"O fim, nunca é esperado"

-Desista Miguel. Todos estão incapacitados – falei a o homem.

- É incrível o que a raiva faz com nós, dá forçar, coragem. E você seria tola de pensar que depois de tanto esforço eu fosse desistir só porque um bando de idiotas estão congelados.  Eu tenho aqui as duas pessoas mais importantes para você. Muito bem, se você me congelar eles vão ficar congelados igualmente, com eles congelados você também ficará e assim todos que são devotos a você. Chama-se conexão de honra. Esta vendo estas cordas de metal? Eu os liguei a mim.

- Porque você não foi congelado com os outros? – perguntei.

- Esses inúteis não são devotos a mim, uns são ao poder outros ao medo. Nada mais que isso.

- O que você quer?

- Primeiro o seu poder, depois a coroa e por final destruir tudo o que eu odeio. Ou seja, o mundo humano. – Ele parecia obcecado.

Allan segurou minha mãe e consegui ler sua mente ” A outra maneira, essa conexão entre nós esta abalada, mas não está rompida. Se eu morrer de boa vontade ele também morrerá”

- Não – gritei.

Todos me observaram.

- Muito digno – disse ele.

- Ainda não acabou. Eu nomeio Thea Wood a princesa da Parte espiritual Sul e leste.

Rapidamente coloquei a coroa na cabeça dela, e transferi a capa.

- No que isso vai mudar? – perguntou Miguel rindo alegremente.

- Não é obvio?  Se você me congelar apenas meus pais serão congelados, logo Thea poderá fazer o mesmo que você. Ou qualquer outro. Então você vai entregá-los ou vai fazer com que?

Ele olhou para mim riu alegremente, se aproximou mais um pouco e ao tentar encostar cajado em mim. Nossas marcas começaram e brilhar, meu corpo flutuou, os cabos de ligação entre ele e meus pais foram rompidos e logo ele flutuava ao meu lado. Meus olhos se fecharam e senti uma estranha leveza. Quando consegui abrir meus olhos meu corpo estava congelado no chão e o de Miguel também. Minha mãe veio me abraçar.

- O que aconteceu? – perguntei a ela.

Allan correu até meu corpo e ele gritava com raiva.

- O que esta acontecendo? – perguntei nervosa.

- Seu corpo material morreu querida. – disse minha mãe.

- O que isso quer dizer?

- Quer dizer que você viverá comigo a partir de agora.

- Mas e meu pai, meus amigos e o Allan? – Não era para isso ter acontecido.

- Seu pai ficará bem, seus amigos e Allan também.

- Maas... mas

- Shiii, hora de dormir – falou ela sorrindo.

Ela tapou meus olhos com as mãos. Quando acordei era de dia, eu estava em uma Ala hospitalar diferente.

- Olá – disse minha mãe.

- Eu exijo que me conte o que aconteceu.

- Tudo bem – falou ela suspirando.

- Estas marcas era uma ligação entre seus protetores, caso alguém te traísse como aconteceu, essa pessoa teria o mesmo final que você. No momento em que você passou o trono para Thea você protegeu a todos os outros, inclusive ela, cloe, kathrina, Allan. Miguel não tinha como ameaçá-los. Como a ligação entre vocês dois era mais forte da que ele fez comigo e o seu pai ela acabou nos libertando e atingiu a você e a Miguel.

- Então eu estou morta?

- Esta.

- Porque Allan correu para o meu corpo? Eu vou poder vê-lo?

- Não, Allan a um tempo a tras ganhou permissão de ficar como humano,  já faz uma hora que tudo voltou ao normal.

- Como assim? – o que ela estava querendo dizer.

- As almas ruins foram aprisionadas na parte superior do castelo, estamos tentando restaurar as boas no saguão aqui de baixo, e os humanos voltaram para casa sem lembrar de nada.

- Então Allan e meu pai não lembram de mim?

- Não.

- Como isso pode ser normal? Não era assim que era pra acontecer.

- Sinto muito, mas aconteceu. Daqui a poucos meses o planeta x virá e levará esses desalmados, seu pai viverá feliz com Beatrici, que mesmo sendo ruim na hora de maior desespero fez a coisa certa, Allan vai ter uma família, Thea será mãe dele. Cloe e Kathrina ficaram aqui. Sophie e David vão continuar com suas vidas sem saber de nada.

- Mas não é justo, eu estava vivendo minha vida tranqüila, Allan e Miguel apareceram, você apareceu, eu fui coroada, teve uma guerra e...e – não consegui continuar. Estava errado, eu deveria estar no mundo humano com Allan rindo das besteiras dele e não em um hospital.

- Você salvou todo mundo Mary, deve se orgulhar disso, e deve agradecer por todos os momentos bons que você teve.

- Quero meu corpo de volta.

- Sinto muito. Não tenho permissão.

Eu sai correndo do quarto, minha mãe ficou sentada na cama observando o vazio.  Comecei a chorar, desci as escadarias e vi varias pessoas em macas, sai dali e fui para a floresta.

 Não era justo. Fui correndo com raiva até que achei um poço. Sentei na borda dele, e deixei mais lagrimas fluírem. A água começou a borbulhar  e vi meu pai, ele estava sorrindo, Beatrici estava o abraçando. Mostrando um teste de gravidez a ele. Eles estavam tão felizes. Depois Sophie, dividindo o quarto com uma menina nova, elas conversam alegremente, depois chegou Drigo e a abraçou, ela mostrou a aliança de compromisso no dedo deles. E a outra menina parecia vibrar de felicidade. Mais lagrimas escorriam dos meus olhos. David, estava com Elisabeth, mas ela estava diferente, eles estavam em baixo de uma arvore abraçados rindo, feito bobos. Depois Sophie e Drigo se sentaram perto e eles continuaram a conversar como velhos amigos.  A cena mudou e Allan estava na casa ao lado da minha, ele dançava com Thea uma musica agitada, ela bem mais velha do que aparentava, e ele sempre com aquele sorriso.

Agora era aquela realidade que eles conheciam. E a minha era de que o fim havia chegado.  Eu ia aceitar, uma hora ou outra.