Anjo da Saudade escrita por Ana Carol M


Capítulo 21
Capítulo 21




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" Um poder imenso, se existia felicidade então naquele momento, eu era feliz"

No outro dia acordamos tarde, o cansaço era demais. Depois de Sophie tomar um café bem forte e umas duas garrafas de água ela estava bem.

- Meu deus, eu fiz tudo o que eu esto lembrando? – Perguntou ela confusa e envergonhada.

- Fez. Talvez até coisas que não lembre. – Falei rindo da cara dela - Vamos arrumar as camas, Thea vai vir a tarde olhar os quartos.

- Tudo bem – resmungou Soph cansada.

Com muito custo arrumamos o quarto.  Logo alguém bateu na porta.

- Entra – gritou Sophie.

 Allan e Miguel entraram observando todos os lugares do quarto.

- Nem se compara ao meu quarto, esta uma bagunça aquilo – disse Drigo admirado. Ele sentou perto de Sophie e a beijou rapidamente. Allan fez o mesmo comigo.

Sophie ficou apavorada, mas ficou em silencio.

- Vocês sabem que estão quebrando as regras do colégio não é? – perguntou Sophie. Estava estampado na cara dela de que ela não queria eles lá. Principalmente Drigo.

- Ontem quebramos as principais, mais umas não faz diferença – falou Drigo sorrindo, ele a olhou de uma forma carinhosa, depois disso ela relaxou e começou a conversar com ele, sentados na cama.

Allan se sentou na minha cama e ficou me olhando.

- O que houve? – perguntei constrangida.

- Está chegando a hora de sua cerimônia – falou ele com cautela.

Automaticamente olhei apara o casal ao meu lado, mas eles estavam rindo alto e não ouviriam o que estávamos conversando.

- O que é isso?

- Você vai ser coroada princesa espiritual da parte sul do estado.

- Minha mãe é rainha da parte sul? – ele não respondeu apenas sorriu, como se fosse obvio. – Mas e meu pai?

- A claro, princesa da parte sul e Leste do estado.

- Vai doer? – isso me preocupava.

- Não, talvez você ganhe alguns dons. – falou ele viajando mentalmente.

- Como? – falei exaltada, mas não o suficiente para ser ouvida.

- Talvez, consiga se teletransportar ou ler mentes, essas coisas.

- Mas isso não existe – falei chocada.

- A um tempo atras você achava que anjos e demônios também não.

Respirei fundo.

- Quando?

- Daqui a quinze dias terá um eclipse lunar. È a data perfeita. Cloe e Kathrina vão te ajudar – falou ele entrelaçando os dedos aos meus.

- Sophie e David não podem saber?

- Seria melhor. Eles não acreditariam. Quando chegar a hora, eles vão descobrir por si próprios.

- É tanta pressão em cima de mim. Não sei em quem confiar mais, tudo o que eu acreditava que era certo e real, não é mais. Ainda tem a escola.

- Apenas relaxe. As coisas vão se acertar de alguma forma.  – falou ele, depois me beijou.

O domingo passou e a semana também. Os dias passavam rápidos, quando eu não estava estudando para o colégio, estava pesquisando inutilmente sobre as coisas anormais que aconteciam. Miguel não me olhava na cara, e ignorava minha existência. Era obvio que Allan havia contado com prazer sobre o show.  David só era visto com a vadia do colégio, e as vezes eu o pegava olhando para nós com um sentimento que dava pena em seus olhos. Mas era por segundos. Logo ele já estava conversando com os amigos de Elisabeth, riam tão falsamente quanto as unhas da menina.  Conforme os dias foram passando, ele foi mudando, se tornando arrogante e quando era possível usando roupas de marcas. Ele havia se tornado superficial.

   David era o menor dos meus problemas. O eclipse estava se aproximando e meus nervos estavam cada vez mais elétricos. Sophie estava quase namorando, e estava feliz. Na verdade ela me falava que nunca havia sido tão feliz. Eu e Allan, bem, estávamos bem. Não namorávamos, mas estávamos juntos. Mesmo se não quiséssemos, havia uma conexão entre nós. Sempre que eu precisava dele estava ali.  Às vezes para me salvar dos monitores, outra dos professores e para alegrar a sala de aula.

 E o dia chegou, era uma sexta feira treze.  Passei o dia andando de um lado para o outro no quarto

A noite estava abafada. Sophie havia saído com Drigo, com autorização de seus pais.

Meia noite eu olhava para a janela desesperada, o céu estava sem estrelas apenas a grande e luminosa lua. Quando alguém abriu a porta.

- Olá, trouxe sua roupa – falou Cloe sorrindo.

- Obrigada.

- Troque de roupa rápido, estamos atrasadas – falou ela nervosa.

- Tudo bem – corri para o banheiro e troquei de roupa.

Coloquei o vestido branco de seda e uma capa azul, a sapatilha do colégio e desci com ela.

Não encontramos ninguém pelo caminho. Aquilo já estava ficando estranho. Na verdade quem se importa com autoridades, quando está prestes a se tornar princesa?

Estávamos no meio do jardim, a lua estava bem no auto, tiramos os sapatos e Kathrina que ja estava lá, me colocou em um certo lugar. Depois vi Thea, Miguel e Allan chegar.

Meu cabelo estava liso, Cloe colocou uma coroa de flores brancas na minha cabeça. Coloriu meus olhos com cores claras e desenhou um pentagrama no centro de minha testa. Eu a seguia com um espelho, estava ficando muito bom. Ela seguiu fazendo símbolos e traços bem definidos e que moldavam meu rosto, pescoço e braços.

 A cada desenho concluído era como se uma enorme força e poder entrasse em minha pele e pulsasse em meu sangue.

 Kathrina rodava a nossa volta cantando mantras e dançando como uma bailarina de olhos fechados.

 Foi ao olhar Kathrina dançar que vi onde meus pés estavam. No centro de um triangulo feito na terra, meus pés tocavam a terra fofa, como todos ali. Thea se juntou a Allan e Miguel a um canto, fizeram uma roda, deram as mãos e concentrados murmuravam palavras ensaidas.

 A sombra foi cobrindo a lua rapidamente o vento se fortificou e as palavras de kathrina e dos três na roda particular, ficaram mais altas e rápidas. Era latim, mas não reconhecia nem uma palavra dita por eles.

 A sombra estava mais perto do final da luz. Thea, Miguel e Allan se aproximaram ao redor do triangulo. Logo que Cloe terminou os desenhos ela se juntou a eles. Kathrina foi logo depois. Um a um, foi criando uma energia rosa queimando o ar como fogo ao redor de cada um, como se emergisse da pele deles, pude ver as asas verde esmeralda de Thea(eram lindas e desejáveis), e a aura de cada um. Me surpreendi com a aura cinza de Miguel. Não deu para pensar bem, porque já me encontrava dentro de um circulo humano do qual queimava e exalava fogo rosa.

 Todos eles olhavam para a lua, os olhos fora de foco  e o prazer estampado no rosto de cada um.

 Quando olhei para o chão o triangulo do qual apenas meu corpo se encontrava pegou fogo, o vermelho forte misturado ao laranja conseguia sentir o calor, mas ele não me queimava.  Eu estava dentro de um pentagrama de fogo colorido.

  Meus olhos foram automaticamente levados ao circulo de luz no céu escuro. O eclipse total da lua estava concluído. Meu corpo começou a levitar, senti meus pés se afastarem do chão e ao meu redor surgiu um fogo azul minha pele exalava calor intensamente, o pentagrama em minha testa ardeu e depois cada símbolo desenhado em meu corpo. Correntes elétricas dançavam em meu corpo, era imensamente prazeroso. A luz da lua era tão bonita, completamente encantadora. Meu corpo rodopiou no ar com delicadeza minha mente esvaziou, e depois fui meus pés pousaram no solo. A energia do circulo ao meu redor  diminuiu até desaparecer , depois a do triangulo e logo após  a minha.  Meus símbolos ainda palpitavam e me davam uma ótima sensação. Todos eles desmaiaram e logo após a escuridão me veio a mente. Eu também havia desmaiado.


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Notas finais do capítulo

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