Depois de sair para minha próxima aula minha mente ficou mais... Tranqüila, sempre que estava ao lado de Harry eu ficava assim, um estado estranho de sentimento que faz tempo que não sinto.

As aulas foram mais tranqüilas, e meu coração mais calmo lembrou-me do toque dos seus lábios nos meus...  A textura de sua pele quando toca meu rosto... Ô droga! Eu estava apaixonada? Não acredito que isso foi acontecer logo comigo! Que saco!

Quando cheguei a casa depois de sair da escola e pegar minhas coisas na casa de Amy, parei na porta respirando fundo, era hora de enfrentar um inferno, já que tenho certeza que Charlotte vai me criticar por não ter contado do meu encontro com o príncipe Harry.

Entrei respirando fundo, e pra confirmar minhas suspeitas estava mamãe, vovó e Dorian parado no hall encarando-me como se fossem me matar, eu achava que eles fariam isso com certeza.

-       Onde você estava? – questionou mamãe.

-       Ora dona Claudia estava na Academia, não se lembra que dormi na Amy? – disse cruzando os braços.

-       Não é disso que estou falando.

-       Então o que seria?

-       Por que não disse que sairia com aquele garoto...

-       Homem, Harry é um homem. – confirmei brava.

-       Então é esse o nome dele! – exclamou irônica, puxei essa parte da mamãe!

-       É e daí?

-       Por que escondeu isso de mim? – perguntou ainda nervosa.

-       Por causa disso! Olha a sua reação só por eu ter saído com ele uma vez. – duas vezes – pensei ficando quieta.

-       Você deveria ter me contado isso! Eu sou sua mãe! – aloprou caminhando de um lado para o outro – Nós sempre contávamos tudo uma pra outra!

-       Isso foi em OUTROS tempos! – completei seria – Olha mãe isso não é um relacionamento serio, estamos juntos, sim, mas nada como trazer pra conhecer a família, nem um jantar pra apresentar à senhora, isso não é necessário, mesmo que Harry queira.

-       Então o traga aqui, já que quer tanto ser algo mais do que “juntos”. – ordenou Charlotte sorrindo – Será um prazer conhecer esse jovem.

-       Não vai ser não! Vai ser um inferno vocês perturbando meu relacionamento e nada vai acontecer, quando for à hora vocês vão conhecer o Harry. – disse decidida marchando para meu quarto.

Era só o que me faltava! Ter um bando de gente atrás de mim, forçando-me a ter um relacionamento que apenas acabaria com a facilidade do nosso entrosamento agora, estava em perfeita harmonia de escolhas...

Alguém bateu em minha porta enquanto me encolhia pra não brigar com quem entra em meu quarto. Mas tinha que ser ele! Dorian parou junto à porta entrando e fechando-a logo em seguida, tudo menos isso!

-       O que quer? – perguntei quando este parou a minha frente.

-       Sua vó esta muito decepcionada contigo.  – informou serio.

-       Tanto faz. – reclamei dando de ombros – Foi você que estava me espionando na boate ontem não foi?

-       A mando da rainha estava apenas cuidando da senhorita. – disse friamente.

-      Então foi você que contou pra ela do Harry. – questionei brava – Boca aberta.

-       Olha como ousa falar comigo garota. – repreendeu mais bravo que eu.

-       Vou repetir novamente, não sou garota. – falei furiosa levantando da cama – Você não pensava isso quando sua língua estava
dentro da minha boca!

-       Insolente! Seu comportamento é reprovador. – disse agora em tom controlado – Agarrada com aquele homem, não é assim que se comporta uma princesa.

-       Ora então é assim? Pensa que não vi aquela vadia ruiva querendo dar pra você na cozinha? – questionei fria – Ela dando o maior mole pra você quando fechou a porta do corredor?

-       Estava me espionando?

-       Não apenas vi o que meus olhos nunca deveriam ter visto. – reprovei virando a cara e cruzando os braços.

-       Não devia ter visto. – me observou atentamente.

-       Como você não deveria ter me visto com Harry. – contestei sorrindo falsamente – Alias não tinha nada que estar me vigiando, se não queria me ver com ele, não devia estar lá.

-       Sua...

-       O que? Pode dizer! – sorri friamente – Não sou tão ingênua como você pensa, minha mente é mais perversa e evoluída do que todos podem imaginar.

-       Serio? – perguntou irônico, enquanto sorria esnobe.

-       Acredite se quiser não me importo com sua opinião. – comentei seria.

Seu olhar se tornou mortal quando disse essas palavras, quer o que?  Que eu me arraste aos seus pés? Aff! Só o que me faltava!

Caminhei em direção ao closet me olhando no grande espelho embutido do lado de dentro, uma magia que começava a me encantar inteiramente, por que eu tinha que me apaixonar novamente? Por que essa paixão era pela pessoa errada, e o amor pela pessoa certa?

Olhei novamente para Dorian, este parado na porta do hall, seu olhar misterioso e profundo, cabelos macios aos quais estava tentada em tocar, poder sentir a maciez de seus lábios, o toque de suas mãos em meu corpo, como da primeira vez que nos beijamos, daquela vez fora tão... Selvagem. Gostaria que tivesse sido com mais sentimento... Mas amor.

(Dorian)
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Mas porque estava dizendo isso? Pensar nessas coisas me deixava ainda mais confusa, minha cabeça era de mais confusa pro meu gosto, eu precisava de um terapeuta ou ate mesmo um psiquiatra.

Não havia reparado, mas tinha me aproximado de Dorian enquanto pensava, eu podia sentir seus olhos me vasculhando a alma, podendo ver o infinito do meu ser, só que eu não podia ver a sua alma, só a imensidão da escuridão que é seu olhar...

Virei meu rosto tentando controlar os sentimentos que invadiam meu peito, o coração descontrolado que não aceita nem obedece meus comandos, se pudesse fazia tudo para não me apaixonar, mas estava ficando difícil me controlar.

Quando virei para o closet novamente, sua mão pegou a minha forçando-me a olhá-lo novamente, só que dessa vez sua outra mão tocou meu rosto com tanta gentileza, tanta delicadeza, parecia querer apreciar a textura da minha pele, fiquei tentada a fechar os olhos, mas um pouco da minha consciência queria deixar eles abertos para poder ver seu rosto, seus olhos, sua boca...

Seu rosto se aproximou do meu, sentindo a fragrância do meu perfume, o toque da minha pele, nossos lábios se encostando ao mínimo toque, um beijo calmo, simples e delicado... Como acabei de pensara antes de acontecer. Era mágico, maravilhosamente mágico. Esse deveria ter sido nosso primeiro beijo. O primeiro de muitos outros...

(Parabéns Atrasado)

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