Sorri entrando na casa da minha amiga, estava tão eufórica que nem reparei as garotas paradas na escada me observando, quando finalmente voltei do meu estado de choque elas gritaram e correram ate mim, fazendo mil e uma perguntas. A noite seria longa e cheia de historias...

Era tarde quando o sono me tomou, era um pesadelo horripilante, coisa que me fez acordar novamente, meu coração batia descompassado e a cada lembrança minha pele gelava.

Estava eu sentada na varanda na nossa casa de Miami, era por do sol e John estava ao meu lado, não era uma lembrança verídica, mas eu já havia ficado naquela casa com John, uma vez, uma única vez...

De repente a noite cai e novamente estou sozinha, isolada em uma grande campina rodeada de arvores e matos por todos os lados, era sombrio de mais, vultos começaram a rodear onde estava parada, chamei por ajuda, mas ninguém me escutava.

Em certo ponto do pesadelo os vultos começaram a me sufocar, e somente um vulto ruivo sorria ao longe enquanto eu morria...

Acordei assustada pensando que ate em sonho aquela vadia ruiva me perseguia, algo me dizia que ela não era confiável, e isso não tinha nada a ver com meus “ciúmes” de Dorian.

O sol saiu do horizonte, e mesmo ainda muito cansada da noite mal dormida, levantei e esperei as meninas acordarem, arrumei meu cabelo deixando-o solto, e peguei minhas coisas pra tomar um banho relaxante, decidi por colocar um vestido cinza com botas da mesma cor, uma bolsa também cinza, com pulseiras prateadas, brincos grandes, colares duplos, anéis e uma tiara de laço. Fofa e delicada.

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Minha cabeça relembrava detalhes de uma vida passada, de como eu era quando Eles ainda estavam vivos. Toda manha quando papai estava em casa, fazíamos waffles com mel, o café da manha de pai e filha, esperando mamãe acordar, era perfeito. Minha vida era perfeita.

John aparecia logo em seguida, íamos juntos a escola, e a cada aula um amigo pra compartilhar nossa felicidade, nada podia atrapalhar nosso amor, ninguém que pudesse estragar tudo aquilo que sentíamos. Ao anoitecer namorávamos em frente de casa, sentados sobre a grama do jardim olhando a lua abraçada e completa, o namoro decorria bem, as brigas eram raras, mas meu comportamento fazia com que brigássemos por bobagens, mas as reconciliações eram a melhor parte do nosso relacionamento.

Sorri limpando as lagrimas que teimavam em descer da minha face, eram momentos felizes, e agora mais do que tudo eu precisava ser feliz novamente, deixar as lembranças guardadas em minha mente e coração, e me deixar levar pelos sentimentos, ser feliz novamente, nem que pra isso eu precise voltar a ser aquela garota de antes, só que sem o brilho no olhar que só John podia fazer por mim.

Minha mente ainda estava focada nas lembranças quando as meninas iam com carro de Amy, com ela dirigindo animadamente, os conselhos que lhe dei no café da manha a fizeram criar novas expectativas para poder seduzir o professor McCarter, enquanto as outras também estavam todas animadas para as novas táticas de conquista.

Cheguei à escola com saudade da minha antiga, lá éramos os gêmeos como casal e John e eu juntos, rindo e zoando com todos. O quarteto fantástico! Agora era o clube da Luluzinha, com todas essas garotas que eram tão jovens e delicadas, gentis e ingênuas. Eram as amigas perfeitas de certo modo.

Entramos na sala onde ocorreria a palestra oficial de Harry, ele ainda não havia chegado, mas estava lá Richard sentado bem na frente com a cara mais falsa do mundo, pelo visto a loirinha não vinha na aula hoje, melhor pra ela, péssimo pra mim.

(Richard) http://matt-lanter.com/photos/displayimage.php?pid=9444&fullsize=1

Sentei-me afastada com as garotas em meu encalço, em certo modo eu havia me tornado a líder delas, já que antes nenhuma tinha a coragem de fazer o que estou fazendo. Minutos mais tarde depois de ter que aturar as olhadas de Richard, felizmente Harry entrou na sala, seu olhar procurou o meu e quando encontrou, ele sorriu amplamente para desprazer de Richard.

Certo a palestra começou, mas minha cabeça estava longe, distante... Em Los Angeles, minhas lembranças assombravam minha mente, por pensar naquele olhar me espionando no clube onde Harry me levou, trouxe lembranças a muito esquecidas, pessoas desconhecidas... Perigos eminentes.

Certa vez enquanto estava com os gêmeos, após a morte de John, estávamos em uma lanchonete ao ar livre, teve um homem que aparentemente era imperceptível na frente de muitas outras pessoas que estavam presentes, mas ele não media esforços para olhar para nossa vida, diretamente pra mim, não era a primeira vez que encontrava com ele, não uma simples fatalidade. Agora depois de quase um ano mais tarde, eu reconhecera ele novamente, aquele mesmo olhar inquisidor me encarando no canto mais escuro da boate. Estranho.

Mas não era só ele que eu tinha visto naquele lugar, Dorian também esta me espionando, aposto que era a mando de Charlotte aposto. Agora tinha mais essa dor de cabeça pra aturar, mas eles iriam me escutar, a como iriam...

– Eva. – chamou alguém me tirando dos devaneios – A palestra já acabou.

– O que? – perguntei voltando a si.

– A palestra já acabou você não percebeu? – questionou Alice.

– Não, nem ao menos escutei uma palavra. – sentei corretamente.

– Acho que você estava muito distante hoje, desde cedo você esta assim. – disse ela levantando – É melhor você se apresar ainda dá tempo de ir falar com ele, pois acho que estão te esperando.

– Quem? – sussurrei cansada, ela apontou pra Harry – Ó sim, ele.

– Depois eu que sou louca. – ela disse antes de sair.

Confesso que estava aérea de mais hoje, mas tinha meus motivos. Peguei minhas coisas e segui pra onde Harry estava arrumando suas coisas, Alice estava certa ele estava enrolando pra me esperar, só que o que falaria agora? Não tinha ouvido nem uma única palavra do que ele tinha dito o que dizer agora se ele perguntasse se gostei?

– Oi. – sorri amarelo quando parei a sua frente.

– Gostou da palestra? – fez a pergunta que não sabia responder.

– Sim, claro. – menti descaradamente.

– Pelo que conheço de você há pouco tempo, você esta mentindo. – comentou me encarando serio.

– Ta tão na cara assim? – questionei abismada.

– Percebi que estava distante a palestra inteira.

– Uou! Nem eu reparei... Estava pensando em umas coisas.

– Que coisas? – perguntou pegando minha mão.

– Coisas do meu passado.

– Interessante. – comentou me puxando para mais perto – Que tal outro jantar?

– Acho muito pouco provável. – suspirei derrotada – Aposto que a rainha Charlotte vai me prender na torre hoje.

– Posso muito bem ir te resgatar...

– Nem pensar! Não quero que nem ao menos ela desconfie de nosso envolvimento.

– Pensei que estávamos namorando. – respondeu agora em tom triste.

– Nem sei ao certo quanto tempo vou ficar aqui, é mais provável que vá para Gales, não posso...

– Se envolver seriamente com uma pessoa. – terminou a frase por mim.

– Não é isso é que... Bom é mais ou menos isso. – confessei sentando em cima da mesa – É que eu ainda estou abalada depois do meu ultimo relacionamento, e não acho que esteja preparada para um relacionamento serio como o antigo foi.

– Façamos assim então... – começou se colocando ao meu lado – Não é um relacionamento serio, mas o que rolar rolou, e mesmo que não seja nada de mais da sua parte, eu sinto e quero que esse rolo dure para sempre.

– Não disse que não era nada da minha parte, e para sempre é muito tempo. – sorri encostando a cabeça em seu ombro – Mas pode ser o suficiente.