Os meses foram passando e eu fingia ignorar nossos problemas, enquanto estava cada vez mais fria comigo, cheguei a pensar que ela poderia ter outro cara, mas essa possibilidade era algo irreal, Luciana jamais me trairia, jamais.Ela continuava levando meu almoço na obra, porém eu não tinha aquele beijo quente de todas as outras vezes, entregava meu almoço e virava as costas como se nem fossemos marido e mulher.

-Caio quero falar com voce. - num tom sério que eu nunca a vi usando.

-Pode falar. - Pra variar eu estava na frente da tv, e sequer olhei pra ela.

-Eu, vou ter férias da facul no final de julho e vou pedir licença da creche.

-Pra quê? Vai viajar? - em tom de deboche.

-Vou voltar pra casa dos meus pais.

Nesse momento eu parei e olhei pra ela. Sua expressão era de dor. Ela estava de blusão e uma calça de moletom, estava largada como nunca a tinha visto.Luciana era magra, tinha um corpo lindo, seios grandes e bumbum pequeno, pele morena cor de mel, assim como seus olhos e cabelos.Não parecia aquela garota linda que pulava em cima de mim toda vez que eu chegava do trabalho.Eu sabia que devia ter dito algo que a fizesse reconsiderar aquela decisão já certa, mas não saiu nada, nada.

-Vai. - e me virei pra tv. 

Não consegui assistir a tv, ficava pensando nela me deixando e tentando entender os motivos que a levaram a tomar tal decisão, e não se passava mais nada na minha mente.

-Voce tem outro né? - disse alterando a voz.

-Como é que é? - me perguntou sentada na cama, dobrando roupas numa mala.

-Ah não entendeu? 

-Não acredito que tô escutando isso...voce acha mesmo que o único motivo plausível pra eu querer ir embora é outro homem? Voce é perfeito né Caio?!

-Eu sei que a gente anda tendo alguns problemas, mas voce sabe o que eu sinto por voce, a gente supera.

-Sei mesmo? Eu nunca ouvi te ouvi dizendo que gosta de mim, que eu sou bonita, que a comida tá gostosa, a casa arrumada, as roupas cheirosas...Quem tem que superar alguma coisa aqui é voce Caio. A começar pelo seu orgulho.  -Puta que pariu!!

-Puta que pariu? Puta que pariu? Eu me desdobro como dona de casa, como mulher, como  professora e como aluna na facul, enquanto sua única preocupação é trbalhar e voltar pra casa. E voce alguma vez me deu valor? Não.Alguma vez demosntrou que gosta do que eu faço aqui? Não. Voce sequer gemia quando a gente transava.

-É tudo sobre o sexo né?! Sabia, só podia ser. Ele te chupa, mete a língua em voce é por isso??

Subitamente ela levantou da cama e me deu um tapa.Confesso que mereci, mas, quem disse que foi assim que reagi na época?!

Joguei ela em cima da cama, e numa tentativa desesperada de não perdê-la tentei, forçando-a a lhe dar o tal oral que ela tanto gostava.

Ela esperneava e gritava para que eu a soltasse. Rasguei sua calcinha e acabei a machucando. Ela chorava, chorava, estava em prantos e eu não me reconhecia, levantei e olhei a bagunça que tinha feito no quarto, me senti perdido, não conseguia imaginar minha vida sem aquela mulher.Sai, apenas saí de bicicleta sem rumo, queria esquecer, queria sumir, queria ser o homem que ela merecia que eu fosse, queria voltar e pedir desculpas, e reconhecer que erro e que sou muito imaturo e egoísta e pedir sua ajuda pra amadurecer sendo e a fazendo feliz.Só voltei de madrugada, ela já estava dormindo e as malas já estavam prontas na sala. O sofá, como ultimamente estava arrumado pra eu dormir, eum cima do travesseiro estava a aliança que havia lhe dado.

Naquela noite eu chorei, em silêncio.