Piratas do Caribe: o Tesouro Maldito. escrita por Milly G


Capítulo 16
Ninho do Basilisco - parte I


Notas iniciais do capítulo

Helloo darlings!! Só não aposto que sentiram saudades de mim pois não quero ficar pobre ^_^'
Um obrigada g-i-g-a-n-t-e à LilyX e às todas as minhas lindas leitoras de deixaram reviews. Vocês fazem esta história seguir em frente, garotas. s2
Dividi este capitulo em duas partes porque... bem, depois eu explico o por que, vão ler, vão. u_u'
::ENJOY::



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- Eu disse para aquela anta de dreads não se meter em confusão. – bufou Barbossa, arrancando com a espada a folhagem à sua frente. – Ele ainda conseguiu sumir com a Pepper!

- Está preocupado com a menina ou com a pedra, capitão? – perguntou Gibbs, erguendo uma sobrancelha.

     Barbossa parou por um momento, pensando, e depois deu de ombros. Era óbvio que o imediato não precisava de uma resposta.

- Não é exatamente isso que me preocupa, Mestre Gibbs. – disse o capitão depois de um tempo. – Mas, como deve ter reparado, aquela ruiva é bem sagaz. Algo perigoso se pensarmos na hipótese de Jack e Brooke agirem juntos, não acha?

- Capitão... – ele franziu a testa. – Acha que...

- Eu sabia que aqueles dois idiotas imprevisíveis iam me dar dor de cabeça. É bom que sumam com aquela vaca da Teach no caminho. – resmungou Barbossa, afastando mais algumas folhas no caminho.

     Gibbs riu, seguindo o capitão.

- Você tem uma certa simpatia por aquela menina, não? A Pepper?

- Não mais que o Jack. – respondeu ele simplesmente, sem olhar para o imediato.

- Claro. – Gibbs riu de novo. – Não mais que o Jack.

- Do que estão falando? – Raguetti intrometeu-se, piscando o encardido olho de vidro.

- Sobre a Pepper. – disse o imediato, vendo o outro pirata abrir um sorriso largo.

- Ela é bonita, não é? E além disso, tem uma personalidade forte.

- Vamos parar com a rasgação de seda? – disse Barbossa irritado.

- Vai dizer que não concorda? – Pintel riu maliciosamente.

     O capitão deu-lhe uma bofetada na cabeça, fuzilando-o com os olhos.

- Cale a boca, parasita insolente. – disse ele entre dentes, continuando sua trilha.

- Ai, quanta frieza no seu coração... – murmurou Raguetti baixinho, sem deixar que o pirata o ouvisse. – Agora que falaram na Pepper, o capitão Sparrow e ela estão tendo um caso, certo?

- Mais ou menos... – Pintel massageou a cabeça.

- Acho que o capitão está apaixonado por ela. – Raguetti sorriu.

- Jura? Eu acho meio impossível... quer dizer, estamos falando de Jack Sparrow...

- Vocês nada sabem sobre Jack. – cortou Gibbs à frente, surpreendendo os dois piratas. – Eu também não. E aposto que todos os homens aqui também não. Mais se eu tenho alguma certeza, é de que o capitão e aquela garota são...

- Ah, é o meu dia de sorte. – Barbossa parou, fazendo o resto da tripulação parar também.

     O capitão fitou o imponente templo a sua frente com um sorriso triunfante.

     Mesmo com a fachada em ruínas, a construção era estupenda. Uma escadaria enorme de mármore se estendia à frente deles, levando às portas de madeira maciça de pelo menos 4 metros de altura.

     Os pilares que sustentavam o teto eram esculpidos por espirais e alguns símbolos desconhecidos, e o mármore negro refletia a face dos piratas.

     A tripulação caminhou lentamente, cautelosa, com a sola das botas gritando pela entrada ampla do templo. Barbossa tocou a enorme maçaneta dourada, que cedeu facilmente sob a mão calejada. Sentiu a expectativa da tripulação queimando suas costas, mas decidiu ignorá-los.

     Abriu a porta da melhor maneira que podia. Chutando-a.

- Vamos lá, seus vermes. Espalhem-se e façam o que sabem fazer de melhor.

***

     Uma.

     Duas.

     Três.

     Brooke arregalou os olhos quando uma quarta e congelante gota caiu em sua testa. Seus pulmões estavam frios e respirar doía, mas tinha quase certeza de que estava viva.

     Ainda deitada – aonde quer que estivesse -, a ruiva passou os olhos pelo lugar, mas estava escuro demais para ver algo. Sabia que os pingos em sua testa vinham do teto, mas também não conseguia ver a altura deste.

     Tossiu involuntariamente, expelindo um ultimo resquício de toda aquela água que havia engolido.

     Na verdade, só começava a lembra-se agora. O túnel, Catherine inconsciente...

     Jack.

     Tentou se sentar, mas tudo girou quando ela o fez. Ao colocar a mão na lateral da cabeça, reparou que esta sangrava, e que estava deitada sobre rochas gélidas e pontiagudas.

     Tocou o tornozelo, mas, ao contrário do que pensava, não estava quebrado, apenas arranhado e um pouco inchado. Mesmo que ainda doesse, estava melhor do que imaginava.

     Levantou-se com dificuldade, escorando-se em uma rocha maior que encontrara. Ali estava abafado e silencioso, quase como se ela estivesse enterrada.

     A idéia fez um arrepio atravessar sua espinha. Amaldiçoava, pela milionésima vez, a mulher que lhe colocara naquela enrascada, e também amaldiçoava sua própria curiosidade.

     Podia estar vivendo bem em St. Lucius...

     Não. Não podia.

     Aquele era exatamente o lugar onde deveria estar.

     Mesmo que não fosse algo lá muito bom.

- Jack? – chamou, mesmo sem esperança de que ele respondesse. – Catherine? Angélica?!

     Além do eco de sua voz, não havia nenhum som ali. Talvez houvesse alguma passagem, como a que Angélica havia encontrado. Cambaleou por mais alguns metros, com as pedras estalando sob suas botas, mas parou subitamente.

     Um mau pressentimento se apossou da ruiva, fazendo-a tremer. Havia mais alguma coisa ali.

     E não era nada pequeno.

     Apertou os olhos, detestando a sensação familiar de algo escamoso rastejando ao seu redor. Mas teria sorte se fosse apenas mais uma cobra negra.

     Infelizmente, ela sabia que não era.

     Sentiu-a se aproximar, tanto que a respiração quente e fétida queimava seu braço. Um som agudo escapou por entre seus dentes, chamando ainda mais sua atenção.

     Estava extremamente escuro, o que quer dizer que aquela “coisa” também não podia vê-la – era o que a ruiva esperava. Em um movimento rápido, Brooke pegou uma das pedras e arremessou-a, e ouviu, com alívio, ela afastar-se lentamente.

     Como um terremoto, percebeu com os olhos arregalados que todo o lugar tremia. Encolheu-se quando pedaços de rocha começaram a cair do teto, criando uma enorme abertura nele.

     E, dali, três pessoas caíram.

     Três piratas bem familiares.

     Escondida atrás de uma rocha maior, Brooke semicerrou os olhos desacostumados com a luz. Reparou então que ali também havia água – um grande lago, tão cristalino que a garota era capaz de ver o fundo. Ao seu redor, pequenos pedaços de terra negra e paredes igualmente escuras. Acharia o lugar até mesmo belo se não estivesse com tanto medo.

     Aquela coisa não estava mais ali.

     Porém, a única saída era aquela feita recentemente no teto – até onde ela sabia -, por isso...

     Ela ainda estava ali. Espreitando.

- Jack...! – ela chamou num sussurro alto, saindo detrás da rocha.

     O pirata, esparramado em um pedaço de terra do outro lado do lago, sentou-se rapidamente, passando os olhos pelo lugar com as sobrancelhas franzidas. Arregalou os olhos ao ver Brooke, com um sorriso malicioso abrindo-se involuntariamente em seu rosto.

     Os cabelos ruivos da garota estavam encharcados, com alguns cachos cobrindo parcialmente os brilhantes olhos azuis. As roupas, também molhadas, colavam-se ao corpo, destacando suas curvas.

- Não vou perguntar se isso é um sonho. – Jack fez uma careta, virando-se e encarando Angélica, que esmagava um de seus pés. – Pois se fosse você não estaria aqui. Ou pelo menos estaria com menos roupa.

     A morena o olhou enfurecida, tateando a cintura em busca do boneco vodu. Mas, para a sua surpresa, ele não estava ali.

- Ah... Droga.

- O que foi? – perguntaram Jack e Catherine ao mesmo tempo.

- Er... – Angélica baixou os olhos para a cintura, sem saber se ria ou se se desesperava.

- Oh bugger. – Jack a olhou perplexo. – Você perdeu o boneco, não é?

- Sim. – disse ela, segurando-se para não dar de ombros.

- Ah, sua cadela filha da...

- Jack! – Brooke chamou-o novamente, parecendo aflita.

- Como vai, love? – ele se levantou, acenando para ela com um sorriso. – Devo dizer que está magnífica neste momento.

- Como é? – ela ergueu uma sobrancelha.

- Com todo este... esta... – o pirata gesticulou para ela com os olhos cobiçosos, fazendo-a sorrir internamente.

- Pelo amor de Deus, isso não é hora para... – começou Angélica.

- Está aqui. – Catherine a interrompeu com uma voz mecânica. – Ele vai...

- Quem está aqui? – perguntou Jack.

- Uma besta tão horrenda e mortal quanto o Kraken, porém muito mais rápida e cruel. – a loira encolheu-se, aterrorizada. – Tão apavorante que pode matá-lo apenas com o olhar...

- Pare de enrolação, marujo, e desembuche! – gritou Jack exasperado.

- O...

     A voz de Catherine foi interrompida por um rugido ensurdecedor, como o sibilar de uma serpente... mil vezes mais alto.

     Algo irrompeu de dentro do lago, gritando e agitando-se tanto que o teto da caverna começou a ruir novamente.

     Sem conseguir fazer o ar chegar aos pulmões, Brooke observou a fera à sua frente. Era como uma enguia gigante, do mesmo tamanho, senão maior, que o Pearl. Em sua boca, fileiras e mais fileiras de dentes tão grandes e afiados quanto a lâmina de sua espada. As escamas azul-escuras estavam manchadas de sangue, e em suas inúmeras nadadeiras grudavam-se pedaços de carne humana.

     A ruiva arquejou, cambaleando para trás. Nunca na vida havia sentido tanto pavor, e percebeu com irritação que o medo havia paralisado seus membros.

- Maldição. – balbuciou Jack, olhando boquiaberto para aquilo. – Catty, love, o que diabos é aquilo?

- O Basilisco. – disse ela, surpresa por ter encontrado a voz. – Sabe aquilo que eu falei sobre ele matar com o olhar? Eu falei sério.

     No mesmo instante, Angélica baixou os olhos, assustada, mas Jack continuou olhando para a fera com um sorriso presunçoso.

- Então ele é da mesma espécie da Pepper. – provocou, rindo.

***

     Barbossa avançava pelos corredores decorados do templo com um sorriso no rosto, enquanto a tripulação pilhava tudo o que estava em seu caminho. Gibbs e mais alguns piratas seguiam próximos a ele, mas não haviam encontrado resistência alguma até agora.

- Capitão! – chamou Marti, acenando com a mão pequenina. – Acho que encontrei...

     Com um gesto simples, o anão puxou um candelabro preso à parede, como uma alavanca, fazendo uma boa parte da parede de mármore ruir. Atrás dela, uma longa escadaria iluminada por tochas levava ao subterrâneo.

- Típico. – bufou Barbossa, tomando a frente e descendo as escadas sem hesitar.

     A medida que iam andando, as luzes iam diminuindo, até que Gibbs foi obrigado a carregar uma das tochas consigo. Outras vozes também foram ouvidas, o que deixou os piratas em alerta e alargou ainda mais o sorriso do capitão.

     Quando chegaram ao fim da escadaria, o som das vozes cessou. E foi substituído por outro.

     Mosquetes. Uma dúzia deles, apontados para o capitão mais velho do Pearl.

     Ignorando-os, Barbossa olhou por cima deles, para o trono no centro do salão, iluminado fracamente pelas tochas nas paredes que pareciam distantes demais.

- Você não acha que tem uma arma poderosa demais para precisar de capangas, velho? – ele riu com deboche, afastando-se com uma careta quando um dos homens aproximou ainda mais o mosquete de seu rosto.

- Prefiro privá-la do sangue de animais como você. – respondeu o homem sentado ao trono, dando a impressão de que a voz vinha da escuridão. – Como se chama meu caro pirata bem-informado?

- Capitão Hector Barbossa. – respondeu, com a voz pesando de orgulho.

- Hector Barbossa. – ecoou o homem, com um riso ainda mais debochado. – Nunca ouvi falar. Quando foi mesmo que sua tripulação se amotinou, meu caro?

- És cego ou retardado? Minha tripulação está bem aqui. – ele apontou com o queixo para os homens atrás de si.

- Não. Esta é a tripulação do Black Pearl, cujo capitão está do outro lado da ilha, brincando com um de meus bichinhos. Você é um pirata arruinado, Barbossa. Conseguiu navio e tripulação, mas se amotinaram depois de dois meses e o jogaram no mar, não foi? Tem sorte de existir alguém como Jack Sparrow nestes mares.

- Ah, então conhece-me. – ele riu, ignorando aquela humilhação e apertando os dedos ao redor do punho de sua espada.

- Não há ninguém neste mundo que eu não conheça, meu caro. – a voz parecia mais forte e os passos, mais altos, como se o homem estivesse se aproximando. – A História está escrita na palma de minhas mãos.

- Ah, é verdade. – Barbossa deu de ombros, vendo os olhos do mago faiscarem na escuridão. – Esqueci que você é um imbecil esquisito que gosta de fingir que é um deus.

     Em completo silêncio, o homem se aproximou ainda mais, até que a ponta de sua espada encostasse no pescoço do pirata.

- Estou certo de que nossas opiniões pouco importam um para o outro. Você na verdade veio em busca disso aqui, não? – perguntou ele com a voz risonha. – Deseja consegui-la, passar todos para trás e conquistar a imortalidade. Gosto do seu espírito, Capitão Barbossa.

- Obrigado.

- É uma pena que seja tão tolo.

- Vamos ver quem é o tolo quando eu cortar esta sua língua comprida. – rosnou o pirata, afastando-o com sua espada e apontando-a para seu peito, com movimentos precisos mesmo na escuridão.

     O som das lâminas ecoou por um bom tempo no salão, e em seguida não houve mais nenhum som ali.

     A risada baixa e estranhamente sádica de Zeref pareceu ser ouvida apenas por Barbossa, que recuou um passo. A tripulação deu um grito surpreso quando duas paredes do salão pareceram explodir, iluminando todo o local. Perceberam então que a luz vinha de cima, puxando para lá toda a névoa da superfície.

     O pirata tentou ver o mago através da névoa, sem saber o que esperar. E não ficou surpreso com o que viu.

     Ele era mais alto e aparentemente mais forte. Parecia ter no máximo trinta anos, cabelos até a cintura e a pele morena coberta por tribais. Os olhos eram desprovidos de íris, com os globos brancos contrastando com a pele escura e com todo o brilho dourado das correntes em seu pescoço.

     Usava apenas uma calça cor de areia, mostrando o peito nu completamente tatuado e os pés descalços que quase não eram visíveis na névoa.  

- Gosta de dançar, meu caro? – murmurou Zeref, apontando a espada para o capitão com um sorriso convidativo.


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Notas finais do capítulo

Bem, o que acharam???
Agora vou explicar por que dividi este cap:
É porque eu estou super-ultra-mega enrolada ultimamente, mas morro de saudades do Nyah e dos reviews lindolhosos que eu recebo *-*
E também... vcs puderam perceber que eu só fiz uma introdução do que vai acontecer daqui pra frente, que vai rolar um pouquinho de porrada agora, né? rsrs Postei esta primeira parte para ver se vai criar alguma expectativa entre as leitoras (espero que sim)...
Bem, agora chegou de papo furado pois vcs não querem saber sobre isso, certo? ^^' Agora aventurem-se nesta pequena janelinha ae embaixo e deixem esta idiota feliz (ou não - gosto de opiniões sinceras). Bjs para os pacientes que leram até o final! o/