Piratas do Caribe: o Tesouro Maldito. escrita por Milly G


Capítulo 19
Águas turvas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal.
Imagino que todas as minhas leitoras estejam me amaldiçoando há algum tempo, por eu ter ficado sem postar nada até agora.
Mas acreditem, é um milagre eu estar postando. Eu havia até pensado em excluir essa fic, porque não tenho certeza se poderei continuar a escrevê-la, mas não tive coragem de excluir ç_ç
Então, por favor, perdoem a minha demora, e espero que compreendam.
Me desculpem também pelo capitulo lixoso que postei dessa vez ¬¬ Sei que serei apedrejada por algumas depois de lerem, mas ok... ^^'
Enfim, obrigado por acompanharem a fic até agora. Farei o possível para finalizá-la, eu prometo.
:: ENJOY ::



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Hector forçou-se a caminhar até lá, ignorando a dor latejante em todo o corpo. A escuridão da passagem ficava mais e mais intensa, mas a voz de Brooke ainda ecoava por aquelas paredes. Não podia estar longe.

      Sentia um aperto estranho no peito. Por mais que não quisesse admitir, havia criado uma certa afeição pela garota, como se fosse sua filha. Ouvi-la gritar com tanto desespero despertou algum tipo de instinto que ele não sabia que tinha.

- Aqueles vermes. Só me dão trabalho. – resmungou o pirata, com um pequeno sorriso debochado surgindo em seus lábios.

     Então as sombras do túnel finalmente se dissiparam, revelando um cenário que o deixou boquiaberto. Era uma caverna maior do que a em que estava, cujas paredes cintilavam de forma que poderiam ser bonitas, se não fosse a atmosfera pesada do local. Os soluços de Brooke pareciam ricochetear pelas paredes e entrar com força em seus ouvidos. Um pouco distante dela, Angélica estava paralisada, olhando fixamente para um ponto acima do ombro da garota e com a face branca como cal.

- Mas o que diabos...?

     Surpreendentemente, Barbossa só agora havia percebido a criatura gigantesca que jazia no meio da caverna, ocupando quase todo o espaço. Estivera tão preocupado com a ruiva que, ao vê-la bem, o alívio o entorpecera.

     Em passos hesitantes e doloridos, foi na direção de Brooke, que estava perigosamente próxima daquela fera que ele estava quase certo de já ter visto em algum lugar. A garota chorava copiosamente, com os ombros tremendo de forma descontrolada.

- Jack – um chamado fraco saiu dos lábios da ruiva. – Jack... Jack Sparrow!

     Então a verdade o atingiu, como um punho gélido em seu estômago.

- Angélica. – chamou Barbossa, olhando-a em choque. A morena o olhou com a expressão tão assustada quanto a dele. – O que aconteceu aqui...?

- Ele... O boneco... Aquela coisa... Aí... – balbuciou Angélica, sem conseguir impedir as lágrimas de saltarem dos olhos. – O Jack... ele...

      As palavras desconexas de Teach só serviram para confirmar o que ele já sabia. Com um arrepio na espinha, virou-se para Brooke e tentou dizer algo a ela, mas não sabia exatamente o quê. Desde o primeiro momento sabia dos sentimentos da garota por Jack, o que o deixava sem saber como consolá-la.

      Mas ela, para a surpresa de todos, ergueu-se sozinha. As pernas torneadas, que pareciam sempre tão fortes, fraquejaram por um momento, mas a ruiva forçou-as a parar de tremer. Foi aos tropeços até a carcaça gigante e assustadora do basilisco, cravando suas unhas em suas escamas, tentando em vão arrancá-las. Em busca de Jack.

- Não... – sua voz saía em sussurros. – Eu disse para você não morrer...

      Então sentiu uma pontada na mão, mas sua pele não havia sido tocada. Viera de dentro do basilisco. Arregalando os olhos, a ruiva afastou-se minimamente, examinando o lugar onde esteve sua mão.

      Mexeu-se novamente. Como se algo o cutucasse por dentro da pele.

- O que... – Brooke interrompeu-se com o próprio grito quando algo irrompeu dali. Mesmo coberta de sangue, cintilara um pouco quando a água refletiu em sua superfície.

      Uma lâmina.

     E então um braço. E depois outro. O coração de Brooke já havia quase saído pela boca quando ela entendeu a situação. De algum jeito impossível, Jack atravessara o corpo do basilisco. Ele conseguira abrir e atravessar as entranhas daquela coisa, evitando ser esmagado.

      Aquele homem era mesmo humano?

      A ruiva observava, pasma, enquanto Jack se desenrolava das tripas do animal. O que queria era ir lá e ajudá-lo, mas no momento não conseguia se lembrar de como mover seu corpo. Apenas olhava, com a boca escancarada, as lágrimas turvando sua visão e o coração batendo furiosamente contra as costelas, transbordando de alívio.

      O pirata caiu de quatro, ofegante, quando finalmente conseguiu se libertar. Com a roupa rasgada, ensopada e com os dreadlocks pingando sangue. Para Brooke, aquela era a visão mais linda que já tivera.

- Isso – disse ele, tentando recuperar o fôlego -, sem dúvida, vai para a lista de coisas que eu jamais farei novamente. Espero que alguém tenha registrado.

      O capitão então fechou os olhos, e sua cabeça só não atingiu o chão pois Brooke o segurou na mesma hora, agarrando-o como quem agarra a própria vida. Ignorando o modo como estava sujando a si mesma com sangue, abraçou Jack com toda a força, com o coração doendo de tanto alívio. As lágrimas não paravam de cair enquanto deitava a cabeça de Jack em seu colo, aninhando-a.

     Então outro choro juntou-se ao seu. Olhando para trás pela primeira vez, percebeu que Angélica soluçava tanto quanto ela, mas não ousava se aproximar tanto. A felicidade era evidente. Nunca havia visto a morena tão radiante. E, também pela primeira vez, percebera a presença de Barbossa, que tinha um pequeno sorriso nos lábios.

- Jack. – murmurou a ruiva com a voz carregada de afeto, acariciando o rosto do pirata. Percebeu então o quanto este estava frio, o que a assustou. – Jack?

- O que foi, Brooke? – perguntou Barbossa, recompondo-se imediatamente.

- Ele... está frio. – ela engoliu em seco. Só então percebeu um corte consideravelmente grande no abdome de Jack, que ainda sangrava. A garota quase deixou o desespero tomá-la novamente.

- Mantenha a calma. Temos que dar um jeito de sair daqui. Rápido. Sparrow não é o único ferido. – Barbossa apontou com a cabeça para Catherine, que estava encostada, ainda inconsciente, numa rocha um pouco mais distante.

      Brooke odiou-se por ter se esquecido, mesmo que por aquele breve momento, da mulher que salvara sua vida. Ela corria tanto perigo quanto Jack, então precisariam agir logo.

      Juntando o que restava de sua força – o que não era muito -, Brooke levantou Jack e apoiou-o em si, com medo de movê-lo mais do que o necessário. Barbossa, como se sugasse a insanidade de Jack, sugerira que subissem pelo torso do basilisco, que, enquanto se debatia, havia aberto uma pequena passagem no teto da caverna, e sua carcaça convenientemente os levava até lá. Porém, como subiriam por aquelas malditas escamas, que eram tão escorregadias?

     Jack tossiu, estremecendo em seguida, ainda inconsciente. A ruiva pode sentir, enquanto pressionava a ferida no abdome do pirata, que o sangue saiu em jorros com esse pequeno gesto. Não podia se dar o luxo de hesitar naquele momento. Deveria pelo menos tentar.

- Está bem. – disse ela entre dentes. – Já está tudo perdido mesmo...

     Barbossa assentiu, endireitando Catherine em suas costas e sendo o primeiro a subir. Brooke observou com atenção os passos do capitão, que subia com agilidade, cravando as unhas e as botas no basilisco com força, empenhado em salvar a vida da mulher.

     Com um suspiro que não sabia se de medo ou cansaço – ou talvez os dois -, a garota pôs-se a ir atrás dele, imitando-o como pôde, surpresa por seus braços ainda aguentarem o esforço.

      Escorregou uma ou duas vezes, agarrando-se a Jack em todas às vezes, percebendo que o corpo deste ficava cada vez mais frio. Enquanto o suor escorria em seu corpo, parecia o sangue havia parado de correr em suas veias. Não sentia mais nada, além da urgência de encontrar uma saída e salvar Jack e Catherine.

- Finalmente. – ofegou Barbossa, tomando impulso e agarrando-se a borda da passagem no teto, subindo por ela com um grunhido.

      Brooke arfava, com o peito doendo e os olhos azuis, cansados, quase translúcidos. Ergueu o rosto para o pirata, e os raios de sol que escaparam por trás dele atingiram sua pele e quase a incineraram. Semicerrou os olhos e ergueu a mão trêmula para segurar a de Barbossa.

      Porém, não conseguiu alcançá-la. Pois no mesmo momento em que a ruiva ergueu a mão, sentiu-se num abismo. As escamas sob seus pés soltaram-se, fazendo-a pender para trás, com o seu peso e o de Jack empurrando-os para baixo.

      O ritmo de seu coração falhou uma batida, e um arquejo escapou de seus lábios. Abraçou Jack com os dois braços e deixou-se cair, enquanto ouvia o grito de Barbossa, que chegou abafado aos seus ouvidos. Por um momento não acreditou em sua própria fraqueza, e então a frustração foi substituída pela culpa. Jack fizera o possível e o impossível para salvá-la, e no fim os dois morreriam.

      Você não consegue nem sobreviver por conta própria, que dirá se tornar uma pirata. Ainda mais a capitã de um navio, veja só!, uma antiga e conhecida voz sussurrou em sua mente. Você estará sozinha, criança tola, e não poderá contar com ninguém. Mas se quiser mesmo se tornar uma capitã, vão haver pessoas que contarão com você, e, fraca como é, só irá decepcionar a todos.

      Desista logo.

- NÃO!

***

- Capitão! – gritou Gibbs pela centésima vez, bufando de frustração quando novamente não recebeu nenhuma resposta. – ONDE DIABOS VOCÊ SE METEU, SEU PIRATA MALDITO?!

- Acalme-se, mestre Gibbs. – murmurou Raguetti, esfregando o encardido olho de vidro. – Não parece, mas é uma floresta grande. É fácil se perder.

- O capitão já deve ter dado no pé e nos deixado aqui na ilha para morrer. – grunhiu Pintel, cansaço de andar em círculos.

- Não seja idiota, o Pearl ainda está lá. – respondeu Gibbs com impaciência, gesticulando para o navio. Então suspirou: - Aquele Jack... É comum ele se meter nesse tipo de confusão, mas... Diabos, ele não precisava levar todas as mulheres consigo!

      O resto da tripulação riu, mas logo o silêncio se instalou. Num voo baixo, um corvo cercava suas cabeças, grasnando de vez em quando, e Gibbs definitivamente se sentiu incomodado quando a ave pousou em um galho baixo, bem ao seu lado. Pareceu cravar os olhos negros no pirata, como se tentasse lhe dizer alguma coisa.

- Homens – disse Gibbs gravemente -, algo me diz que Jack Sparrow, onde quer que esteja, não está dando uma festinha.

- O que está querendo dizer com isso? – Pintel ergueu uma sobrancelha.

- Estou dizendo que temos que achá-los logo. – o imediato engoliu em seco. – De repente, estou com um mau pressentimento.

***

- O que você... pensa que está fazendo?!

      Brooke abriu os olhos rapidamente, sentindo uma pressão quase esmagadora em um dos pulsos. Piscou algumas vezes e finalmente entendeu.

      Angélica a agarrava com força, cravando as unhas em sua pele, ao mesmo tempo em que tentava segurar a si mesma no torso do basilisco. O rosto vermelho e suado estava retorcido com o esforço, mas em seus olhos castanhos queimava uma determinação que impressionou a ruiva.

- Maldita... – ofegou Angélica, tentando puxá-los para cima. Seu braço tremia, sem forças, mas ela insistia. – Se for para Jack Sparrow ser morto por alguém, esse alguém serei eu. Não saia tomando a frente desse jeito.

- Angélica...

- Cale a boca e ajude! – gritou a morena com impaciência. – Céus, eu não acredito que Jack se apaixonou por uma mulher tão fraca!

- O quê...? – Brooke arregalou os olhos.

- Você me ouviu. Cale. A. Boca. – ela a fuzilou com os olhos, e em seguida bufou. – Vamos subir juntas.

      A ruiva abriu a boca para dizer algo, algum tipo de agradecimento, mas esqueceu-se. Apenas segurou a mão de Angélica com firmeza e esta a puxou para cima, ambas seguindo rápida e habilmente.

      Os raios de sol quase atingiam seu rosto novamente quando sentiu que ia desabar de novo, mas segurou-se com ainda mais força e continuou o caminho. Sabia que se morresse, Angélica iria até o inferno para matá-la novamente.

- Você está bem? – Barbossa fixou os olhos verdes na garota assim que a ajudou a subir. Parecia preocupado, e numa situação menos caótica Brooke diria que ele estava parecendo um pai-coruja.

- Estou. – disse ela, baixando os olhos para a ferida de Jack. O sangue que escorria havia encharcado sua mão. – Não temos tempo. Vamos logo encontrar o resto da tripulação.

- Aye. – Barbossa tomou a frente de novo, segurando Catherine agora nos braços, com mais cuidado, como se ela fosse partir em pedaços.

- Eu não sabia desse lado do Barbossa, tão... delicado. – murmurou a ruiva para Angélica, que estava um pouco distante, ainda tomando fôlego.

      A morena simplesmente a olhou por entre o emaranhado de cabelo que caía em seu rosto e balançou a cabeça. A garota não soube interpretar a resposta – se é que aquilo foi uma resposta -, mas no momento não importava.

- E Angélica... – Brooke mordeu o lábio. – Obrigada.

      O olhar que Angélica mandou para ela era quase de... indignação.

- Não seja tola. – ela se endireitou, esticando a coluna até que pudesse olhar Brooke de cima. – Não fiz aquilo por você.

- Eu sei. – a garota deu um sorriso fraco, o máximo que ela conseguia no momento. – Mas mesmo assim obrigada.

      As duas se encararam por alguns instantes, e Brooke sentiu como se Angélica a analisasse. A morena começou a dizer algo, mas se interrompeu quando Jack tossiu novamente. A ruiva observou horrorizada a mesma coisa se repetir. O pirata já havia perdido sangue demais para continuarem enrolando daquele jeito.

- Capitão! – as duas mulheres arregalaram os olhos e viraram-se ao mesmo tempo, observando a tripulação que se aproximava. Gibbs, Pintel, Raguetti e mais alguns tripulantes se aproximavam apressados.

- Santa mãe de Deus... – Gibbs empalideceu, olhando Jack de boca aberta. – O que... O que diabos aconteceu...?

- Muita coisa aconteceu, Mestre Gibbs. Não temos mais tempo. – disse Brooke, e aquela fora a primeira vez que sua voz soara firme. – Se não nos apressarmos, o Jack pode...

- Raios, fique quieta menina! Vamos, vamos. – os homens tiraram Jack dos braços de Brooke, que o entregou quase com relutância.

      Agora que não precisava mais apoiar Jack, a ruiva quase não conseguia se manter em pé. Cambaleou em direção ao Pearl, enquanto examinava suas roupas e mãos, cobertas de sangue.

      Sentiu lágrimas quentes escorrendo por seu rosto, mas agora não havia ninguém para vê-las, então não se preocupou. Seu corpo todo tremia, milhares de vozes zumbiam em sua mente, e seus músculos imploravam por descanso.

      Mas as pessoas que ela queria proteger ainda não estavam fora de perigo, por isso não podia se dar o luxo de descansar. Você falhou, aquela voz sombria e familiar ecoou em sua mente de novo. Você sempre falha. A sua teimosia só fere os outros.

- Cale a boca. – ela rosnou para si mesma, apertando as laterais da cabeça.

      A sua fraqueza fará você falhar novamente. Você sabe disso.

- Não...

      O destino reserva outras surpresas para você, garota. Não será forte o suficiente...

- Está errado...

      Você o perderá...

- Não! – ela bateu na própria cabeça com força.

- Pepper, o que está fazendo?! – gritou Barbossa, inclinando-se sobre a amurada do navio. – Vamos logo!

      Brooke deu uma ultima olhada para trás e subiu, desejando poder deixar naquela maldita ilha todos aqueles pensamentos que a atormentavam.

***

- Pepper, você precisa dormir. – disse Gibbs pela vigésima vez naquela tarde. Já fazia quase um dia inteiro que Jack estava inconsciente, e a ruiva não havia saído do seu lado um só minuto. Evitava até mesmo piscar.

- Mestre Gibbs, enquanto ele não acordar, eu só dormirei se me derem um tiro na cabeça. – mesmo dizendo isso, os olhos da garota já estavam quase fechando, e as olheiras estavam se tornando mais fundas.

- A senhorita é tão teimosa que estou pensando em fazer isso eu mesmo! – murmurou o pirata com irritação, fazendo a garota dar um pequeno sorriso.

- Ele está com febre de novo. – disse Brooke, com uma expressão preocupada.

- Pare de se preocupar tanto, menina. – Gibbs sorriu um pouco enquanto observava a ruiva colocar um trapo encharcado na testa do capitão. – Jack não está correndo risco de vida.

- Eu sei. – ela soltou um suspiro. – É que... Eu tive medo, Gibbs. De verdade. Depois de tudo o que aconteceu, eu não quero simplesmente relaxar e deixar... – a ruiva mordeu o lábio, interrompendo a fala ao perceber que estava à beira das lágrimas.

      O imediato apenas a olhou, sem dizer nada. Podia ver quase com clareza a fortaleza que Brooke tentava manter dentro e fora de si, mas tocar num assunto como esse não seria apropriado naquele momento.

- Verei como estão as coisas lá fora. – murmurou e saiu, sem esperar uma resposta da garota.

      Mas ela também não se importou com isso. Assim que ouviu a porta da cabine se fechar, a garota soltou outro suspiro, assim como também algumas lágrimas. Como alguém poderia entender aquele terror que parecia corroer suas entranhas? Ela não esperava compreensão. Apenas força. Para que não falhasse novamente, como falhou há alguns anos atrás...

- Não vou deixar que aconteça com você o que aconteceu com eles. Eu prometo. – disse ela com a voz embargada, mas logo tratou de se recompor.

     Levantou-se e começou a retirar as roupas as roupas de Jack, que ainda estavam sujas de sangue. Tirou as botas e estava começando a desabotoar sua camisa quando uma mão grande e bronzeada segurou seu pulso.

      O grito de susto ficou entalado em sua garganta quando seus olhos encontraram os de Jack.

- Você é uma garota muito má – disse o pirata, com a voz rouca, e sorriu. – Tirando desse jeito as roupas de um moribundo.

      Os olhos azuis de Brooke se arregalaram, brilhantes. A garota queria se atirar em seus braços e nunca mais largá-lo, mas manteve sua decência e apenas olhou para ele, sentada na borda da cama.

- Estou tirando-as por que estão sujas. – ela riu. – E você não é um moribundo.

- Estou parecendo. – ele fez uma careta. – E você também. Apaguei por quanto tempo?

- Umas vinte horas.

      A careta de Jack se aprofundou.

- E você provavelmente não fechou os olhos durante esse tempo. Estou profundamente lisonjeado. – Jack deu um de seus melhores sorrisos – ou o melhor que ele poderia dar naquelas condições.

- Argh, cale a boca, Sparrow. – Brooke virou o rosto, e mesmo corando, não conseguia tirar o sorriso dos lábios.

- Aquele verme já acordou? – perguntou Barbossa, debruçado no leme com uma expressão entediada.

- Ele ainda estava inconsciente quando saí de lá. – informou Gibbs. – Mas, sinceramente, não estou preocupado. Ele está em boas mãos.

- Hum. – Barbossa não parecia estar prestando atenção. Tinha os olhos fixos no céu, cujas nuvens estavam enegrecidas e alguns trovões já começavam a ribombar. – Temos uma tempestade a caminho, Mestre Gibbs. O que sua precisa intuição nos diz sobre isso?

      O imediato caminhou até a proa e observou o mar. As águas a frente do Pearl eram quase tão escuras quanto as nuvens.

- Águas turvas, capitão. São um mau-presságio. – Gibbs bufou. – Mas acho que já estamos acostumados com isso. 


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Notas finais do capítulo

*usando uma armadura* E-Então... O que acharam? Podem me xingar, elogiar, ameaçar, sugerir, etc. Vcs sabem que qualquer coisa que escrevem me inspira *-*
Até o próximo cap ;*