Eu e Hachiro fomos fazer uma pequena visita, sem os policiais, para saber como as coisas estavam indo com o cientista Ace (Ventura, um maluco no laboratório).

Ao chegarmos lá, colocamos os casacos e logo encontramos Ace.

- Konnichiwa Kojima-kun, Ogawa-chan, obrigado por virem, chegaram na hora certa! -ele afirma.

Ele abre a porta do freezer gigante e lá dentro, nos guia até o cubo de gelo onde estavam meus pais, ou melhor, o quase o cubo...

O gelo havia sido derretido muito, estava muito, muito perto do corpo dos meus pais, cientistas assistentes de Ace derretiam lentamente e calmamente aquele gelo todo, cautelosamente eles usavam os maçaricos e iam derretendo o gelo pelos cantos, com o maior cuidado possível.

Começei a ficar ansiosa e nervosa, Hachiro me segurou pelos ombros para que eu não saísse do lugar, e fez bem, pois, eu não tinha intenção nenhuma de fazer isso mas, eu iria avançar naquele gelo, sem pensar duas vezes.

- Miya, controle-se! -disse Hachiro.

Eu me conti, esperei junto com Hachiro, ali, nós dois estávamos parados naquela sala branca, onde havia só gelo, pessoas, dinossauros e fosséis congelados. Quando o corpo de meus pais começou a aparecer fora do gelo, corri em direção à eles.

- Pai! Mãe! -gritei, correndo na direção deles.

- Miya, não! -gritou Hachiro, correndo atrás de mim.

- De novo não, Ogawa-san, não avance no gelo! -gritou Ace.

- Eles precisam de mim! -gritei.

Sem ver o que estava à minha frente, escorreguei na água do gelo que havia sido derretido e caí de barriga no chão. Deslizei até chegar exatamente à uns 10 centímetros de onde meus pais congelados estavam.

- Pai! Mãe! -grito, tentando me levantar.

- Miya, tudo bem? -gritou Hachiro.

- Garotinha, pare de nos atrapalhar! Não vê que a situação é delicada? -reclamou uma assistente com o maçarico na mão.

Tentei me levantar, mas caí no chão de novo. Começei a chorar sem parar, gritei novamente "Pai! Mãe!", eles já estavam com grande parte de seus corpos descongelados, eu estava crendo que eles estavam ainda vivos, eu senti.

- Miya, você está bem?? -perguntou Hachiro, vindo me ajudar a levantar.

- Estaria melhor... -digo.

Logo, os corpos deles já estavam totalmente descongelados e Ace chegou mais perto para analisá-los. Os corpos estavam pálidos, não tinha como sobreviverem.

- Infelizmente, tenho de admitir à você, Ogawa-san, seus pais não estão vivos.

Começo a chorar, fico com a cabeça abaixada.

- Pai... Mãe... -sussurro.

De repente, os corpos começam a ganhar uma coloração de pele diferente, estavam menos pálidos, estavam com mais vida!

- Pai? Mãe? Pai! Mãe! -grito.

Os corpos começaram a acordar lentamente, logo, se levantaram e abriram os olhos. Meus pais estavam sim, vivos de novo!

- Filha! -surpreendeu-se minha mãe.

- Olá filha -disse meu pai.

Eu não pude acreditar, eles eram sim meus pais verdadeiros!

- Impossível! -assustou-se Ace- Milagres acontecem!

- Miya... como?? -apavorou-se Hachiro.

Abraçei meus pais fortemente.

- Vocês são meus pais verdadeiros?

- Claro que somos! Eu posso até provar à você! -disse meu pai- Se lembra de, quando você tinha 6 anos, nós inventamos um toque secreto? -perguntou meu pai.

- Sim! Lembro!

Nós fizemos o toque (é super secreto, portanto não posso revelá-lo!), quando percebi, não era clone nenhum, e sim, meus pais verdadeiros.

Vi o fantasma da minha irmã Yuki atrás deles, olhei para ela, ela estava sorrindo para mim.

- Estou te dando este presente: eu trouxe eles de volta à vida só pra você, Miya! Espero que goste! Até um dia desses! -ela disse, sumindo no ar.

- Obrigada, Yuki-chan... -sussurro.

- Estamos tão felizes em te reencontrar, Miya -disse minha mãe, me abraçando junto com o papai.

Nunca estive tão feliz em toda minha vida. Minha vida estava prestes à recomeçar...

Continua...