With a Heart escrita por Akemi_Konoe


Capítulo 17
Capítulo 17 - Frozen


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora pra postar, estive meio ocupada durante esse tempinho. Espero que gostem, já é a terceira tentativa de postagem desse capítulo aqui -.-'



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Eu e Hachiro fomos levados pela polícia até uma espécie de laboratório totalmente imenso e branco por dentro. Estava escurecendo, eu estava ansiosa e nervosa demais para acreditar naquilo, finalmente meus pais haviam sido encontrados! Não sabia ao certo se estavam vivos ou mortos, mas minhas esperanças eram de que eles ainda estavam vivos, uma possibilidade um tanto pequena no caso, no entanto, eu nem sabia ainda se eles estavam, sei lá, petrificados ou até mesmo carbonizados (na hora desse pensamento, eu havia imaginado as cinzas deles dentro daqueles potinhos...).

Eu não gostava de laboratórios, nem um pouquinho.

Tenho diversos traumas e motivos por não gostar de laboratórios:

Um deles, foi quando tivemos de fazer esperiências com ratos brancos em um labóratório anos atrás, em um outro colégio (meu antigo), aí já viu no que deu né... foi só uma colega minha gritar de horror porquê o maldito rato foi parar dentro da calçinha dela (não me pergunte como!) que todos os outros ratos saíram correndo, alguns começaram a subir nos meus pés, não foi nada legal, todo mundo começou a gritar e a correr para os lados com ratos em suas cabeças e roupas.

Outro motivo é que eu já explodi um experimento químico dentro do laboratório (foi até engraçado). Resultado? Um colega meu queimou a própria cara, ficou internado durante mais 30 dias no hospital, acho que até hoje ele usa o rosto todo enfaixado, parece uma múmia.

Mas o motivo principal naquele momento, era o fato de que minha tia já havia sido uma cientista, os policiais me explicaram.

Eles não me disseram aonde estávamos indo, o que aconteceu, nem absolutamente nada do tipo, eu tinha que presumir tudo diante de minha imaginação inútil, uma coisa que eu simplesmente odiava.

- Ah, Ogawa-san, Kojima-kun, é um prazer conhecer vocês, sigam-me, se os policiais quiserem vir conosco, ficarei grato de recebê-los em meu laboratório. Meu nome é Matsui Ace, muito prazer. -disse um cientista, igualzinho à aqueles cientistas malucos dos filmes que passam quase todos os dias na televisão. Ele parecia ser uma boa pessoa (tirando o fato de sua aparência me assustar um pouco...).

- Ace? Não é um nome americano? -perguntei, curiosa.

- Sim, sou inglês.

- Ah... é que não parece... desculpe se estou sendo grosseira.

- Está tudo bem, respeito que queira ter conhecimento das coisas e das pessoas.

Eu sorri para ele, seguimos o tal cientista, eu estava atrás dele, seguida por Hachiro, que estava ao meu lado, e mais uns 5 policiais que me protegiam por trás, pelo que parecia, eles não confiavam cem por cento no dr. maluco.

Lá estávamos nós, direcionando-nos naquele corredor branco iluminado demais (meus olhos chegavam a lacrimejar) até uma grande porta muito parecida com aqueles cofres gigantes, afinal, tinha uma senha e tudo para entrar naquele local.

- Coloquem isto, vão sentir muito frio lá dentro -Ace disse, nos apontando 8 casacos (até que bonitinhos) básicos, pretos, pendurados em um cabide bem ao lado da porta.

Nós, inclusive os policiais, fizemos o que ele mandou, dois policiais disseram que iriam ficar na porta, nos aguardando, por isso, eles não puseram os casacos que estavam ali.

Matsui Ace começou a abrir a porta, ele revelou uma sala tão grande, mas tão grande... era enorme, branca, parecia não ter fim, nem na altura de onde estava o teto, nem no comprimento das paredes. Haviam imensos blocos de gelo, que sempre continham algo dentro: fósseis, um mosquito e até mesmo um dinossauro em carne e osso dentro de um bloco gigante! Ace nos direcionou até um bloco de gelo um pouco menor. Era um casal, um homem com cabelos marrom claros, era alto, magro, usava óculos, tinha olhos avermelhados e pele clara, era muito bonito e demonstrava desespero no rosto. Ele estava junto de uma mulher, muito parecida comigo e com Yuki, ela tinha olhos azuis, pele pálida, cabelos loiros, compridos à altura da cintura, lisos e levemente ondulados nas pontas. Era um pouco mais baixa que o homem, seu corpo era delicado e parecia ser frágil. Ambos os dois eram muito bonitos, mas estavam com uma aparência assustada no rosto.

Parei de viajar em pensamentos por um segundo e me toquei de algo. Eram meus pais.

- P-pai... mãe... O QUÊ FIZERAM COM VOCÊS? -grito. Eu fiquei fora de mim por alguns instantes.

- Miya, eles não vão ouvir você! -disse Hachiro, tentando me segurar.

- Pai! Mãe! -berrei, saí correndo, bati meu cotovelo no rosto de Hachiro e escapei dele tentando me impedir, eu começei a dar socos no gelo, tentando quebrá-lo, lágrimas escorriam de meus olhos, eu estava com muita raiva mesmo, o gelo até se rachou um pouco.

Os policiais e Hachiro vieram me segurar, Hachiro me abraçou por trás e me segurou com força. Desisti e caí de bunda no chão (desequilíbrio talvez?), me encolhi e escondi o rosto, com a cabeça para baixo, estava chorando muito ali, as lágrimas ficavam geladas por causa do frio daquele freezer.

- Iremos analisar este bloco o mais rápido possível, senhores. Podem voltar mais tarde, eu e meus assistentes terminaremos o serviço ainda hoje, à noite. Estão dispensados, cavalheiros e dama.

Hachiro me ajudou a levantar, abraçei-o e pedi desculpas, eles me levaram para fora do laboratório junto de Hachiro. Eu e ele fomos para casa, já estava muito tarde, mas mesmo assim, eu não conseguiria dormir.

Eu queria voltar o quanto antes para o laboratório, só assim poderia ver meus pais de novo, eu estava sentindo uma forte dor no peito, meu coração parecia que ia explodir de vez, junto com minha cabeça que não podia ficar de fora dessa explosão de eterna dor, claro.

Pedi para Hachiro para que eu fosse dormir sozinha no chão do quarto. Ele disse para que eu não fizesse isso, e sim, ele dormir em um saco de dormir, no chão, eu deveria dormir na cama. Desisti da ideia e fiquei com pena do Hachiro, ele sempre me protegia de tudo. Tive de dormir junto dele novamente, como costume de todas as noites.

Agora minha pergunta era... como meus pais poderiam estar vivos naquele cubo de gelo? Não estavam.

Milagres acontecem?

Continua...


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