With a Heart escrita por Akemi_Konoe


Capítulo 20
Capítulo 20 - Final


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora, tive alguns compromissos e provas super difíceis neste bimestre. Espero que gostem do último capítulo. Obrigada pela compreensão. NOTA IMPORTANTE: HÁ UM AVISO NAS NOTAS FINAIS, GOSTARIA QUE O LESSEM!



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Nunca estive tão feliz em toda, toda minha vida!

 Hachiro estava contente, eu estava contente, meus pais estavam contentes, TODOS ALI ESTAVAM CONTENTES!

 Claro, que precisamos admitir que levamos o maior susto do mundo quando vimos os dois lá se levantando após estarem... mortos. Isso foi muito, muito estranho, tirando o fato de que minha gêmea Yuuki estava ali atrás deles, o que explicava tudo: ela havia ressuscitado eles.

 O problema mesmo era o fato de que teríamos que fazer meus pais arranjarem um emprego e uma casa, já que a velha estava totalmente demolida e queimada como nenhuma outra já esteve até hoje, como iríamos falar: “Ah, meus pais foram ressuscitados após estarem congelados durante 10 anos, sabe... só isso.”?

 Essa seria a parte mais complicada.

 Apesar de tudo, meus pais não se preocuparam tanto com isso.

 - Miya, acho que teremos que morar uns tempos em um hotel – riu meu pai.

- Morem na nossa casa! – eu disse mais que rapidamente.

Hachiro me olhou sorrindo, aquele sorriso dele demonstrava que estaria tudo bem se meus pais morassem uns tempos conosco.

 Meu pai ficou pensativo com o que eu havia dito. Pensou, pensou e pensou.

 No fim, decidiu que a melhor opção era resolver os problemas financeiros, abrindo um certo cofre.

 Cofre?

 Sim, um cofre escondido no outro lado da cidade, dentro de um beco escuro e tenebroso. Ninguém nunca vai lá.

- Então nós iremos comprar logo uma casa usando o dinheiro que há guardado neste tal cofre? – perguntou minha mãe confusa.

- Provavelmente. – respondeu meu pai.

Chegamos em casa, já estava no fim da tarde, meus pais se despediram de nós dois, deixando-nos à sós, eles foram ver os seus negócios.

Eu disse à Hachiro que estaria dormindo, pois estava muito cansada, ele me compreendeu e disse que ele ficaria acordado por mais um tempo.

Deitei na cama e pensei em tudo que havia acontecido naquele dia, tantas coisas malucas que eu nem acreditava que um dia realmente aconteceriam.

Desmaiei e tive um sonho.

Um lindo sonho, no entanto, ele também não era um mar de rosas.

Estava em minha cama, de minha antiga casa, estava meio diferente do que era, havia fotos minhas com meus pais e com minha irmã Yuuki!

Levantei e vi uma cama no outro lado do meu quarto, era exatamente igual à minha cama!

- Ohayo Onee-chan! Vamos logo, levante-se ou iremos perder a primeira aula! – disse Yuuki alegremente.

- Yuuki? O que você está fazendo aqui? – pergunto assustada.

- O mesmo que você, bobinha, indo me arrumar para tomar café da manhã e ir para a escola, seus, ou melhor, nossos amigos estão nos esperando lá, esqueceu?

 - Amigos...? – perguntei confusa, me levantando da cama e olhando para minha irmã – Espera um pouco... Yuuki, você está viva?? – perguntei assustada, quase gritando.

- Não, eu to morta – ela respondeu ironicamente, revirando os olhos.

Olhei para a minha volta, estava com um ar diferente. Yuuki estava usando uma blusa pólo branca, com um blazer de mangas compridas azul-escuro, uma gravata-borboleta (ou laço, como preferir chamar) vermelha, uma saia curta da mesma cor do blazer, meias brancas compridas, que chegavam até um pouco acima do joelho e um sapato preto, básico.

 Levantei-me e vesti uma roupa igual à dela, que estava em cima da escrivaninha.

 Não falei nada, ela começou a falar algumas coisas das quais eu não havia prestado atenção (Yuuki fala muito rápido). Mas o que ela havia me chamado a atenção mesmo foi quando ela disse algo sobre meu namorado.

- Hachiro está no nosso colégio também? – pergunto animada.

Minha irmã me olhou com cara de ponto de interrogação.

- Hachiro... meu namorado... – começo.

- Sabia que você não estava bem, onee-chan. Depois eu te falo sobre isso no carro.

- Nós temos um carro? – pergunto.

- Óbvio. Um Suzuki vermelho... parece até que você bateu a cabeça, Miya!

Forcei uma risada para minha irmã, que ficou rindo sozinha.

Nós duas descemos as escadas e vimos nossos pais tomando o café, arrumados, felizes, prestes a ir trabalhar.

- Bom dia, Miya-chan, Yuki-chan.

- Bom dia, pai! – nós duas respondemos em coro.

- Bom dia, minhas gêmeas queridas – disse nossa mãe, dando um beijo nas nossas cabeças.

- Mãe... nós não temos mais 6 anos! – disse Yuuki, detestando o gesto de nossa mãe.

- Ah, desculpe, filha, só a Miya não reclama de meus beijos e abraços mesmo né? – brincou minha mãe, me abraçando e rindo.

Essa era a vida que eu deveria ter.

 Fomos para a escola de carro com nossos pais, eles trabalhavam no mesmo lugar.

 Isso seria praticamente impossível na vida real, pois meu pai trabalhava em uma empresa de tecnologia, cuidando dos negócios financeiros dela, e minha mãe trabalhava como cozinheira (a não ser que tivesse um restaurante dentro da empresa, mas este não é o caso). Ela também já escreveu livros, mas não são muito populares no país, apesar de serem bem bons.

- Onee-chan... sobre o Hachiro... – começou minha irmã.

- Diga.

- Ele é aquele cara que você era apaixonada, até que um dia você se declarou para ele e ele brigou com você por isso, ele é seu pior inimigo, vocês se encaram mal na escola todos os dias, você realmente não se lembra dele? Ele é excluído por todos na escola porque você e ele se odeiam, e como isso não é novidade, nós duas somos umas das garotas mais populares do colégio. E sempre tem um garoto convidando nós para sair com eles. Você sempre os rejeita, né sua mal-educada? – brinca minha irmã.

- N-nós? Populares?

- Dã! E quem mais? Você perdeu a memória mesmo, hein, Miya – disse Yuuki revirando os olhos, cruzando os braços e olhando para a janela.

- E a Hina? – pergunto.

- Quem é Hina? – Yuuki pergunta me encarando confusa.

“Hina não existe nesse mundo, minha própria melhor amiga não existe” pensei.

- Ah, sim, a Hina! – exclamou minha irmã – Aquela garota dos olhos roxos, né? Ela é só mais uma que não tem amigos, sofre bullying na nossa escola e está na nossa classe, coitada.

- Impossível! Hina sempre foi a pessoa mais amigável que eu já vi e se enturmava facilmente na escola!

- Não, Miya, ela é aquela que vive chorando, com aqueles cabelos compridaços e negros escondendo o pálido rosto dela, que vive vermelho porque ela chora demais, ela se arrepende muito da vida que tem. Os pais dela são separados, parece que eles viviam brigando.

É difícil o rosto de Hina ficar vermelho, afinal, ela nunca chorava. Ela não tinha cabelos compridos e muito menos arrependimento da vida dela! Ela amava a vida dela. Os pais dela estavam juntinhos ainda, não brigam nunca! Eles se amavam até demais. Aquela não era Hina, não tinha NADA a ver com Hina. Eu não sabia mais em que mundo estava. Eu jamais odiaria o Hachiro, além disso, nunca me declararia para um garoto, pois costumo ser muito tímida a respeito disso. Sem a Hina e o Hachiro eu não vivia.

Fico de boca aberta por alguns segundos.

Ao chegarmos na escola, saímos do carro e vimos um monte de garotos lindos e garotas lindas aproximando-se de nós duas.

- Bom dia! - todas disseram em coro.

- Como foi seu fim de semana, Ogawa-senpai? -perguntou uma garota ruiva.

- Está se dirigindo a... mim? -perguntei confusa.

Todos caíram na gargalhada.

- Miya-san, você está muito engraçada hoje, o que deu em você? -perguntou uma delas se acabando de tanto rir.

- E-eu... -comecei, nervosa, gaguejando.

Mas alguém havia me interrompido.

- Com licença, estou passando -disse um garoto, tão lindo quanto Hachiro.

Era alto, tinha cabelos castanhos-médios, olhos azuis, tão azuis quanto os meus! Tinha uma pele branca, porém, era levemente bronzeado. Tinha músculos definidos, ah, e se tinha! Era belo como as ondas do oceano, como já dizia Hina.

- Oi amor, cheguei a tempo né? -perguntou o estranho

AMOR?

- Então, -continuou ele- como foi seu fim de semana, ah é verdade, sábado nós saímos -ele riu.

Vi todos que estavam ao nosso redor rindo também, ah céus, que garoto idiota, ainda por cima me chamou de amor.

 Eu olhava seriamente para ele, Yuki se acabava de tanto rir.

 O sujeito inclinou-se em minha direção, aproximando seu rosto do meu, eu fiquei realmente assustada e não conseguia me mover, ele estava prestes a me beijar!

 Aquele não era meu namorado, de jeito nenhum!

 Dei um tapa na cara dele, desviei-me das pessoas ao nosso redor e saí correndo para o outro lado do colégio.

 Vi um rosto conhecido, estava encostado no tronco de uma árvore, ouvindo música e lendo um livro ao mesmo tempo. Era Hachiro, ele estava com uma expressão séria, da qual eu nunca havia visto.

 Fiquei sentida, não conseguia ver o amor da minha vida daquele jeito, me aproximei cautelosamente dele, mas, ele acabou me percebendo.

 Na mesma hora, fechou o livro sem nem marcar a página em que parou, tirou os fones de ouvido e se levantou rapidamente, me fuzilando com o olhar, que por sinal, ele estava irritado mesmo.

- O que você quer? -ele gritou, irritado

Olhei para meu redor e não havia ninguém. Ele estava realmente falando comigo.

- E-eu... só estava... -tentei dizer, mas nem palavras sequer saíram da minha boca.

- Estava bisbilhotando minha vida? O que mais você tem a tirar de mim? -perguntou ele, se afastando e me deixando parada ali, olhando reto, deixando escorrer lágrimas dos meus olhos, até que uma hora eu estava só.

- Ei, você -disse uma voz conhecida.

Enxuguei minhas lágrimas e me virei para ver quem é que estava atrás de mim.

- Você não é a Miya? -perguntou uma garota de longos cabelos pretos.

- H-Hinaa?? -gritei surpresa.

Nunca imaginei que Hina ficasse tão LINDA de cabelos compridos, mais compridos até do que os meus cabelos! Aquele preto do cabelo dela tinha um brilho lilás e tanto! Porém, Hina estava com os olhos e nariz vermelhos de tanto chorar!

- Como você me conhece? -perguntou ela, assustada.

 - Você... é... minha melhor amiga, Hina! Não se lembra?

- E-e-eu não tenho amigos... -disse ela abaixando a cabeça.

- Essa não era a Hina que eu conhecia. Ela era amigável, ativa e super, super otimista... -digo, sorrindo para ela.

- Então vá procurá-la, se é para zombar de mim, não faça como as outras pessoas desse colégio! -ela mudou o tom de voz, um tom nítido de raiva, e saiu correndo.

- Espere! -grito, mas ela já estava longe.

Fiquei parada por um tempo e o sinal do começo da aula tocou. Eu não sabia exatamente o que fazer, afinal, tudo que era ruim estava acontecendo ali.

Parei um pouco para pensar. Pensei, pensei e pensei. Vi que estava sem minha bolsa da escola, na verdade, não havia trago ela, o que era muito estranho (típico de sonhos).

Fui cautelosamente até a entrada para que ninguém me visse e sai correndo na rua, queria fugir daquilo, aquela não era minha vida de jeito nenhum!

Depois de um tempo, cheguei à uma praça, onde haviam algumas pessoas rodeando-a. Essa praça tinha um chafariz no meio, tinha tanto verde em volta, flores enfeitavam o local, bancos vazios ali estavam.

Sentei-me em um dos bancos e pus as mãos no meu rosto. Inclinei minha coluna e apoiei meus cotovelos nos joelhos e começei a parar de chorar.

- Ei, porquê está chorando, Miya? -perguntou alguém.

- NORI? -viro-me rapidamente na mesma hora, avistando ele bem ao meu lado. Chego até a pular de susto- Não deveria estar na aula agora? -pergunto.

Nori estava com o uniforme (na versão masculina) do mesmo colégio que o meu, ele estava com uma bandana branca amarrada na testa, enquanto a franja a cobria. O garoto ruivo me fuzilava com o olhar o tempo todo.

- Sim, mas você também não está na aula.

Ignoro-o.

- Isso não vem ao caso, eu estou triste, então me deixe em paz! -digo, cobrindo meu rosto novamente, começo a me encolher cada vez mais no banco.

- Olha, sei que está chateada com alguma coisa, pode desabafar comigo -diz ele, sério, me colocando a mão no ombro.

- Nori, minha vida é uma bosta! Tá feliz agora que eu desabafei?

- Porquê acha isso?

- PORQUÊ? PORQUE EU SOU CERCADA DE GENTE MESQUINHA NA ESCOLA, MEUS VERDADEIROS AMIGOS ESTÃO ME ODIANDO, MINHA IRMÃ GÊMEA ESTÁ VIVA E EU NÃO SEI MAIS O QUE FAZER! -grito, direcionando uma cara de raiva pra ele.

Ele me encara sério.

- Miya, às vezes, temos que deixar algumas coisas para trás. Além disso, muitas vezes, algo bom está faltando, mas não significa que possa conseguí-lo.

- Como chegou a esta conclusão, espertinho? -pergunto revirando os olhos.

- Meus pais também estão mortos, ou melhor, os seus não estão mais né. -responde ele, fazendo olhar distante.

Fico surpresa com o que acabo de ouvir. Olho para ele e fico pensando que o por que de ele ter um ar de garoto misterioso daquele jeito era porque ele não tinha pais. Eu também era assim. Todos na escola me zombavam por ser quietinha.

De repente, tudo ficou escuro.

E eu acordei.

Era de noite e Hachiro ainda não estava na cama. Olhei para o relógio, eram 7 da noite.

Desci as escadas e vi Hachiro organizando os papéis.

Ele me viu e sorriu.

Cheguei perto dele e perguntei o que estava fazendo.

- Estou organizando os papéis da sua matrícula, vou guardá-los em um local em que eu possa lembrar -respondeu ele.

Ouvi um barulho da cozinha.

- Hachiro, vou ali na cozinha, ok? -digo.

- Ok. -ele responde.

Vejo o fantasma de Yuuki ali, me esperando.

Fecho a porta da cozinha.

- PRECISO DE RESPOSTAS! -digo à Yuuki.

- Meu deus, o que deu em você, Miya?

- Porque você ressucitou nossos pais se você podia muito bem passar a eternidade com eles? -pergunto.

- Bom... -ela começa- primeiramente, como eu fiz um pacto com um anjo, podia ressucitar três pessoas como bem entendesse. Ressucitei nossos pais por isso. A terceira pessoa eu ainda não decidi.

- Se ressucite! -digo.

Ela fica pensativa.

- Não dá pra fazer isso, Miya. Além disso, você está muito bem sem mim.

Me recordo das palavras do Nori-senpai no sonho que eu tive.

- Pois bem, Yuuki, é você que falta na minha vida.

- Você também, Miya.

Yuuki fica com o corpo sólido para que eu pudesse abraçá-la.

Nos abraçamos e quando nos afastamos, minha irmã me disse algo que me deixou de queixo caído.

- Miya, tome cuidade a partir de agora mesmo, você não sabe o perigo que você e nossos pais estão correndo.

- O quê...? Como assim?

- Deixe-me explicar uma coisa: nossa tia pode ter morrido, mas não significa que a alma dela se foi completamente. Você terá que tomar cuidado agora que ela virou um espírito malígno. Ela pode usar o corpo de pessoas frágeis para controlar esses corpos e fazer com que ela chegue até à você, para que passe a eternidade sofrendo.

Assusto-me, mas depois, respiro fundo e solto o ar lentamente.

- Mas o que eu devo fazer?

- Apenas fique atenta e cuide-se, além disso, cuide de Hachiro e de nossos pais, aquela mulher com certeza quer a cabeça deles. Este é só o começo. A partir de agora, não posso ajudar muito. Sinto muito mesmo. -ela disse ao se desintegrar em petálas de flor de cerejeira.

- Espere, onee-chan! -grito e corro na direção dela, mas acabo por atravessar seu corpo e cair no chão.

Levanto-me lentamente e cambaleio até a porta da cozinha, quieta.

- Miya! Está tudo bem? Escutei você gritar! -diz Hachiro, abrindo a porta da cozinha, que por acaso, era para ser à prova de som.

- Estou bem, preciso me deitar um pouco sabe... acho que não dormi direito esta tarde, -forço um bocejo- boa noite, Hachi! -dou um beijo nele e me apresso para ir para o quarto.

Quando chego no quarto, tranco a porta e deito na cama.

Espero alguns segundos e já enlouqueço de vez.

- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH MEU DEUS, COMO EU VOU LIDAR COM ISSO? A MINHA TIA VAI ME ASSOMBRAR PRA SEMPRE AGORA, É?? OU SERÁ QUE A YUUKI SÓ ESTÁ TIRANDO UMA COM A MINHA CARA?? -grito.

Enfio um travesseiro na cara e solto um suspiro agoniado.

O telefone do quarto toca e eu atendo com "aquela voz" de assombração.

- O-Oi... M-Miya? -alguém gagueja no telefone- Err... sua voz está tão diferente, espero não incomod-dar...

- Ah, oi Hina. -reconheço sua voz.

- Miya-san, você nem sabe o que me aconteceu!

- E você não sabe o que ME aconteceu, Hina.

- Então, eu saí com o Nori! Ele é tão legal...

Fico quieta por alguns segundos.

- SÉRIO?? Não me diga! Ai, estou tão contente de você! E aí? Rolou algo? -pergunto, curiosa.

- Não... mas nós fomos no cinema, vimos um filme de ação e...

- Nada romântico... mas ele gosta?

- Ele adora! Eu também! Viu? Nós somos almas gêmeas!

- É... -fico rindo- melhor não se iludir tanto!

Ela ri.

- Ai, ai... mas então, o que você tinha a me contar, mesmo? -ela pergunta.

Começo a suar frio. Eu não tinha, de jeito nenhum, intenção em contar que meus pais ressucitaram naquela tarde. Hina só acreditaria vendo.

- Ah, nada não, esqueçe.

- Espera, Miya, precisa me contar! Fiquei curiosa!

- Bye, Hina -digo ao desligar o telefone.

Deito-me na cama, Hachiro bate na porta e pergunta se pode entrar.

Levanto-me para destrancar a porta e Hachiro a abre. Ele me olha contente com algo.

- O que houve? -pergunto.

- Só queria dizer... -ele começou, meio sem jeito- só queria dizer que... que estou feliz por seus pais estarem de volta -ele força um sorriso.

Deu pra ver que não era aquilo que Hachiro queria falar. Estava estampado no rosto dele, seus olhos sempre me diziam muito mais que milhões e bilhões de palavras. Na verdade, palavras não são necessárias, talvez para Hachiro sejam, mas para mim, um simples olhar significa muito mais.

Ele queria me dizer outra coisa, mas eu fingi que não sabia disso. Estava curiosa para saber o que ele iria falar.

- Eu também, Hachi... -digo, abraçando ele.

- Não, Miya, não foi isso que eu quis dizer...

- Não?

- Não, não foi isso que eu quis dizer de jeito nenhum, queria poder te dizer o que eu realmente penso, queria poder dizer isto sem dificuldade nenhuma, mas infelizmente não posso, porque sou um tremendo idiota, um verdadeiro medroso. Pode até não parecer algumas vezes, mas isto é verdade. Isto que eu vou lhe dizer agora é algo que eu nunca havia lhe dito antes. Miya eu só quero te dizer que...

Olho para ele surpresa. Nunca havia pensado que Hachiro tinha um profundo sentimento interno no qual ele sempre escondeu.

- Eu te amo -ele completa.

Me derreto em lágrimas antes mesmo de ele me beijar.

Ele mostrou à mim o seu verdadeiro "eu".

Foi com ele que eu aprendi que não se deve deixar de revelar suas verdadeiras emoções e segredos à pessoa que ama.

Aquele era apenas o início de uma nova vida, provavelmente cheia de aventuras e perigos, mas o que importava naquele momento mesmo, era o fato de que ele havia dito aquelas palavras com honestidade. Não se é de jogar fora palavras honestas como aquelas, ele podia ter recitado um poema sem sentimento nenhum, mas não, suas palavras foram curtas, claras e sentimentais. Das quais eu jamais teria coragem de dizer. Pode-se ter tudo o que quiser, contanto que você coloque o amor em primeiro lugar sempre.

Mas muitas coisas ainda estavam por vir!

FIM


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Notas finais do capítulo

Gostou de "With a Heart"? Pois bem, a continuação dele se chama "Still With You", que começarei a escrever urgentemente e provavelmente mês que vem, obrigada a todos que acompanharam esta história, é a primeira da categoria 'Originais' que eu escrevo. Muitissímo obrigada também aos adoráveis comentários, fico realmente muito agradecida. Aguardem por "Still With You"! :D



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