With a Heart escrita por Akemi_Konoe


Capítulo 8
Capítulo 8 - Bitter




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Acordei com os raios de sol da tarde. Havia adormecido após aquilo, estava com o corpo nu e quente, enrolado por um cobertor avermelhado. Olhei para minha volta: roupas jogadas (minhas e dele) no chão e na cama, as janelas estavam abertas, um relógio estava bem à minha frente dizendo-me que já eram 16:20 da tarde. Nenhum sinal de Hachiro dentro daquele quarto.

Levantei-me enrolada no cobertor liso, peguei minhas roupas que estavam jogadas e as coloquei para lavar. Abri uma de minhas malas e peguei uma toalha e algumas roupas para pôr após um banho quentinho.

Desci as escadas para procurar um banheiro, tomei cuidado para não me perder naquela casa, já que era excepcionalmente enorme. Não demorei muito e achei um banheiro. Abri a porta e fui para meu banho.

Enquanto ligava o chuveiro, ia pensando na voz que havia escutado naquele dia. Talvez eu tivesse batido a cabeça em algum lugar ou estivesse com náuses após ter inalado aquele odor horrível do porão secreto de minha tia. Mas lembrei que ouvi a voz antes mesmo de entrar no porão, quando a polícia nem havia chego em minha casa ainda.

O vapor da água quente já estava surgindo, entrei no chuveiro e começei a pensar sobre aquilo que Hina me falou sobre Yuki, minha irmã gêmea falecida. Tentei imaginar a neve vermelha, manchada pelo sangue de Yuki. Lembrei que Hina disse que havia uma mulher loira que estava no carro em que atropelou minha irmã, cujo rosto ela não tinha visto. Lembrei também que Hina disse que minha tia que tinha matado minha irmã.

Talvez, minha tia tivesse tentado me assassinar algumas vezes, mas porquê?

De repente, uma imagem de minha tia, com o rosto meio coberto por um chapéu, surgiu diante de meus olhos. Ela estava saindo do carro para consolar Hina, mas ela estava com um sorriso maléfico no rosto.

Teria sido uma de minhas memórias perdidas? Ou talvez fosse só impressão?

Quando terminei meu banho, saí do box para me secar, ouvi um barulho vindo da maçaneta e pensei "Ah... deve ser o Hachiro...".

Aí paguei o pior mico de toda minha vida.

- Hachiro? Você está a... -era o Akinori, ele abriu a porta e, quando me viu enrolada na toalha, arregalou os olhos e ficou de boca aberta.

Não pude deixar escapar um grito agudo. Nori fechou rapidamente a porta.

"Droga, porquê eu não tranquei a porcaria dessa porta?"

Vesti-me rapidamente e fui falar com o Nori-senpai, era a única coisa que eu podia fazer para que nos esquecermos daquela cena humilhante.

Nori estava ao lado da porta, falando com Hachiro, que estava brigando com ele por ter feito aquilo e ter me visto... só de toalha.

- Baka! Peça desculpas para ela! -berrava Hachiro.

- Hachiro, pare com isso! Não foi culpa dele, eu que não tranquei a porta! -eu disse, acalmando ele.

Nori olhava sério para nós dois.

- Tudo bem, Miya -disse Nori.

- O que? -pergunto, confusa.

- Eu também não havia batido na porta, foi culpa minha -ele disse sem perder a seriedade que estava estampada em seu rosto.

- M-mas Nori-senpai... -digo, assustada com o olhar dele fixo em mim.

- Vamos esquecer tudo isso -disse Hachiro, com aquele sorriso de boca fechada, que sempre me encanta.

- Hachiro... tenho que ir para minha casa para pegar meu uniforme escolar de amanhã que eu esqueci... -eu disse.

- Não é seguro, sua tia pode estar lá! Eu tenho que ir lá por você, ou ir junto com você, senão você pode morrer!

- NÃO QUERO QUE VOCÊ VÁ JUNTO! -digo quase berrando- Eu sei que você é super protetor, mas isso me irrita, porque eu quero ficar um tempo sem você! Quero meu próprio espaço! -grito essas palavras para ele, choro e saio correndo.

- Espere Miya! -ouvi Hachiro gritar.

- É, você tem jeito com garotas, Hachi. -disse Nori, sarcásticamente.

Eu corri em direção à casa onde eu morava com minha tia. Ora essa, eu ia só pegar um uniforme! O que tem de mais nisso?

- Ufa, acho que despistei ele. -digo ao entrar em minha casa.

Dou alguns passos lentos para frente. A casa estava muito escura e todas as cortinas estavam fechadas. Era difícil ver algo lá dentro, exceto pelo fato de que a porta da entrada estava aberta, já que eu tinha chego. Ouvi um ruído. Em seguida, a porta se fechava lentamente, causando terror para meus ouvidos. A única luz forte dali se fora. A porta se trancou. Sozinha? Não, alguém estava ali.

Virei-me assustada e vi minha tia lambendo um facão ensanguentado, em frente à porta fechada.

- O que houve Miya? Está lambendo os beiços por um pouquinho do delicioso sangue da barriga de sua amiga? -ela ria maléficamente- Pena que ela ainda não foi morta por mim.

- C-como... você... -é a única coisa que consigo dizer.

- Deve estar se perguntando porquê eu matei seus pais não é mesmo? Pois bem... você sabe que eu era irmã de sua mãe, certo? Eu sempre odiei ela. Tudo o que ela fez foi ser sempre a melhor. Só porque eu vivia sem amigos, era a "malvadinha", a arrogante, a pior pessoa do mundo, e aquela que gostava de torturar animaizinhos "fofinhos e cuti-cutis", eu tinha que ser odiada por todos. Lindo né? Minha irmã pobre e inofensiva disse que queria me ajudar, mas na verdade, era uma mentirosa. Ela sempre teve tudo o que quis e sempre foi considerada humilde e doce. Eu quis me vingar dela. Matei ela, o marido dela e, sem querer, matei sua irmãzinha.

- O QUE VOCÊ PRETENDIA? -berrei.

- Meu plano era ficar com sua irmã para sempre, já que ela era a mais ativa, podia ser mais útil. Fui eu que mandei ela para aquele colégio interno. Ele era ótimo, todos de lá eram inteligentes. Que pena que foi um verdadeiro disperdício. Mas ao menos, você havia perdido suas memórias e não podia se lembrar de meu rosto após eu atropelar sua irmã. Podia ser útil.

- E quanto às pessoas que você matou? Aquelas mais de 100 ou sei lá quantas?? -perguntei.

- Hum, você ficou curiosa né... eram pessoas que eu acabava me metendo em brigas, que quebravam meu coração sensível e...

- VOCÊ NÃO TEM CORAÇÃO! -berrei.

- Talvez. Mas eu sei que você tem. E ele é que deixa você viva. Mas antes de te matar... quero contar mais um pouco à você sobre o que aconteceu recentemente e antigamente... -ela disse, abrindo um sorriso malvado no rosto.

Continua...


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