Piratas do Caribe: o Tesouro Maldito. escrita por Milly G


Capítulo 17
Ninho do Basilisco - parte II


Notas iniciais do capítulo

Antes de qualquer coisa, permitam-me dizer: *inspira profundamente* MUITO OBRIGADA À LILYX PELA RECOMENDAÇÃO PERFEITAAAAAA!!! >_<
Eu estou sinceramente emocionada. Nunca pensei que conseguiria escrever algo que pudesse agradar alguém ¬¬' Vocês são a minha fonte de inspiração, darlings!! *leva garrafada de rum na cabeça* Espero que gostem do cap o/
::ENJOY::



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– Sinto muito – Barbossa semicerrou os olhos, cruzando seu sabre com o do mago -, mas você não faz o meu tipo.

Zeref riu com superioridade e assobiou. Um sinal para que seus homens atacassem. Em apenas um minuto, o salão enevoado fora preenchido com gritos e golpes, mas os dois pareciam alheios a tudo aquilo.

Barbossa sabia que era obra daquele homem. Esperava truques como aquele. Olhando em volta rapidamente, percebeu que havia sido levado para fora dali – para a superfície, onde havia ficado consideravelmente mais frio.

A areia gélida e escura parecia cimento sob seus pés. O vento soprava forte, quase levando embora seu velho chapéu, e a espuma das ondas espirrava em seu rosto. Atrás de Zeref, ao longe, o capitão era capaz de ver o Pearl, que parecia um navio fantasma em meio à névoa espessa.

Com um suspiro desinteressado, o capitão deu um passo à frente, olhando seu adversário nos olhos. O moreno fez o mesmo, com os olhos brancos parecendo invadir a mente de Barbossa.

Lutando contra a vertigem súbita, o mais velho segurou a espada com firmeza e atacou.

Por um ou dois centímetros não acertou o ombro exposto de Zeref, que havia agilmente afastado a lâmina com a ponta fina de sua espada. Ergue-a até que o punho tocasse a lâmina do sabre de Barbossa, que recuou quando a arma girou em sua mão e quase escapou de seus dedos.

O pirata percebeu que o vento ficara mais forte assim que sentiu o chapéu voar de vez de sua cabeça. Com um sorriso nada amigável, ele gritou e investiu de novo contra o mago, acertando-o de raspão no braço esquerdo.

– Era o meu chapéu favorito. – disse ele, mostrando os dentes de ouro em um sorriso enfurecido.

O moreno deu um pulo para trás, afastando-se pelo menos dois metros de Barbossa. Era como se ele não pesasse nada, como uma pluma.

O capitão correu em sua direção, pronto para atacá-lo, mas, antes que pudesse perceber, estava no chão. Suas pernas haviam dobrado involuntariamente, fazendo-o cair de joelhos na areia. Zeref ergueu a espada acima da cabeça, para cravá-la no peito de Barbossa, mas o pirata rolou para o lado, desviando no ultimo segundo. Deu-lhe uma cotovelada no joelho, fazendo-o ajoelhar-se sobre uma perna, e passou a lâmina em seu calcanhar, retaliando o tendão.

O mago gritou de dor, rolando na areia. Olhou para o capitão, arfando, com a face completamente vermelha. Jogou o corpo para o lado a tempo de desviar de um golpe, fazendo Barbossa cravar a espada na areia endurecida. Chutou a mão dele, com a perna boa, antes que o pirata conseguisse tirá-la dali, quebrando-lhe pelo menos dois dedos.

– Seu verme! – berrou o capitão, sacando o mosquete e atirando contra Zeref com uma velocidade impressionante.

O moreno, porém, pouco se importou. Com um gesto simples com a mão, ele afastou a bala usando uma corrente de ar.

– Vai pular numa perna só agora, idiota? – debochou Barbossa, vendo-o mancar em sua direção com uma expressão assassina, ignorando o rastro de sangue que escorria de um de seus pés.

– Eu lhe disse, Hector Barbossa, você é um tolo presunçoso. – o homem deu um sorriso sádico.

– O que você quer dizer com...

Ele arregalou os olhos, interrompendo-se, quando viu uma chama negra surgir da espada de Zeref.

– Eu vou lhe contar um segredinho, meu caro. Não são só os deuses que esta lâmina consegue matar. E o melhor: ela mata de forma artística. Você vai gostar de ver. Ou talvez não. – ele deu de ombros, sorrindo, enquanto a chama parecia crescer, consumindo todo o seu braço. – Está gostando da nossa dança?



***

– O que vamos fazer, Jack? – indagou Angélica num sussurro, olhando estarrecida para a fera.

O pirata pensou por um momento, em silêncio. Ao olhar de relance para Brooke, do outro lado, viu algo cintilar em seu pescoço. A pedra havia ganhado um brilho azulado forte, como se estivesse sendo iluminada por algo.

Em seguida, viu o basilisco virar a cabeça para ela.

– Oh bugger.

– Brooke! – berrou Catherine, agitando os braços.

A ruiva virou os olhos arregalados para ela, implorando por ajuda. Por um momento nenhum dos quatro ali se mexeu, mas Catherine tomou coragem e correu até a garota, contornando o lago como uma flecha.

– A pedra! – ela gritou de novo. – Você tem que...

– Abaixe-se! – Brooke se jogou por cima dela, jogando as duas no chão, no momento em que a cauda do monstro passou rente às suas cabeças, golpeando a parede.

A loira puxou o colar a garota, jogando-o longe. Por pouco não caiu dentro do lago, mas Catherine pareceu não ligar.

– O que diabos está fazendo?! – Brooke gritou por cima do sibilar do basilisco, que parecia cada vez mais agitado. – E que droga de bicho é este?!

– É um basilisco. – sussurrou, levantando-se lentamente para não chamar atenção. – Meu pai me contava história sobre ele quando eu era pequena, mas nunca pensei que pudesse ser real. Quer dizer, é uma fera mitológica que pode matá-la se você olhar nos olhos.

– Tipo a Medusa? – a garota ergueu uma sobrancelha.

– Sim. Maior e com mais dentes.

– E como matamos ele?

– Não matamos.

– Fugimos?

– Para onde? Só se criarmos asas!

– Então... morremos?

Catherine engoliu em seco.

– Talvez. – ela mordeu o lábio.

– Eu realmente não acharia ruim Jack ter alguma de suas idéias malucas agora. – murmurou a ruiva, levantando-se finalmente.

– Acho que ele já teve. – Catherine apontou para o outro lado do lago.

Brooke olhou confusa para onde a garota apontava, fazendo uma careta em seguida. Jack meio que corria, meio que cambaleava enquanto subia por uma rampa que ele improvisara na parede. Em sua mão, a Rapiat, com o brilho estranho ainda mais intenso.

– Ele é completamente louco... – balbuciou a loira, pasma.

– Isso não é óbvio? – Brooke a olhou de soslaio. – E no momento, pode ser nossa salvação. Mas o que ele está tentando...

Catherine soltou um grito sufocado quando a cauda do basilisco voou na direção delas novamente. Brooke agachou-se, puxando a loira pelos ombros.

– Jack Sparrow! – berrou a ruiva com irritação.

Capitão! – ela pôde ouvir a voz de Jack corrigi-la.

– O que pensa que está fazendo?!

Jack estava com um sorriso desafiador no rosto, balançando a pedra em suas mãos. Olhava para um ponto específico na cabeça do basilisco, evitando os olhos, mas não parecia estar com medo.

O basilisco rosnou, mostrando as centenas de dentes, e o sorriso do pirata desvaneceu, mas ele continuou ali.

– Angélica! – gritou, jogando o colar para ela no mesmo instante em que a fera o atacou.

Jack deu um pulo para o lado, fazendo-o ir de encontro com a parede graças à força e velocidade que o animal o atacara. Encolheu-se quando a parede soltou alguns pedaços, que caíram sobre ele, e olhou rapidamente para baixo, sorrindo ao ver que Angélica havia conseguido pegar a pedra.

– Pelo menos agora corremos menos risco de sermos triturados. – disse ele quando a fera sacudiu a cabeça e guinchou, cuspindo meia dúzia de dentes.

Se aquilo contava como vantagem, a pirata não ficara nada animada, ainda mais quando o basilisco voltou-se para ela. Angélica olhou em volta desesperadamente, jogando o colar para Catherine ao vê-la.

– E-Ei. – gaguejou, pegando-o por reflexo. – Não dê esta coisa para mim...!

– Não podemos jogá-la fora! – Brooke advertiu-a, agarrando seu braço antes que ela o fizesse.

– Então fique você com ela. – disse Catherine, empurrando apressadamente a pedra para a ruiva.

Jack observou, de sobrancelhas franzidas, enquanto o basilisco dava voltas e voltas pela caverna, seguindo a pedra que era jogada de mão em mão. Talvez estivessem tentando distraí-lo, mas...

Aquilo parecia muito confuso. Até mesmo para ele.

Pulou dali, metendo-se no meio da confusão sem saber o que fazer em seguida. Deu um rodopio quando Brooke e Catherine passaram como um furacão agarrando seus braços.

– Como vamos nos livrar desta coisa, Sparrow?! – indagou Catherine com a voz cheia de pavor.

O capitão fitou o monstro por um momento, com a boca escancarada. Era difícil matar alguma coisa quando você não podia correr o risco de cruzar os olhos com ela.

– A não ser que... – Jack pensou em voz alta, com os olhos castanhos brilhando.

Girou rapidamente, pegando um mosquete de cada uma. Com os olhos em Brooke, apontou para a fera com a cabeça e piscou, esperando que ela entendesse.

– Acha que vai conseguir vencer essa coisa com tiros? – perguntou ela, perplexa.

– Não, love. Apenas distraia-o, savvy? – o pirata olhou pensativo para o basilisco. – Espero que a minha mira ainda esteja boa...

Assustou-se quando Catherine agarrou sua mão subitamente, prendendo-o por alguns segundos em seus olhos esmeralda. Um sorriso fraco se formou no canto dos lábios da garota, e ela soltou sua mão.

– Já entendi seu plano, mas... Como você vai fazer para subir ali? – ela apontou para uma gigantesca rocha branca, que brilhava sob a luz que vinha da abertura no teto.

– Love, eu já subi em coisas piores e com menos mãos. – Jack sorriu. – Agora, onde está aquela espanhola...?

Ele arregalou os olhos ao ver a morena do outro lado, com o colar no pescoço, a espada na mão e uma expressão feroz no rosto. O basilisco a cercava como uma cobra prestes a dar o bote, sibilando.

– Ela é louca como o Jack! – berrou Catherine.

– Acho que a palavra é “idiota”. – bufou Brooke, olhando irritada para a morena. – Do que ela acha que é capaz?

A médium revirou os olhos. Desde que fora raptada para o Black Pearl – o que piorava a cada dia, a julgar pelas enrascadas em que a metiam -, aquelas duas nunca paravam de brigar.

Abriu a boca para falar com Jack, mas quando se virou ele não estava mais ali, e sim subindo na rocha. Olhando com mais atenção, reparou que aquilo era na verdade a cabeça de uma estátua. Gigantesca. E Jack, agora, enfiava o pé em uma das orelhas dela.

As duas viraram-se rapidamente quando Angélica gritou. O basilisco havia recuado e o seu rosnado estava mais alto, com os dentes ameaçadoramente à mostra.

– Angélica! – chamou Brooke, aproximando-se, de costas, da estátua.

A pirata fixou os olhos castanhos nela, e Brooke soube que, mesmo que não quisesse, precisava ajudá-la.

Olhou para Jack, que já havia chegado ao topo da rocha e piscou para ela quando seus olhos se encontraram.

– Jogue-a para cá. – gritou para Angélica, estendendo as mãos para ela.

A morena hesitou por um momento, mordendo o lábio e procurando um jeito de fugir sozinha.

– Vamos logo! – Brooke gritou, arrepiando-se quando o rosnado da fera ficou ainda mais alto e o pescoço foi para trás. Iria atacar a qualquer momento.

Angélica fechou os dedos ao redor da pedra, mas não para arrancá-la – para protegê-la.

– Eu não preciso da sua ajuda! – berrou ela com uma expressão furiosa.

– E eu não estou oferecendo! Eu só quero a pedra!

A ruiva quase sorriu quando viu a pirata a fuzilar com os olhos, mas desistiu quando a cauda do basilisco se agitou e veio na direção dela.

Arregalou os olhos, sentindo o corpo gelar ao perceber que não conseguiria desviar a tempo. Um golpe daquele provavelmente lhe quebraria o pescoço.

Tudo o que viu depois foram fios dourados e algo lhe empurrou para trás. Ouviu dois disparos – Jack devia ter acertado -, mas tudo ficara borrado e abafado quando sua cabeça atingiu a rocha branca atrás dela.

Por ultimo ouviu a voz de Angélica, cheia de angústia, chamando o nome de Catherine. O que havia acontecido com ela? Será que fora ela que...?

– Ei, Pepper, não feche os olhos. – ouviu uma voz dizer, sem conseguir reconhecê-la, e sentiu uma mão quente dar tapinhas em seu rosto. – Pepper, abra os olhos, precisamos de você de pé para sair daqui.

Forçou-se a erguer as pálpebras, que pareciam pesar uma tonelada, e viu o sorriso satisfeito de Jack quando o fez.

– Ótimo. - ele envolveu sua cintura, erguendo-a. – Estamos com sérios problemas aqui.

– Como assim...?

Jack apontou para algo atrás dela com os olhos preocupados. Catherine estava deitada no chão, imóvel, e Angélica estava ajoelhada ao seu lado, com os olhos marejados.

– Meu Deus... – sussurrou, cambaleando até elas.

Suas pernas falharam quando Brooke viu o que acontecera com Catherine. O corpo magro estava pálido e tremia, e o rosto... o rosto estava ensangüentado, tanto que demorou um momento para descobrir onde era o ferimento.

Os olhos. Uma linha vermelho-escura passava sobre os dois. De algum jeito, a cauda do basilisco parecia tê-los cortado. A ruiva colocou a mão em seu pescoço, sentindo a pulsação, e soltou um suspiro aliviado. Pelo menos Catherine ainda estava viva.

– Como isso aconteceu? – perguntou Brooke com a voz falhando.

– Como você acha? – gritou Angélica. – Ela se jogou na sua frente!

Ela engoliu em seco, fitando o corpo imóvel da loira. Não precisava ter feito aquilo – na verdade nem deveria. Quer dizer, ela não devia nada à Brooke, muito pelo contrário. A ruiva e seu capitão haviam seqüestrado-a (mesmo que essa inicialmente tivesse tentado matá-la, mas isso eram águas passadas). Catherine devia tê-la deixado morrer.

Brooke balançou a cabeça em descrença, com os olhos ardendo.

– A culpa é minha. – ela soluçou.

Angélica abriu a boca para concordar, mas fechou-a ao olhar para o rosto de Brooke. Ela realmente estava abalada.

– Fique quieta. – disse ela num resmungo. – Pessoas nascem e morrem, é um ciclo natural. Não deve ficar derramando lágrimas à toa.

Jack observou as duas mulheres em silêncio, rodeando-as e então ajoelhando-se ao lado da ruiva, aproximando o rosto do de Catherine.

– Acho que já está na hora de você entrar em cena.

As duas observaram perplexas quando os lábios pálidos e sem vida da loira se abriram em um sorriso radiante, assim como os olhos, que olharam faiscantes para Jack.

– Essa é uma das coisas que eu mais gosto em você, Jack Sparrow – ela se sentou, ajeitando os cabelos despreocupadamente. – Sua esperteza.

– Jura? Eu sempre pensei que fosse a beleza.

– Pode ser também. – ela piscou, flertando.

– O-O que está acontecendo aqui? – Angélica os interrompeu, com os olhos arregalados.

– Tia Dalma? – Brooke franziu a testa.

– Ora, e quem mais poderia ser? – ela deu uma risadinha. – Aliás, minha querida Brooke, é com você mesmo que eu quero falar.

– Ah... – a ruiva tentou dizer algo, mas estava pasma demais para isso.

A mulher se levantou-se sem dificuldades, passando casualmente a mão no rosto para retirar o sangue, mas não parecia incomodada com ele, uma vez que não se deu o trabalho de limpar tudo enquanto os olhos estavam fixos em Brooke. Guio-a até um ponto afastado de Jack e Angélica, que as olhavam com curiosidade.

– Sua amiga está morta. Ou quase. – disse ela sem rodeios, fazendo a ruiva desequilibrar-se de susto.

– O quê?!

– Aquele lindo bichinho acertou-a no pescoço também. – ela ergueu os sedosos cabelos loiros, mostrando um corte profundo no pescoço pálido.

Brooke desviou o olhar, respirando fundo para afastar a náusea.

– Então... Por que você...

– Posso salvá-la. – a feiticeira segurou o queixo da garota com a ponta dos dedos, virando o rosto dela para si. – Mas exijo um pagamento.

– Como fará isso? – perguntou Brooke, cética.

– Posso curar, superficialmente, os ferimentos.

– Os olhos também?

– Desculpe, mas isso está fora de meu alcance. – Pelo menos neste corpo. Mas...

– Mas o quê? – perguntou a ruiva com impaciência, odiando aquela conversa enigmática.

– Existe algo que pode curá-la. Completamente. Deixá-la novinha em folha. – os olhos verdes de Catherine a olhavam com atenção. – Possuímos os mesmos objetivos, Brooke Pepper.

– O que quer dizer...?

– O olho da fênix. – sussurrou ela em seu ouvido. – Uma das quatro pedras elementares. Como a Ultima Rapiat.

– O que significa mais maldições, ilhas esquisitas, basiliscos e etc.? – Brooke ergueu uma sobrancelha, nem um pouco tentada com a idéia.

– Ela arriscou a vida por você, não?

Aquilo a pegou. A ruiva a fitou por alguns instantes, sem saber o que responder.

– Quer que eu vá atrás dessa pedra para você, certo? – perguntou. – Por quê? Não pode fazer isso sozinha?

– Não. – a feiticeira sorriu timidamente. – Não enquanto o único corpo que consigo habitar é o de Catherine. Aliás, sua amiga anda bastante empenhada em me bloquear ultimamente.

– E para que você precisa da pedra?

– Isso não faz parte do acordo.

Brooke a encarou, trincando os dentes. A verdade era que não queria fazer acordo nenhum com aquela mulher maluca, mas precisava. Era o único jeito de salvar Catherine.

– Certo. – ela coçou a cabeça. – E o que você quer como pagamento?

– Uma garantia.

– Garantia?

Todo o corpo da ruiva ficou tenso quando olhou nos olhos de Catherine. Sentia-se numa prisão, incapaz de mover-se ou desviar o olhar.

Conseguiu libertar-se daquilo apenas quando sentiu sua nuca arder, como se estivesse em chamas. Tocou-a em desespero, mas a sensação desapareceu tão rápido quanto surgiu.

– O-O que você fez? – indagou, com os olhos arregalados.

– A minha garantia. – disse ela simplesmente.

Brooke tocou a nuca novamente, com mais cuidado. Percebeu que havia um inchaço ali, mas possuía uma forma definida. Pensou em perguntar o que era, mas sua cabeça estava tão cheia de problemas que achava que mais um a faria explodir.

– Só uma perguntinha. – disse ela. – Como você espera que eu encontre, sozinha, essa pedra? Por que... droga, eu não sei nem se vou sobreviver até algum de nós conseguir das o fora desta ilha!

– E quem foi que disse que você vai sozinha, meu bem? – os olhos esmeralda de Catherine faiscaram. – Precisará dos melhores capitães para chegar até ela.

– “Capitães”? – bufou, e mesmo sabendo a resposta, perguntou: - Jack e Barbossa?

– Certamente.

– Por quê?

– Eu dei a Jack um presentinho que pode ajudá-la muito. Sua bússola. Além disso, ele é um homem esperto e muito prático, e se não me engano você aprecia muito a companhia dele, não?

Brooke baixou a cabeça, corando.

– E também há o capitão Barbossa. Experiente, pelo menos o bastante para manter você e Jack na linha. – Tia Dalma deu uma risadinha quando a garota a olhou de cara feia. – E ele conhece essas águas tão bem quanto seu imediato, Joshamee Gibbs. Vê como ambos são fundamentais para você?

– Quis dizer para você, não é? – a ruiva cuspiu as palavras. – Mas eles não tem nada haver com isso.

Tia Dalma suspirou.

– Sua nobreza é tocante, Brooke, mas este tipo de coisa não se aplica aos negócios.

– O que você quis dizer com isso?

A feiticeira apontou com a mão aberta para Jack, que girava o pescoço para lá e para cá com uma expressão incomodada.

“Agora ferrou-se tudo”, pensou a ruiva, engolindo em seco.

– Então eles também estão marcados como eu. Que ótimo! – disse ela com sarcasmo. – O que essa marca significa?

– É apenas um jeito de eu saber que você não trairá nosso acordo.

– E o que acontece se eu o fizer?

– Eu arranco suas almas.

– O QUÊ?!

– A de Jack vale uma centena delas, e a sua deve valer mais ainda! São preciosas, até mesmo raridades! – Tia Dalma de interrompeu ao ver o olhar apavorado de Brooke. – Mas sei que cumprirá com sua parte do trato, tenho fé em você. E não se preocupe, vou ajudá-la neste e em sua próxima jornada com o que estiver em meu alcance.

A garota tentou argumentar, mas sua voz não saía. Fitou o vazio por um momento, colocando as idéias no lugar, e então voltou-se para Tia Dalma. Se ele iria mesmo ajudar, talvez pudesse esclarecer algumas coisinhas.

– Espere. Sobre aquela profecia que você nos disse no Pearl... “Para um tesouro maldito, a lâmina maldita apontará”. A lâmina maldita é a espada de Zeref, que está nesta ilha, certo? E o tesouro maldito seria...

Ela se interrompeu quando a caverna começou a tremer pela segunda vez. No mesmo instante, os olhos de Catherine perderam a cor e a loira desabou no chão.

– Ei, Pepper. – chamou Jack, indo até ela. – O que aconteceu?

Brooke pensou em uma resposta decente, mas tudo o que conseguiu foi:

– Acho que acabei de cavar minha própria cova.

– Meus parabéns, love. É sempre emocionante quando fazemos isso pela primeira vez. – ele deu um tapinha em seu ombro. – Agora, é melhor vocês...

A ruiva olhou por cima do ombro de Jack, para o lago, cuja água começara a borbulhar.

– Acho que agora vamos para o segundo round. – disse Jack com uma careta. – Aquela besta cega ainda pode sentir a presença disto aqui. – ele ergueu a pedra pendurada em seu pescoço.

– Temos que nos afastar. – disse Angélica, olhando de cara feia para Brooke. – Agora que ele está cego, nos procurará pelo som ou pelo cheiro, mas a noticia boa é que ele está atrás de Jack. – ela deu um sorriso satisfeito. – O que ajuda bastante.

Jack mostrou a língua para a morena e Brooke revirou os olhos. Ajeitou Catherine, ainda inconsciente, em suas costas e olhou para o pirata com uma expressão séria.

– Não ouse morrer. – murmurou, ficando na ponta dos pés para lhe dar um beijo rápido. – Estarei esperando por você. Vamos, Angélica.

A ruiva afastou-se sem olhar para o rosto de seu capitão. Sem conseguir ver, em seus olhos castanhos, o misto de sentimentos que nem ele conseguia entender.

Virou-se para o lago com um rodopio, deixando um sorriso escapar pelo canto dos lábios.

– Agora – ele desembainhou a espada -, eu estou bem motivado.


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Notas finais do capítulo

Hey! O que acharam?
Sabe... não deve ser só eu, mas... eu adoro reviews GRANDES (uma certa leitora querida minha sabe rsrs). Então deixem comentários falando o que gostaram, o que não gostaram, o que precisa ser melhorado ou o que pode acontecer. Estou sempre pedindo sugestões e penso em cada uma com carinho, por isso sintam-se à vontade.
Bom, até o próximo post! o/