Piratas do Caribe: o Tesouro Maldito. escrita por Milly G


Capítulo 13
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Ok, depois de ler esse cap. vcs podem me xingar muito no twitter, eu não ligo u.u uashuashuashush
::ENJOY::



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- Que diabos foi aquilo, Jack? – perguntou Brooke, colocando-se ao lado no capitão no leme. – Ela foi mesmo possuída por aquela Tia Salma...

- Tia Dalma. – ele corrigiu. – E sim, ela foi mesmo possuída. O que é uma coisa boa, de alguma forma, por que ela pode nos ajudar.

- É verdade. – a ruiva suspirou, pensativa. – Aquilo que ela disse... Parecia uma profecia...

     Jack ficou em silêncio, fitando o horizonte. Não gostara nem um pouco do que Tia Dalma dissera, mas agora aquilo começava a fazer algum sentido...

- “Para um tesouro maldito, a lamina maldita apontará”. – sussurrou Brooke, como se falasse consigo mesma.

- “Para encontrá-la, grandes desafios enfrentará”. – Jack revirou os olhos. – Por que sempre tem que ser tão complicado?

- A imortalidade não é algo leviano, Jack. – disse ela. – Não é uma coisa simples de se conseguir. Na verdade deveria ser impossível, mas sempre há um lado do mundo ainda não explorado.

- Ainda. – Jack se aproximou da ruiva, fixando seus olhos nos dela. – É por isso que estamos aqui, certo? Para descobrir lugares ainda não explorados...

     Brooke mordeu o lábio quando Jack passou os braços pela sua cintura, distribuindo beijos em seu pescoço. A garota tentou afastá-lo, mas seus dedos pareceram derreter assim que tocaram a pele dele. Ela mordeu seu lábio, pedindo-o para parar.

- Não se preocupe, love. – disse ele em sua orelha, mordendo-a. – Não tem ninguém olhando.

     Brooke tentou desgrudar seus olhos dos dele, mas aquele tom chocolate parecia hipnótico para ela. Os lábios do pirata estavam passeando por seu queixo quando ela juntos forças suficientes para se afastar.

- Não confunda as coisas, Jack. – disse ela, sem olhá-lo nos olhos. – Você salvou a minha vida. Estou apenas lhe ajudando para retribuir o favor.

     Mesmo em suas noites com ele, eles nunca havia trocado um beijo de verdade. Isso significava muito mais para ela do que um dia significaria para Jack. Para ela, um beijo era como selar algo com alguém que se ama. O que eles faziam dentro daquela cabine era outra história.

     Não que isso fizesse sentido. Que um beijo entre dois amantes significasse mais do que... sexo.

- Quanto tempo mais vai fingir que não me ama? – perguntou o capitão com um sorriso

     Brooke revirou os olhos, esforçando-se para esconder o jeito como suas bochechas queimavam.

- Eu não amo você, Jack Sparrow. – disse ela finalmente, indo para o porão sem deixar que o pirata respondesse.

     Jack suspirou de novo, mais pesadamente, e olhou para a bússola. A direção ia mudando de tempos em tempos, vezes pendendo para a direção da ruiva, outras para a direção da ilha. Agora havia algo mais no jogo. Uma lâmina maldita, que ele precisaria para conseguir enfim o sangue da deusa Cassandra.

- Mulheres, mulheres... – resmungou, debruçando-se no leme.

***

     Brooke foi se arrastando pela parede do porão. A única luz ali vinha fracamente de um lampião, mas balançava tanto que parecia prestes a cair a qualquer momento.

     Parou de andar apenas quando tropeçou em algo.

     Ou melhor, em alguém.

- Eu o amaldiçôo por respirar, sua lesma retardada! – gritou Gibbs.

- Olá, Sr. Gibbs. – disse Brooke.

- Ah, desculpe menina. – ele se levantou quando a ruiva lhe estendeu a mão.

     A garota de encostou em um dos barris e pegou uma garrafa de rum, bebendo metade dela em um gole.

- Está tudo bem, Pepper? – perguntou Gibbs. – Não vejo você beber assim desde... Bem, eu nunca vi você beber assim.

     Brooke deu de ombros, bebendo a outra metade em mais um gole.

- Jack continua importunando-a? – ele ergueu uma sobrancelha e riu quando a garota engasgou-se com o rum.

- E-Ele não tem conserto. – disse ela, tossindo.

- Não tem mesmo. – ele riu ainda mais. – Mas as pessoas aprendem a lidar com seus defeitos.

- Talvez. – ela olhou para o teto, de onde escapavam alguns feixes de luz, e quando estes atingiram seus olhos eles brilharam como pedras preciosas.

     Gibbs a olhou por alguns segundos em silêncio.

- Talvez... alguém possa consertá-lo. – ele sorriu para ela.

- Pare de fazer insinuações, Sr. Gibbs. – murmurou Brooke, irritada.

- Perdão. Mas você foi a primeira mulher que vi que não caiu na teia de Jack logo na primeira noite.

     A ruiva revirou os olhos. Jack não era assim tão irresistível.

     “Ah, é sim”, disse uma voz em sua mente. “Pare de querer se enganar”.

     Ela sorriu, quando se dando por vencida. Pegou outra garrafa de rum e olhou de novo para as escadas do porão.

- O Jack... Ele sempre foi assim? – perguntou. – Sempre difícil de confiar?

     Gibbs suspirou, tirando a garrafa da mão dela.

- Não conheço o capitão há tanto tempo, mas algo me diz que ele era uma pessoa boa, antigamente. Ainda é, mas... Bem, o Jack já foi traído muitas vezes, Brooke, entende? Não que ele já tenha me falado da vida dele... Ele se mantém distante de todos desde que nos conhecemos. Não confia em ninguém.  Só sei que nosso capitão tem mais cicatrizes do que posso contar.

     A ruiva olhou para ele, pensando no que ouvira. E se aquele comportamento insano de Jack fosse apenas para afastar as pessoas?

     Mas não acreditou nisso. Aquele era mesmo o Jack, a loucura vinha de sua essência... E isso era uma das coisas que o fazia tão especial para ela.

- Mas é bom que ele não confie. – murmurou ela. – Nunca sabemos o que pode acontecer.

     Com isso, Brooke pegou de novo sua garrafa de rum e subiu para o convés. A claridade a cegou por alguns instantes, e quando voltou a enxergar viu Catherine a sua frente.

- O-Olá. – disse Brooke.

- Vocês vão me soltar, não vão? – perguntou a loira. – Eu não sou de nenhuma utilidade, sou uma capitã sem tripulação nem navio! O que vocês querem de mim?! – ela segurou a mão da ruiva, apertando seus dedos.

     Brooke viu novamente os olhos de Catherine ficarem opacos enquanto ela franzia a testa. A loira apertou sua mão com tanta força que viu os nós dos dedos ficarem brancos.

- O que está fazendo, Catherine? – indagou Brooke, sentindo os dedos doerem. – Está me machucando...

- Você é especial, Brooke Pepper. – disse a loira em um sussurro. – Fará coisas incríveis em sua vida. Seu coração agora é um misto de aflição e alegria, mas você continua firme. Está experimentando novos sentimentos... Está apaixonada por...

     Brooke puxou a mão subitamente, tirando Catherine de seu transe.

- Você é médium. – disse ela friamente, olhando para a loira que piscava confusa. – É por isso que estamos prendendo-a aqui.

     Catherine lutou para focalizar a visão e então olhou para ela.

- Me desculpe por isso. Foi... sem querer. – ela se encolheu. – Eu disse alguma coisa que a incomodou, não foi?

- Você não se lembra do que disse? – a ruiva ergueu uma sobrancelha.

- Não. – ela deu de ombros.

- Pode me dizer algo sobre isso?

- Você me seqüestrou. Por que eu diria algo? – ela cruzou os braços.

- Bem, você tentou me seqüestrar primeiro, não foi? – ela imitou o ato da loira, cruzando os braços com o mesmo ar de deboche.

     Catherine bufou, desviando o olhar.

- Não sou de ficar ressentida. – Brooke riu. – Eu só queria saber como Tia Dalma entrou em seu corpo. Há algum jeito de invocá-la?

- Não. Quer dizer, se há eu não sei. – ela suspirou. – Não é a primeira vez que acontece. Disseram que é por eu ter sensibilidade espiritual.

     Brooke franziu a testa.

- Como assim “não é a primeira vez”? Outros espíritos já se apossaram de seu corpo? Quer dizer, eles entram e pronto?

     A loira encolheu os ombros, afirmando com a cabeça.

- É a primeira vez que ouço falar dessa tal de Tia Dalma, mas sim, é isso mesmo. – ela balançou a cabeça. – É algo deplorável, eu sei.

- E essa coisa de... ler a mão das pessoas...?

- Ah, isso? – ela deu de ombros. – Sempre foi assim. Todas as pessoas têm, digamos... uma aura. É invisível para as pessoas normais e quase imperceptível para a maioria dos médiuns, e é para mim também. Mas ela é clara como o dia quando a pessoa está tomada por sentimentos muito fortes, e isso facilita na hora de lê-los. Que, no meu caso, é pelo toque.

     Brooke balançou a cabeça, confusa.

- Tudo bem, vamos ver se eu consegui acompanhar. Vocês, médiuns, vêem as “auras” das pessoas, que são visíveis quando elas possuem sentimentos fortes. – ela mordeu o lábio. – Foi por isso que você conseguiu ler a minha mão? Por que eu estou...

     Catherine assentiu.

- É um sentimento problemático. Ainda mais por ser ele.

     A ruiva suspirou, baixando os olhos.

- Não tenha pressa, Brooke. Não dá pra colocar a carruagem na frente dos cavalos. – aconselhou a loira. – O momento certo virá. Espere.

- Argh, lá vem vocês e suas frases filosóficas. – ela revirou os olhos. – Não dá nem pra saber quando é a Tia Dalma ou você mesma.

     Catherine riu e tocou seu ombro.

- Nossa conversa está terminada, Brooke Pepper. – disse ela. – Conseguiu descobrir o que queria?

- Não.

- Não. – Catherine riu de novo. – É claro que não.

     Brooke observou enquanto a loira descia para o porão, provavelmente para assaltar o depósito de rum.

     Ela deu de ombros, irritada.

- Gente esquisita... – murmurou.

***

     Angélica se mantinha quieta, deitada na cama da cabine que lhe fora concedida por Barbossa – de má vontade, é claro.

     Pegou o boneco vodu de Jack e o olhou, segurando-se para não esmigalhá-lo entre os dedos. Não sabia por qual motivo o odiava mais: por tê-la deixado naquela ilha ou...

     Bem, ele parecia gostar daquela ruiva.

     Resmungou algo que nem ela mesma entendeu e virou-se de bruços, cutucando os dreadlocks do boneco. Não aceitava ser trocada por aquela imitação de pirata chamada Brooke Pepper.

     Ela completaria o objetivo de seu pai. Conseguiria a imortalidade e então mataria Jack. Sua vingança estaria completa.

     Mas, antes disso, que mal podia haver em ela aproveitar um pouco?

     Com um sorriso, aproximou o boneco dos lábios e sussurrou o nome de Jack, com a esperança de que funcionasse.

     Fez isso mais duas vezes, até que o pirata irrompeu pela porta da cabine com uma expressão irritada.

- Algum problema? – perguntou ela, sorrindo.

- O que você quer, Angélica?

- Ora Jack, melhore essa cara. – a mulher riu, aproximando-se dele como uma gata. – Eu só estive pensando... Em como foi solitário estar naquela ilha...

     Angélica cercou Jack até encostá-lo em uma parede.

- Eu realmente senti sua falta, capitão. – sussurrou, brincando com as trançinhas da barba do pirata.

     Jack franziu a testa, estranhando.

- Escute love. Eu não bebi o suficiente para fazer qualquer coisa com você.

- Pense de novo, Jack. Não vai me dizer que esqueceu tudo aquilo que passamos juntos... – murmurou a morena, mordendo seu lábio.

     O pirata revirou os olhos, quase desistindo de sua resistência. Era realmente um problema Angélica conhecer todos os seus pontos fracos.

- Você é uma... – as palavras dele foram interrompidas por um beijo selvagem de Angélica, que começava a arrancar suas roupas habilmente.

     E foi o fim para Jack. O capitão enroscou os dedos nos cabelos de Angélica e começou a desabotoar sua camisa com a mão livre, com os lábios ainda grudados nos dela. A velocidade com que os dois se despiram era espantosa, assim como os beijos agressivos de Angélica, que deixava marcas pela pele morena de Jack.

     O capitão jogou-a na pequena cama, ele sobre ela, e deixou um sorriso escapar quando Angélica soltou um gemido.

     Brooke, que vinha do corredor com uma bandeja com pão e rum para Angélica, parou em frente a porta da cabine, com os olhos arregalados. Com os dedos trêmulos, abriu uma fresta da porta – e se arrependeu no segundo seguinte.

     Jogou a bandeja com força no chão e bateu a porta com a mesma força. As lágrimas atrapalharam sua visão enquanto ela voltava para a cabine de Jack. Sozinha.

     Sim. Ela era a mais tola de todas.

- O que foi isso? – perguntou Jack ao ouvir o barulho estrondoso que Brooke fizera.

     Angélica sorriu para ele, vitoriosa.


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Notas finais do capítulo

*aparece de fininho atrás de uma porta* E-Então... O que acharam? ^^'
Xingamentos, declarações de morte (ou não) é nessa janelinha ae embaixo.
Bjokas ;*