que tínhamos desde o começo de nossa relação, dentro dela tinha uma caixinha de veludo vermelha, contendo isso.

Estendi minha mão mostrando o anel de diamante, o solitário estava igual a mim, solitária, sozinha. Voltando a realidade sorri para ela, nunca terminei a minha historia com John.

-        Ele ia me pedir em casamento quando voltasse do jogo, ao qual nunca voltou. – abaixei o olhar.

-        O que os dois têm a ver com isso? – perguntou desenformada.

-        Eles viram o anel em meu dedo, pensaram que estava noiva. – sorri – Mas como me viram triste e com raiva pensaram que ele me fez mal, uma tolice.

-        Queriam saber quem era não?

-        Sim, eles queriam matar a John. – ri amplamente – Agora Harry está amplamente magoado por me magoar, e Richard tentou, mas é muito estranho ele tentar fazer algo que não condiz com seu comportamento de machão, alem do mais me convidou para sair.

-        O que pretende fazer? – perguntou sorrindo.

-        Não sei. Sinceramente vovó, não sei o que fazer. Quero poder caminhar ao lado de Harry conversar sobre os clássicos aos quais gostamos, mas também quero sair com Rich em uma festa e dançar até o sol nascer. Só que não quero me decidir por nenhum dos dois, também não posso ficar com os dois. Sinto falta de John e só ele fazia meu coração bater mais forte, agora não sei o que fazer por sentir a mesma coisa com os dois homens que me escreveram essas cartas.

-        Situação difícil. – riu ela me abraçando – Vamos dar um jeito nisso.

A noite caíra e ainda não decidia se ia ou não sair, aceitei o convite de jantar com Harry, mas também aceitara o de Richard para uma festa, loucura total. Essa era eu uma louca, não tinha como fugir agora.