Anjo da Saudade escrita por Ana Carol M


Capítulo 3
Capítulo 3




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"As vezes segurança nós conseguimos com certas pessoas e não com lugares, nem com a própria segurança."

Novamente aqueles segundos de espera me deixaram nervosa, estava desesperada para ir para casa ou de fugir de lá, mas se fugisse poderia ter certeza que no próximo trimestre estaria no Gen.

 Então quando desembarquei e estava indo pra casa parei, respirei, e pensei positivo como Sophie disse. “Vai dar tudo certo” pensei pra mim.

  Passei novamente pelo condomínio que tinha visto naquele dia mais cedo, e por azar o carro da mulher que esbarrei estava na segunda casa perto da ponte. Tinha material de construção na frente da casa, ”provavelmente ela era muito chique para viver em uma casa simples”, pensei pra mim, lembrando da moça que quase me matou com seu olhar.

Passei pela ponte e o sol que hoje cedo estava nascendo me aqueceu, a neve estava derretendo deixando tudo muito escorregadio. Quase cai ao passar pela ponte, sorte que um garoto conseguiu me segurar antes que meu corpo fosse ao chão.

-Obrigada – agradeci envergonhada.

-Disponha- disse ele com uma voz doce.

-Olá sou Mary Ann- estendi a mão para cumprimentá-lo.

- sou Miguel- disse ele apertando minha mão de leve. Ele tinha os olhos verdes e claros

- você é o vizinho novo?- perguntei curiosa.

-Sou sim, mas por pouco tempo- falou ele normalmente.

-Posso saber por quê?Se não for curiosidade demais- perguntei. Esperava que ele não percebesse a decepção em minha voz. Eu tinha acabado de conhecer um suposto amigo e ele já estaria indo embora.

-Eu vou pro colégio Gen, conhece?- perguntou ele curioso.

- sim- respondi tristemente.

-E não é bom?- ele perguntou desconfiado.

-É ótimo, provavelmente vou estudar lá também, mas não quero ir - disse a ele tristemente. 

-Entendo- disse ele.

O que eu fiz? Contando meus dramas particulares a um garoto que mal conhecia?  Estou enlouquecendo?

Nós estávamos indo em direção a minha casa.

-Bom, eu vou indo

 Ele acenou

-ok- fui me virar pra agradecer melhor mais ele havia sumido.

 Entrei em casa com os pensamentos lentos, meu pai não tinha chegado, como de costume. Comecei a fazer o almoço. Ele iria levar sua nova namorada para almoçar hoje.

 Terminei o almoço e arrumei a mesa.

Quando estava terminando meu pai chegou.

-Mary?- ele disse na soleira parecendo feliz.

-Estou aqui pai- gritei da sala de jantar.

 Fui em direção a porta e quando vi a mulher parada atras de meu pai paralisei, ela parecia ter ficado surpresa quando me viu também.

-E... Essa é Beatrici- disse ele observando nós duas.

-Vocês já se conhecem?- perguntou ele.

-Sim hoje de manha eu esbarrei nela- falei tentando parecer normalmente. Mas a fúria subia por mim.

-É. Foi isso mesmo- ela disse sorrindo parecendo ser inocente.

 Então fui cumprimentá-la. Enquanto meu pai foi na cozinha ver o que eu tinha preparado, ela disse ao meu ouvido:

-Me desculpe por hoje cedo, eu estava nervosa em tê-la que conhecer e tive problemas no trabalho- ela disse sussurrando em meu ouvido.

-Não se preocupe. Se ele quer você, é você que ele vai ter- falei a ela.

-Que bom, espero que possamos ser boas amigas, quero que saiba que não tenho a intenção de substituir sua mãe, quero apenas ser sua amiga .

-Está bem, não se preocupe- falei a ela novamente

 Eu não queria que ela fosse a pessoa certa para meu pai, mas ele vivia falando dela, de como ela era encantadora.

 E durante o jantar vi ela olhando para meu pai de uma maneira apaixonada, eu não podia impedir esse casamento. E a moça tinha mudado completamente, e sinceramente já estava extremamente cansada de lutar contra as namoradas do meu pai.

-Temos um comunicado a fazer- disse meu pai todo feliz.

-O que é? Perguntei, já sabendo o que era.

Subiu um arrepio em meu corpo que começou do pé até a cabeça.

-Nós vamos nos casar- disse ele abraçando Beatrici.

-Que ótimo- eu falei fingindo sorrir, já estava preparada para aquilo, então bastava eu o fazer ficar feliz.

 Abracei os dois. Meu pai estava lavando a louça e fiquei a sós com Beatrici.

-Vamos combinar uma coisa

-Dependendo do que for- ela disse sorrindo.

- A anos meu pai pretende me mandar pro Gen, com o casamento de vocês é certo que ele me mande para lá- particularmente queria saber a reação dela.

-Bem, Mary seu pai não falou nada, e eu não pretendo mandá-la pra colégio algum – falou ela cuidadosamente.

-Ok, conheço meu pai e preciso que prometa que vai cuidar dele e vai me ajudar a  convencer ele a me dar liberdade e ainda não me incomodar no colégio, digo fazer visitas surpresas- disse a ela um pouco decepcionada comigo mesma.

- Claro, mas gosto de você e não quero que vá- ela sorriu e me abraçou, eu estava começando a gostar dela. Não era má como as outras, nem retardada.

 Meu pai chegou na hora e perguntou: “Posso saber o que esta havendo?”

-Nada demais, estávamos conversando apenas- falei a ele.

-Exatamente- falou ela sorrindo.

-Pai seja sincero e diga logo que vai me mandar pro Gen depois que se casar. Só que a Sophie vai ir pra lá trimestre que vem e...- meu pai me interrompeu – Não pretendo te mandar pro Gen, principalmente agora que vejo que você e bia estão se dando bem. Se você quiser eu posso tentar falar com os pais de Sophie e ver o que eu posso fazer.

- Não tudo bem, eles não são do tipo que não fazem o que prometem.

 Talvez não fosse tão ruim ir para o Gen, como David falou “realmente seria ruim?” Meus amigos estariam lá e também agora tinha a esperança chamada Beatrici de não ir para o gen.

-Mas se você quiser ir, te colocamos lá trimestre que vem- ele respondeu.

-Mas trimestre que vem é semana que vem- disse a ele um pouco sobressaltada.

-Exato você vai ter todo o final de semana para arrumar suas coisas e se realmente quiser ir temos que combinar um dia para ir fazer sua matricula - disse ele sorrindo mais preocupado com a minha reação.

- Vou falar com o David e com a Sophie - disse séria eu tinha que pensar bem no que faria

-Está bem- ele disse. Beatrici só nos olhava assustada, parecia perdida.

-Até mais Beatrici- disse a ela em um abraço.

-Até Mary Ann- ela respondeu com um sorriso doce.

Eu subia as escadas correndo

 Fui para o meu quarto e liguei para a Sophie coloquei em duas linhas e liguei para David ao mesmo tempo os dois atenderam..

- Gente gostei da namorada do meu pai e ela não pretende me mandar pro Gen, mas estou pensando em ir.

-Que bom Mary. Eu tentei convencer meus pais, mas não tive sucesso eles estão decididos- disse Sophie com a voz triste.

- como vamos fazer pra salvar a Soph?

- Vou com você. Você é como minha irmã e não vou deixar você ir sozinha. – é uma decisão um pouco difícil, mas me acostumei com a história de ir morar em um colégio interno. E para que meu pai e Beatrici iam querer uma adolescente irritada atrapalhando sua felicidade?

-Vocês não vão me deixar- falou David autoritário novamente.

-Mary eu sei o quanto você foge desse colégio, mesmo estando morando em outras cidades você fugia. Eu não vou deixar você fazer isso- disse Sophie brava.

- Sophie não é assim, também não quero mais confusão aqui e acredite em mim vai ser melhor ir.

-Eu vou falar com minha mãe daqui a pouco, ligo pra vocês- disse David.

- tudo bem.

-Eu esbarrei na namorada do meu pai hoje cedo e ela parecia que ia me matar com os olhos, ela a pouco me pediu desculpa e disse que estava nervosa e teve problemas no trabalho- falei.

-E você vai deixar ela fica com ele?- perguntou soph.

-Os dois estão perdidamente apaixonados, você tinha que ver o olhar dela pra ele, ela se encantava e ele também. Eu não posso mais me meter estou cansada, ganhei muitas batalhas, mas nunca a guerra. Acho que o melhor agora é ir pro Gen com vocês e aproveitar os momentos que vou estar com eles 


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