Iron Mask escrita por Luisy Costa


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez meu sumiço não foi tão longo, mas ainda assim peço desculpas por ele. Vou deixar que leiam e nos vemos outra vez no final.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/141848/chapter/17

 

 

 

Durante a madrugada ouvi Alec ser arrastado para fora pelo corredor, levantei assustada do meu colchão, mas os guardas o traziam bêbado e ele não notou minha presença. Deixei que se afastassem alguns metros antes de os seguir, eles pararam no Grande Salão, onde poucas tochas iluminavam os presentes, estava curiosa em saber que Alec ainda estava vivo. Quase todos os guardas estavam ali, os que faltavam deveriam ser os escalados para as rondas da noite. Entretanto a surpresa maior era ver a doce rainha Esme para entre Jasper e Edward.

 

O príncipe mantinha um semblante sério, comedido em suas emoções para mostrar a superioridade da sua realeza. Mas a rainha havia elevado ao máximo a nobreza do seu título, trajando um ostentoso vestido escarlate, joias magníficas e uma imponente coroa. Mas, ainda que estivesse vestida como uma rainha, Esme trazia a feição do próprio carrasco, era uma expressão cruel demais para o rosto amoroso dela.

 

Essa visão me alarmou, mas me recompus rapidamente para não comprometer a minha posição nas sombras. Não queria ser afastada daquele momento, era macabro admitir, mas era reconfortante saber que Alec não poderia causar mais mal a ninguém.

 

— O prisioneiro está pronto para a sentença? — a rainha perguntou gravemente. Jasper assentiu em reposta, os guardas trouxeram Alec bêbado, o fizeram se ajoelhar e apoiaram sua cabeça em uma base de madeira. Emmett então entrou no foco de luz carregando um grande machado, a lâmina afiada brilhava mesmo na luz tênue. Esperei que dessem a sentença. — Vossa alteza, Edward, como futuro soberano desse reino, é seu dever aprender a agir com justiça.

 

Edward deu um passo em direção a Alec, me surpreendi que fosse ele a declarar que um homem seria morto, ainda que um dia essa fosse uma de suas obrigações como rei, saudar seus heróis e julgar o inimigo. O príncipe que eu conheci enquanto viajava a esse esconderijo se regozijaria por cumprir essa responsabilidade, mas o Edward de agora parecia incomodado.

 

— Alec Jamesonn, eu, Príncipe Edward, sucessor do trono da Inglaterra, o declaro culpado pelos crimes de traição ao reino, sequestro de membros da realeza, espionagem e assassinato. Por estes crimes, sua pena será a morte por decapitação. Entretanto, sendo justo como um soberano, dado sua cooperação, autorizo que seus sentidos sejam amortecidos — ela parou um segundo e retomou o fôlego. — Seu último desejo já lhe foi concedido, portanto, goza apenas do direito de suas últimas palavras.

 

Um silêncio assomou o salão, todos esperavam que Alec falasse alguma coisa.

 

— Minhas últimas palavras? — ele repetiu em um questionamento bêbado. — Diga para aquela merdinha que usa calças que a estarei esperando no inferno.

 

— Certo — respondeu o príncipe um tanto surpreso. — Agora, que a pena seja cumprida imediatamente. Alec Jamesonn, que Deus tenha pena da sua alma.

 

Após as palavras de Edward, os sons de cuspes foram multiplicados entre vários dos presentes. Enquanto isso, Emmett havia levantado o machado, seus músculos flexionaram e então com um só golpe a cabeça de Alec foi desligada do corpo. Seu corpo se contorceu um pouco antes de finalmente desfalecer, só então todos começaram a se movimentar ao redor.

 

Eu voltei para o túnel silenciosamente por alguns metros, antes de finalmente dar de costas e correr de volta ao meu buraco. Não queria ser pega bisbilhotando.

.

.

.

 

Na manhã seguinte todos com que me encontrava no caminho para o Jardim pareciam não saber da existência de uma execução. Até mesmo a rainha estava agindo normalmente, sem nenhum sinal de hostilidade no olhar. Durante a manhã com as princesas elas pareciam alheias a que Alec convivera no mesmo lugar por tanto tempo.

 

Havia uma verdadeira paz agora, sem a ameaça de outro ataque e com a última referência ao inimigo morta. Também deveria me sentir calma, mas minha situação era um pouco mais delicada. Havia a garantia de sair do esconderijo viva, mas não com o coração intacto. A repentina promessa do fim da guerra me alçava a um egoísmo mórbido, uma vez que estar com Edward dependia de estar protegidos de uma guerra. Vidas eram sacrificadas a cada minuto em que eu passava em seus braços.

 

Estava pesando o meu sofrimento pessoal com o sofrimento de milhares, não era uma balança justa para mim. Não poderia colocar a minha felicidade em pesar da tristeza de muitos outros. Doeria, e eu até já podia sentir, mas o único desejo verdadeiro ao qual deveria me apegar era a paz.  E, para colocar no lado certo da balança, com o fim da guerra retomaria as terras da minha família e assim mamãe e Renesmee poderiam voltar para casa. Quando os Swan reassumissem, toda a vila seria segura outra vez. Com sorte, eu poderia ter uma vida tranquila, longe da escuridão e violência na qual vivi nos últimos anos.

 

Um pássaro deu um grito alto ao mergulhar no fosso do Jardim, interrompendo meus pensamentos e a conversa das princesas. Jasper saiu do túnel, se aproximou devagar e acariciou a ave de rapina, a mesma se inclinou ao seu toque e estendeu a pata para ele. Era uma ave treinada como para agir como correio, normalmente usavam pombos, mas havia ouvido falar que a realeza usava aves de rapina para evitar pombos mortos por predadores.

 

Jasper abriu e leu a mensagem com um sorriso, a rainha se aproximou dele para ouvir a notícia, foi prontamente seguida pelas filhas, também me aproximei mantendo uma distância discreta.

 

— Temos boas notícias, Vossa Majestade — anunciou um Jasper que aparentava um misto de felicidade e tristeza. — O rei não dá detalhes além de que um acordo de paz foi negociado e que em breve chegará ao esconderijo.

 

— São excelentes notícias! — exclamou a rainha, em seguida abraçou as filhas que pareciam felizes e incomodadas. — A chegada do rei deve ser esperada a qualquer minuto, diga a todos que comecem os preparativos para partir. Não quero passar mais nenhum dia do que o necessário aqui dentro.

 

E com isso, a rainha irrompeu para dentro do complexo, Alice e Rosalie ficaram alguns segundos mais antes de seguir a mãe. Alice lançou um olhar cheio de significado para Jasper antes de deixar o Jardim. O mesmo a acompanhou com os olhos até que sua silhueta desaparecesse na escuridão.

 

Por fim eu ficara sozinha no Jardim, meu corpo estava completamente preso ao chão sob os meus pés. Meu presente com Edward tinha um prazo excruciantemente menor agora. Foi a imagem do seu sorriso que me soltou do chão e fez com que corresse para pelos corredores até chegar ao meu buraco. Era muito cedo para o encontrar casualmente deitado no meu colchão, mas ansiava ver seu sorriso enquanto ainda podia. Ele não viria agora e eu sabia disso, estaria certamente celebrando com sua família, ainda que suas irmãs também carregariam a própria carga de tristeza.

 

Passei quase todo o dia remoendo meus sentimentos até ouvir seus passos pelo corredor, eram pesados e rápidos, estava correndo na minha direção. Não pude esperar como sempre a sua visão na curva do túnel surgir com a luz da tocha. Me lancei em um salto desesperado na direção que ele vinha. Edward teve poucos instantes para raciocinar o que acontecia, mas ainda foi capaz de jogar a tocha ao chão e me segurar quando envolvi minhas pernas em seu tronco.

 

— Minha Bella — ele disse com o rosto no meu pescoço.

 

— Eu estou aqui — respondi enquanto puxava seu cabelo para ver os olhos verdes que amava.

 

— Eu nunca me senti tão extasiado e desconsolado ao mesmo tempo — ele nos levou para o buraco, deixando a tocha para trás. — Por um momento eu pensei que teríamos a eternidade nesse lugar.

 

Me deitou gentilmente sob o colchão, em seguida sentou ao meu lado e deixou seus braços abertos para que eu pudesse voltar ao seu colo.

 

— Nós temos uma eternidade, Edward. Ela é aqui e agora, isso é tudo que podemos pedir — respondi, deixando finalmente cair as lágrimas que segurava. Deve ter sentido as gotas em sua camisa, pois estendeu a mão para limpar meu rosto.

 

— Me deixe pedir mais Bella — um príncipe me pedia permissão. — Não me importa a quem esteja prometido, uma heroína da nação vale milhões de vezes mais que uma princesa.

 

— Eu sou uma heroína para vocês, Edward — coloquei a palma da mão sob seu rosto. — Para minha família sou uma filha perdida e para muitos sou um inimigo mortal.

 

— Eu quero te dar mais do que prometi, Bella, quero um para sempre, e não apenas o presente ao seu lado — ele segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um beijo apaixonado.

 

— Não vou aceitar nenhuma promessa mais — lhe disse sem fôlego após o beijo. — Você disse que não queria fazer comigo o que fez com outras mulheres. Alguma vez elas te fizeram sentir os mesmo que eu?

 

A minha sugestão caiu entre nós, ele afastou a cabeça levemente, mesmo que não pudesse ver nada na escuridão. Eu sabia o que estava pedindo e eu verdadeiramente o queria com cada pedaço do meu corpo. Por fim, havia cometido pecados demais para me preocupar com a gravidade de entregar a minha castidade ao homem que governava meu coração.

 

— Nunca em toda minha vida houve uma mulher a quem dedicasse um ínfimo dos sentimentos que tenho por você, minha Bella — ele beijou a minha testa. — Entretanto, por mais que eu a deseje com todo o ardor, não posso condenar sua alma e seu futuro.

 

— O futuro é o desconhecido, Edward — segurei sua mão e a pus sobre o meu coração. — Não posso me entregar para um homem que não faça meu coração bater como você o faz.

 

Ele então se levantou sem falar absolutamente nada e foi para longe de mim a passos rápidos. Meu corpo começava a desabar com a rejeição quando vi que a luz da tocha se aproximava uma vez mais. Edward estendeu a mão para mim, me ajudando a ficar de pé.

 

— Você pode me convencer que Deus vai me perdoar por macular sua carne, mas eu não poderia me perdoar por tirar sua castidade no chão duro de um buraco.

 

Sem dizer mais nada, ele me guiou pelos corredores do depósito até chegar a uma caverna com vários móveis. Todos estavam cobertos com lençóis para evitar a poeira, Edward começou a acender tochas deixadas pelas paredes e quando o ambiente estava iluminado pude ver um gigantesco móvel ao fundo. Quando o lençol foi retirado, uma imponente cama de dossel foi revelada, em um baú Edward encontrou lençóis limpos e os usou para forrar a cama.

 

Ele voltou para onde eu estava parada e me tomou nos braços, caminhando lentamente até se ajoelhar na cama e nos posicionar bem no meio. Assim que estávamos acomodados, ele deitou seu corpo sob o meu e começou a me beijar lentamente.

 

— Você tem mais uma oportunidade para me dizer pare, minha Bella, e eu vou respeitar seu desejo com o coração leve — ele começou a beijar o meu pescoço para que eu pudesse responder.

 

— Não ouse parar.

 

Foi tudo que lhe ofereci como resposta. Depois disso, ele se dedicou a despir cada peça de roupa que trazia, beijar todo o meu corpo com dedicação e me tomar gentilmente como sua por toda a noite.

.

.

.

 

Por mais duas noites nos encontramos sobe o mesmo dossel e nossos olhos só se fechavam muito depois de as tochas estarem apagadas. A primeira noite fora gentil e suave, ele havia tomada meu corpo com a reverência dedicada a uma rainha. Mas a cada noite a nossa união se tornava mais fervorosa, mais intensa, entre risos e gemidos, paixão e carinhos.

 

Depois ele me despertaria com um beijo suave e não deixaria a cama até que eu fosse com ele para fora, apenas nos separávamos ao chegar ao meu buraco. Ele seguiria seu caminho e eu me recomporia o máximo possível para manter a rotina. Minha concentração estava sobre isso agora, a família real passava quase todo o tempo em seus preparativos, por isso eu tinha o Jardim só para mim naquele momento. Meus contatos diurnos com Edward tinham ficado mais polidos e educados, eu evitava observa-lo por muito tempo se tivesse companhia, pois apenas ver seu semblante fazia meu corpo inteiro ruborizar de desejo.

 

Puxei uma delicada flor do solo e a levei ao nariz, ela tinha o cheiro de terra limpa e orvalho da manhã. Era puro e inócua a sentimentos, por um segundo desejei ser essa flor, uma vida curta e gloriosa sem o sofrimento de amar. Me entregar a ele não havia sido um erro, mas deixaria ainda mais marcada a sua falta.

 

Ao longe soaram algumas trombetas e eu sabia que nosso tempo havia acabado, elas zombavam do meu sofrimento com seu tom alegre. Sem pressa alguma, levantei do chão, limpei a saia e segui lentamente para o Grande Salão. Quando cheguei alguns guardas já estavam à espera do rei, mas Jasper e Emmett chegaram correndo de mãos dadas com as princesas. Eles não foram pegos ao soltar rapidamente as mãos e eu temia com meu coração doloroso que agora compartilhassem da minha dor. 

 

Tal qual a outra noite, eu me mantive nas sombras, deixaria que com o tempo as cartas fossem postas à mesa. Edward chegou correndo com a sua mãe, na companhia das aias, todos se reuniram as princesas em olhar ansiosamente para o túnel que vinha das cachoeiras.

 

O som de numerosos passos chegou antes da visão do rei Carlisle. Ele parecia um homem dez anos mais velho do que eu me recordava e trazia uma armadura com claras marcas de batalha. Assim que seu olhar pousou sobre a família, ao menos metade dos anos ganhos desapareceu, ele deixou toda a cerimônia de lado e correu para os braços da esposa. Depois de abraçar e beijar a rainha, o rei se voltou para suas filhas, abraçando as duas ao mesmo tempo e as suspendendo no ar, tal qual crianças. Por último ele se aproximou de Edward, segurou seu rosto por alguns instantes antes de o abraçar apertado.

 

Toda a cena fora assistida de forma discreta pelos presentes, que não queriam invadir o reencontro da família. Por mais algum tempo o rei se dedicou a falar com seus filhos e esposa, mas assim que acabou de responder a algumas perguntas, ele se voltou para Jasper e Emmett.

 

— Quero a presença de todos aqui ao meu redor — ele comandou e eu me senti insegura de deixar meu esconderijo. Ele observou os rostos que o rodeavam e notou uma grave ausência. — Não vão me dizer que Iron Mask não cumpriu com sua palavra de homem e era o informante para os italianos. Tiramos a informação de pelotão de soldados inimigos que encontramos no caminho.

 

Todos se entreolhavam sem saber como responder, e eu não conseguia sair do meu lugar nas sombras. Jasper assumiu seu lugar de liderança e deu um passo em direção ao rei, lhe endereçando uma reverência.

 

— É um pouco mais complicado que isso, Majestade — ele ofereceu como resposta.

 

— Não houve uma traição da parte de Iron Mask — a rainha interveio. — Ao contrário, suas ações foram fundamentais para estarmos vivos e seguros hoje.

 

— Se assim você diz, minha rainha, então eu quero dar a ele minha eterna gratidão — ele beijou levemente os dedos da esposa. — Sir Emmett, vá buscar Iron Mask, diga que seu rei quer o ver.

 

— Não será necessário, Vossa Majestade — eu disse, finalmente tomando coragem de me revelar. A minha voz atravessou o Grande Salão chamando a atenção de todos, aqueles que conviviam comigo já estavam acostumados, mas o rei e seus guardas me olhavam com grande surpresa.

 

Eu caminhei na direção na família real, o rei permanecia confuso quando o reverenciei.

 

— Isabella Marie, da Casa dos Swan — me apresentei formalmente durante a reverência. — Entretanto, Vossa Majestade me conhece como Iron Mask.

 

O rei olhava espantado para a minha figura em um vestido, com o cabelo trançado de lado e um leve rubor envergonhado nas bochechas. Edward se aproximou e pôs a mão sobre o ombro do pai.

 

— Meu rei, por que não deixamos que seus guardas descansem e assim podemos deixa-lo familiarizado com a situação de forma privada?

 

Sem perder a imponência, Carlisle assentiu para a sugestão do filho, uma forma de demonstrar a todos que ele confiava no seu herdeiro.

 

— Guardas, vocês podem descansar agora — ele se virou aos guardas do esconderijo. — Espero que possam ajudar seus companheiros a encontrar uma refeição decente e um lugar para pousar a cabeça.

 

Todos responderam afirmativamente e começaram a socializar entre si, afinal eram companheiros de ofício e trabalhavam juntos no castelo. Alguns dos guardas novos me olhavam mais incisivamente, os reconheci como parte do meu apoio no resgate do príncipe. Os cumprimentei com um aceno de cabeça, mas eles não souberam como reagir. 

 

— Minha querida família, me acompanhem aos nossos aposentos — todos começaram a se mover, mas eu não me mexi. — Senhorita Swan, você também deve vir conosco.

 

Assenti e segui ao lado das aias pelos corredores até a Ala Real, meus passos eram pesados, mas me esforçava para manter a calma superficial. Quando essa missão tinha começado, jurava que poderia sair ilesa e sem ter minha identidade revelada. Mesmo a perseguição de Jacob, meus crescentes sentimentos por Edward e até o assédio de Irina não foram capazes de me dissuadir do meu segredo. Meus objetivos eram voltar para casa e ser livre desse compromisso que arrancava a sanidade da minha cabeça.

 

Porém agora meu destino era incerto, ainda que a rainha me houvesse dado garantias, ela não poderia ir contra qualquer decisão do rei. Além disso, havia me entregado aos braços do seu filho e eu era diferente das demais damas que ele havia profanado. Era uma jovem de uma casa respeitável, embora pequena, que se tivesse um pai vivo, teria morrido de desgosto. Todavia, jamais usaria isso contra Edward, ele seria livre para cumprir com seus deveres e eu levaria as marcas da memória do nosso breve amor. Havia em mim alguma honra e bom senso, apesar de tudo que indicava o contrário.

 

O rei estava sentado ao lado esposa, enquanto seus filhos os rodeavam por trás do assento. Pareciam sussurrar entre si alguma coisa, mas quando passei pelo umbral todos se calaram e me observaram. As princesas me ofereciam um sorriso de solidariedade, enquanto Edward me olhava com grande tensão.

 

— Senhorita Isabella, queira sentar-se, creio que seja a minha vez de ouvir a sua história.

 

Disse sem cerimônias, indicando de tomasse uma cadeira próxima a onde se encontrava. Os demais que estavam em pé também se sentaram, eles pareciam ansiosos mesmo já conhecendo toda a minha história. Me sentei no local indicado e esperei até que as aias terminassem de servir uma bebida ao rei. Ele ainda parecia cansado da viagem e recebeu com alegria a taça ofertada.

 

Assim que sua atenção voltou para mim, limpei a garganta e recontei toda a saga da minha vida. Entretanto, dessa vez acrescentei algumas das minhas façanhas ao longo da carreira de caçadora, o que chamou mais a atenção de quem já havia me ouvido antes. Inclui até mesmo a caçada que fiz com o trio que nos atacara para que o rei soubesse como os conhecia. Não queria que pensasse que eu era uma traidora, uma espiã.

 

Aproveitei também para falar sobre o ataque sofrido e como o treinamento com as princesas havia sido vital para que todos estivessem bem hoje. Por fim, deixei claro que minha única intenção era realizar a missão dada e ao fim retornar para minha família. O rei tomou minhas palavras com calma, apenas fazendo pequenas perguntas aqui e ali.

 

— É uma história inacreditável demais para não ser verdadeira — disse depois que terminei. — Agora que a ouvi, quero discutir em particular com minha família. Nos encontre amanhã pela manhã no Jardim.

 

— Claro, Vossa Majestade — respondi, me levantando e oferecendo uma reverência antes de me retirar.

 

Não ousei olhar para ninguém mais, nem mesmo para Edward, mas podia sentir o olhar de todos queimando minhas costas enquanto me retirava. Assim que possível corri pelos corredores, mas não para o buraco, eu queria estar um pouco mais de tempo no único lugar em que havia celebrado o amor. Foi um pouco difícil de encontrar na escuridão, mas os meses passados nos depósitos me haviam dado uma ótima noção de por onde seguir. Só parei quando finalmente senti a cama sob os meus dedos, me joguei no colchão e me abracei firme, sentindo o nosso cheiro misturado no lençol.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá mais uma vez! Acho que nesse ponto já ficou visível que a história está quase no fim, que é a única parte na minha cabeça que segue a mesma desde que concebi a fanfic em 2011. Mas não fiquem tristes, ainda tenho mais algumas palavras para vocês.

Espero que tenham se emocionado o mesmo tanto que eu com a decisão deles de fazerem amor. Por muito tempo eu tinha decidido que eles jamais iriam para a cama juntos, porém, pensei melhor e cheguei a conclusão de que ambos mereciam saber o que era ser um só com seu amor verdadeiro.

O capítulo seria maior, mas achei melhor não apressar as coisas e dar mais espaço para o fim da história. Espero que me acompanhem no fim dessa larga jornada.

Obrigada por ainda trilharem esse caminho comigo, estou aberta a todos os comentários sobre esse capítulo e as expectativas que tenham para a reta final.

Beijos e abraços,


Luisy Costa.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Iron Mask" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.