Piratas do Caribe: o Tesouro Maldito. escrita por Milly G
Notas iniciais do capítulo
Muitoooooo obrigada à linda da Sarah_Volturi pela recomendação! E obrigada também pelos reviews *-* Espero que a fic continue agradando a vcs até o fim!
::ENJOY::
Brooke olhou entediada para a estranha no convés, que tentava inutilmente parecer uma ameaça.
- Ah, você veio me buscar? – ela ergueu uma sobrancelha, o que era uma visão engraçada já que só se podia ver sua cabeça da escada do porão. – Foi esse tal de Beckett que mandou, não foi? – provocou. – Que tipo de pirata você é?
- E o que você entende de pirataria? – a mulher rebateu. – Você é só uma garçonete de taverna. Se me lembro bem é daquela porto no meio do nada... St. Lucius, não é?
A ruiva estreitou os olhos, encarando Catherine com raiva. Alguns dos marujos do Pearl deram um passo para trás, e o papagaio de Cotton até grasnou algo como “vai levar uma surra!”.
- Pode ser. – disse Brooke, saindo por completo do porão, sem perceber (ou se importar) que havia chamado a atenção dos homens ali.
Não só dos homens, mas também de Catherine, que a analisava de cima a baixo. Das botas da garota, para as pernas musculosas sob a calça marrom, depois para a pele queimada do abdome exposto, perfeitamente liso, o que era quase impossível até mesmo para as mulheres da realeza. Olhou para a camisa branca da ruiva, amarrada abaixo do peito, para a corrente em seu pescoço e então chegou ao seu rosto. O cabelo vermelho e curto nem sequer chegava aos ombros, o que Catherine imaginou que seria útil quando ela quisesse se disfarçar. A franja caía sobre um de seus olhos, que tinham um tom exótico de azul.
A loira observou enquanto ela se aproximava, parecendo altiva, mesmo para uma pirata.
- Pode até ser. – repetiu, sorrindo sombriamente para Catherine. – Mas tenho certeza que esta garçonete aqui sabe brandir uma espada muito bem. Então é melhor você recolher a sua língua, antes que a perca.
E tão forte quanto a cor de seus olhos, era a sua personalidade.
Catherine mordeu o lábio para esconder o modo com ele se contorcia de inveja, e sabia muito bem que era isso mesmo que sentia.
Mas a loira também tinha seu orgulho. Seria uma tarefa fácil capturá-la. E com ela viria... Jack. Bem, foi isso que Beckett dissera.
Ela sorriu, com os olhos brilhando de ansiedade. Seu nome seria reconhecido por todo o mar do Caribe, e ainda ganharia um bom dinheiro daquele idiota do Beckett.
Sem hesitar, Catherine sacou a espada e atacou. Brooke pulou para trás, surpresa, mas logo aceitou o desafio. As tripulações se dividiram nos dois lados do navio, transformando o convés em uma arena.
Jack sorriu, empolgado ao ver como Brooke lutava. O rosto delicado estava com uma expressão séria, concentrada, mas os movimentos eram leves e contidos, enquanto a loira gritava e desferia golpes brutos, um tanto desajeitados em relação à ruiva, que parecia ter feito aquilo a vida toda.
Talvez tivesse, pensou Jack franzindo a testa. Pensou no que Catherine dissera sobre Brooke ser uma garçonete de St. Lucius. Já estivera lá uma vez, e o lugar era de um nível igual, se não pior, que o de Tortuga.
Ele deu de ombros, entretido com a luta entre as duas mulheres. O som agudo das lâminas entrou fundo em seus ouvidos, e ele sorriu quando Brooke girou a espada e jogou a da loira para longe. A espada dela caiu aos pés de Barbossa, que pisoteou a lâmina impiedosamente.
Brooke cercou-a até que a loira batesse com as costas em um dos mastros, e fincou a espada nele, bem próximo ao seu rosto.
Catherine trincou os dentes, arrancando o mosquete de um de seus tripulantes e apontando-o para ela.
A ruiva engoliu em seco:
- Parolar? – ela forçou um sorriso.
- O quê?! – a loira franziu a testa.
- Sim, parolar. – Jack se meteu no meio das duas, sorrindo. – Significa uma trégua enquanto não falarmos com seu capitão.
- Eu sou a capitã. – disse ela entre dentes.
- Eu duvido muito. – Jack deu de ombros.
Catherine rosnou, atirando em Jack, mas o pirata desviou a tempo.
- Por que todas as mulheres que eu conheço tentam me matar?! – perguntou, indignado.
- Por que será, Jack? – perguntou Angélica, surgindo despercebida no convés.
- Duas? – Catherine olhou pasma para Jack. – Você tem duas mulheres a bordo?!
- Correção. – Jack ergueu um dedo. – Uma mulher e uma... coisa. – ele fez uma careta para Angélica, que revirou os olhos.
- Vou ganhar uma boa recompensa com uma denúncia dessas... – a loira sorriu. – E vocês serão condenados a forca!
- Você não terá tempo de fazer essa denúncia. – disse Barbossa, apontando uma pistola para ela, o que Angélica imitou quase que imediatamente.
Catherine olhou para sua tripulação em busca de ajuda, uma vez que Jack, Barbossa, Angélica e Brooke a cercavam, mas seus homens já estavam fugindo, jogando cordas para o Grave.
- Bela tripulação você tem. – zombou Brooke, irritada pela covardia dos homens.
Começou a sentir algo estranho, um tipo de formigamento, e ergueu a mão livre quase que inconscientemente.
Dezenas de cobras negras saltaram da água, atacando os que tentavam pular para o outro navio. Algumas caíram no convés do Pearl, rastejando-se na direção do grupo.
- Não olhem nos olhos delas! – alertou Brooke, e por alguns minutos os quatro desviaram sua atenção de Catherine, que estava imóvel.
- Qual é o seu problema? – perguntou Angélica enquanto atirava na cabeça das cobras. – Vai me dizer que tem medo dessas coisinhas?
Mas a loira não respondeu, continuando a fitar o convés com o olhar vazio. Brooke se perguntou se ela fora hipnotizada por alguma das cobras, mas se esse fosse o caso, ela já os teria atacado também.
- Droga. – reclamou Jack, retaliando a ultima, e olhou para o convés. – Que nojo.
Brooke parou, ofegante, olhando para Catherine.
- Qual é o problema dela? – perguntou a Jack.
- E você pergunta para... – ele se interrompeu quando a luz voltou aos olhos da loira, e um sorriso malicioso apareceu em seu rosto.
Um sorriso que ele conhecia muito bem.
- Brooke Pepper. – chamou Catherine, mas sua voz estava diferente. Parecia perigosa, quase... risonha.
- Tia Dalma? – perguntou Jack ao ver o olhar confuso de Brooke.
- Olá Jack. – a loira se virou para ele, e esta tinha o mesmo sorriso que a feiticeira.
Barbossa olhou para ela, perplexo. A deusa que ele havia libertado a tempos atrás, agora prendendo-se ao corpo de outra mortal.
Fica cada vez mais interessante, pensou ele.
- A que devo a honra de sua sombria presença? – perguntou Jack, mesmo que ela não estivesse exatamente ali.
- Isto aqui. – Catherine/Tia Dalma se aproximou de Brooke, segurando a Rapiat com a ponta dos dedos. – Onde conseguiu isso, mocinha? Foi um presente?
- S-Sim. – a ruiva engoliu em seco. – De uma mulher... Em Tortuga.
- Entendo. – os olhos verdes de Catherine examinaram Brooke. – E você está a procura do que, exatamente?
- Aventura. – respondeu a ruiva imediatamente, sentindo a palavra saltar de sua boca.
- Ora, é mesmo? – ela ergueu as sobrancelhas. – Então está no caminho certo, já que está com esse safadinho do Jack. – ela sorriu para ele, fazendo-o rir um tanto orgulhoso. – Mas há mais do que isso, não?
- O quê? – Brooke piscou.
- Não tente enganar a Tia Dalma, querida. – disse ela, com um sorriso se orelha a orelha. – Você busca mais do que uma aventura inesquecível, não é? Algo relacionado a dona desta lágrima, talvez?
- Você pode nos dizer algo sobre ela? – perguntou Barbossa.
Angélica olhou em volta, para a tripulação que deveria estar tão perplexa quanto ela, mas estavam apenas curiosos, observando de longe. Era isso o que acontecia com aqueles que acompanhavam o Capitão Jack Sparrow: ficavam loucos como ele.
- Não sei muito. – a loira deu de ombros, ainda possuída por Tia Dalma. – Pelo perolada, cabelos negros, um canto de sereia...
- E blábláblá – cortou Jack, impaciente. – Qual é o nome da vadia?
- Cassandra. – disse ela, sorrindo sombriamente.
Um arrepio atravessou o corpo de Brooke, como se o nome lhe trouxesse lembranças, mas ela não conseguia encaixar as peças.
- Diz a lenda que a Rapiat traz a imortalidade. – os olhos de Jack brilharam. – Mas há um ritual, não é? Temos que matá-la ou algo assim?
- Uma lágrima, uma gota de sangue. – disse ela, olhando para os quatro ali.
- Estamos falando de um tipo de deusa, não é? – perguntou Barbossa, erguendo uma sobrancelha, e a loira assentiu. – Deuses não sangram, Calypso.
Os lábios rubros de Catherine se abriram de novo em um sorriso.
- Bela observação, Capitão Barbossa. – disse ela, cruzando os braços. – Estão mesmo dispostos a encontrá-la, e conseguir enfim a gloriosa imortalidade? Os perigos são diversos.
- Temos escolha? – Barbossa deu de ombros, com uma risada seca. – Este navio ainda é meu. E apostar uma corrida com Jack Sparrow é sempre divertido.
O pirata o olhou pela canto do olho, fazendo uma careta.
- Como faremos para conseguir seu sangue, se ela é uma deusa? – perguntou Jack.
- Para um tesouro maldito, a lâmina maldita apontará. Para achá-la, grandes desafios enfrentará. Só o mais habilidoso, em meio a escuridão enxergará.
Jack tocou o queixo, pensando nas palavras da feiticeira, que no momento não pareciam fazer sentido nenhum.
- Espera. – disse Brooke finalmente. – E por que a bússola de Jack só aponta para o lugar certo quando...
Mas, aparentemente, Tia Dalma já tinha havia ido.
Catherine arquejou, tombando para trás, e foi amparada por Angélica.
Olhou para o ultimo de seus homens que pulava para o Grave, agora que as cobras haviam sido afastadas por Brooke – também inconscientemente. Tentou correr até ele, mas quando alcançou a amurada, Jack a enlaçou pela cintura.
- Você fica. – disse ele. – Se Tia Dalma conseguiu se apossar de seu corpo, é por que você deve ser um radar de coisas místicas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham gostado! =D
Reviews?? *-*