With a Heart escrita por Akemi_Konoe


Capítulo 4
Capítulo 4 - Contos de Fadas... Reais?




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Quando abro rapidamente os meus olhos, volto à realidade, vejo que Hachiro ainda me beijava com delicadeza. Ao me tocar que na verdade, contos de fadas existem para serem estragados e partidos ao meio e que finais felizes só são felizes no caso de Romeu e Julieta, já que os dois, após a morte, tiveram a eternidade para ficarem juntinhos.

- Espera um pouco! -comecei, histérica- Você nem sabe quem sou eu! Como pode vir e beijar alguém que nem sabe o nome?? Quem você pensa que é? -eu explodi em perguntas, estava confusa demais para tudo aquilo. O que ele pretendia comigo?

- Sei muito bem quem você é -ele disse seriamente, tapando a minha boca com o dedo indicador, como se estivesse me acalmando. Na verdade, era isso mesmo que ele estava fazendo. - Seu nome é Ogawa Miya. Não se lembra mesmo de mim né?

- Lembro de que você deu uma surra naqueles homens que tentaram machucar minha amiga e eu...

- Está enganada?

- E-estou? Como assim? -pergunto, assustada com a tamanha seriedade do garoto de cabelos escuros.

- Nos conhecemos quando você tinha 10 anos. Não lembra? Melhores amigos para sempre, "Shiro-kun vamos nos casar no futuro né?" você me perguntava isso todos os dias.

- Mas foi quando eu tinha 10 anos? -aí eu me relembro de algo- Foi... a mesma época de que fui... atropelada. -digo, cabisbaixa.

- Como? -ele se assusta ao ouvir aquelas palavras.

- Você era o Shiro-kun né? Minha tia falou de você...

- Atropelada? Por acaso você perdeu a memória?

- Pois bem, eu estava brincando com minha melhor amiga Hina, distraída, atravessei a rua correndo, tropecei e caí no chão. Na mesma hora passou um carro e me atropelou. Por um minuto, jurei que tinha morrido, mas na verdade estava viva. Eu não conseguia lembrar de mais nada a não ser as lembranças de meus 6 anos de idade. O médico, ao dizer o que havia acontecido para mim, revelou que não poderia fazer mais nada em relação à minha perda de memória. Fiquei triste, pois as únicas lembranças que eu tinha eram do tempo em que conheci Hina, no começo de meus 6 anos e dos meus últimos momentos com meus pais, antes do acidente deles. E também do acidente.

- Disso eu não sabia... e pensar que eu tive de lutar tanto para te reencontrar de novo -ele demonstra tristeza no rosto.

Ficamos ali, parados olhando um para o outro, eu estava quase me derretendo em lágrimas só de olhar para a expressão de tristeza do rosto de Hachiro. Ele pôs a mão no meu rosto.

Eu queria que uma explosão nuclear me engolisse no momento em que eu ouvi a voz de Hina me chamando e, praticamente, berrando em meus ouvidos: "MIIYAAA-CHANN! SUA TIA CHEGOOOU! SE DIVERTIU BASTANTEE NÉ??"

- Parece que você tem que ir agora -Hachiro disse, sorridente.

- Mas... -fiquei sem voz ao ser puxada pelo braço por Hina

- Vamos logoo! -Hina insistia, me arrastando para dentro do salão, e em seguida para a saída dali- Até mais, amiga! -ela acenava sorridente enquanto eu entrava bufando no carro da minha tia.

- Se divertiu bastante lá, Miya? -minha tia perguntava enquanto eu fechava a porta do carro, com raiva de mim mesma por não ter dado um "tchau" para o garoto que eu amo e por minha amiga ter pago um mico enorme na frente do mesmo garoto.

- Sim -respondi como se tudo tivesse normal e como se o mundo não fosse acabar. Não ainda.

- Usou camisinha?

Ao ouvir aquilo da minha tia, não soube onde eu deveria enfiar a cara. Isso já era mico demais para um só dia.

- Tia... por acaso você acha que eu tenho cara de prostituta? -digo friamente.

- Não, mas você está numa idade que...

- Eu não preciso ter "a conversa" com você -interrompo.

Nós duas ficamos caladas por um bom tempo, eu não estava arrependida de ter dito aquilo para minha tia, além do mais, ela sabia que exagerava nos níveis das conversas que eu tinha com ela.

Algo estava me encucando: "Após aquele acidente, porquê eu tinha de lembrar somente de meus 6 anos? Porquê eu não perdi todas as minhas memórias de uma vez só? Só por causa que nos meus 6 anos aconteceram as melhores e as piores coisas da minha vida?".

Ao chegar em casa, fui direto para meu quarto tirar aquele vestido, desarrumar meu cabelo e tirar aquela porcaria daquele salto alto que estava moendo meus pézinhos.

No meu quarto, acendi as luzes, olhei para o espelho e levei um susto ao perceber que a minha flor de cabelo (de mais de 200 ienes!) não estava mais ali. Voltei para o carro e procurei, procurei nas escadas, procurei no chão do meu quarto e nada. Provavelmente havia perdido aquela maldita flor no baile. Legal, mais de 200 ienens para o lixo, umas comprinhas com 200 ienes nem fazem falta.

Deitei na cama bufando, estava farta de SEMPRE PERDER ALGUMA COISA IMPORTANTE. Notei que já eram cerca de 3 horas da manhã.

A campainha tocou. Quem seria naquela hora?

- Deixa que eu atendo! -berrei escadas abaixo para minha tia, que já estava indo para a cama.

Ao chegar na porta, respirei fundo e a abri. Uma surpresa inesperada estava ali: Ninguém mais, ninguém menos do que ele, Hachiro.

- Com licença, acho que você esqueceu isso -ele disse sorrindo, esticando seu braço em minha direção com a minha flor de cabelo na mão.

Continua...


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