Vesti-me romanticamente, com um vestido branco, salto azul e blazer preto. Estava tão delicada e romântica nas vestes que nem parecia eu, a Eva roqueira, mas era lindo tudo. Estava perfeita!

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Peguei meu blazer e a bolsa escura sorrindo para mim mesma enquanto fechava a porta do meu quarto, era uma louca completa. Harry me esperava no hall do Chateau, vestido com uma camisa de mangas comprida azul escura escondida pelo blazer preto masculino, calça social escura e cabelos penteados formalmente, diferente da noite da boate onde fomos dias atrás. Agora era um príncipe formal.

– Boa noite princesa. – disse sorrindo – Peço desculpas formalmente por ter mencionado um assunto ao qual a deixou daquele jeito.

– Não se preocupe Harry, me precipitei em ser grossa contigo e com Richard. Devo pedir desculpas, não você. – disse descendo a escada.

– Deus como você está linda! – sorriu quando parei em sua frente – Nunca vi uma mulher mais linda em toda minha vida!

– Chega de elogios. – reclamei sorrindo – Vamos logo, não quero esperar muito, sabe que tenho outro compromisso.

– Espero que o meu supere o dele. – sussurrou pegando minha mão.

Chegamos ao restaurante no horário marcado, de mãos dadas ele me conduziu para dentro do hall aquecido, atraindo olhares de todos ao passarmos, isso me deixou desconfortável. O jantar decorria bem, a comida estava deliciosa e a conversa descontraída, uma parte dela me chamou a atenção quando Harry diferenciou o assunto antes mencionado.

– Pensa em se casar um dia? – disse sorrindo.

– Sou muito nova para pensar nisso. – suspirei – Mas reconheço que pensei nisso quando estava com John, e quando vi esse anel tive certeza que aceitaria seu pedido no momento que o fizesse.

– Por que tem medo de se envolver?

– Não tenho medo de me envolver, só ainda não superei a perda dele. – sorri – Éramos perfeitos juntos.

– Pretende ficar sozinha o resto do tempo? – questionou me encarando.

– Ainda não sei se quero me apaixonar por alguém.

– Sente algo por mim?

– Sinto, mas gosto também de Rich e isso dificulta ainda mais minha situação. – disse suspirando, observei o celular tocar, anunciando uma nova mensagem.

Ficas linda de branco.

Rich.

Li novamente a mensagem, como ele sabia que estava de branco? Alarmada olhei para o canto ao longe, nossa mesa ficava afastada de olhares curiosos, mas pelo pouco espaço pude reconhecer curtos cabelos despenteados, o tom castanho escuro me era familiar. Droga! Era Richard sorrindo para mim abraçado com uma garota no salão superior. Afastei meu olhar de pressa sentindo Harry tocar minha mão, essa era a distração essencial para me fazer para de ficar furiosa por...

– Se te pedisse em namoro aceitaria? – sorriu enlaçando nossas mãos.

– Depende. – ri apertando seus dedos – Tens coragem de se envolver com uma princesa louca e revoltada?

– Se tratando de você sou capaz de tudo. – riu beijando minha mão – Coragem a um homem apaixonado não me falta.

– Sobremesa! – disse a garçonete aparecendo ao nosso lado sobressaltando-nos – Manjar de nozes com cobertura de chocolate branco.

– Delicioso. – disse degustando meu prato – Obrigada.

– Pelo que? – perguntou ele quando a mulher se afastou.

– Por deixar minha noite maravilhosa. – falei rindo – Ser um homem romântico era tudo que precisava agora, lembrar de minha antiga vida antes de tudo isso acontecer.

– De nada, então. – respondeu – Que tal prolongar mais a noite?

– Tipo?

– Tem um bar duas esquinas daqui, eles tocam um delicioso jazz. – sugeriu analisando minhas unhas – Podemos dançar um pouco.

– Ótima pedida, mas sabe que não posso me demorar tenho um encontro com...

– Sei, eu sei. – disse pagando a conta – Mas deixe-me apenas curtir um pouco mais de tempo contigo.

– Certo, então vamos? – perguntei me levantando.

– Claro, será um prazer. – sorriu me passando o braço.

Saímos sorrindo enquanto caminhávamos até o carro, não reparei se Richard ainda estava ali ou não, era como se ele não tivesse aparecido, a noite estava maravilhosa com Harry, alguns anos a mais do que a mim faziam dele o homem correto e amoroso que nunca procurei, mas acabei achando. Antes de entrarmos no carro seus lábios pousaram nos meus com delicadeza, como sempre cheios de carinho, sorri diante disso, ele era um amor e eu estava me apaixonando.

O bar era calmo e aconchegante, não muito típico da Inglaterra, mas algo nele me lembrava dos Estados Unidos, o jazz, a harmonia, era como se estivesse em casa, minha verdadeira casa, na America.

Sentamos em uma das mesas afastadas onde um barman nos atendeu cumprimentando Harry e beijando minha mão, a musica calma tocada por piano e saxofone no palco embalava o local com ar acolhedor.

– Vem aqui sempre? – perguntei tomando minha bebida trazida pelo barman.

– Sempre que posso, mas não muito freqüentemente depois do casamento de Willian. – riu bebendo seu uisk holandês – Minha aparição na TV me deixou famoso.

– Claro que seria famoso, já que é neto da rainha da Inglaterra. – ri contigo sentindo o gosto acido do meu Bloody Mary descer a garganta.

– Você também é neta de uma rainha, mesmo assim fica afastada da imprensa quando deseja. – sorriu olhando a banda – Mas querendo ou não sempre atrai a atenção para ti.

– Acho que é de minha natureza chamar a atenção dos outros. – sussurrei sedutoramente – O que posso fazer se sou assim mesmo? Irresistível.

– Disso não posso discordar. – disse segurando meu rosto – Que tal uma dança?

– Aceito seu convite. – disse me levantando.

– Então por que se interessou pela musica? – perguntou na pista colocando as mãos na minha cintura.

– Porque sempre quis cantar, sempre amei as sinfonias de Beethoven e Chopin, mas algo clássico não atraia muito minha atenção na hora de tocar, sei piano e violino. – ri junto ao seu peito a cabeça apoiada em seu ombro – Papai gostava de me ver tocar, sempre dizia que minha voz encantava a todos, principalmente a ele. Aprendi a cantar sozinha, fui me aprimorando e descobri que a musica é minha vida.

– Mas por que o rock? – questionou tocando meus cabelos.

– Sempre gostei da ousadia deles em fazer a musica de verdade, com voracidade. – sussurrei – Era sempre a garota que tinha que seguir ordens, mas no rock você é você mesma, não precisa fingir ser o que os outros querem.

– A rebeldia venho daí então? – riu de mim.

– Pelo contrario. – ri junto – Fiquei assim porque gosto, porque sou assim, essa garota que agora esta em seus braços dançando ao som do jazz gosta de ser rebelde diferente em seu próprio estilo e modo de vida.

– Sabe por que gosto de jazz? – perguntou-me.

– Não.

– Porque me acalma, não digo que sou correto em tudo, mas as responsabilidades de um príncipe ou qualquer um da corte faz com que sonhamos ter uma vida normal, isso era o que desejava. – confessou afagando minhas costas – Fui criado por estranhos, meu pai nunca esteve presente na minha vida muito menos na de Sasha, nossas babás e governantas eram como nossas segundas mães, depois da morte de nossa mãe não ficamos desamparados, era nossa mãe acima de qualquer coroa ou titulo, mas depois que ela se foi à única fonte de carinho eram as babás as quais cuidavam de nós.

– Também sinto falta de meu pai. – solucei em seu ombro.

– Não é fácil perder uma pessoa Eva, sei muito bem disso. – reclamou acalentando-me – Mas superar a perda faz com que sigamos em frente, minha mãe nem seu pai ou até mesmo John gostaria de nos ver escondidos na revolta ou afastamento para sermos felizes.

– Sei que tem razão, mas meu coração não quer deixar a dor passar. – disse abraçando fortemente a ele.

– Deixe-me fazer seu coração parar de doer. – sussurrou baixinho – Deixe-me te fazer feliz novamente.