Piratas do Caribe: o Tesouro Maldito. escrita por Milly G


Capítulo 18
Uma vitória completa....?


Notas iniciais do capítulo

O-Oi... *escondida atrás de uma pilastra, com medo de levar um tiro*. P-Pessoal, desculpem pela demora GIGANTESCA para atualizar essa coisa, mas fui acometida por uma doença gravíssima: falta de criatividade. Mas felizmente viajei para a Cidade Maravilhosa e minha inspiração voltou.
Perdoem-me se este capitulo não ficou bom e nem mt grande, mas fiz o q pude.
::ENJOY::



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/150729/chapter/18

Jack segurou o sabre com firmeza, engolindo em seco ao ver as bolhas no lago aumentarem. Desequilibrou-se quando a fera irrompeu de lá, sibilando e espirrando água para todos os lados.

O pirata estremeceu teatralmente, sacudindo os dreads encharcados. A pedra ganhara brilho novamente, como se reagisse à presença do basilisco. Jack até pensara em escondê-la em algum lugar, mas não tinha certeza do que aquele mostro faria se a encontrasse. Não podia correr o risco de perder seu passaporte para uma vida imortal.

O basilisco guinchou e pendeu para trás, desacostumado com a falta de visão, despedaçando uma parede ao atingi-la. Jack correu ao redor do lago, na direção da rocha onde havia subido momentos antes. A pedra brilhava ainda mais agora, graças à proximidade com a besta.

Brooke olhava aflita atrás de uma rocha, onde havia acomodado Catherine. Algo dentro de si se remexia, e ela não conseguia entender o que era. Ou pelo menos não queria entender. Só tinha a certeza de que precisava ter prolongado aquele beijo. Muito mais. Mas, ao mesmo tempo, achava que havia cometido um erro. Ela simplesmente não podia estar... apaixonada. Não por Jack. Era errado, contra seus próprios princípios.

Mas ela estava. No exato momento em que o beijara, sabia que o que sentia por ele não era uma simples atração. Outra certeza que tinha era que... ele não sentia o mesmo. Ora, ele era o espirituoso e mulherengo pirata Capitão Jack Sparrow! Por que diabos iria sentir algo por ela?

Porém, mesmo com estes pensamentos, a ruiva não conseguia acalmar o ritmo de seu coração, que parecia querer sair do peito. Isso quase aconteceu realmente quando viu Jack subir a rocha branca, para onde o basilisco avançava com ferocidade.

Cerrou os punhos, segurando-se para não correr até lá. Ao seu lado, Angélica estava em silêncio, mas sua impaciência era aparente enquanto ela mudava o peso de uma perna para a outra, com uma expressão angustiada.

O seu controle, porém, se desfez quando o basilisco arreganhou os dentes e voou na direção da rocha, não acertando o pirata por poucos centímetros. Jack jogava a pedra de uma mão para a outra, tentando confundi-lo, e gritou quando seu braço quase foi engolido.

O capitão recuou, cambaleando, enquanto o basilisco o olhava com os olhos feridos pelos tiros. A face escamosa estava cheia de cortes e falhas, graças aos golpes de Jack. O monstro recuou também, rosnando e sacudindo a cauda como uma cobra prestes a dar o bote.

– Jack! – berrou Brooke, saindo de seu esconderijo no momento em que o basilisco abriu a boca para atacar.

O animal estancou, procurando o som por um momento, e então se afastou, buscando agora uma Brooke que parecia em choque.

– Oh, bugger. – sussurrou Jack, arregalando os olhos.

Recuou mais alguns passos e respirou fundo.

– Eu sabia que em alguma hora eu teria que salvá-la. – disse ele com um suspiro. – De novo.

Juntando uma coragem que na verdade não tinha, pegou impulso e pulou de cima da rocha. Seus berros chamaram a atenção da fera, que virou a cabeça no momento exato para que Jack caísse sobre ela.

Agarrou uma escama para se segurar, mas esta se soltou facilmente, e por um momento aterrorizante pensou que fosse cair.

Tentou fincar a espada em sua cabeça, mas esta era dura demais para isso. Com uma expressão desesperada, viu a lâmina escorregar e quase escapar de sua mão, mas segurou-a com firmeza novamente e atacou, agora em seu pescoço.

O basilisco sibilou e foi para trás, na tentativa de derrubar Jack, mas sua espada se cravara até o punho, dando-lhe estabilidade. Com um grito, Jack escorregou pelas costas do animal, praticamente cortando-o ao meio.

Caiu de costas no chão, observando com uma careta enquanto o monstro gritava e se contorcia, mas não demorou muito para que este começasse a esmorecer. Algo, porém, chamou a atenção de Jack. Um objeto familiar, feito de palha...

O boneco.

O pirata arquejou, levantando-se num pulo. Em poucos segundos, o basilisco cairia e esmagaria o pequenino vodu.

Jack foi até lá aos tropeços, exausto. Não podia morrer depois de ter matado uma coisa daquele tamanho.

– JACK! – ouviu a voz de Brooke gritar no momento em que atirou-se no chão, agarrando o boneco.

Isso foi a ultima coisa que a ruiva pôde ver. Em seguida, a cabeça do basilisco também atingiu o chão.

Exatamente onde Jack estava.



***

Barbossa encarava, espantado, a lâmina na mão de seu adversário. As chamas negras dançavam por ela, como se ela pegasse mesmo fogo, embora isso obviamente fosse impossível. Era bonito e ao mesmo tempo assustador, exatamente como Zeref descrevera.

– E então? Está gostando da nossa dança? – perguntou a voz grave do mago, chamando sua atenção.

– Eu já disse – o capitão deu um sorriso debochado. – Eu não danço com marmanjos.

Zeref o ignorou, inspirando profundamente. Apontou a espada para frente, na altura do peito, e fixou os olhos brancos em Barbossa. Soltando a respiração, desceu o braço em um movimento forte e rápido, e então meia dúzia de labaredas soltaram-se da lâmina.

O capitão arregalou os olhos, afastando-se desajeitado graças à perna de pau. Olhou para trás, caído no chão, para a areia que agora estava chamuscada e de onde saía fumaça.

– Que diabrura é essa?! – disse ele, incrédulo.

Zeref deu uma risadinha.

– Eu disse, Hector Barbossa. É algo artístico, não? Estas chamas queimam a pele e a carne, até chegar aos ossos. E então os derretem. Como se a pessoa nunca tivesse existido. Uma vitória completa!

O pirata o fitava ainda perplexo, calculando as chances que teria contra alguém armado com uma coisa daquelas. Esperava que o veneno de sua espada matasse o mago, ou pelo menos o abatesse, mas não parecia ter surtido efeito algum.

– Uma vitória completa seria se você largasse seus fogos de artifício e lutasse como um homem. – provocou.

O mago ficou em silêncio por um momento, fitando a trilha de cinzas que ainda terminava de queimar.

– Palavras só surtem efeito quando utilizadas da maneira correta, meu caro. As suas, para mim, não passam de meros latidos.

Barbossa bufou, apontando a espada para ele com ar de superioridade. Zeref sorriu e as chamas de sua espada se extinguiram.

– Tudo bem. Eu admiro sua bravura. – disse ele. – Eu não preciso de nenhum feitiço para derrotar você.

O capitão gargalhou, não perdendo tempo em atacar. O ruído das lâminas ecoou pela praia, afastando algumas aves que haviam pousado ali perto. Viu um dos braços do mago tremer com o esforço ao empurrar sua lâmina contra a dele, e então a escorregou até que a ponta se fincasse em seu peito

Zeref gritou, recuando. O sangue escorria de seu peito pela pele morena, cintilando. E então, começou a evaporar. Ou melhor, queimar. O sangue do mago se tornara as mesmas chamas negras de sua espada.

– Está vendo? – ele arfou, com um sorriso. – Consegue ver as suas chances?

Ele abriu ainda mais seu sorriso, satisfeito, quando Barbossa não respondeu.

– Acho que não, meu caro.

– Veja só, ele não sabe bem mesmo blefar. – Barbossa revirou os olhos. – Continua com seus fogos de artifício pra lá e pra cá.

– Não faça pouco caso de mim, seu verme. – disse ele numa voz baixa e furiosa que o pirata não havia ouvido ainda, mas depois Zeref simplesmente deu de ombros. – É uma pena que não aprecie o espetáculo. Mas eu certamente o farei.

– Você fala demais. – reclamou o capitão, investindo contra ele de novo.

Zeref inclinou o corpo para trás, escapando sem dificuldades. Desviou do mesmo jeito várias vezes seguidas, divertindo-se com a fúria que ardia nos olhos de Barbossa. Investiu então contra ele, com a lâmina sem chamas, e a cravou em sua perna de madeira. Com uma risadinha, ele girou a espada, derrubando o capitão novamente.

O mago chutou a espada de Barbossa para longe quando este o atacou, fazendo-a parar do outro lado da praia. Agora desarmado, Barbossa o olhava com um misto de tensão e teimosia, recusando-se a dar-se por vencido.

– Adeus, meu caro. – disse Zeref num sussurro sombrio. – Foi uma boa dança.

O pirata olhou em volta rapidamente, procurando um jeito de escapar. Podia não ter o dom do improviso como Jack, mas desta vez precisava pensar em algo.

Seus olhos se fixaram então em algo perto dele. Uma pedra. Xingou-se mentalmente por pensar em algo tão infantil, mas que naquele momento parecia ser sua única chance, e a pedra parecia pontuda o bastante para ferir.

Esticou-separa pegar a pedra, ouvindo em seguida o praguejar de Zeref. A areia começou a sumir sob seus pés, assim como o solo, e antes que pudesse ver, ambos estavam caindo.

Zeref tentou cravar a espada nas paredes negras que cercavam sua queda, mas ela apenas chiou e soltou faíscas, escapando de sua mão. A lâmina ricocheteou pelas paredes, quase acertando Barbossa, e então caiu para onde quer que eles estivessem indo também.

– Seu... – sibilou o mago, esticando-se para agarrar o pescoço do capitão enquanto caíam.

Barbossa piscou, demorando um minuto para entender o que via. Zeref pegava fogo. Literalmente. Todo o corpo do homem parecia envolto em chamas negras, que o queimaram quando o mago esticou o braço em direção a ele.

O pirata o afastou com um chute com a perna de pau, acertando-o nas costelas. O estreito túnel parecia esquentar ainda mais à medida que as chamas cresciam.

Então um outro som chamou a atenção dos dois. Água. O brilho fraco de um lago cristalino refletia nas paredes negras.

Barbossa grunhiu ao atingir o chão, a poucos metros do lago. Estreitou os olhos para enxergar o lugar escuro, procurando por Zeref. Só então viu um par de olhos brancos na escuridão.

Ele gargalhou, conseguindo vê-lo claramente quando o brilho do lago refletiu na pequena caverna. O mago tivera o azar de cair sobre uma das inúmeras estalagmites que se formavam ao redor do lago.

– Ah, olha só. – o capitão apoiou o braço no topo da estalagmite, que atravessava o abdome de Zeref. – Que sorte, hein?

Os olhos brancos do homem o fitaram por um momento, inexpressivos.

– Sim, é uma sorte. – disse o mago entre dentes, agarrando a estalagmite e puxando o corpo para cima, tentando soltar-se de lá.

– Por Calypso! Você ainda não morreu?! – Barbossa arregalou os olhos, recuando.

Zeref puxou o corpo um pouco mais para cima, até quase chegar à ponta, e a quebrou com apenas uma mão, soltando-a de seu abdome. O sangue escorreu e virou fogo, iluminando fracamente as paredes negras. Virou-se para Barbossa com os dentes trincados, mostrando ter perdido o bom humor que tivera durante toda a luta. Iria lutar de verdade agora.

E estava irritado.

O mago arremessou a ponta da estalagmite contra Barbossa, e esta passou raspando por cima de um de seus ombros, despedaçando-se ao bater na parede atrás dele.

Sem o costumeiro sorriso debochado no rosto, Zeref investiu contra Barbossa com os punhos em chamas, acertando-lhe um soco no peito.

O pirata arquejou, sentindo um gosto metálico, e limpou com as costas da mão um filete de sangue que escorrega de sua boca. O homem movia-se mais rápido do que seus olhos podiam acompanhar, acertando-lhe de diversos lados ao mesmo tempo.

Zeref então o agarrou pelo pescoço e o arremessou para longe, fazendo-o dar com as costas em uma estalagmite. O capitão caiu de joelhos, sacudindo a cabeça. Sua visão estava começando a falhar, tudo parecia estar duplicado...

E então ele viu. A espada. Caída perigosamente perto do lago, cintilando como se o chamasse. Obrigou-se a levantar, e correu até ela. Pelo canto do olho, pôde ver Zeref fazer o mesmo, mas havia sido mais rápido. Quando o mago o alcançou, a espada já estava em suas mãos.

Com os olhos arregalados, Barbossa viu as chamas em Zeref explodirem como se fosse pólvora. As labaredas negras cobriram sua visão e o empurraram para trás, e então ambos caíram no lago.

O pirata ficou imóvel, em silêncio, e mesmo com a visão embaçada sob a água, pôde ver aquele fogo sobrenatural extinguir-se gradativamente. Estava sendo subestimado, mas sentia uma arrepio na espinha que lhe avisava que a morte estava próxima.

Mas seria mais rápido que ela. Trincando os dentes, Barbossa empunhou a espada com firmeza e investiu contra o mago, e, se sua visão não o estava enganando, havia acertado. As água ficaram turvas e um pouco mais quentes assim que ele retirou a espada, que havia sido cravada no peito de Zeref. Exatamente no coração.

O pirata irrompeu na superfície, ofegante, e saiu do lago com certa dificuldade. Ainda sem fôlego, cravou a espada no chão e fitou a água, vendo o corpo de Zeref boiar em meio a uma mancha de sangue.

– Uma vitória completa – murmurou Barbossa com uma careta. – Fazer o adversário cair em sua própria armadilha e então matá-lo com sua própria arma. Isso sim é uma vitória completa.

Deu uma risada cansada, que foi interrompida quando a caverna começou a estremecer. Havia uma passagem estreita, parcialmente oculta pela escuridão, por onde tinha vindo o som que fizera o lugar tremer. Como se algo de algumas toneladas tivesse caído no chão.

E então um grito, na verdade familiar. Chamando por um nome... ainda mais familiar.

Barbossa bufou, apoiando-se na espada para levantar.

– Então aqueles idiotas finalmente apareceram.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Aceito xingamentos, criticas, elogios, sugestões e ameaças de morte. Sintam-se a vontade para escreverem o que quiser na janelinha abaixo.
Até mais. o/