Anjo da Saudade escrita por Ana Carol M
"Quando menos esperamos podemos nos divertir com pessoas que nunca imaginávamos.”
David tinha o cabelo moreno, olhos pretos, pele quase de porcelana, ele era bonito, mas não gostava de chamar atenção. Sophie então era super caprichosa, mas também não gostava de chamar a atenção, e como também não gostava de ser o centro das atenções, nós ficávamos na nossa, longe de todos, mas sempre juntos.
Nós rimos.
-Vamos terminar. E as suas coisas? - perguntou Sophie.
-Bem, a minha madrasta vai me levar pra fazer compras e quero roupas novas e etc. Não vou recusar. Eu arrumo as coisas depois - falei sorrindo com um olhar maldoso. Sophie e David riram.
- Ta certo - falou David.
-Vamos descer, vou fazer chocolate quente- disse eu.
Nós descemos animados.
-Eu quero brigadeiro- falou Sophie.
-Ta bem, chocolate quente, brigadeiro e o que você quer, David?- perguntei.
-Um sanduíche com quatro andares- falou ele parecendo imaginar o sanduíche.
-Tá legal- falei meio espantada.
Fomos pra cozinha e levamos um susto. Demos de cara com meu pai.
-Pai, que milagre você na cozinha- Todos nós rimos
-Estou procurando uma tesoura. Onde tem?
-Na gaveta da esquerda do armário de baixo da pia - falei apontando pro armário.
-Ah, está aqui
Nós sorrimos.
-Vamos fazer algumas coisas pra comer- disse Sophie com um sorriso doce.
-Está bem- falou meu pai sorrindo enquanto cortava umas folhas com a tesoura, depois guardou e saiu da cozinha.
Cada um fez seu lanche, mas como sempre fazíamos todos nós comemos de tudo. Lavamos a louça cantando, parecíamos loucos.
-Bom, Mary nós temos que ir, está anoitecendo e eu ainda tenho que largar Sophie em casa - falou David.
-Tudo bem. Obrigada- falei a eles com um enorme sorriso. Dei um abraço apertado e eles saíram e fiquei observando eles indo embora. “Como tinha sido legal hoje” pensei. Nunca tinha feito nada do tipo, e agora amei fazer aquilo. Realmente eu estava diferente.
Fechei a porta e gritei: Pai
-Oi - falou ele aparecendo na porta da garagem.
-Vou me deitar, amanhã vou sair com Beatrici.
-Ela pediu para mim avisar que vai vir te buscar às nove horas da manhã .
-Tudo bem- falei a ele enquanto subia as escadas.
Entrei em meu quarto e o tranquei, me joguei na cama comecei a sorrir de tudo hoje, me lembrei das coisas de minha mãe Levantei-me calmamente e abri a mala e peguei o diário com a capa lilás. Eu comecei a ler, era interessante, li até o dia que ela conheceu meu pai. Realmente era linda a história dos dois. Ela tinha bom gosto para as coisas, outra prova disto era o vestido que peguei. Olhei no relógio e era quase meia-noite. Levantei-me rapidinho, escovei meus dentes, coloquei meu pijama confortável e me deitei. Relaxei na cama, e sonhei com uma linda floresta onde os pássaros cantavam e flores nasciam, até que o relógio tocou.
Oito horas da manha, o desliguei, o sol bateu em meu rosto e me forçou a abrir os olhos. Estava bem naquela manhã. Levantei-me cantando, tomei um belo banho, e escolhi as minhas melhores roupas, fiz um rabo de cavalo em meu cabelo, coloquei maquiagem que valorizaram meus olhos. Eu estava feliz. Desci a escada lentamente, fui a cozinha e encontrei meu pai lendo jornal com uma xícara de café.
-Bom dia, pai- falei sorrindo.
-Bom dia, querida - falou ele, retribuindo sorriso, mais sério.Mas sorriu. Fui fazer meu café da manhã.
-Você parece feliz- disse ele enquando eu colocava leite em um copo.
-E estou- respondi.
-Que bom - disse ele me observando.
Peguei umas bolachas e coloquei em cima da mesa da cozinha, fiz um leite com chocolate e sentei esperando o maravilhoso momento de pedir o cartão de crédito dele. Comecei a comer lentamente.
-Pai
-Sim- respondeu ele.
-Você me empresta seu cartão de crédito?- pedi com a voz mais doce que pude.
-Claro, tome aqui- falou ele tirando o cartão de crédito da carteira.
-Obrigada
Continuei meu café, quando olhei no relógio novamente já era quase nove horas. Sai correndo, coloquei a louça na maquina que não era muito usada. Peguei uma bolsa que parecia combinar com minha roupa, coloquei minhas coisas. Eu estava praticamente voando, escovei meus dentes e uma buzina soou do lado de fora da minha casa.
-Pai, estou saindo- gritei pra ele.
-Estou aqui na frente, querida- ele falou, enquanto cumprimentava Beatrici.
Peguei minha chave e sai. O carro preto estava no lado de fora com Beatrici sorrindo enormemente para mim. Sorri e fui para o carro. Acenei para meu pai e entrei.
-Olá- falei a ela cumprimentando-a.
-Oi- respondeu ela sorrindo.
Eu coloquei o sinto e ela saiu com o carro a toda velocidade. Colocou o som alto.
- Vou te levar num shopping que eu adoro - disse diminuindo a velocidade.
Eu apenas sorri com a empolgação evidente no seu tom de voz.
Não demorou muito e nós chegamos em um gigantesco Shopping.
Nós descemos do carro parecendo muito importantes. Ela colocou o alarme que fez um “bip”.
-Vamos lá - falou ela colocando um braço por cima de mim.
Nós entramos no Shopping, e fomos na primeira loja a direita. Era uma loja que vendia enfeites para casa, quartos e etc.
-Vamos escolher algumas coisas para o seu novo quarto- me disse.
Eu estava amando comprar. Procurei coisas que fosse mais a minha cara, digo, a minha nova personalidade.
-Mary olha só esse mural.
-É sim, mas não tem de outra cor?.
-Tem sim- respondeu a moça. Logo depois ela me trouxe um mural mais escuro.
-Gostei - falei a ela.
-Nós vamos levar - disse Beatrici Sorrindo.
-É mais fácil fazer compras com você do que com minha sobrinha- disse ela.
Apenas sorri.
Nós compramos o mural, um quadros lindíssimos, que parecia com a floresta do meu sonho. Compramos várias coisas para meu quarto novo.
-Bem, acho que é só isso - falou Beatrici entregando o cartão de crédito.
Logo depois entrou um senhor na loja, com um terno preto.
-Senhorita Beatrici, só para avisar que cheguei- falou ele.
-Oh, Eduardo, ainda bem- Disse ela.
-Pronto - falou a moça do caixa.
-Obrigada- disse Beatrici.
O homem de terno preto pegou nossas compras e nos seguiu.
-Mary, este é Eduardo ele vai levar nossas compras- falou Beatrici.
-Olá Eduardo- falei com ele sorridente.
-Olá senhorita Mary- respondeu ele gentilmente.
Depois fomos num salão de beleza. Onde Suzi, uma cabeleireira que Beatrici dizia ser divina nos atendeu.
-Oi, minha querida -falou a cabeleireira.
-Trouxe essa moça, hoje.
- Sente-se aqui - disse a cabeleireira.
-Obrigada- falei.
-Meu nome é Suzi, e o que você quer fazer no seu cabelo?”
-O meu é Mary, me surpreenda
- Sei exatamente o que fazer. Gostei dessa garota – disse para a ultima frase para Beatrici que sorriu.
Suzi molhou meu cabelo, depois cortou, depois colocou um produto, depois lavou novamente depois secou. Enquanto isso Beatrici estava fazendo um tratamento pra deixar o cabelo sempre liso. Nós duas acabamos juntas. Passamos um bom tempo no salão. Rindo com as fofocas das manicures.
Suzi logo terminou e deixou me ver no espelho. Não acreditava no que eu via, era outra pessoa, podia até ser bonita, e ainda era eu, mas diferente. O formato das minhas sobrancelhas realçava meus olhos azuis escuro.
-Gostou? -perguntou Suzi
-Amei - falei maravilhada.
-Nossa Mary que linda você está- disse Beatrici com os olhos brilhando.
-Obrigada, e obrigada Suzi
-De nada querida, volte sempre.
Nós saímos do salão, Beatrici não fez muito então continuava parecendo uma modelo.
-Vamos comprar roupas agora- disse ela.
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