Acordei no conforto do meu quarto, estava claro lá fora, isso foi imaginação da minha cabeça, tudo depois que achei que acordei, não era verdade que tinha ido à escola, muito menos o papo com minha avó rainha, estava sonhando.

Mas a senhora parada ao lado da cama discordava com isso, fazendo minha cabeça girar novamente, não era sonho, mas talvez uma brincadeira de mau gosto? Mamãe nada teria me contado sobre uma vó rainha, muito menos um pai rei, isso era zoação demais.

- Ainda estou sonhando. – disse fechando os olhos – Devia ter parado de beber aquele conhaque com Dark ontem, isso não fez nenhum bem para minha lucidez.

- Você não está sonhando, Eva. – disse a senhora sorrindo – Sou Charlotte Seldon de Ashforth, Rainha de Gales, terceira sucessora da coroa da Inglaterra.

- Quer dizer que sou de algum modo parente da Lady Day? – disse rindo nervosa – Parente do Príncipe Charles e do tão sonhado Willian de Gales?

- Isso mesmo, mas você pode assumir o trono ao qual eu e sou dona no momento. – disse Charlotte – Estou sem forças para comandar um reino, seu pai queria que você fosse a minha sucessora.

- Se sou princesa por que não soube disso antes? – encarei-a brava – Não posso ser uma princesa, estaria convidada para o casamento de Willian e Kate, a tal merda do casamento real.

- Eles a convidaram, mas esperaria toda essa bagunça acabar para contar a verdade para ti. – sorriu ela levantando-se – Seu pai queria a ti longe de toda essa bagunça de reino e regras, Barth era um rei maravilhoso, e isso trazia muitos inimigos, nós achamos melhor deixar você afastada e no tempo certo fazê-la princesa.

- Por que isso? – reclamei estressada – Isso soa insano da sua parte, onde minha mãe entra nisso tudo?

- Ela decidiu fazer de você uma garota normal, deixar Gales e viver na America, era uma boa forma de esconder vocês dos antigos inimigos do seu pai, o que melhor que os Estados Unidos para esconder uma princesa em perigo? – sorriu sentando ao meu lado na cama.

- Meu pai... Ele morreu como? De... Verdade? – perguntei tentando ser forte.

- Um acidente de carro. – disse ela, isso eu já sabia – Sabotagem.

- OMG! – gritei pulando da cama – Mataram meu pai?! Isso não pode ser verdade! Ele se acidentou apenas isso! O carro derrapou na estrada de volta pra casa, ele não foi assassinato!

- Não tente enganar sua mente, querida. – suspirou ela sentando-se novamente – O carro teve os freios cortados, derrapou na pista molhada, e bateu contra a arvore. Meu filho morreu naquele dia.

- Ó Deus! – disse ajoelhando em sua frente pegando suas mãos – Sinto muito... Ele era meu pai, também o a amava.

Ali segurando a mão daquela senhora, da minha vó, senti que tudo que descobrira era verdade, princesa, rei, assassinato... Nova vida. Minha vida tinha sido totalmente falsa, uma mentira terrível, um mundo ao qual eu pensava ser o meu desmoronava na minha cabeça, princesa de Gales, filha do Rei. Precisava absorver todas essas informações, mas a dor da perda de meu pai ainda triturava meu coração.